O mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, está de volta à presidência da Câmara de Gaspar. Sete mandatos (só não foi eleito em 2004) e quatro vezes presidente dela (2009, 13, 15 e 24) mas não era preciso esta eleição formal, pois Melato sempre “comandou nos bastidores o jogo” na Casa, mesmo nem estando nela. Por exemplo, um mandato quase inteiro – só voltou à Câmara para a desincompatibilização visando a sétima eleição – se dedicou a ser presidente do Samae (2017/20). Esta administração lhe deu uma CPI. Nela, o governo se obrigou a enterrá-la.
Melato recebeu 13 votos na sessão dos 13 votos possíveis. Os demais membros da mesa diretora, somente 12.
É que o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, votou nele mesmo e não em Zillma Mônica Sansão Benevenutti, MDB (vice), Roberto Procópio de Souza, PDT (primeiro secretário) e José Carlos de Carvalho Júnior, MDB (segundo secretário). Notícia velha. Isto aconteceu no dia 14 de dezembro numa sessão de meia hora. Todos já leram ou ouviram por aí, apesar do próprio site da Casa, com dois jornalistas para isso, ter feito um registro pobrinho do evento em si e da sua simbologia.
O gesto de Dionísio também é simbólico.
O PT e o PP sempre se entenderam melhor, mesmo se fingido adversários. É memória. São fatos. E com Melato, muito mais. Foi por Melato que o PP deu governabilidade a Pedro Celso Zuchi na Câmara – e perseguiu colunistas não “obedientes” – quando o PT esteve em minoria coligado com o PDT, por exemplo, ou, espertamente, do lado do atual governo. Aliás, Dionísio nasceu no PP e foi cabo eleitoral do então vereador Melato, antes de ser petista.
Mas, este não é o tema central do meu comentário de desta segunda-feira.
Melato é o que fez a Câmara sair de onze para os atuais 13 vereadores, mesmo contra a opinião pública. E ele se safou das consequências nas urnas. Eram anos diferentes. Controlava-se tudo pela imprensa amiga. As redes sociais e os aplicativos de mensagens praticamente não existiam.
Melato foi o que abriu a porteira para inchar a Câmara de assessores efetivos, comissionados e estagiários. E contra a opinião pública, com o silêncio das entidades da tal sociedade organizada e da imprensa, que precisa dessas magrinhas verbas públicas. E se safou. Virou empregador de cabos eleitorais na Câmara. Os vereadores também. E foi eleito outra vez.
Hoje são cerca de 60 pessoas na Câmara, incluindo os vereadores. Mas, virá mais. E todos os vereadores coniventes.
É uma máquina que consome em torno de R$12 milhões do Orçamento municipal, sem sequer ter sede própria, apesar desta intenção está lá no Orçamento há anos, mesmo hoje, sem terreno para tal. É uma rubrica fake. Serve de “colchão” às manobras “emergenciais” ou, aos repasses políticos como aquele checão ao Hospital – o poço sem fundos que consome recursos públicos bons. O “checão” nem assinatura tinha. Nem banco para bancá-lo. Ele foi feito pelo antecessor Ciro André Quintino, MDB. Tudo para aparecer como pai da matéria. E para não ter concorrência, até deixou de fora o vice da mesa diretora de então, o próprio Melato, seu padrinho. Melato reclamou em nome de todos.
Quem não leu sobre isso está aí o link: VADE RETRO 2023. E LOGO. CINCO RETRATOS DA CONFUSÃO ONDE ESTÃO METIDOS OS NOSSOS POLÍTICOS, “ÇÁBIOS”, MARQUETEIROS, GESTORES E OS “DONOS” DE GASPAR
Retomando.
É de se perguntar qual a empresa em Gaspar possui 60 diretores -livres de até irem à reunião inteira da diretoria uma vez por semana – e empregados, com polpudos salários, cheios de benesses, obrigados à apenas 30 horas semanais de trabalho, exatamente que facilita montanhas de horas extras, justifica a contratação de mais assessores, num círculo vicioso sem fim? Racionalidade, zero! Qual a empresa gasparense que tem à sua disposição pontos facultativos e feriadões a torto e a direito via canetaço do seu presidente para ser dar bem com a galera paga pelo povo que não tem folga?
Qual é a empresa que sem recorrer a bancos, endividamentos, vendas e acirradas disputas pelo mercado, possui à sua disposição mais de R$12 milhões por ano para a gastança seja qual for a crise ou a arrecadação do município?
Vamos adiante.
Não foi Melato, mas foi na Câmara que se ensaiou uma contagem blefe para a cidade ter mais de 90 mil habitantes. Tudo para aumentar, novamente, o número de vereadores e assessores. O IBGE mostrou que ainda somos 72 mil. Engoliram, entretanto com mais lorotas ao distinto público. Entre elas, a de pedir a recontagem dos gasparenses. A parolagem virou piada. E ninguém ficou vermelho. E pior: teve eleitor e eleitora que acreditou. Então…
Foi Melato, que vendo um vereador novato na presidência se preocupando com a “possível” repercussão de medidas impopulares de inchamento e aumentos na Câmara que teria que tomar naqueles dias, pulou no pescoço do político de uma só eleição até aqui e esclareceu: “você como presidente da Câmara é representante dos interesses dos vereadores, da Câmara e não do povo”.
Bingo!
E não é que este foi o tema central do seu discurso de agradecimento da sua eleição combinada do dia 14 de dezembro?
Então se prepare. Vem mais coisas. Entre elas, pode estar o aumento dos próprios salários dos vereadores, prefeito que já é um dos mais altos de Santa Catarina e Brasil (R$33.752,86 bruto), do vice prefeito, dos secretários, do Samae, para os que se elegerão neste ano para o mandato a partir do ano que vem.
Isto, segundo o artigo 29 da Constituição terá que acontecer até seis meses antes do término do mandato deste ano. Se Ciro André Quintino, MDB, não meteu esta mão nesta cumbuca, Melato terá até final de junho para fazê-lo. E cada vez, mais próximo de uma eleição onde o atual poder de plantão e os vereadores nunca chegaram nela tão desgastados como agora.
A reprodução ao lado mostra como está se estudando as brechas da lei. E todos, desmentindo, enrolando…
Mas, como se viu até agora, Melato é um político corajoso. E ela será testada este ano na presidência da Câmara e nas urnas.
Melato não precisará terceirizar o que sempre pensou e agiu pelo poder dos outros que mandou. Não terá mais que dizer a ninguém que o presidente da Câmara está à serviço dos vereadores e não do povo, porque isso, ele próprio já deixou claro mais uma vez, no seu discurso após a eleição no dia 14. É só acessar o site da Câmara: Reunião 14/12/2023 – Ordinária (Mesa Diretora/2024) – Sessões – Câmara de Vereadores de Gaspar (camaragaspar.sc.gov.br) Vou encurtar: está no final do vídeo, se a Câmara não retirar ele do ar e escondê-lo como já fez com outros.
“GESTÃO COMPARTILHADA”
Invocando de forma equivocada uma tal “gestão compartilhada”, a qual ele ouviu piar em algum lugar, Melato mostrou, claramente, que a Câmara continuará a ser um apêndice do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick. Ou seja, ela continuará a ser, como foi até agora via a Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) parceira e aval do erro contra a cidade, cidadãos e cidadãs.
Aliás, Marcelo que foi ao governo pelo PSD, humilhado teve que se refugiar no Patriota – que nem existe mais – e com ficha assinada no PL abonada pelo padrinho deputado Ivan Naatz, de Blumenau, foi dar no PP de Melato. E lá está vestido de candidato a prefeito, mas também está desconfiado. “Serei um ferrenho defensores dos vereadores. Buscarei o melhor para a Câmara, para os vereadores e a municipalidade (Executivo)”, cravou Melato.
E para quem não conhece, o conceito de “gestão compartilhada”, esclareço. Ele é de viés administrativo e de trabalho em equipe. Não, propriamente, de resultado político, mas pode até ser adaptado para um sentido amplo. Contudo, para isto acontecer sob a batuta de Melato, falta-lhe algumas habilidades deste conceito. E por quê? A “gestão compartilhada” exige em primeiro lugar, liderança. Em segundo: transparência. Em terceiro, confiança para o compartilhamento de saberes e experiências do líder com a sua equipe.
E no dia 19 de dezembro, uma terça-feira, e isto ninguém deu até agora, Melato mostrou como vai ser a tal” “gestão compartilhada” na Câmara de Gaspar sob a sua ótica bem particular.
Sem estar investido de presidente – pois isto só aconteceu no dia primeiro de janeiro deste ano – Melato reuniu todos os funcionários e deu as suas tintas, não como líder, mas como chefe. Ou seja, de cara, afogou o conceito de “gestão compartilhada” e continuou a se apropriar dele como falsa marquetagem.
Nem tudo está perdido, todavia.
Finalmente, ele próprio reconheceu, que na sua visão particular, a Câmara de Gaspar está uma bagunça. Exatamente, o que ele próprio criou, mesmo sendo a sombra do ex-presidente Ciro, por exemplo. Citou muitas pontas soltas e que ele terá o CPF (?) dele a zelar neste ano de eleições. Para quem abriu as porteiras da Câmara, para quem viu o governo enterrar uma CPI para livrá-lo de culpa e quem fez isso perder votos; para quem presidiu outra CPI no ano passado, que escondeu tudo para Kleber e sua turma de templo e negócios passar como santa e ilesa, a afirmação de zelo, soa como mais uma chacota, como aquela que ele contou na mesma “reunião”: quando trabalhava na Ceval, os líderes dela passavam algodão no rosto dos funcionários para ver se tinham eles feito a barba. É prácabá.
Aqui está a gravação da sessão de bobagens, de sinais, de perigos, de pegadinhas e à tentativa de tomar a rédea naquilo que pode estar perdido ao seu modo, ou que tem que já não domina mais. Por coisa assim, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, bem como o próprio Kleber, já passaram por perrengues caros.
Esta gravação acima não é clandestina, até porque em nenhum momento o próprio Melato advertiu que a reunião não deveria ser gravada, ou que sua fala não podia ser gravada. Melato, experimentado, é avesso a este tipo de documentação. Os funcionários da Câmara ficaram arrepiados. Se escutar bem e se colocar a um ouvido jurídico especializado, vai se concluir se tratar de assédio no ambiente de trabalho.
Mas, como se trata de Melato, ele se antecipará e alegará que foi ele o assediado e que Jesus Cristo morreu de pneumonia, não exatamente da crucificação, como atestam os textos sagrados dos cristãos. Abaixo, alguns trechos elucidativos que estão na gravação acima, cujo áudio está levemente comprometido (baixo). Contudo, perfeitamente audível, sem edição, sem truques. E pronto para ser periciado, por quem se especializou em desqualificar este tipo de prova em favor do poder de plantão ou contra adversários.
“Os antigos já me conhecem… Não vou ao baile sem ingresso…. Estou recebendo um passivo de horas para compensar que dá quase um ano…Eu vou resolver… Eu não vou deixar no meu colo… Ah, mas eu tenho direito; procure o seu direito; eu não quero saber … pessoal tem aqui uma resolução; não fui eu quem fiz… Eu tenho que cumprir… Eu recebi um passivo de horas para compensar; dá quase um ano… vamos resolver… eu não vou deixar no meu colo… Isto aqui é local de trabalho… Ninguém vai para academia… ninguém para a praia… Vereador está de saco cheio de tanto comprar rifa… Não vou puxar ninguém pela mão… Aqui não é quitanda…. Pessoal esta reunião é importante; depois não vem chorar as pitangas… Não sou eu quem digo; são as resoluções; eu sou cumpridor das resoluções… Vai ser um ano bacana para a gente trabalhar… Vamos melhorar a estrutura; vamos buscar outras ferramentas… Não inventem a roda; no ano [2024] que vem vão todos estar de olho em nós; não vou ter pena de ninguém; não vou deixar o meu (?) na reta…Pessoal, preta atenção. Não tente me tirar para bobo; a minha rede é forte… Eu já recebi foto com carro na garagem [carro oficial na casa de funcionário]…Prestem atenção: eu não vou ter pena de ninguém…Se alguém pensa que vai me carregar, com certeza não vai me carregar… Minha forma de trabalhar é assim; mas eu sou um cara-de-boa…Crachá? Não fui eu quem inventou o crachá? Por que tem gente que usa e tem gente que não usa?…Tudo a gente pode conversar; mas não se meta a experimentar…O tempo vai se encarregar e esse caminhão de melancias vai se ajeitar…Vamos deixar a Casa aparelhada para a pessoa mais importante: o vereador…Nós estamos aqui por causa dos vereadores… As terças e quintas estarei aqui para despachar…”
Conclusão: o tal papo reto, como classificou o próprio Melato na reunião, foi na verdade, um mea culpa” e ao mesmo tempo, uma tentativa tardia de puxar freio de mão em algo que já ganhou caminho e velocidades próprias. E fora dos trilhos. Já escrevi sobre isto várias vezes. Então, aos meus leitores e leitoras, isto não é novidade.
Um freio naquilo que o próprio Melato criou e desandou ao inchar e validar uma super-estrutura na Câmara para os vereadores se tornarem reizinhos e pior, neste mandato, servis ao Executivo. A exceção foi o Dionísio. Alexsandro, rotulou-se como um oposicionistas. Nem nos discursos ou no silêncio deixou isto claro para a sua galera.
É que quando as batatas quentes passaram pelas suas mãos – e não foram poucas -, Alexsandro preferiu preferiu passar manteiga ou descartá-las.
De verdade, o único oposicionista e com credibilidade porque pertencia a então Bancada do Amém – e não negava isto e não foi impedimento para apontar o dedo dele para os erros do próprio governo -, onde estão onze dos 13 vereadores, foi Amauri Bornhausen, PDT, diabético, cardíaco, cadeirante, sem as duas pernas.
Ele já está morto. Em menos de dois anos fez mais opor Gaspar na Câmara do que muitos vereadores de décadas. Amauri, um funcionário público municipal exemplar e um católico fervoroso, verdadeiramente, assustou todos, desde Kleber até mesmo o mais longevo dos vereadores. Melato, não conseguiu enquadrá-lo. Amauri não fazia palanque. Ele desnudava o seu governo e os que o acobertavam. Sem demagogia. Mesmo sob ameaças. Seria prefeito e contra a casta que se veste como dono da cidade e que ainda tonta, com a realidade que não cuidou, ainda procura um candidato viável, maleável, dócil, para dizer que é seu.
Por que Melato está preocupado em reassumir à Câmara que a conhece por três décadas? Vaidade. É também porque a criatura está comendo o criador. Só isso! Ainda mais Melato, um centralizador. Esse discurso arrumado de “gestão compartilhada” é estorinha – sem h- prá boi dormir, ou exibição de um conhecimento num assunto que não domina. O áudio da reunião é a melhor testemunha de defesa desse desconhecimento. Nada será compartilhado: façam o que eu digo, não façam o que eu faço. Simples assim. Cada uma! Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O governador Jorginho Melo, PL, caminha para ser o pior governador que Santa Catarina já teve. Quer porque quer, bater a marca do piauense e ex-funcionário de carreira da Fazenda Estadual, Paulo Afonso Evangelista Vieira, MDB (1995/99).
Sem base estável para a governabilidade na Assembleia, Jorginho nega – e destrói – o modelo econômico sustentável e diversificado de Santa Catarina; cria dúvidas permanentes; concede benefícios populistas renegando o viés liberal que fez o estado ser diferente e sofrer menos diante das turbulências setoriais e pandêmicas regionais, nacional e principalmente internacional, diante da forte dependência de exportações.
Jorginho Melo, PL, deveria estar focado nesta governabilidade mínima, até porque como ex-presidente da Assembleia, era um especialista em encurralar o governador de plantão.
Uma das bandeira e dos focos que Jorginho Melo, PL, deixa escapar, contra o futuro dos catarinenses? Criar mobilidade logística para dois vieses fundamentais de Santa Catarina: o de mercadorias, incluindo uma ferrovia interligando os portos e com isso retirar parte do movimento da BR-101 e que não terá soluções com as marginais – e a do turismo.
Sem caminho, saneamento e segurança isto não é possível explorar e dar emprego e renda aproveirtando as nossas bvelezas naturais e que diferem de outros estado.
Qual o outro foco? O da mitigação, prevenção e proteção aos eventos climáticos severos, cada vez mais severos, que desorganizam a economia – incluindo a geração de tributos – e enfraquecem – com resultados eleitorais diretos e imediatos nas urnas – as comunidades neste modelo de desenvolvimento diversificado.
Precisou o desastre de grande monta para o estado, investidores e as pessoas para se provar que o Coronel Armando Schroeder, PL, de Joinville, empregado por perder reeleição à Câmara federal, era um curioso na Defesa Civil e Proteção. Decisões ou a falta delas, quase afogaram em três metros além do pico que se alcançou nas enchentes de outubro do ano passado contra negócios, residências, sonhos, futuro e pessoas em Ibirama, Indaial, Timbó, Blumenau e Gaspar.
Jorginho Melo, PL, o que não consegue se expressar, precisou arrumar mais uma encrenca e desgastes nomeando o filho Felipe – a eterna iminência parda do governo- para ser seu Chefe da Casa Civil. Ilegalidade? Nenhuma. Falta de competência ao indicado? O currículo o avaliza. Imoralidade e impessoalidade? Às escâncaras.
E o que mais? O governador Jorginho Melo, PL, perdeu mais um e grande oportunidade política para compor com aquilo que ainda não está dentro do seu próprio governo: a governabilidade com a estabilidade política indo da Assembleia e outros setores da sociedade. Jorginho não cisca para dentro. Não aprendeu nada com Luiz Henrique da Silveira, MDB. Ao contrário,: arrisca e se vinga. E quer abraçar o mundo. Não está dando e não vai dar certo.
O resultado está aí. Desgastes. Felipe Melo poderia, continuar onde sempre esteve e que todos sabiam ser o braço direito de Jorginho, sem cargo algum de primeiro escalão. Agora, Felipe também está exposto. Gente estranha quando esá no poder. E Jorginho está perdendo tempo compondo com candidatos para o seu PL ser poder em outubro de 2024. Mas, com este tipo de erro estratégico dentro do próprio Centro Administrativo? É de se advinhar o desastre que está por vir. Em Gaspar ele está madurinho.
E quem entrou na dança de Jorginho Melo, PL e ficou tão exposto quanto ele e seu filho? A Justiça catarinense. Um plantonista, que notoriamente não vai com a cara do governador, via os radicais do PL e que por enquanto são coisas diuferentes – e é simpatizante progressista, resolveu aparecer. Criar torcidas. E mandar recados. Impressionante.
O magistrado chegou a reconhecer nas 17 laudas que produziu, em menos de três horas para acolher a liminar pedida pelo braço radical do PT, o PSOL, contra uma pretensão do governador do PL, em algo que nem tinha sido produzido – a efetiva nomeação ou posso que se daria hoje e continua marcada -, de Felipe, de que não havia nada contra na Lei vigente e que há decisão passiva em súmula vinculante do STF, de que estas nomeação é possível.
E num exercício de corporativismo, o plantão decidiu não rever, mesmo reconhecendo de que nada do que se argumentava pelo PSOL feria a lei, a não ser, uma subjetiva imoralidade. Agora, cá pra nós. De que moralidade esta gente está invocando e falando diante de tantas barbaridades proferidas nos tribunais? Quem no mesmo plantão, conseguiu em tão pouco tempo um mandato de segurança para sustar ou mandar fazer alguma coisa?
O Tribunal, com o embroglio exposto, apenas mostrou que rasgou os códigos, as súmulas, jurisprodência e precedentes para privilegiar a hermenêutica particular dos magistrados, frustrando a essencial segurança jurídica. Se fazem isso com gente importante no cenário social e político do estado, o que farão com o sé pequeno nas Comarcas e no próprio Tribunal, principalmente quando se tem influência e dinheiro para se contratar advogados de relacionamentos privilegiados?
Bom. Nesta segunda-feira, espera-se, decida-se essa querela de mais uma página amarga da nossa história. Um juiz, usando a imagem do judiciário, sem base legal, mas para mostrar o alcance da sua decisão e ser protagonista, em claro revanchismo, deixou o governador Jorginho Melo, PL, sem saída: a de manter a indecente nomeação do seu filho para o primeiro escalão do governo.
Agora, será uma “questão de honra” e a sua claque vai aplaudir. Simples assim. Ficará o PSOL, o PT escondido, e a esquerda do atraso alimentando os seus e a imprensa contra o governador. Só isso. Para quem não tem outro discurso, este é o suficiente, no nós contra eles, e como Santa Catarina é majoritariamente conservadora, já se sabe quem terá resultados melhor com esta contenda.
Perguntar não ofende. Por que agentes públicos foram ao tal Cruzeiro do Neymar e escondem as fotos de tal “dolce vita” nas redes sociais, imprensa e aplicativos de mensagens? O pior do que não se exibir, é saber que a cidade inteira sabe de tudo… Acorda, Gaspar!
Estes são os diretores nomeados pelo governo do estado para os colégios estaduais de Gaspar: Frei Godofredo, Eneas Marcos Lana; Ivo D’Aquino,Thaís Helena Marques Cortico Coradini; Marina Vieira Leal, Eliana Aparecida Motta; e Honório Miranda, Jucineide Ricobom Zimmermann. Agora não há mais choro. Todos tiveram a oportunidade de ocupar a função no voto, em alguma delas esta liberdade escapou.
Bom, eu escrevi que este negócio da lei anti-fogos com estampidos em Gaspar era coisa para inglês ver aprovada em novembro. Não é que no encerramento do escritório onde está o vereador autor da Lei, Francisco Hostins Júnior, MDB, ele foi marcado pela queima de rojões? Tem gato do vizinho que sumiu e até hoje não voltou.
Gaspar é a cidade da piada pronta. E não me refiro ao título que os políticos em Brasília lhe deram de Capital Nacional da Moda Infantil. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para justitificar estar num convescote em Balneário Camboriú neste sábado, jurou que estava atraindo empresas para Gaspar. Ele teve mais de sete anos para fazer isso e deveria começar pela atualização do Plano Diretor que está atrasado desde 2016, ou por exemplo, ter asfaltado a Vidal Flávio Dias, onde há um Distrito Industrial.
Mas, a lista é longa e possui muitas aberrações contra a vinda de empresas. Entre elas, está à falta de vagas em creches, mesmo as de meio período; sistema de assistência social pífia; saúde pública nos postinhos e no Hospital claudicantes; falta de turno integral e contraturno nas escolas municipais, falta de programa habitacionais para baixa renda; a mobilidade comprometida para o Centro ou quem atravessa a cidade…. Atrair o que mesmo, se não fez a lição de casa nestes anos todos? Acorda, Gaspar
Há três semanas, a bandeira de Gaspar, está rasgada, sem o “miolo” dela, onde está o brasão da cidade. A bandeira inclusive a meio mastro, naquilo que a prefeitura de Gaspar convenciou chamar de atração turística de Gaspar, o mirante do Rio Itajaí Açú, que fica defronte à própria sede da prefeitura na rua Aristiliano Ramos. Nem a chefia de gabinete, nem o gabinete do prefeito, nem o gabinete do vice prefeito, nem a secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda, nem o Arquivo Histórico foram capazes de nos livrar desta vergonha e que retrata bem o decuido orquestrado da atual administração contra a cidade.
E olha que isto aconteceu antes das férias coletivas. Não é à toa que a bandeira está à meio pau. Sinal de luto contra a incapacidade dos políticos em promover soluções, as mais simples, como esta para a cidade, os cidadãos e cidadãs. Avança, capim!
6 comentários em “A CÂMARA DE GASPAR VOLTA ÀS MÃOS DE QUEM A INCHOU, SEMPRE DEU AS TINTAS E FAZ DISCURSO DE AUSTERO AOS SERVIDORES ANTES MESMO DE SER PRESIDENTE DE DIREITO”
Impressionante a capacidade que nós, eleitores/contribuintes, temos para manter as mesmas pessoas no poder, hein?
Se não é pelo resquício da ditadura, é por excesso de religiosidade de cabresto ou de rebanho.
Tanto um, como outro, lançavam nas fogueiras os seus dissidentes.
Ou será que alguém poderia esquecer do massacre da época da inquisição da igreja católica ou dos desaparecidos políticos dos anos de chumbo?
Eu acredito no Deus vivo que tudo provê através do brotar incessante da natureza.
A ele presto as minhas reverências reciclando 95% do meu lixo, tratando o meu esgoto e preservando com mata nativa 3.000 dos 3.200 M2 que herdei do meu pai e avós.
A pior ditadura é aquela que se disfarça e usa a Democracia para se instalar e nos calar. Há um livro, muito focado no caso dos Estados Unidos, mas com exemplo de outros e que recomendo a leitura dele: COMO AS DEMOCRACIAS MORREM, por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, da editora Zahar.
Acabar com aas vozes da democracia, é um método criminoso rotulado de democracia. Sem tiros, sem soldados, sem tropas, mas tomando as instituições, incluindo o Legislativo, judiciário e a imprensa.
Gaspar é um micro exemplo disso. Tudo dominado em favor de uma poucos que se acham a casta da cidade.
Enquanto o POVO gasparense permanecer anestesiado pela inércia, os lobos seguirão uivando e esvaziando o galinheiro.
GOLPE É “FANTASIA” PARA LEGITIMAR POLARIZAÇÃO, DIZ ALDO REBELO
Há poucos políticos com um histórico tão completo quanto Aldo Rebelo. Foi deputado federal por 5 mandatos, presidente da Câmara dos Deputados (2005-2007), e ministro de 4 pastas diferentes nos governos petistas: Coordenação Política (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016). Hoje, porém, ele contesta uma das principais narrativas do 3º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a de que seu governo quase sofreu uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Para o ex-ministro, trata-se de uma “fantasia” entoada pelo petista e seus seguidores…
Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/governo/golpe-e-fantasia-para-legitimar-polarizacao-diz-aldo-rebelo/)
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Com janja dividindo o palco com lula, estaria o lupanar vermelho em chamas?