Começou a campanha política e com ela as narrativas para se sair bem na foto.
O governo de Carlos Moisés da Silva, sem partido, com aprovação dos deputados, diga-se antes de mais nada, anunciou ontem a mais de 70 prefeitos reunidos no teatro do CIC em Florianópolis, a distribuição de R$7,3 bilhões dos pesados impostos dos catarinenses naquilo que ele classificou como o maior projeto municipalista da história de Santa Catarina: o Plano 1000 para transformar projetos engavetados em obras estruturantes que promovam o desenvolvimento e mais qualidade de vida nos municípios.
O governador mesmo não tendo partido está em campanha à reeleição ou para deixar uma marca de um governo que nasceu de uma forma e vai terminar de outra bem diferente diante de duas circunstâncias imposta por dois impeachments marotos e uma CPI ainda adormecida na Alesc.
Alguns prefeitos, como o de Gaspar também já estão como pré-candidato na praça na corrida eleitoral do ano que. E estão tirando casquinhas de tudo isso.
“Por muito tempo os prefeitos acreditaram em promessas que, muitas vezes, ficaram só no aperto de mão, nunca se concretizaram. O municipalismo que estamos consolidando nesta gestão é uma política de Estado que distribui os recursos de maneira justa, para todos os municípios, sem distinções”, enfatizou Carlos Moisés no press release que mandou distribuir para não deixar dúvidas da paternidade da iniciativa.
O Plano é chamado de 1000, porque numa regra geral, os 70 maiores municípios – os menores têm outra regra – vão receber estes recursos baseado no critério proporcional da sua população: para cada habitante: R$1 mil. E por ela, caberá à Gaspar em torno de R$72 milhões. Isto não vai pingar nos cofres de uma hora para a outra. Vai sair em cinco anos. E precisará de projetos que respaldem os repasses do governo do estado aos municípios.
Os gasparenses foram representados pelo prefeito eleito e o vice eleitos, mas em férias, respectivamente Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, bem como pelo prefeito em exercício Francisco Solano Anhaia, MDB, e outra dúzia de pessoas (Blumenau que vai receber cinco vezes mais, levou menos de meia dúzia).
Kleber, Anhaia e Jorge Luiz enquanto esperavam a solenidade feita no início da noite, aproveitaram para fazer uma reunião política no gabinete do prefeito de fato de Gaspar, o deputado Ismael dos Santos, PSD.
Antes, na sua rede social para anunciar que estava em viagem a Florianópolis, Anhaia escreveu que estava indo para “buscar mais recursos importantes para a nossa Gaspar”, como se fosse uma iniciativa da cidade, do governo de Gaspar, ou da curta interinidade dele. Menos. A noite, todos mudaram o tom e agradeceram ao governo do estado pela iniciativa. Afinal, não ficava bem se apropriar de algo com quem tentam, finalmente, se aproximar.
Os três, nas redes sociais, citaram o Parque Náutico – para os riquinhos -, bem o atrasado e necessário asfaltamento da Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, e da Leonardo Pedro Schmitt, no Poço Grande, como as principais obras beneficiárias destes novos recursos estaduais.
Só para se ter ideia, este valor é quase duas vezes uma ponte do Vale que o município praticamente não gastou nada com ela e foi feita pelo governo Federal, ou é mais do que o dobro do novo empréstimo que o governo de Gaspar acaba de assinar com o Banco do Brasil. Acorda, Gaspar!