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AO CONTAR SEU DRAMA, MARA EXPÕE À FRAGILIDADE DA SAÚDE PÚBLICA DO SEU PRÓPRIO GOVERNO

O melhor da sessão de terça-feira passada ficou reservado para a quase sempre muda, vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP. Ela é uma técnica em enfermagem, mas antes disso, fez quase de tudo na vida para sobreviver e se sobressair.

Ela é uma das três únicas vereadoras negras eleitas no ano passado em Santa Catarina, numa cidade com apenas 2% da população declarada negra. As outras duas foram eleitas em Joinville – que lhe homenageou há dias – e a outra, em Brusque.

Mara da Saúde, como é conhecida, foi à tribuna da Câmara refrescar à importância de uma indicação que ela havia feito na sessão do dia 20 de julho – estamos no dia 20 de setembro -, temerosa que ninguém no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e onde está ajoelhada na Bancada do Amém, não desse importância para a sua indicação e para uma realidade doída.

Mara se emocionou e emocionou os pares presentes, mesmo lendo seu pedido e desabafo. E, em coisa banal, simples, que já deveria estar resolvida nos dias de hoje em Gaspar, pois sobrepeso e obesidade é um caso sério físico e emocionalmente.

O que pede a indicação de Mara? A criação de um Programa contra a obesidade, com uma equipe multidisciplinar na secretaria de Saúde.

Mara relatou que começou a ganhar peso depois dos partos dos filhos e não conseguiu mais voltar ao peso mínimo ideal. E com a idade, tudo se complica ainda mais.

Hoje, Mara se sente constrangida a fazer exames – alguns deles obrigatórios.

Possui medo de “desmoronar” de macas temendo que elas não aguentem seu peso, de não conseguir ser pesada nas balanças dos consultórios e postinhos, de simplesmente sentar em cadeiras para esperar remédios ou consultas, projetando até mesmo, um desastre.

“Prefiro a dor dos pés e pernas do que passar por constrangimentos e perigos ainda maiores”, explicou e justificou. Mara está pedindo socorro para ela e outras pessoas na mesma situação dela. E olha que ela não é obesa, mas apenas está com sobrepeso.

“O meu drama, não é particular”, advertiu. É que ela como uma experiente agente de Saúde na área pública de Gaspar, já foi testemunha daquilo que teme acontecer e tenta evitar para si própria.

Mara tem razão. E por quê ela teme e tem razão?

Porque a área da Saúde em Gaspar nem sempre é para os que conhecem desse riscado. Ela pertence ao loteamento político, ou pessoal de alguém no poder de plantão. Pior: é dada para o gerenciamento de curiosos, como atualmente. E aí dá no que a vereadora, a cidadã, a moradora da cidade, a dependente de atendimento público, Mara, relata.

Espera-se que Mara não seja perseguida por exatamente expor esta fragilidade da Saúde Pública de Gaspar, da mesma forma que o prefeito e seus “çabios”, fizeram – e ainda fazem – com o vereador Amauri Bornhausen, PDT. Ele, na Bancada do Amém se indignou com a discriminação lançada pelo secretário da Educação, jornalista Emerson Antunes, um curioso no assunto, e apadrinhado político do deputado neopetencostal de Blumenau, Ismael dos Santos, PSD, nas distâncias do ensino público e privado e que ele como secretário está obrigado a diminuir. Acorda, Gaspar!

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