Importei e fiz desta afirmação anônima, o título deste artigo. Foi para sintetizar o que se passou na sessão da Câmara de Vereadores de quarta-feira passada. Ela aconteceu exatamente depois que a população, organizada e escandalizada fez os vereadores recuarem e enfiarem o tal “Vale Marmita” nos escaninhos burocráticos e da esperteza.
Nenhuma palavra. Nenhum pedido de desculpas à população. Inacreditável! O retrato perfeito dos nossos políticos. Nem mesmo de quem se dizia contra tal Projeto de Lei se pronunciou para firmar posição. Medo de provocar?
Na pauta lida pelo secretário e referendada pelo presidente Francisco Solano Anhaia, MDB, o tal Projeto de Lei foi retirado oficialmente de circulação. Ele não durou uma semana. E principalmente fez de muitos dos nossos políticos escravos das suas próprias palavras na ferrenha e pública defesa que ensaiaram pelo Projeto.
Agora, a polêmica matéria está lá, adormecida apenas. Está à espera de uma oportunidade melhor. E para voltar contra os pagadores de pesados impostos que a rejeitaram.
Sobre a morte antecipada e o forçado enterro, nem um pio dos políticos. Nenhum pedido de desculpas, Nenhuma justificativa. Nenhum enfrentamento. Nenhuma escaramuça. Nenhum autor. Nenhum culpado. Resumindo? Gente bem afinada naquilo que faz. Parece que se estava em outro mundo, ou então, estavam raivosos contra a cidade, os cidadãos, as cidadãs, ou então, “fracos e esfomeados” diante da negativa e da falta da dita marmita que tanto queriam de uma hora para a outra.
Resumindo: parece, praticamente, que nada aconteceu há duas semanas na cidade onde os políticos sentiram o bafo de seus eleitores e eleitoras, todos indignados na criação de mais uma mordomia diante de tantas falências, sacrifícios, desempregos, achatamento salarial, inflação alta para os pagadores de pesados impostos os que verdadeiramente sustentam os políticos, os partidos e à inchada e lenta burocracia estatal.
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A única sessão da semana durou menos de 38 minutos, repito, menos 38 minutos. Nem o líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o experimentado e um dos articuladores nos bastidores de tal lei do Vale Marmita, José Hilário Melato, PP, falou em nome dele e do governo no espaço regimentalmente que lhe é reservado. Verdadeiramente, falar o quê depois desse recado e sova?
Teve, mais uma vez, gente que saiu antes da hora, mesmo diante de escasso tempo da sessão. Pergunta-se então: para que “Vale Marmita”, se antes não há fome de trabalho?
Os olhos abertos e a sova do povo, o sacrificado, levou os políticos ao silêncio, ao invés do pedidos de desculpas. E por que não pediram desculpas? Porque isso seria reconhecer o suposto erro, porque para eles é o povo está errado e eles políticos marmiteiros, certíssimos.
Mais: o silêncio é o sinal claro de que não desistiram. Vão esperar o momento certo e surpreender. Então, aguardem. Acorda, Gaspar!