Bolsonaro vê seu ex-ministro da Justiça em pouco tempo superando nas intenções de votos
Atualizado em 14h40min de 17.12.21. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, é candidato a presidente da República desde 1988. E se elegeu pela primeira vez em 2002. Reelegeu-se, fez sua sucessora Dilma Vana Rousseff e a reelegeu, mas com o arco político de proteção do governo na Câmara desgastado com a Operação Lava Jato, não evitou o impeachment dela, para que o vice Michel Temer, MDB, assumisse e colocasse o Brasil nos eixos mínimos da estabilidade econômica.
Jair Messias Bolsonaro, o infiel partidário e que está no PL porque precisa de um partido para concorrer às eleições do ano que vem, está em campanha há cinco anos e está no poder há três, com a máquina e um forte aparato de proteção na Câmara que se impede à análise de dezenas de pedidos de impeachment.
Mesmo assim, segundo o Datafolha de ontem, ele perde para todos os seus adversários num eventual segundo turno – há uma grande chance de tudo ser decido já no primeiro turno -, incluindo, o que ele chama de traidor, o seu ex-ministro, que malandramente Bolsonaro o constituiu para se apropriar, indevidamente, da imagem de combate à corrupção e se eleger, o que não era político, o que prendeu Lula e só por isso o quer também derrotado, o juiz Federal, Sérgio Fernando Moro, Podemos.
Sérgio Moro entrou na política e na corrida presidencial há dois meses. E seus números nesta mesma pesquisa impressionam. Tanto impressionam que seus adversários e a mídia, que sempre teve um viés de esquerda, minimizam, ou escondem este tipo de análise. Preferem dar Lula como virtual vencedor.
Vejam estes cenários e reflitam.
Se Jair Bolsonaro conseguir ir para o segundo turno com Lula, no cenário de hoje e estamos há dez meses das eleições, Bolsonaro perderia 30% a 59%.
Se Sérgio Moro conseguir ir para o segundo turno com Lula, ele perderia de 31% a 57%.
Mas este é a menor diferença, repito, a menor diferença, entre todos nas simulações de segundo turno da mesma pesquisa. Sugestiva oportunidade.
Mas, se Moro fosse com Bolsonaro para o segundo turno. Moro, com apenas dois meses de campanha, venceria Bolsonaro por 48% a 30, segundo o mesmo levantamento do Datafolha. Impressionante!
Isto, por si só, desmancha qualquer discurso de suposta traição de Moro a Bolsonaro. Os eleitores e eleitoras da suposta direita, dos conservadores, ou os que também supostamente lutam contra a corrupção endêmica no nosso organismo administrativo federal, estadual e municipal, preferem e confiam em Moro do que Bolsonaro. Sintomático. Ou seja, sabem o que é rachadinha, bem como os rolos das compras de vacinas por intermediários enquanto se morria por falta delas…
A pesquisa não deixa dúvidas quem traiu quem, quem é mais confiável e como Bolsonaro sonegou o tema corrupção em seu governo, além das brigas diárias com o nada e o mundo, enquanto quase 620 mil pessoas morriam pela Covid, outros milhões se desempregavam, faliam e tinham seus salários achatados, a economia se esfacelava, o meio ambiente e o agronegócio se comprometiam nos mercados que conquistaram, ou se trocava feijão por armas, num empobrecimento sem precedentes, com inflação alta, facilitando os discursos populistas de esquerda.
Se Moro não decolar, pois no geral está em terceiro com nove por cento, é certo que Lula será o presidente. Tanto Bolsonaro e principalmente, Lula, temem o crescimento de Moro, e que começou ontem o seu ensaio oficial nos números a candidato. E já conseguiu muito se as décadas de Lula, os anos de Bolsonaro e se comparado a João Dória, PSDB, e Ciro Gomes, PDT.
Quem e porque se teme Sérgio Moro, aberto ao diálogo e desmoralizado pelo próprio sistema Judiciário que não inocentou ninguém que ele condenou, mas disse depois de anos, que ele não seria o juiz da causa que julgou?