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A PROVA DE QUE O GOVERNO DE KLEBER E MARCELO POSSUI MÉTODO. O POVO FAZ E REFAZ OBRAS. E ENQUANTO PREFEITURA VENDE IMÓVEIS OS POLÍTICOS VÃO AS COMPRAS DE OUTROS

Se você é leitor ou leitora habitual deste espaço, então você já leu esta observação abaixo, MUITAS outras vezes. Vou repeti-la ou refrescar à memória dos “esquecidos”, ou, para os novos por aqui.

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Eu vou diminuir o textão desta segunda-feira e vou me alongar no TRAPICHE. Ele não tem nada a ver com a “Operação” da Polícia Federal feita na semana passada para ir atrás de membros terroristas das células brasileiras dos jihadistas do grupo político e paramilitar Hezbollah, patrocinado pela teocracia fundamentalista, por isso radical e mulçumana, do Irã. Como se aqui na nossa região, há décadas, não se soubesse que eles transitam livremente na tríplice fronteira disfarçados de comerciantes.

Voltando para a Gaspar livre, onde cada artigo meu é considerado pelo poder de plantão, políticos no exercício do mandato, os vestidos de candidatos – e outras entidades omissas – como uma bomba de guerrilheiro que quer derrubar o establishment. Se não fossem os meus “petardos” de alerta, a coisa estaria dominada e pior. Os políticos, com o silêncio de quem deveria reagir, está enfraquecendo a cidade e usando os cidadãos e cidadãos nos votos e pesados impostos que tomam sob ilusões sucessivas.

Feita esta ressalva, dois fatos precisam ser repisados. 

O primeiro deles convido os leitores e leitores acessar este link para encurtar o entendimento e minhas explicações repetidas: OS SUCESSIVOS ERROS, VAIDADES, VINGANÇAS E INCOMPETÊNCIAS SOMADAS À FALTA DE PLANEJAMENTO E PRIORIDADE DOS POLÍTICOS NO PODER DE PLANTÃO, ESTÃO DESPEDAÇANDO GASPAR 

Ele foi publicado agorinha, no dia Primeiro de Novembro. No intertítulo “o povo ensina aos políticos como se resolve o problema deles; escolheram os políticos errados?” mostrei como as próprias pessoas indignadas se doaram, voluntariaram-se e se disponibilizaram à solução improvisada, por isso perigosa, exatamente devido à ausência da liderança técnica, política e do governo em algo que é exclusivo dele: o público. 

O povo, em horas, uniu-se, cotizou-se e armou um “pontilhão” sobre um tronco de árvore (que o povo pagou em vaquinha) de oito metros (era necessário um de 12 metros) entre o Gaspar Mirim e o Gasparinho, transpondo o ribeirão do mesmo nome.

É  que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez; o chefe de gabinete Luiz Carlos Spengler Filho, PP,  o secretário de Obras e Serviços Urbanos,  Roni Jean Muller, MDB, a superintendente da Defesa Civil, Ana Janaína de Medeiros Souza, PDT e um monte de vereadores, incluindo o presidente da Casa, Ciro André Quintino, MDB, disseram ser impossível de estabelecer aquela passagem – mesmo que provisória – que antes se fazia por tubos enterrados na rua e que foram levados pelas forças do ribeirão Gasparinho. Havia um claro prenúncio de que tudo acabaria assim devido à falta de observação, manutenção e à retirada de areia das imediações, possivelmente a causadora da erosão.

E o vexame dos nossos políticos contra a sociedade se repetiu na semana passada, e mais uma vez, não ganhou as manchetes da imprensa local. 

É que depois de erguido, o pontilhão, numa espécie de pinguela ligando as ruas Fausto Dagnoni e Rodolfo Vieira Pamplona, desestabilizou-se com correnteza da nova enchente. Só não desestabilizou a vontade do povo do Gaspar Mirim e Gasparinho que viu mais uma vez seus políticos, quase todos já em campanha para prefeito e vereador para nada mudar, assistir o desastre se repetir, bem como teimosamente se negar a reconstrução do improviso, e ao mesmo tempo ficar distante da mobilização popular contra a inércia, desculpas esfarrapadas e os descasos dos políticos no poder de plantão. 

Então, afinal, quem arma bombas e as soltas por aí? Eu? Ou os próprios políticos, governantes e seus protetores para tudo continuar assim e que ao mesmo se esbaldam por todos os cantos da cidade distribuindo apertos de mão, sorrisos, confraternização, rezas e promessas como o que está entre o Gaspar Mirim e o Gasparinho não fosse problema desses mesmos políticos e gestores públicos?

A foto de abertura deste artigo é uma homenagem aos que não esperaram pela lábia enrolada dos políticos empoderados, mas que não conseguem dar soluções mínimas aos problemas cotidianos da sociedade, mesmo que ela seja urgente, óbvia e atenda aos mais carentes na sua mobilidade. 

Nem doar o material os políticos doaram. Também falhou a fiscalização da prefeitura e da comunidade. Foi retirada areia naquele ribeirão e isso teria aumentado a força da correnteza e provocada a erosão. Por que não se investiga isto? Há gente graúda envolvida e que se beneficiou? E quem perdeu? A comunidade, como um todo. Mas, como se vê agora, o próprio poder de plantão.

Agora, espertamente, espera-se pela Defesa Civil de Brasília, com os pesados impostos de todos os brasileiros e uma burocracia que atrasa e piora tudo. E não será surpresa se não for possível se restabelecer a passagem por tubos, mas sim, artefatos maiores feitos por gente oferecida e especialista do ramo.

O segundo fato que precisa ser repisado beira a um escárnio. Nos últimos 40 dias só se fala em Gaspar na jogada de Kleber, Marcelo, da secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, tocada por Marcos Roberto da Cruz, MDB, – homem de confiança e sucessor de Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB -; da secretaria de Planejamento Territorial, dirigida por Carlos Francisco Bornhausen, MDB; da Procuradoria Geral do Município, Felipe Juliano Braz, e com aval expresso da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) na Câmara. 

Eles, como numa máquina de moer, botaram para rodar, aprovar em tempo recorde, evitando explicações, a venda de nove imóveis, sendo oito deles terrenos. Tudo para fazer caixa na prefeitura quebrada. O caixa estaria furado pelo poço sem fundo que é o Hospital de Gaspar, mas que estranhamente nenhum político quer largar, bem como depois que a prefeitura de Gaspar, na mesma operação vapt-vupt, sem ouvir ninguém e mandando bananas para todos os críticos da operação, comprou por R$14 milhões, um terreno na Rua Itajaí e resolveu o problema de caixa, mas o da Furb e da prefeitura de Blumenau, responsável pelo Fundo de Previdência da entidade onde estão os professores e funcionários da Furb.

Qual foi o novo balacobaco e não surpreendente num governo sem rumo, sem planejamento, sem diálogo com a comunidade e sem transparência, mas se vende como exemplo aos analfabetos, ignorantes, desinformados e gente que não pode lhe questionar sob pena de receber um PAD, demissão, processos e perseguições?

Sem disfarce algum, no meio da tempestade de dúvidas e credibilidade, a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP – a que não deu um pio quando votou a favor do PL 84/2023 para a venda dos nove imóveis -, e o secretário de Saúde, um curioso na área e ambos em campanha a candidatos a qualquer coisa no ano que vem, Santiago Martin Navia, MDB, apareceram nas redes sociais dizendo que estão procurando um terreno no bairro Santa Terezinha, para a construção do novo Posto de Saúde. 

Mas, não falta dinheiro no caixa da prefeitura de Gaspar e por isso, mesmo diante de grossa polêmica, está-se vendendo os imóveis do município em leilão? 

Se a alegação para o leilão dos nove imóveis não for mentira, a plantação da compra de terrenos pela vereadora, o secretário e não negada pelo governo de Kleber, Marcelo, Cruz, Bornhausen, e Juliano Braz, é zombaria na cara dura da população gasparense tão logo aprovaram o polêmico projeto na Câmara. Essa gente – que quer continuar no poder sem um pingo de transparência, prejudicando uns e criando facilidades para outros – diz e prova que está com o corpo fechado. Desorientação? Que nada! É método, mesmo. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Para não fugir do tema, o partido Novo que se ensaia em Gaspar, entrou com uma representação no Ministério Público para supostamente se esclarecer a venda dos nove imóveis. O dinheiro que será arrecadado, no entender do Novo, deve ter destino claro no Orçamento Municipal. E na matéria aprovada na Câmara sob atropelo, nada disso está expresso. É genérico. O Projeto de Lei já é Lei. E os trâmites voam na burocracia da prefeitura. Já o MP, está em outro tempo. Ele “estuda” o assunto. Não disse nem sim, nem não para o caso ser uma denúncia a ser levada à Justiça.

Na prefeitura, por enquanto comemorações: pelo silêncio do MP e porque o Novo ficou no ostracismo com a iniciativa que teve. Se o MP encontrar um pelo neste assunto, a prefeitura vai lavar as mãos. Quem vai ficar com o problema, de verdade, é o arrematador. E dependendo de quem tomar isso, já sabe como contorna-lo: em mais um Termo de Ajustamento de Conduta. Dessa vez, espera-se, ao menos, que valha a avaliação que está contida no processo de venda dos imóveis e não um menor que sempre embasa este tipo de “acordo”.

Truque. Quando há na praça pesquisa qualitativa e de sondagem de nomes para candidatura, os que estão no poder de plantão e estão em indisfarçável pré-campanha se esbaldam em fotos e entopem as redes sociais com crianças, amigos, lideranças, influenciadores, “conquistas” e assuntos lúdicos. Os sérios, normalmente envolvidos em dúvidas, eles escondem. Impressionante.

Neste final de semana, o presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB, pilchado disfarçou-se de gaúcho. Acha que um lenço, uma bota e um chapéu velho resolve. O que significa isto? Falta de público. Precisa, como mostra suas postagens, como camaleão se adaptar a cada situação. Será difícil reverter a imagem de gastador que ele conquistou ao dobrar a aposta no gasto de diárias, onde é campeão na Cãmara.

A mudança do vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, do bairro Bela Vista para o da Lagoa, no outro extremo da cidade cumpre vários objetivos: o primeiro deles, é o da reeleição já que o do Bela Vista estaria congestionado e seu espetáculo de defesa do prefeito, do governo, da bíblia não estaria dando os frutos que ele e a turma evangélica planejou. E nesta mudança de domicílio, quem perde é o suplente Norberto dos Santos, MDB o Betinho da Lagoa. 

O segundo é fazer tranca a quem jura que não quer mais saber de política, devido à sua competência como empreendedora e professora, a ex-vereadora, ex-candidata a prefeito, Andrea Symone Zimmermann Nagel, hoje sem partido. O terceiro é arrebanhar os irmãos evangélicos neopentecostais da Margem Esquerda, porque no Bela Vista estariam minguando. Ou seja, se os que estão no poder não conseguem produzir resultados para os cidadãos e cidadãs como prometeram no palanque de 2020 e nos seus planos de governo, na questão de anular potenciais políticos com resultados em seus negócios, eles são craques do quanto pior melhor.

Outra tranca I. Em política, em tese, nem sempre há uma fórmula pronta. Há uma orientação geral, mas políticos malandros, sempre arrumam uma exceção para se dar bem. Seja ele de qualquer matiz ideológico. Trata-se de pragmatismo. O PSD se ensaia para ser o mais articulado partido do centro democrático para se contrapor ao petismo de Lula e da esquerda do atraso. Até mesmo com a direita bolsonarista, o PSD não esconde que não quer estar junto. Em Santa Catarina, aos poucos isto vai ganhando cara. O pessoal do governador Jorginho Melo, PL, já está de olho arregalado.

Outra tranca II. Em Joinville, O PSD se aproxima ostensivamente do Novo que quer se repetir na prefeitura de lá. Em Blumenau, já não é mais segredo, que o promotor aposentado Odair Tramontin pode fazer dobradinha com a mulher do prefeito de fato de Gaspar, o deputado Federal, Ismael dos Santos, PSD. Denise dos Santos é hoje suplente do senador Esperidião Amim Helou Filho, PP.

Outra tranca III. Entenderam o embolo disso tudo? O Novo nasceu em Gaspar com Ednei de Souza para combater o que está errado, para não se usar outra expressão, no poder de plantão liderado por Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo de Souza Brick, Patriota que acaba de se fundir com o PTB e ressurgiu como Partido da Renovação Democrática, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, bem com o a Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB).

Outra tranca IV. A julgar pelo que se acerta em Joinville – onde Ednei de Souza esteve na semana passada – e Blumenau entre o Novo e o PSD, nada vai mudar por aqui. Pelo andar da carruagem, o Novo será uma peça acessória do que está aí com suas mazelas no poder de plantão. E para que ninguém se meta a reoxigenação do PSD de Gaspar, tanto o prefeito de fato, o deputado Federal, Ismael dos Santos, PSD, como o amigo Marcelo de Souza Bricjk, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, já vestiram o presidente do PSD de Gaspar, o vereador Giovano Borges, como pré-candidato a prefeito para guardar vaga a quem o esquema mandá-lo desistir ou passar a faixa.

Outra tranca V. Sempre escrevi, repetidamente, que muita água ainda vai passar por debaixo dessa ponte. Na sexta-feira o título era este: É CEDO. MAS, PARTIDOS E POLÍTICOS BLEFAM COMO POUCOS E MARCAM ESPAÇOS EM GASPAR A 2024. PRIMEIRO ELES, DEPOIS OS ELEITORES E A CIDADE.

Outra tranca VI. E tudo isso, passa por decisões que estão fora do alcance dos daqui. Elas se tramam em Blumenau, mas principalmente em Florianópolis, e até em Brasília. Se não cuidar, como em Gaspar tudo se contraria as expectativas, o Novo corre um sério risco de nascer velho e amarrado ao que diz que não concorda e quer mudar. Quando ouvi de pessoas daqui que o Novo quer “atrair” a direita que estão no PL e Republicanos, e não, o que seria o correto, os que estão cansados do atraso, fiquei com uma pulga atrás da orelha. E agora nela está um pulgueiro.

O deputado estadual Egídio Maciel Ferrari, de Blumenau, o único que se elegeu pelo PTB e que já atuou em Gaspar como delegado e fez fama, coisa que está faltando atualmente, acaba de marcar um gol de marketing, no mundo que faz “desaparecer” os novos na Assembleia Legislativa. É dele o Projeto de Lei que proíbe a produção, divulgação, circulação por meio físico e cibernético do livro do ditador Nazista e Nacionalista alemão, Adolf Hitler, chamado de “Mein Kampf”. Esta obra está em domínio público desde janeiro de 2016.

O delegado Egídio retoma a sua marca de delegado; distancia-se do radicalismo de direita e se prepara para entrar no MDB, ou até outro partido em que ele possa se “mexer” melhor e ter alguma capilaridade, incluindo uma legenda onde não dependa só dele para ser reeleger. Como o PTB de fundiu com o Patriota, formando o PRD, o deputado Egídio Maciel Ferrari, ficou, automaticamente, desobrigado da fidelidade partidária que o impedia de migrar para outro partido.

Demagogo. O mutirão de vizinhos e interesses comuns construíram obras, bairros e cidades. Eu aplaudo. Eu via, na minha infância, essa união de homens e mulheres para resultados comuns em áreas de domínios públicos. Eles não esperavam pela precária estrutura pública da época. Agora, quando um vereador posta na sua rede social a capinação de uma simples calçada do seu bairro para que os moradores do bairro dele tenham mínimo reconhecimento, o vereador está dando um atestado de falência do governo que defende com unhas e dentes.

O vereador é o presidente do PSD, que se auto lançou pré-candidato a prefeito de Gaspar, amicíssimo do vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, Giovano Borges. E o mutirão foi no Bela Vista no acesso ao Loteamento São Francisco. A exposição é um marketing negativo. Mostra o quanto a cidade está jogada as traças e que a cara, inchada e até terceirizada máquina da secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada por Roni Jena Muller, MDB, outro pré-candidato não consegue dar a mínima resposta à sociedade no que é o básico do básico.

A Gaspar que precisa ser estudada. Manchete de jornal: “Conselho promove encontro para discutir Plano de Saneamento Básico“. Esta discussão dura décadas e sob a complacência da sociedade, das entidades, das autoridades e até mesmo do Ministério Público que assinou um TAC e nada avançou. Quando vai se passar da enrolação teórica e que custa dinheiro público, para efetivamente se implantar pelo menos um metro de coleta e tratar um metro cúbico de esgoto em Gaspar daquilo que está projetado para os bairros Santa Terezinha, Sete de Setembro e Centro para minorar doenças e a poluição contra o meio ambiente?

A coleta de lixo reciclável em Gaspar está de sofrível a pior. Impressionante. Há responsável para isto? Quanto ganha? E por que não realiza o serviço de coleta e destinação, depois que a população separa tudo para isso ainda gerar dinheiro e contaminar menos o meio ambiente? As queixas são constantes. O Samae está de ouvidos tampados. A prefeitura quer distância do assunto. Então…

Perguntar não ofende. Mas, o que mesmo faz deputado de Jerry Comper, MDB, de Ibirama, na titularidade da secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina? Estranho mesmo é o “poderoso” MDB aceitar que um deles seja o bobo da corte e represente o partido nesta humilhação rotineira e pública. O governador Jorginho Melo, PL, foi ao BNDES acertar o empréstimo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Aloísio Mercadante, PT, ao programa “Estrada Boa”

A comitiva de muitos, só não tinha Jerry, o padrinho de Ciro André Quintino, MDB, que toda semana se reúne com o deputado secretário e o que faz aumentar a sua distância no campeonato de diárias. Exatamente, prá que? E por falar nisso, já terminou a recuperação da Rodovia Ivo Silveira, como picada ao futuro, entre Gaspar e Brusque? Nota a parte. Jerry esteve este final de semana com Ciro aqui em Gaspar. Será que Ciro irá hoje a Florianópolis falar com Jerry?

A prova de que Gaspar é diferente. Aqui, até as cores das manifestações gráficas do Rotaract são vermelhas.

A prova de que Gaspar é para gente esperta e que acha que os eleitores são trouxas. Os políticos cobrados por falta de resultados que prometeram para a comunidade se eleitos, enrolados em dúvidas, vendo as eleições se aproximarem e temendo pelo pior nas urnas para si e os seus, agora estão apelando aos santos nas capelas e paróquias, bíblias por todo o lado, cultos nos templos mostrando adoração e arrependimento pedindo nova chance, clubes de amigos, vestindo camisas de clubes de futebol populares, rindo pra e de todos (mas do que, mesmo?), bailes, jantares e encontro de amigos com mais variados motivos e exalando o senso de família. E para que tudo isso? Para, mais uma vez, esconderem o que não cumpriram, ou o que era obrigatório como cidadão para a sua cidade.

Perguntar não ofende. A tilápia servida na merenda dos alunos de Gaspar vem das fazendas cooperadas, mas de Timbó? É isso? Mas, quando incluída, por debate e legislação, não era para beneficiar e incentivar os aquicultores daqui?

Depois do Avança Gaspar, depois da Capital Nacional da Moda Infantil uma tirada fake dos políticos daqui e de Brasília, está nos discursos vazios do governo e para a bolha mais uma frase de efeito: “governo idealizador”. Está certo desta vez: só idealiza e não realiza.

Este é o tamanho do desastre marqueteiro do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, nos seus sete anos, com os seus vices Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez. Fizeram o lançamento de um produto que nunca apareceu na prateleira. Acorda, Gaspar!

A choradeira de Ivan Naatz, PL, contra a entrada do prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, Podemos, no PL e articulada pelo governador Jorginho Melo, PL, deve-se a duas coisas que todos sabem lá em Blumenau. Ivan, como vereador e deputado, sempre encurralou Mário e pacientemente, Mário saiu das armadilhas. Testado nas urnas, Mário deu uma surra em Ivan. E se isso fosse pouco, Ivan agora está numa sinuca de bico com o governador que tem o poder de indica-lo ao Tribunal de Justiça como quer Ivan e não depender mais de votos. Ivan estrebucha, apenas.

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12 comentários em “A PROVA DE QUE O GOVERNO DE KLEBER E MARCELO POSSUI MÉTODO. O POVO FAZ E REFAZ OBRAS. E ENQUANTO PREFEITURA VENDE IMÓVEIS OS POLÍTICOS VÃO AS COMPRAS DE OUTROS”

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  3. DINO PRECISA DE UMA GLO, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo

    Na segunda-feira, os repórteres André Shalders e Tácio Lorran revelaram que Luciane Barbosa Farias, mulher do traficante Tio Patinhas, do Comando Vermelho, esteve duas vezes no Ministério da Justiça reunindo-se com servidores. Horas depois, o ministro Flávio Dino correu a explicar-se:

    — Nunca recebi, em audiência no Ministério da Justiça, líder de facção criminosa ou esposa.

    Ninguém havia dito que Dino havia recebido “a dama do tráfico amazonense”, condenada a dez anos de prisão.

    Quem recebeu a Madame Tio Patinhas foram o secretário de Assuntos Legislativos do ministério, o secretário nacional de Políticas Penais, o diretor de inteligência penitenciária e a ouvidora nacional de serviços penais. Em todos os casos, a senhora acompanhava um grupo recomendado por uma ex-deputada estadual fluminense que é vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal do Rio de Janeiro (Anacrim-RJ).

    Pela fala do ministro, receber no ministério uma senhora condenada, casada com um traficante também condenado a 31 anos de prisão, foi coisa dos subordinados. Segundo um dos responsáveis, a entrada do grupo atendeu à ex-deputada estadual. Tratava-se de discutir casos de jovens assassinados.

    A reação de Dino e de seus servidores foi típica das organizações fracassadas. Seja qual for o problema, a responsabilidade não é minha, pois é dele, e assim sucessivamente, até que o assunto seja esquecido.

    A anomalia só foi discutida, e corrigida no mesmo dia, porque o caso foi divulgado. Afinal, as visitas ocorreram há meses, sem registro da presença de Madame Tio Patinhas no grupo. Se os dois repórteres estivessem cuidando das virtudes das GLOs do Rio, a ex-deputada teria mostrado seu prestígio, a Anacrim-RJ teria exibido sua importância, e Madame Tio Patinhas teria documentado seu trânsito.

    O episódio mostrou que se entrava no Ministério da Justiça e nos seus ilustres gabinetes sem qualquer checagem. Seria absurdo checar? Vale lembrar que os cidadãos comuns passam horas em voos internacionais, e seus passaportes são checados pela Polícia Federal.

    Outro dia o ministro Flávio Dino festejou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem parcial que usa efetivos das Forças Armadas para fiscalizar as entradas no Rio de Janeiro. Iria bem pedir a um pelotão que verificasse a porosidade de seu ministério. Seria uma GLO de alto nível.

    Dino explicou que diversos sistemas de informação relacionados com a segurança pública não se falam. Há algum tempo, os sistemas do Ministério da Justiça também não se falavam. Isso não acontece porque a inteligência artificial seja coisa complexa, mas porque a esperteza natural é simples: o negócio é vender equipamentos e os subsequentes serviços de manutenção. Se padronizar, acabam as boquinhas.

    Madame Tio Patinhas circulou pelo Ministério da Justiça pelo mesmo motivo que milicianos e traficantes são libertados. Às vezes isso acontece porque se pode jogar a culpa nos sistemas. Quando esse golpe não funciona, um desembargador baiano entra num plantão e solta o Dadá do Bonde do Maluco. A denúncia desse absurdo partiu do ministério de Dino, e em poucos dias o Conselho Nacional de Justiça afastou o magistrado. Não se passou adiante a responsabilidade.

  4. UM CÓDIGO PARA OS SUPREMOS, por Bernardo de Mello Franco, no jornal O Globo

    Depois de 234 anos, a Suprema Corte dos EUA editou seu primeiro código de conduta. A medida é uma reação a escândalos revelados pela imprensa. Um juiz viajou o mundo às custas de um magnata do Texas, e outro foi a um resort pago por um mecenas do Partido Republicano.

    Ao divulgar o texto, a Corte informou que seus justices já seguiam normas éticas não escritas. Mesmo assim, eles teriam redigido o código para eliminar um “mal-entendido”: a percepção de que não precisariam se submeter a regra alguma.

    No Brasil, o Supremo Tribunal Federal já registrou em acórdão que o Conselho Nacional de Justiça “não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros”. Resta a Lei Orgânica da Magistratura, que só costuma ser lembrada em polêmicas com juízes de primeira instância.

    Como nossos supremos são melhores que os outros, não há por que pedir um código de conduta para a Corte. O decálogo a seguir é um mero exercício de imaginação, baseado em deslizes e conflitos de interesse que nunca ocorreriam por aqui:

    Art. 1º: Os ministros não aceitarão convites para palestrar em eventos patrocinados por empresários ou banqueiros. A regra se estende a eventos no exterior, com debates em língua nacional e cachês em moeda estrangeira. Não haverá exceção quando os empresários ou banqueiros já tiverem sido presos. O fato de estarem soltos não significa que não possam voltar à cadeia na próxima operação da PF.

    Art. 2º: Os ministros não aceitarão presentes caros, hospedagens de luxo ou caronas em aviões particulares. Por receberem os salários mais altos do serviço público, poderão custear suas férias com recursos próprios.

    Art. 3º: Os ministros não aceitarão convites para apadrinhar casamentos de filhas de empresários que mantenham negócios com o poder público. Se aceitarem, não poderão conceder habeas corpus para tirar o pai da noiva da cadeia. Se concederam o habeas corpus, não poderão repetir a dose no caso de o compadre retornar ao xadrez.

    Art. 4º: Os ministros não aceitarão convites para tomar tubaína com o presidente da República. Eventuais visitas ao palácio só ocorrerão em horário de trabalho e com registro na agenda oficial.

    Art. 5º: Os ministros não serão sócios de faculdades privadas. Se forem, jamais poderão usá-las para receber verba pública sem licitação.

    Art. 6º: Os ministros não chamarão nenhum colega de “pessoa horrível”, ainda que estejam convencidos disso. Também estão impedidos de acusar outro ministro de “destruir a credibilidade do Judiciário brasileiro”, mesmo que tenham razão.

    Art. 7º: Os ministros não ensaiarão frases de efeito para brilhar nos telejornais noturnos. Suas falas em plenário serão orientadas pela Constituição, e não pela busca por curtidas e compartilhamentos. Ficam proibidos os votos instagramáveis, com citações pop para viralizar nas redes.

    Art. 8º: Os ministros não usarão a imprensa para antecipar decisões ou revelar intimidades da vida privada. Juiz não é celebridade, e o Diário da Justiça não é a revista Caras.

    Art. 9º: Os ministros não processarão acadêmicos ou jornalistas que fizerem reparos à sua atuação. Como democratas, saberão que agentes públicos devem tolerar críticas, ainda que prefiram elogios.

    Art. 10: Os nove juízes da Suprema Corte dos EUA assinaram o código de conduta, mas não se desculparam por falhas passadas. Nossos 11 supremos não precisam assinar nada, mas se comprometem a tomar juízo.

  5. DINO INCOMODA MUITA GENTE, por Vera Magalhães, no jornal O Globo

    O ministro Flávio Dino (Justiça) tem um espírito brincalhão e costuma fazer graça quando questionado a respeito das várias arestas que coleciona desde que assumiu uma das pastas mais empepinadas da Esplanada sob Lula.

    Até tentou submergir nos últimos meses, quando percebeu que o fogo que o atingia vinha de todos os lados, e não apenas da oposição bolsonarista com que manteve enfrentamento sobre a democracia ainda na transição e mais fortemente depois do 8 de Janeiro, episódio em que teve, com sua pasta, papel central. Mas as controvérsias parecem ir a seu encontro, o que não é nada circunstancial. Afinal, se fatos de março ou maio têm vindo à tona agora, é porque há gente buscando e municiando a imprensa de informações.

    O episódio da “dama do tráfico Amazonense”, alcunha pela qual Luciane Barbosa Farias é conhecida, é o mais recente a servir para fustigar tanto a capacidade de Dino de conduzir a política de segurança pública do país quanto a possibilidade de Lula indicá-lo para a cadeira vaga desde outubro no Supremo Tribunal Federal.

    É inadmissível que uma pasta responsável por lidar com extremismo, contraterrorismo, combate ao crime organizado e outros temas explosivos seja tão displicente com quem entra no prédio onde o ministro despacha para se reunir com seus auxiliares diretos — ou quiçá mesmo com ele. É perfeitamente possível que não tenha sido checada a ficha de alguém condenado e incluído em inúmeras investigações por ser elo financeiro de uma das principais facções criminosas que atuam no Brasil. Mas é assustador que assim seja.

    Precisou ser noticiado pela imprensa para que alguns filtros fossem estabelecidos, não sem que antes os responsáveis tenham tentado minimizar a revelação. Não se trata de insinuar qualquer ligação ou complacência dos integrantes da pasta com o crime organizado. Mas a vulnerabilidade que essas autoridades demonstram é um grande trunfo para aqueles que apontam a incompetência do governo Lula para lidar com o assunto, um dos que mais desgastam a imagem do presidente e da esquerda perante a sociedade.

    Por tudo isso, e também pelo que o caso, de fácil disseminação nas redes sociais e nas rodas de conversa, traz de desgaste à imagem do ministro, é grave que se tenha comido essa bola. E pode haver mais minhoca à espera de enxadadas nesse terreno.

    \A maioria das brigas que Dino enfrentou era necessária, e ele o fez com coragem rara em ocupantes de cargos de confiança. Ex-governador do Maranhão e senador eleito pelo estado, Dino costuma dizer que age sabendo que, se tudo o mais der errado, tem seu mandato para exercer.

    Mas é conhecido em Brasília seu desejo de integrar o Supremo Tribunal Federal, o que seria a coroação da carreira de magistrado de que abriu mão para se lançar na política. Acontece que é essa característica uma das mais usadas contra ele, inclusive pelos que tentam fazer a cabeça de Lula. Dizem que seria político demais e nem a ida ao STF o faria se despir de suas ambições eleitorais.

    Nem tudo que se diz do ministro em Brasília é justo ou verdadeiro. Mas nem Fernando Haddad hoje atrai tanto fogo, amigo e inimigo, quanto o titular da Justiça. Ainda dentro de seu jeito folgazão, ele diz que sua prioridade é emagrecer 32kg e ter uma vida saudável. Está empenhado nisso.

    Mas a demora de Lula em definir a vaga no STF, deixando dois de seus ministros numa arena pública em que esse tipo de ataque atinge mais a um que a outro, faz com que, nem que deseje, Dino não consiga sair dos holofotes.

    A facilidade com que uma dama do tráfico foi recebida e tirou fotos sorridentes no ministério mostra o tamanho do nó que é combater o crime organizado, tão entranhado que está nas estruturas institucionais brasileiras. Para Dino, a tarefa é essa, mas também evitar que a guerra termine com ele como alvo principal.

  6. Algo que precisa ser lido devido a clareza entre o que pode ser crime de guerra e o que é terrorismo. O artigo mostra como Lula é um analfabeto, se não for é um esperto, se não for é um papagaio de pirata de Celso Amorim, PT, esquerda do atraso. E se não for tudo isso, é também um terrorista que nos expõe e nos enfraquece como nação democrática, que ele jura ter restabelecido, internacionalmente

    LULA NOBEL DA PAZ, por Mariliz Jorge Pereira, no jornal Folha de S. Paulo

    O presidente Lula demorou 13 dias para dar nome ao que o Hamas é, um grupo terrorista. Talvez apenas tenha sido cuidadoso e esperado orientação na escolha das palavras ao se referir aos autores do massacre de 7 de outubro. Ou tenha ficado desconfortável de se posicionar diante de eleitores e de parlamentares que apoiam abertamente radicais que estupram, esquartejam e queimam pessoas vivas. Nunca saberemos.

    O que sabemos é que bastou o desembarque de brasileiros e palestinos, vindos de Gaza, para que Lula comparasse a barbárie premeditada, planejada, executada com toda crueldade ao resultado trágico de um conflito. Para Lula, “Israel também está cometendo vários atos de terrorismo”. Confunde supostos crimes de guerra, aos quais Israel poderá responder no futuro, com terrorismo puro.

    A discussão sobre a resposta de Israel aos ataques terroristas é legítima, assim como a indignação pelo número de palestinos mortos. Não há quem não se comova com cenas de bairros destruídos, famílias destroçadas, desabrigadas, sem o menor vislumbre de futuro. Mas não é papel de um presidente abraçar discurso de rede social. Isso não o deixa mais perto do Prêmio Nobel da Paz, que seus apoiadores acham que ele merece.

    Terrorismo é uma palavra muito mais nova do que aquilo que nomeia. Por definição é o uso sistemático de violência para criar um clima de medo generalizado por meio de assassinatos, massacres, raptos, atentados. Apesar de ser empregado como método desde a Antiguidade, como substantivo remonta à Revolução Francesa, ao terror dos jacobinos e de suas guilhotinas.

    Foi o que o Hamas fez. Não há notícias de que o Exército de Israel, por mais letal e condenável que seja sua ação, esteja estuprando mulheres, arrastando-as pelas ruas, assassinando pais na frente de filhos e vice-versa, queimando e decapitando gente ainda viva, com o único objetivo de aterrorizar as pessoas e pelo prazer de matar.

  7. A vergonha e o retrato de um governo convenentes com gangues, facções e bandidos, sonegadores de todos os tributos, os quais se enriquecem numa organização própria e comandam estados paralelos, incluindo “justiça” própria, estão infiltrados no que se classifica de estado oficial, rotulado como democrático, transparente e para todos, e o usam, agora sem disfarces, para seus interesses bandidos particulares. E nós sustentando tudo isso. O Hamas está chegando…Nas favelas, o STF já determinou zonas de exclusões contra as incursões policiais de investigações e combate ao crime organizado sob a desculpa de proteger os escudos humanos usados para a atividade criminosa e ilegal.

    LIVRE, LEVE E SOLTA EM BRASÍLIA, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

    É inadmissível e imperdoável o Ministério da Justiça, responsável pela Segurança Pública, abrir as portas e os gabinetes, com direito a fotos, a uma mulher conhecida como “dama do tráfico”, condenada a dez anos de prisão por diferentes crimes e casada com o “Tio Patinhas”, líder do Comando Vermelho no Amazonas, que cumpre pena de 30 anos, inclusive por homicídios (no plural).

    O secretário de Assuntos Legislativos do ministério, Elias Vaz, assumiu a responsabilidade, mas isso é pouco para quem recebeu a “dama do tráfico”, Luciane Barbosa Farias, e a encaminhou a outros três integrantes da cúpula da pasta do ministro Flávio Dino. O mínimo que Vaz deveria fazer, até para reduzir a pressão sobre Dino, era pedir demissão – se é que não o fez após a conclusão desta edição.

    O escândalo, revelado pelos repórteres do Estadão André Shalders e Tácio Lorran, sem adjetivos, só com fatos, expõe falta de controle e indigência grave e pouco usual. Quem já visitou ministérios, Congresso e Judiciário sabe que são exigidos crachá ou documento de identidade, antes de passar pela segurança. Não é chegar e ir entrando.

    Segundo o ministério, era “impossível” a inteligência identificar quem era a “visitante” e o risco que ela trazia. Como? Para que serve a inteligência? E há complicadores: ela foi a primeira vez, voltou, circulou e se encontrou com quatro secretários ou diretores, sem nem sequer estar na agenda de qualquer um deles.

    A “dama do tráfico” também fez um “tour” pelo Congresso, onde tirou fotos com parlamentares governistas e na porta de gabinetes da oposição, e nas sedes da ONU em Brasília, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Ministério dos Direitos Humanos, tudo a pretexto de uma pauta sobre “questão prisional”. O que ela realmente queria? E o que conseguiu?

    Além de expor a vulnerabilidade dos Poderes da República – já vandalizados em 8/1 –, esse erro tem alto custo político para o governo, porque os bolsonaristas forçam a barra para criar uma hipotética ligação de Lula e do PT com facções criminosas. Pura cortina de fumaça para disfarçar as ligações perigosas da família Bolsonaro com milicianos no Rio, até condecorando um preso acusado de assassinato, depois morto pela polícia.

    De qualquer forma, o Ministério da Justiça e os outros ilustres endereços da República mostraram-se despreparados e negligentes, enquanto a “dama do tráfico” confirma a desenvoltura, audácia e dimensão do crime organizado no Brasil, além da incúria do próprio sistema judiciário. Como uma criminosa condenada a dez anos de prisão pode estar livre, leve, solta e aprontando dessas e outras?

  8. FOME DE ANTEONTEM, por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo

    No conceito, não há nada de errado nas emendas que os parlamentares têm direito de apresentar ao Orçamento da União para destinar verbas a estados, municípios e/ou instituições. O problema está no uso, e principalmente no abuso, do instrumento.

    Tanto por parte do Executivo quanto do Legislativo. Até 2015 o Palácio do Planalto tinha poder discricionário total sobre elas, fazendo da liberação do dinheiro uma maneira de manipular a vontade dos congressistas nas votações de interesse do governo.

    A partir daí, quando foi instituída a obrigatoriedade do pagamento, a lógica se inverteu, e o Parlamento passou a dar as cartas. E com cada vez mais poder, cujo ápice se deu na gestão de Jair Bolsonaro na forma do Orçamento secreto, depois derrubado pelo Supremo Tribunal Federal.

    Hoje existem três tipos de emendas: as individuais, a que cada deputado ou senador tem direito; as das bancadas estaduais; e as escolhidas nas comissões permanentes do Congresso. Juntas, abocanham R$ 37,6 bilhões.

    Isso, porém, não basta à ideia algo megalômana do Legislativo de que pode mandar na destinação de recursos para fazer frente aos seus compromissos políticos. Suas altezas querem criar um quarto tipo de emendas: aquelas controladas pelos líderes dos partidos, cada qual no domínio da cota proporcional ao tamanho das respectivas bancadas.

    O critério vigora para a distribuição do fundo eleitoral. Passaria a ser também o método de repartição de dinheiros públicos, e ainda de modo mais contundente se aprovada a ideia de se estabelecer um calendário de liberação obrigatória para isso, como se aventa no Parlamento.

    Nessa dinâmica, configura-se a seguinte cena: o Orçamento compra o parlamentar, que com ele compra o eleitor. O governo não precisa conversar com as necessidades da população, e ao congressista basta trocar verbas por votos sem precisar apresentar um portfólio de bom desempenho para se reeleger.

  9. CONVERTER-SE AO CRISTIANISMO É A NOSSA ÚNICA ESPERANÇA NA GUERRA DE CIVILIZAÇÕES? por Joel Pinheiro da Fonseca, no jornal Folha de S. Paulo

    A conversão de Ayaan Hirsi Ali ao cristianismo —descrita em seu artigo “Why I am now a Christian”, na revista UnHerd— é um sinal dos tempos. Para quem não a conhece, Ali é uma intelectual de origem somali (já foi cidadã holandesa, hoje é americana) que se notabilizou pela crítica ferrenha ao islã, num momento em que todos ficavam (como ainda ficam) cheios de dedos para apontar problemas na religião. Quando publicou seus primeiros livros, Ali era uma ateia convicta. Fazia parte do chamado “Novo Ateísmo”, junto com Richard Dawkins, Daniel Dennett, Christopher Hitchens e outros, lá por 2010.

    Hoje, o “Novo Ateísmo” virou peça de museu. Havia, de fato, uma certa ingenuidade nele. Primeiro a crença no poder da argumentação para vencer a fé no sobrenatural. E, em segundo, a certeza de que a história chegava ao fim: a democracia liberal e laica era a campeã inconteste no mundo; restava apenas varrer os atavismos da religião, fosse ela qual fosse.

    Mas a história não acabou. Nem a fé. Na guerra de civilizações, Ali vê no cristianismo uma arma mais eficaz do que o racionalismo filosófico. Seu testemunho de conversão é acima de tudo um documento político. Transparece a vontade de defender o mundo democrático e liberal contra o obscurantismo. A palavra “civilização” e seus derivados aparecem sete vezes; o nome “Jesus”, zero.

    Mais do que pessoalmente convencida de que Jesus de Nazaré foi crucificado e ressuscitou para perdoar os pecados do mundo, Ali vê no cristianismo a fonte de um legado: “Esse legado consiste num elaborado conjunto de ideias e instituições pensados para proteger a vida, liberdade e dignidade humanas —do Estado-nação e império da lei às instituições da ciência, saúde e aprendizado”.

    Pressuposto aí está a ideia de que esses valores são consequência direta do cristianismo, ideia que aliás foi recentemente defendida pelo historiador Tom Holland no livro “Império”.

    Não há dúvida de que o cristianismo foi e é um dos elementos que constituiu o mundo democrático liberal que, com razão, precisa ser defendido de forças que buscam destruí-lo. Mas o processo foi longo e complexo. Uma etapa importante dele foi a redescoberta da filosofia grega antiga —em particular, Aristóteles— pelas universidades europeias a partir do século 12. E quem forneceu essa redescoberta ao mundo cristão ocidental foi justamente o trabalho intelectual do mundo islâmico.

    As instituições e direitos tão importantes para nós —como a liberdade de consciência e expressão—, diga-se de passagem, só foram conquistados à revelia dos esforços das igrejas. Pena de morte para apóstatas e homossexuais, que hoje nos horrorizam no mundo muçulmano, já foram parte da cristandade. A julgar por alguns pastores brasileiros, voltariam atrás com a maior facilidade. A Igreja Católica até hoje combate a legalização do divórcio.

    Jovens nutrem fantasias de Cruzadas e repetem o slogan “Deus Vult”. Esse culto ao passado cristão europeu e branco, além de uma visão incompleta do próprio cristianismo, já gerou horrores como o atentado terrorista de Christchurch, em que um neozelandês assassinou 51 muçulmanos.

    “Não podemos resistir a China, Rússia e Irã se não conseguimos explicar para nossas populações por que essa resistência importa.” Concordo. Fica, contudo, a questão: o que realmente importa? Defender a democracia, as liberdades individuais e o primado da razão neste mundo ou a ortodoxia e o perdão dos pecados para a felicidade no além? Um pode perfeitamente existir sem o outro.

  10. A DIREITA DISSONANTE, por Lygia Maria, no jornal Folha de S. Paulo

    A dissonância cognitiva da chamada nova direita chega a ser surreal. Aliando um liberalismo rasteiro com um conservadorismo tosco e anti-intelectual, coloca-se como epítome da liberdade de expressão enquanto promove censura. Trata-se de uma direita populista e reacionária.

    No caso mais recente, o governo de Santa Catarina mandou recolher nove obras literárias de todas as bibliotecas da rede pública de ensino do estado. O ofício enviado às escolas não informa nenhuma justificativa e, quando questionada pela Folha, a Secretaria de Educação não disse quais foram os critérios usados na formulação da sua lista negra.

    Após críticas, o governador Jorginho Mello (PL) disse numa rede social que os títulos serão redistribuídos de acordo com a faixa etária dos alunos. Mas frise-se: não eram livros usados em sala de aula, estavam parados na prateleira de uma estante. Pelo visto, o poder público de SC trata literatura como pornografia.

    Em outra postagem, o mandatário criticou uma tal “agenda ideológica” da educação federal. Confirmando a dissonância cognitiva, não percebe que retirar livros de circulação é uma medida ideológica.

    Sabe quem também proibia livros? Sim, a ditadura socialista da URSS, que essa mesma direita se arvora a criticar. Um deles foi “1984”, a famosa distopia de ficção científica escrita por George Orwell.

    As coincidências dissonantes se avolumam. Dentre as obras censuradas em SC, está “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, outra distopia do mesmo gênero literário. Os dois livros tratam dos limites morais da atuação da ciência, da tecnologia e do Estado sobre o indivíduo. Não à toa, ideologias que objetificam seres humanos querem censurá-las.

    Nos anos 1970, o cineasta Stanley Kubrick transformou “Laranja Mecânica” em filme. Ao falar sobre os aspectos políticos da obra, em entrevista para Michel Ciment, disse: “Vale para os dois pontos de vista extremos, o de esquerda e o de direita. Os extremistas têm o mesmo desprezo pelos homens”.

  11. UMA RADIOGRAFIA DO HAMAS, por Demétrio Magnoli, no jornal O Globo

    A Irmandade Muçulmana nasceu no Cairo em 1928. O Hamas é o galho palestino da árvore egípcia. A organização assumiu o controle incontestável da Faixa de Gaza em 2007, transformando-a aos poucos em fortaleza militar. A ditadura do Hamas no território reprime qualquer dissidência política. Diferentemente, porém, dos regimes de força comuns, é uma ditadura ideológica assentada sobre a interpretação fundamentalista da sharia (lei islâmica).

    Hassan al-Banna, um modesto mestre-escola, criou a Irmandade Muçulmana para reunir as associações religiosas numa organização devotada a superar a cisão entre religião e política e a instaurar um governo islâmico no Egito. Seu discípulo Ahmed Yassin, um filho de refugiados palestinos do Nakba (a “catástrofe” da guerra árabe-israelense de 1948) que se tornou tetraplégico acidentalmente aos 12 anos, fundou na Faixa de Gaza, em 1973, o Mujama al-Islamiya (Centro Islâmico). Da costela da associação religiosa beneficente surgiria, em 1987, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica).

    A carta de fundação do Hamas explicita o objetivo de destruir Israel por meio de uma jihad, a fim de implantar um Estado Palestino baseado na sharia em toda a região que se estende do Mediterrâneo ao Rio Jordão. Os atentados terroristas iniciais da organização pontuaram a “primeira intifada”, uma revolta civil desarmada nos territórios palestinos ocupados. O Hamas denunciou o reconhecimento de Israel pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e os Acordos de Paz de Oslo de 1993 como “traição” da causa palestina.

    Nas eleições autônomas realizadas em Gaza, em 2006, o Hamas derrotou o Fatah, maior corrente da OLP e espinha dorsal da Autoridade Palestina (AP). A popularidade da organização decorria tanto de sua extensa rede de entidades beneficentes quanto da percepção de ineficiência e corrupção que cercava a AP.

    No ano seguinte, os combatentes do Hamas atacaram os representantes da AP e os expulsaram de Gaza. De lá para cá, ao longo de confrontos limitados com Israel, o governo do território desviou fundos de agências internacionais e de países árabes para erguer uma infraestrutura militar que abrange arsenais de foguetes e uma labiríntica rede de túneis.

    Um relato, colhido por uma ONG de direitos humanos, sobre o interrogatório de um prisioneiro do Fatah por agentes do Hamas ilustra trágicos paradoxos. No ápice da sessão de tortura, o interrogador começa a gritar ameaças histéricas — mas em hebraico, não em árabe. É que o agente havia sido, ele mesmo, supliciado anos antes numa prisão israelense.

    “Palestina livre, do rio até o mar” e “Glória aos nossos Mártires” — estudantes da Universidade George Washington, na capital dos Estados Unidos, projetaram sobre a fachada da biblioteca os slogans preferidos pelo Hamas. Há uma triste ironia no entusiasmo provocado pela organização entre parcelas da esquerda universitária ocidental. A ditadura do Hamas prende e sevicia gays, além de praticar sistemática discriminação de gênero. Segundo a carta do Hamas, o papel principal das mulheres é “manufaturar os homens”. A participação feminina na força de trabalho em Gaza situa-se ao redor de 22%, uma das menores do mundo.

    Ditaduras comuns usam a repressão para colher o silêncio. Ditaduras ideológicas buscam outra coisa: adesão. O Hamas nunca deixou de cultivar seus traços de origem, inspirados em iniciativas da Irmandade Muçulmana. Sua rede de serviços beneficentes organiza-se em torno da tríade mesquita/escola/clínicas médicas.

    O pessoal que trabalha na rede — imãs (guias espirituais), professores, médicos, enfermeiros — é selecionado entre adeptos ou simpatizantes da organização. Muitos deles recebem bolsas de estudos para períodos em universidades da Arábia Saudita geridas pela seita fundamentalista puritana Wahab, que mantém uma tensa aliança com a monarquia saudita.

    As alas militar e social do Hamas não estão separadas. Ambas obedecem ao comando da direção política. Israel acusa o Hamas de usar hospitais e escolas como anteparos para centros militares, fábricas de foguetes e depósitos de armas. Nem todas essas acusações são propaganda de guerra.

  12. PRIVILÉGIOS EM CASCATA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    Segundo a Constituição, a remuneração dos membros de qualquer dos Poderes, somadas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não pode exceder o subsídio mensal em espécie dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

    No entanto o Judiciário tem cada vez mais usado subterfúgios para burlar o teto salarial do funcionalismo. Só no primeiro semestre deste ano, ao menos 1.534 juízes federais receberam acima do limite.

    Uma dessas manobras avançou no Conselho Nacional de Justiça em meados de outubro, já na primeira sessão sob a presidência do ministro Luís Roberto Barroso.

    Uma resolução garantiu a equiparação de direitos e deveres de juízes e de membros do Ministério Público —segundo Barroso, pretende-se combater uma “situação de inferioridade da magistratura”. Na verdade, trata-se de igualar regalias que não possuem relação com a otimização do acesso da população aos serviços da Justiça.

    Ate o parâmetro da remuneração de ministros do STF é manipulado. Contrariando determinação do Supremo, Tribunais de Justiça e Ministérios Públicos estaduais estipulam vinculação automática com aumento salarial de ministros da mais alta corte do país.

    Dados de junho deste ano mostram que, em ao menos 16 estados, houve reajuste de 6% sem o envio de projeto de lei para as respectivas Assembleias Legislativas.

    O risco maior da recente resolução do CNJ é o efeito cascata. Com base no ato normativo do conselho nacional, prevê-se uma corrida dos tribunais para turbinar contracheques. Propostas desta natureza já foram debatidas em cortes estaduais e superiores.

    Na última quarta (8), o Conselho da Justiça Federal criou o direito a até dez folgas mensais ou compensação financeira para juízes que acumulem funções administrativas ou extraordinárias. Estima-se um aumento de cerca de um terço na remuneração de parte dos magistrados federais.

    O argumento de que altos salários blindam juízes de sucumbirem à corrupção não pode ser usado como artifício para que a classe eleve seus vencimentos sem debate transparente com a sociedade.

    O Judiciário brasileiro, o mais caro entre os principais países do mundo, joga contra sua imagem ao buscar benesses remuneratórias e mordomias como o evento recém-promovido pelo TRF-6 em uma pousada de luxo em Tiradentes (MG), noticiado por este jornal.

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