Para não passar batido, porque na imprensa daqui, há um desinteresse e um silêncio só sobre o que aconteceu. Afinal são sinais tortos e que mostram o quanto os vereadores daqui se desviam daquilo que é essencial na discussão dos problemas municipais e entram na pilha de Brasília, onde não influem e nem contribuem. Estranhamente, o silêncio também percorreu as redes sociais.
Na sessão terça-feira passada na Câmara de Gaspar – e que só se reúne deliberativamente uma vez por semana e em média por uma hora e meia -, ia normal. E já na ausência da presidente – a que tanto queria a função, mas pela segunda vez sai antes dela terminar dando exemplos a outros doze que assim fazem repetidamente e na última sessão foram mais dois -, o tema foi à necessária suposta paz nas eleições de outubro deste ano.
Legal.
A proposta foi puxada pelo “incendiário”, mas articulado, e suplente de vereador, o petista Antônio Carlos Dalsochio. Ele focou na necessidade diálogo e respeito às ideias contraditórias, usando o mau exemplo acontecido recentemente na paranaense Foz do Iguaçu, onde por divergência política – estranhamente a polícia de lá já concluiu o contrário no inquérito e que terminou antes do tempo – onde um bolsonarista matou um petista. Ele usava Lula e o PT como temas do seu aniversário de 50 anos num clube fechado e em festa particular.
O bolsonarista Alexsandro Burnier, PL, ensaiou um discurso parecido. Entretanto, livrou a cara do assassino e transferiu a culpa para o morto, que teria provocado a reação, ao escolher um tema de tão mau gosto. Não se trata da escolha do tema, e sim da reação, da intolerância e do resultado trágico por causa disso. Para Alexsandro, o jurista e julgador, não houve motivação política. O culpado disso tudo, na verdade, para ele está sendo a mídia que explora indevidamente o assunto. Ai, ai, ai!
Estranhamente, a exploração deste fato está ampla e acirrada, exatamente nas mídias sociais e recheadas não apenas de fatos e opiniões, mas de fake news a serviço de qualquer lado e tese.
Volto.
Tomando um exemplo banal que todos nós estamos expostos, devido a nossa quase eterna paixão clubística no futebol. Numa mera suposição, se alguém palmeirense, usasse o Palmeiras como tema de sua festa de aniversário de 50 anos, não seria por isso, que daria razão a qualquer um que fosse, por exemplo, corintiano, invadir a festa do palmeirense e matá-lo por ser um torcedor e usar o Palmeiras como tema de sua festa. Simples assim!
Foi isso que aconteceu em Foz de Iguaçu, mas com contornos ideológicos, ou simplesmente de simpatia política. E os políticos, inclusive os daqui, fingem não entenderem isso. Estão, mesmo supostamente pregando a paz que dizem serem portadores dela nestas eleições, estranhamente alimentam para mais discussão, o ódio e mais acirramento. Simples assim!
Pior mesmo, foi a reação do vereador Giovano Borges, PSD, investido de presidente da sessão na ausência da titular. Ou seja, naquela função ele deveria ter o poder moderador. Primeiro misturou tudo. Usando o espaço que acumulava de líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, disse que no tempo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT, quebrava-se tudo não no varejo, mas no atacado, matava-se as pessoas e as levava para os hospitais. Ai, ai, ai. Cada coisa e tem gente que acredita em fatos mal descritos e descontextualizados!
O que mostra isso? O clima de uma eleição cercada de ódio, de ambos os lados. E se retroalimentando. Pior, e nos grotões.
Quem iniciou esse tipo de prática, inegavelmente foi o PT, com a separação de classes, os sucessivos empoderamentos, o uso da intimidação e a bandalheira sindical. Mas, quem a potencializou, foi, sem dúvida alguma, o bolsonarismo, tanto que depois de 25 anos de urna eletrônica nas eleições, sem até agora, haver uma mínima prova de fraude, não a quer mais. Os bolsonaristas, conservadores, direitistas ou coisa que o valha, a rotularam como uma máquina de fraudar, o equipamento e um processo que os elegeu, inclusive, para estar no poder e fazer troça de algo quase incontestável.
Querem o voto papelinho, escrito, num país que temos seis milhões de eleitores analfabetos segundo o TSE, para se roubar na mão boba, gerar mais confusão, retrocesso e vergonha. E isso dito por um presidente e ex-deputado Federal, Jair Messias Bolsonaro, eleito em oito oportunidades pela urna eletrônica, fato que nunca antes ele contestou.
Hoje Bolsonaro estará reunido em Brasília com os embaixadores para mentir mais uma vez e reclamar de uma possível fraude para tirá-lo da presidência via as urnas eletrônicas.
Naturalmente, Bolsonaro sabe que as urnas eletrônicas não poderão contar os votos que ele não possui mais, depois que traiu a Lava Jato, negou a pandemia com quase 700 mil mortos, quebrou o posto ipiranga da economia e se uniu ao guloso Centrão por bilionárias emendas secretas, enquanto devido à má gestão do governo que lidera, 30 milhões de brasileiros passam fome, literalmente.
E para encerrar.
Quando verdadeiramente Giovano teve que exercer o seu papel de defensor de Kleber naquilo que Dalsochio disse ser um desatino administrativo da atual administração, Giovano comparou-se, mais uma vez, nos erros de Kleber com o governo do petista Pedro Celso Zuchi e que está em campanha para deputado estadual, enquanto Kleber correu do páreo. Mas, perguntar não ofende: não foi exatamente para fazer melhor e corrigir os erros de Zuchi que Giovano e sua turma elegeram Kleber e Marcelo de Souza Brick, Patriota? Agora estão se comparando ao que diziam ser o pior e que mudariam?
É para não discutir a nossa aldeia que os políticos dela, estão discutindo assuntos de Brasília onde os políticos de lá estão comendo a carne de primeira sustentada por nossos pesados impostos, e os daqui, nem cheirando os ossos descartados dela estão. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Poço sem fundo. Já escrevi aqui que o Orçamento de Gaspar é uma peça de ficção. Quase todas as sessões da Câmara, há mudanças nele que passam a rodo sem muitas explicações. Também já escrevi aqui várias vezes que o Hospital de Gaspar é um poço sem fundos de recursos do Fundo Municipal de Saúde.
Agora, o vereador Alexsandro Burnier, PL, descobriu que entrarão na conta do Hospital mais outros R$15 milhões. “O Hospital bem recebendo muito dinheiro, e não vemos a diferença na ponta. Por isso solicitei que os responsáveis venham à Câmara explicar”, escreveu o vereador na sua rede social.
Bobagem vereador. Primeiro Alexsandro assistiu o desmascaramento disso feito pelo vereador Amauri Bornhausen, PDT, e com números do próprio Hospital. Não se indignou, apenas se solidarizou e ficou quieto. Segundo: não era para se unir e formar uma força tarefa para ir mais a fundo?
Foi exatamente por solidariedade passiva, que o Hospital e a área de Saúde Pública, em Gaspar, continuaram e continuarão sendo uma caixinha preta e de surpresas contra os cidadãos e os mais vulneráveis.
O vereador Alexsandro vai apenas ocupar espaços na sua rede social e será minoria na votação que vai transferir mais essa montanha de dinheiro para um Hospital que não presta contas – tente acessar o site dele -, que atende mal, segundo os seus próprios clientes em sucessivas reclamações nas redes sociais, e até na imprensa, e que ninguém sabe de quem é e está sob intervenção dos políticos da prefeitura de Gaspar há muitos anos, com a desculpa de saneá-lo e melhorar no atendimento.
Aliás, perguntar não ofende: o que aconteceu com o vereador Amauri, que de uma hora para outra também ficou em silêncio neste assunto que tão bem dominava e desnudava? Disse que esperava novos relatórios e novos números. E eles chegaram fazem meses. Acorda, Gaspar!
3 comentários em “BRIGA DE CACHORROS MAGROS EM GASPAR MOSTRA O QUANTO ESTÃO LONGE DA CARNE DE PRIMEIRA DE BRASÍLIA”
Ditran deixa novamente contrato dos pardais (lombadas eletrônicas) vencer… agora com o diretor vulgo cabide de emprego do vice exonerado, quem vai cuidar disso? Cadê o “secretário” da fazenda Sr Jorge que tá mais para o hospital do que para a secretaria? E o adjunto? Quem é ele mesmo? Acorda Gaspar…
Esta é mais uma prova inequívoca de que as fotos que o governo de Gaspar posta diariamente nas redes sociais de reuniões de “alinhamento” e “planejamento”, são propagandas falsas. E tem quem acredita nestas fantasias de quem não tem qualquer cacoete de administrador.
AÇÃO DO TWITTER CONTRA MUSK É NOVO REALITY, por Ronaldo Lemos, advogado e diretor de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, publicado na edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo
A peça de entretenimento mais divertida e interessante dos últimos tempos não é um filme, nem série, nem show. É o documento apresentado pelo Twitter na ação que a empresa move contra o bilionário Elon Musk por ter se recusado a seguir em frente com sua oferta de compra.
A peça é não só interessante e bem-feita como divertida de ler. Tem drama, humor, ironia e um supervilão. Funciona como o primeiro episódio bombástico de um reality show que provavelmente irá durar por muito tempo.
A primeira coisa que chama a atenção no documento é sua clareza e narrativa enxuta. Diferentemente da língua falada por advogados e juízes no Brasil, que é propositalmente difícil e falsamente rebuscada, a reclamação do Twitter é de uma precisão invejável. Isso ilustra não só a tradição legal dos EUA – que é mais simples e acessível de fato do que a brasileira – como também um desejo de que o texto seja lido por muita gente, inclusive por não advogados.
Em outras palavras, para vencer o Twitter, vai precisar ganhar corações e mentes em uma batalha que é fortemente legal, mas tem também um componente político.
Para quem não acompanhou o caso de perto, vale um resumo. Musk propôs comprar o Twitter por um preço exorbitante, 54% acima do seu valor de mercado na data da oferta. No entanto, pouco depois de fazer sua proposta, os mercados globais mudaram completamente. Houve alta de juros nos EUA, e o acesso fácil a capital secou. Além disso, as ações da Tesla, principal fonte da riqueza de Musk, desabaram em comparação com seu pico de meses atrás. O mesmo aconteceu com as ações do Twitter.
Em suma, Musk ficou com uma caveira de burro nas mãos. Assumiu a obrigação de comprar uma empresa por um valor US$ 17 bilhões acima do mercado. Além disso, viu derreter as possibilidades de conseguir financiar sua oferta para conseguir pagar o preço total de US$ 44 bilhões.
Em outras palavras, Musk cometeu um erro grosseiro. Era previsível uma alta de juros no horizonte. Para se livrar da obrigação de seguir em frente, alega agora que o Twitter não apresentou dados necessários para a compra, incluindo um balanço do número de contas falsas e robôs na plataforma.
O documento apresentado pelo Twitter demole cada argumento de Musk. É um texto que pinta o empresário como um bilionário irresponsável. Chega a dizer que sua “tentativa de fugir do negócio é um modelo de hipocrisia”. De fato, a aventura malsucedida de adquirir o Twitter mergulhou a empresa no caos, levando à saída de funcionários e executivos. Além disso, só aumentou a queda das ações da empresa.
O que poderá acontecer no futuro? O preço do Twitter baixou tanto que há a possibilidade de outro proponente aparecer para comprar a empresa. Não seria algo surpreendente no cenário atual.
Outra possibilidade é o caos causado por Musk tornar o Twitter progressivamente inviável, levando a uma perda crescente de mercado. Um acordo também é possível.
Seja lá o que acontecer, Musk arrumou uma dor de cabeça. Talvez essa ação sirva para definir alguns limites para o que bilionários incautos podem fazer.
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