A vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, ensaiou na Câmara que, graças a insistência dela, o muro que ameaçava pedestres e alunos do Colégio Honório Miranda, 87 anos de história, começou a ser recuperado.
Não é bem assim. É uma queixa e um desastre, de muitos anos, para muita gente contra o desleixo e à incúria da secretaria estadual da educação. Entre os preocupados sempre esteve a APP do colégio e outros líderes políticos locais.
É uma vergonha o estado em que estava aquele muro, mas daí a política Zilma, antes de ser a educadora, assar sardinha só na sua brasa, é pedir para se queimar também. E isto de desviar o foco das queixas sobre a secretaria municipal ela vem praticando, com método, e não é de hoje. E tem uma razão de ser. É também corporativo.
Desde que o secretário de Educação de Gaspar, um curioso na área, o jornalista Emerson Antunes, vindo de Blumenau, foi se meter no Honório Miranda, sob o silêncio conivente e sepulcral do ex-diretor do colégio e hoje um comissionado municipal Antônio Mercês, Zilma tomou as dores do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, a quem serviu como secretária e serve como vereadora, apontando defeito em terrenos vizinhos.
Melhor faria se cuidasse da secretaria municipal cheia de problemas tão iguais, ou piores do que muro colapsado do Honório.
Zilma foi a secretária de Educação de Kleber. E antes da pandemia, ela foi a responsável pelo atraso do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – entre as nossas crianças e adolescentes.
Como esse assunto lhe incomoda, e diante da minha insistência para que ninguém esqueça desse assunto, chegou a ensaiar transferir parte da culpa na queda aos colégios particulares e estaduais. Eles participaram lateralmente no resultado. Mas, quando separados, os índices até melhoram.
Para encurtar a conversa.
Zilma devia olhar antes e melhor para as escolas municipais onde como vereadora e aliada do prefeito pode interferir diretamente. O próprio vereador da base Amauri Bornhausen, PDT, apontou na mesma sessão, o perigo que é acessar a escola Vitório Anacleto Cardoso; o oposicionista Dionísio Luiz Bertoldi, PT, voltou a carga com a sala que não se fez até hoje na Ana Lira.
Já o Alexsandro Burnier, PL, aguarda explicações sobre custos e defeitos do que se disse ter arrumado na escola Mário Pederneiras, na Lagoa. Isto sem falar que tem APP esperando explicações do caixa administrado por diretora. E por ai vai.
Então, antes de se preocupar com os colégios estaduais, a ex-secretária de Educação daqui, deveria se preocupar com as escolas municipais, onde ela tem poder de interferência direta, é conhecedora por ter sido educadora municipal e até secretária, onde se catapultou numa vaga na Câmara. Acorda, Gaspar!