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A FRAGILIDADE DO VOTO ÚTIL POR GASPAR ESTÁ ESTAMPADA NOS GESTOS CONCRETOS CONTRADITÓRIOS DE QUEM O PROPAGA

É repetitivo escrever sobre o tal voto útil. E já abordei aqui na semana passada – enquanto os outros se escondem para não comentar, expor e debater o que está claro nas rodas de poder que fazem ou se interligam na situação ou oposição – em https://www.olhandoamare.com.br/sem-categoria/as-abobrinhas-do-voto-util-por-gaspar-para-deputado-estadual-nao-param-de-pe-nos-numeros-e-na-coerencia-do-presente-e-futuro/

Em Gaspar, há três candidatos a deputado estadual: Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP; o vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, que por esperteza deixou o PSD e pulou para o Patriota e só revelou isso duas semanas depois da nova filiação; e o ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, PT. Ou seja, o voto útil, deveria incluir a pluralidade dos três. 

Mas, aqui não é assim. “Escolheram” um para mandar recados aos outros e deixá-lo, de verdade, na mão.

Já escrevi que é um exagero o tal voto útil por Gaspar. Sem os votos de fora, e que não seriam poucos, não se elege nenhum candidato daqui. Simplesmente não há votos suficientes. É aritmético. Está na cara dos “çábios” que estão fazendo firulas nas suas vinganças e circos particulares, ou tentando se reagrupar na fortaleza que perderam depois de mal arrumarem seus espaços que perderam por ganância, improvisos, desarranjos, soberba e vícios.

Pior mesmo, repito e reforço, é o tal voto útil como quis se apresentar para um candidato, quando há mais dois outros em Gaspar. 

E tudo de complica, quando se diz que este tipo de gesto tem apoio de empresários, os mesmos que lançaram o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para vê-lo depois correr do pau, exatamente porque sabia ele que a sua eleição seria um jogo arriscado, ficaria sem status, função e poder, até porque não articulou e fez pouco por merecer a confiança do partido e de que ele era um candidato vencedor.

A prova de que tudo não passa de um jogo de cena aconteceu na mesma semana do meu artigo mencionado acima. Ele repercutiu segundo os gráficos de acesso. Lavou a minha alma perante os críticos. Eles estão inconformados com a minha liberdade de expressão aqui neste espaço – que não recebe paga de ninguém, nem mesmo dos acessos -, onde estou desmontando castelos e farsas da nossa aldeia.

A foto que ilustra este artigo é exatamente de empresários que defendem o voto útil, não por Gaspar, mas para um candidato. 

Eles estão comemorando como o deputado Jerry Comper, MDB, de Ibirama, tem defendido os interesses da cidade e daquilo que afeta a região onde está a empresa deles em Gaspar e que querem vê-la desenvolvida numa geografia logística mais favorável e competitiva. E quem avalizou o encontro? O cabo do deputado, Ciro André Quintino, MDB, e o prefeito Kleber, o que não está defendendo o tal voto útil, não esteve no tal palanque e no mesmo lugar, dias depois apareceu lá para defender a candidatura do vereador de Blumenau, Marcos da Rosa, União Brasil e do prefeito de fato de Gaspar, o deputado Ismael dos Santos, PSD, na dobradinha dos templos. Então sou eu quem exagero?

Os empresários da foto estão certos. Primeiro, o que está em jogo é o reconhecimento pelo passado e presente ao deputado, que sempre esteve ligado ao governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, tão logo o governador foi fragilizado por dois impeachments armados por seus adversários que perderam o poder nas urnas e uma CPI da vingança que também não deu em nada. 

Em segundo lugar, o voto útil para um candidato disfarçado de consenso de Gaspar e que não disse a que veio até aqui na política? Como bem se demonstra o cenário e as encenações, trata-se de um jogo para a plateia. Os próprios empresários sabem que mais vale um passarinho na mão do que dois voando. Não basta eleger um candidato, ele precisa antecipadamente dizer preciso dizer a que veio. É preciso de coerência, entender o meio em que está, ter acesso e criar soluções. 

E no fundo, os que defendem o voto útil em candidato sem votos suficientes para se eleger e disfarçado de cidade, sabem que não possuem, verdadeiramente, candidatos daqui para construir pontes em ambientes políticos-administrativos pesado e minado, como são as relações governamentais, para destravar as pegadinhas do governo e dos políticos contra o setor produtivo brasileiro e até mesmo, o catarinense, este, aliás,  muito à frente de quase todos os estados brasileiros. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Você sabe qual a pior coisa que pode acontecer aos donos da política e do sistema político? É quando um candidato não possui rabo preso para se tornar um fantoche nas mãos dele. Ele livre e solto é um perigo ao sistema. Quer dois exemplos atuais? O ex-juiz federal Sérgio Moro, União Brasil PR e o ex-procurador Federal, Deltan Dallagnol, Podemos PR.

O sistema não os perdoa. Eles têm sido perseguidos como poucos neste país – incluindo pelo próprio ambiente de Fiscalização e Justiça: porque um investigou e outro porque julgou políticos de rabo preso (e grossa corrupção) nos seus sistemas.

Perguntar não ofende. Qual é mesma a razão para um filho substituir o sobrenome paterno na sua certidão de nascimento, se anos depois ele jura ter sido este mesmo pai, o melhor exemplo do mundo para ele? 

Eu por exemplo, por pior que tivesse sido o meu pai, e não foi, adianto, não faria esta troca. Simplesmente porque é o meu atestado de origem, da qual não posso me livrar, renunciar ou mascarar. É a minha essência.

Dois meses depois da denúncia do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, de que um casal de comissionados – que estão nomeados por paga política – na prefeitura de Gaspar, com salários somados superam a R$12 mil por mês, mantém um filho em tempo integral na creche pública. Nada foi feito para equipará-lo aos demais alunos da sala, que só tem a possibilidade de meio período.

Ao ouvir novamente o questionamento, Dionísio foi instado pelos representantes do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, a verificar se este privilégio tinha sido concedido antes ou depois que a ex-secretária e hoje vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, fez tal orientação geral, no ajuste promovido com o Ministério Público para diminuir as filas de espera nas creches.

Impressionante como a esperteza prevalece sobre a razão quando os envolvidos são os políticos da mesma barca. A cada renovação de matrícula esta situação teria que ser reavaliada. E muitos trabalhadores, trabalhadores e desempregadas a procura de empregos, tiveram que adotar na marra a nova regra diante da reavaliação. Descobre-se que os amigos do poder de plantão, não tiveram o mesmo azar.

E ainda sobre creches daqui. Precisou um vereador, supostamente da própria Bancada do Amém, aqui do outro lado do rio subir até o Distrito do Belchior para descobrir de que lá, o CDI Irmã Cecília Venturi, é um pingueiro em dias de chuvas, mesmo quando se são fracas? Impressionante! Voltarei ao tema.

Choro. O suplente de vereador Alan Luciano dos Santos, 115 votos em 2020, em Gaspar, foi às suas redes sociais dizer que pediu ajuda aos políticos – o novo mundo dourado onde se meteu – para o seu pai adoentado. Todos, ressaltou, visualizaram seu pedido de socorro, mas ninguém deu bola.

A exceção, segundo ele, foi um deputado de Brasília, que ele não citou o nome na postagem e como afirmou, não o viu há uns dois anos. “Não se trata de contribuir ou não, mas frieza, a insensibilidade e a falta de empatia me machucaram…”

Sério? Perguntar algumas coisas, do básico do básico ao Alan não ofende.

Quem é mesmo o secretário de (des) Assistência Social de Gaspar?  Outro suplente melhor colocado do que ele, um curioso na área, Salésio Antônio da Conceição (371 votos). Qual o político que é sensível e empático que não seja em tempo de eleições, aqui e em qualquer lugar?  Allan está exagerando.

“A vida é feita de colheita e semeadura. Talvez hoje eu esteja colhendo os meus frutos”, bem refletiu Allan, para prometer o troco, fato que não condiz com a gravidade e ao mesmo tempo a suposta candura da queixa: “mas não esqueçam que todos terão que colher”.

Pode ser que vão colher o que mal plantaram. Entretanto, o sistema está dizendo ao Allan de que o usou e já o excluiu. É bem típico. Nem mais, nem menos. Mas, pode ser que volte a usá-lo e ele, sob necessidade e muitas desculpas, aceitá-lo. E aí vai ter que apagar e engolir o texto. É assim que funciona o esquema. Ou há alguma dúvida? Acorda, Gaspar!

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2 comentários em “A FRAGILIDADE DO VOTO ÚTIL POR GASPAR ESTÁ ESTAMPADA NOS GESTOS CONCRETOS CONTRADITÓRIOS DE QUEM O PROPAGA”

  1. Quem diria… Não custa lembrar aos mais jovens e aos que discriminam pela origem, que o primeiro transplante de coração humano no mundo – e relativo sucesso -, foi no continente africano (Cidade do Cabo, África do Sul)

    A ÁFRICA TEMM MUINTO A ENSINAR SOBRE INOVAÇÃO, por Ronaldo Lemos, advogado e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, para o jornal Folha de S. Paulo.

    Quando se pensa no continente africano nem sempre é comum pensar em inovação. Isso é um erro. Primeiro por conta dos aspectos tradicionais e da diversidade do continente, que sempre foram propícios para experimentação e criatividade.

    Recentemente, também pelo fato de haver uma vitalidade enorme apontando para inovações tecnológicas e sociais no continente. Não é por acaso que se fala cada vez mais em afrofuturismo ou de Wakanda.

    Moçambique pode facilmente ilustrar esses conceitos. A história do país é cheia de desafios. A começar porque só se tornou independente em 1975. Logo após a independência mergulhou em uma guerra civil, que acabou somente em 1992.

    A guerra destruiu mais de mil escolas do país, além de arrasar recursos e infraestrutura, incluindo flora e fauna. Até os elefantes de Moçambique são especialmente agressivos, traumatizados pelo conflito.

    No entanto, o país hoje está em pleno processo de reconquista do tempo perdido. É um país demograficamente jovem que tem produzido iniciativas inspiradoras.

    Por exemplo, há um ecossistema de inovação e criatividade em curso. A começar pela questão dos pagamentos digitais. Há mais de dez anos é possível transferir dinheiro pelo celular, sem precisar de conta bancária. Mais do que isso, é possível sacar dinheiro nos caixas eletrônicos sem usar cartão, apenas com mensagens de texto. Ou ainda, pagar qualquer compra com o celular, também sem cartão.

    Enquanto o Pix no Brasil tem pouco tempo, Moçambique tem um sistema de pagamentos digitais há bem mais tempo e com mais funcionalidades que as implementadas até agora pelo Pix.

    Além disso, há uma cena crescente de startups. Por exemplo, o Biscate.com. Trata-se de um site e aplicativo de celular (acessível também por mensagens de texto) que permite aos 14 milhões de trabalhadores informais do país encontrar trabalho eventual.

    Em Moçambique há cerca de 1 milhão de empregos formais, insuficientes para ocupar a força de trabalho. Depois do sucesso inicial, o Biscate está agora investindo em organizar cadeias produtivas mais complexas: conectar trabalhadores com habilidades distintas, criando laços mais sólidos entre demanda e oferta.

    A indústria cultural também avança. O X-Hub, por exemplo, é uma iniciativa que permite a músicos, produtores audiovisuais e outros profissionais criativos alavancarem seu trabalho, inclusive internacionalmente.

    Funcionam com capacitação, internacionalização (traduzem tudo do artista para o português, inglês e francês). Oferecem estúdio de gravação e produção de vídeo. E criam uma rede capaz de profissionalizar a produção local.

    Como sempre gosto de lembrar, a cultura é a porta de entrada para a economia do conhecimento. E o X-Hub aposta exatamente nisso.

    Mais ao norte do país o Parque Nacional da Gorongosa criou um programa de mestrado aberto a pesquisadores do mundo todo. É uma rara junção de parque nacional, com pesquisa e programa social de apoio às comunidades do entorno. Cheguei inclusive a participar da maratona promovida pelo parque com as comunidades vizinhas, com 2.500 participantes.

    Enquanto corria com esforço máximo, fui ultrapassado facilmente por um corredor local que corria de costas. Isso serviu para mim de metáfora.

    No continente africano há muita criatividade, ousadia e formas diferentes de fazer as coisas. Mesmo correndo de costas, com tantos desafios, o horizonte é cada vez mais de ultrapassagens.

    Já era
    Achar que inovação acontece só no Vale do Silício

    Já é
    Inovação no continente africano

    Já vem
    A 6ª temporada do Expresso Futuro, que vai mostrar inovação no continente africano (estreia em outubro)

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