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A COVID VOLTA IMPEDIR AS FESTAS DO TURISMO DAS CIDADES. O VÍRUS DO IMPROVISO ACABOU COM CHUCHOPFEST

Os mais jovens talvez nem se lembrem dela e do nome. Contudo, a maioria deles já ouviu falar da primeira e única Chuchopfest de Gaspar. O fato de ser batizada de primeira, era o indicativo de uma continuidade pretendida.

Ela aconteceu em outubro de 1991. E o que me fez lembrar dela? A imagem compartilhada de um caneco de Chopp que foi entregue muito recentemente ao ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt (2004 a 2008), sem partido, pelo corretor de imóveis, Patrick Sperafico de Andrade, no consultório de médico veterinário do ex-prefeito (foto abaixo).

Não me pergunte à razão desse presente. Não tive essa curiosidade. E ela não é importante para o texto.

Eram os anos de ouro do fluxo de turistas para a recém criada Oktoberfest de Blumenau, via a divulgação nacional feita pela Ceval Alimentos, para a sua marca Seara, uma das patrocinadoras da festa. Era o caminho do fim do governo de Francisco Hostins Júnior, PDC (1989/92), já devidamente de volta às mãos dos políticos tradicionais.

Por aqui, pensou-se em entrar no “embalo” e aproveitar à onda das festas satélites que surgiram com o estrondoso sucesso de público da Oktoberfest de Blumenau em Itajaí, Brusque, Rio do Sul, Joinville, São Bento do Sul e tantas outras. Da quantidade depois se optou pela qualidade. Sem uma coisa, não haveria a outra.

Tempos bons, sem pandemia, sem mesmo a tal gripe influenza e que com a Covid, mais uma vez, surpreende-nos e nos aprisiona, ou nos restringe fisicamente nesta de nos confraternizar e além dos temores, sequelas e morte.

Retomo

Foi ai que surgiu Rui Zimmermann, o múltiplo divulgador emérito e contumaz de Gaspar, morto em 22 de julho, aos 76 anos. Ele criou no ginásio de esportes João dos Santos, a primeira e única Chuchopfest – a festa do churrasco e do chope de Gaspar. E com ela, uma feira de produtos feitos aqui.

Talvez tivesse dado certo se o nome fosse outro, a data fosse outra e o formato também. Faltou marketing. Faltou planejamento. Sobrou iniciativa.

Achava-se que os turistas de fora e que vinham do litoral, onde passavam o dia e se hospedavam por lá, antes iriam parar em Gaspar; não paravam. Achava-se que se teria público local para isso; não teve; estavam todos em Blumenau. Achava-se que o nome da festa seria uma atração em si para o nosso tradicional “churrasco de igreja”; não foi, teve até chacota; não se divulgou no trade turístico o que faz alguma coisa neste ambiente ser sucesso, entrar no roteiro.

E depois festa alemã com música tradicional gaúcha, não era bem o foco que atraía a Oktoberfest, em Blumenau para seus satélites.

A festa daqui teve como uma das muitas atrações nacionais, meio que vazias de público, Berenice Azambuja. Apesar de um sucessos dela dizer que “churrasco e om chimarrão, é disso que o povo gosto, é disso que o povo quer”, provou-se que não combinou com o evento.

A Chuchopfest é um case, a parte, daquilo que não deu certo, mas tinha tudo para dar. Por outro lado, somos expert em festas comunitárias que dão certas.

E não falo da tradicional Festa de São Pedro, mas de todas as capelas católicas que foram construídas com suas festas de padroeiros e que une a comunidade; do Stammtisch do Cruzeiro do Vale; da Expo Gaspar que os políticos resolveram por um tempo, medo e incompetência interrompê-la, do nosso rodeio crioulo um dos mais tradicionais do Sul do país e assim vai. Este DNA está até nas festinhas das APPs das nossas creches e escolas para se arrecadar fundos naquilo que o governo devia colocar a favor da educação e não coloca, apesar do excesso de arrecadação.

O “churrasco de igreja”, ou seja, a chuleta, ou filé duplo, marinado de um dia para o outro em uma alquimia de limão, sal e cebola, com farofa, pão, salada simples (pepino em salmoura, tomate em fatias com cebola entre outras) e maionese com toque caseiro, é algo muito regional do Vale do Itajaí e daqui.

Em Gaspar, a Festa de São Pedro chega a vender até quatro mil churrascos. Um restaurante que só abre as sextas a noite, longe do centro, faz isso e com todas s restrições, algo em torno de 150 unidades por noite. Em Blumenau há pelo menos três churrascarias afamados que tem ele como prato principal do cardápio. Então demanda há. Gosto também. Mesmo entre os mais jovens, desde que não seja uma refeição de todos os dias.

Gaspar perdeu a oportunidade. E começou errando no nome. Bem que poderia ser o “festival do churrasco alemão”, “filé ou churrasco na tábua”, “churrasco de igreja”. Ainda há chances. Entretanto, sem chuchopfest. Este já foi testado. É vintage.

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