AS JOGADAS, TRAIÇÕES E ENGANAÇÕES DOS POLÍTICOS E DA POLÍTICA DISTRAEM OS ELEITORES E ELEITORAS DESINFORMADOS DE GASPAR

Ontem escrevi sobre o debacle do “novo” MDB de Gaspar, aquele que, “renovado” nos novos rostos e nas propostas, iria ficar no poder por mais de 20 anos. Hoje, vou escrever sobre algo que não é diferente nos outros partidos tradicionais e que marcaram ou ainda marcam, a vida política da nossa cidade. Eles também se enfraquecem, ou no mínimo, estabelecem-se em contradições que estão comprometendo notoriamente o futuro deles.

Como diz o ditado popular, trair e coçar, é só começar.

O vice-prefeito e candidato a deputado estadual Marcelo de Souza Brick, está envolto em vários problemas. Um deles, é a sua legitimação pela Justiça Eleitoral. Ele terá que provar que saiu do PSD a tempo, como determina a legislação, filiando-se de última hora no Patriota, para supostamente tentar, com menos votos, ser eleito deputado estadual.

Mesmo escaldado, esta semana o PSD fez a sua reunião mensal, vejam só, como se fosse o comitê de campanha do Patriota, partido que nem mais existe em Gaspar. Não se sabe onde começa um e termina o outro. A foto acima e que percorreu as redes sociais, registra o evento. E lá na reunião do PSD só se falou de estratégias e argumentos para serem usados na campanha do candidato do Patriota, bem como as alianças e ações para se fortalecer a candidatura de Marcelo.

A reunião foi para injetar gás e otimismo, diante de notícias que colocam em xeque à condição de candidato de Marcelo. Injeção de otimismo.

Já escrevi que o candidato Marcelo sofreu questionamentos não foi exatamente dos adversários – como ele finge ser vítima -, mas inicialmente do fogo amigo, do olho grande, da esperteza que exalaram quando armaram e avisaram tardiamente o que tinha acontecido aos seus pares e gente que havia se comprometida no ambiente partidário regional, diante da sinalização que o PSD e Marcelo deram quando vieram aqui pedir apoio para ela.

Marcelo, na verdade, ocupou lugar que não deveria estar ocupando dentro próprio PSD, via uma sigla nanica, o Patriota. Mais do que isso, Marcelo – e seu pequeno grupo – está se enfraquecendo, porque está formando supostas alianças com candidatos a deputado Federal para ter sustentação – inclusive financeira – aqui e arrumar em troca alguns votos de fora, entretanto, não estaria honrando a palavra empenhada.

E as cobranças e acusações já começaram antes mesmo dele ter se deslanchado como candidato.

Novidade? Nenhuma, para quem está acostumado com a política de Gaspar. Surpresa zero para quem é leitor e leitora por décadas deste espaço! A não ser pela única observação de que isso, os supostos “novos políticos”, por serem jovens, prometeram combater e a rotularam como sendo a “velha política“. E o tempo para eles – para estes jovens e que não tiveram outros empregos na vida além da política -, parece que não passou. Ou será que na prática eles nunca saíram da “velha política”, ou a “velha política” os engoliu, definitivamente e eles fingem não perceberem?

Veja outro caso emblemático desta semana e que envolve a vereadora de primeiro mandato, Mara Xavier da Costa dos Santos, PP, a Mara da Saúde. O mais longevo dos vereadores – ou seja, nada de jovens neste caso específico – José Hilário Melato, quando pode, diz ser o maior defensor da candidatura da Mara a deputado estadual. Tadinha! – para usar a expressão espontânea e peculiar da própria Mara. E Melato resolveu lavar a minha alma mais uma vez.

Não é que esta semana Melato – que tem seu carro adesivado com Mara – fez uma reunião fechada com quase 150 cabos eleitorais que o apoiam – e ali é coisa estruturada e profissional – para apresentar por aqui um jovem candidato a Federal, João Pizzollatti Neto do seu PP? Tudo para perpetuar velho cacique que é idolatrado por Melato. 

Qual a novidade que não é novidade, que já cantei a bola há muito tempo e fui contestado como se eu tivesse a pena alugada, coisa a que muitos estão acostumados em Gaspar? Lá não estava a Mara para fazer dobradinha com o jovem candidato a deputado Federal de Melato. E por quê? Porque Melato, no fundo está amarrado num compromisso com reeleição de José Milton Schaffer, PP, a deputado estadual, da pequena Sombrio, lá do sul de Santa Catarina.

Aliás fotos que estão nas redes sociais e que me mandaram como prova do ato, nelas, estão lá o Melato, todo sorridente, com o botom de Zé Milton no peito. Escracho. A esta altura, é de se perguntar também, como votarão o presidente do diretório gasparense do PP, o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, o ex-vice-prefeito Clarindo Fantoni, o ex-candidato quase eleito deputado estadual, Pedro Inácio Bornhausen e tanta gente do PP que juraram ajuda a Mara.

Ou todos os marmanjos daqui e de Florianópolis lançaram a Mara só para cumprir a cota de mulher e raça, como manda a Lei e o que eles querem mesmo eleitos são homens do partido. Isto não vai dar certo!

No fundo, os novos candidatos a deputado estadual de Gaspar estão mal-arranjados e acompanhados, mas aqui mesmo em Gaspar. Simples assim! A cada eleição, cada um como cabo eleitoral, tenta salvar só a sua pele. E ainda por aqui, fazem falsos discursos contra a tal velha política. Como, se a “velha política” não os largou ainda?

No fundo, Gaspar é conhecida estatualmente por seus cabos eleitorais que a cada quatro anos trabalham para candidatos de fora. São demarcações de territórios, não exatamente partidários, ideológicos ou de causas comuns à cidade ou região, mas bem particulares e de poder para si próprios e até para a eleição municipal seguinte. Nem mais, nem menos. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Olhar atento, perceber-se-á que a propaganda visual nos carros que carregam o candidato a deputado estadual, suplente, e ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, fez o ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva, PT, ser um mero coadjuvante. Nas campanhas anteriores, Lula era o que alavancava Zuchi. Agora, Zuchi está tentando se salvar.

O que é isto? Os novos tempos. A turma que comanda a comapanha de Zuchi por aqui, sabe que o conservadorismo é a base da sociedade gasparense. Então não vai cutucar a onça com a vara curta. Aliás, aqui chegou primeiro o Zuchi e com ele, veio o PT. O que o elegeu em 2000, não foi o PT, mas o clima de divisão e vingança que havia na cidade naqueles tempos. Aliás, como agora.

A Justiça Eleitoral resolveu agir em Gaspar. Pá-pum. Num dia apareceu um outdoor aqui no Centro a favor do presidente Jair Messias Bolsonaro, PL. Denunciado, houve a obrigação de retirar. Os bolsonaristas ficaram fulos. E como sempre, acusaram a Justiça e a juíza que tomaram a decição.

Ora, se estavam certos, pois alegam que se tinha a autorização do particular, e consideram aquela área privada, por que não combateram a decisão da magistrada? Se estavam certos, por que tiraram a propaganda tão logo receberam a intimação? É preciso mudar o discurso.

O vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, Patriota, está arrumando outra sarna para se coçar e isto está lhe incomodando tanto quanto as dúvidas da troca de partido. Ele começou a ser cobrado por aquilo que a prefeitura não faz nos bairros, nos quais está andando para pedir votos.

Os eleitores querem entender como um vice-prefeito pode culpar a burocracia, os inimigos internos e tantas outras desculpas esfarrapadas e não exatamente por falta de obras, mas por falta de manutenção do mínimo que se tem que fazer por aqui. O olha dinheiro não falta na prática e nos discursos. Na Câmara, há montanhas de Projetos de Lei, aprovados a todo, realocando recursos, muitos, deles, sob a alegação de excesso de arrecadação.

Um exemplo? Na entrada da localidade Bom Jesus, na rua Arthur Poffo, ali perto da Escola Municipal Ervino Venturi, há uma ponte. No meio dela, um buraco inclusive com ferragens expostas e o concreto se esfarelando. Impressionante. Tanto que ela emergencialmente foi interditada parcialmente. Se continuar assim, vai ficar comprometida e o remendo vai ficar cada vez mais caro, foto abaixo.

Ou é problema estrutural com fadiga do material, ou permissão para tráfego pesado além do dimensionamento para a qual foi construída. Opinião de um engenheiro de obras de arte que olhou superficialmente o problema.

Como não consegue resolver o que está ao seu alcance como vice-prefeito, Marcelo foi as suas redes sociais arrumar um culpado longe daqui. A ponte do Vale está às escuras. E faz tempo. O Dnit – um órgão federal e do governo de Jair Messias Bolsonaro, PL, – é quem fez o corte da energia para fazer a ligação do viaduto sobre a duplicada BR-470 e não o religou. Incrível!

Ele diz que já fez de tudo para que esta situação se normalizasse. Mas, até agora, nem Florianópolis e Brasília se mexeram a favor dos gasparenses. Por isso, segundo ele, precisa ser eleito. Mas, para resolver este tipo de problema que como vice-prefeito não resolve por aqui? Quantas ruas da cidade estão às escuras? Esses políticos não se cansam de passar vergonha e tratam seus eleitores e eleitoras como beócios. Acorda, Gaspar!