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ANOTAÇÕES DE MIGUEL TEIXEIRA CIII

Odete Fantoni é uma leitora assídua do blog. Ela sempre escreve nas opiniões que emite no espaço dos leitores sobre uma tal “lei do retorno”. Pois é. Esta charge é de quatro anos atrás e se referia ao então presidente Michel Temer, MDB. Qualquer semelhança com Jair Messias Bolsonaro, PL, não se trata de mera coincidência. São vinagres diferentes, mas com mesmo efeito, ou seja, o de azedar o eleitorado. Então deve ser mesmo a tal “lei do retorno”.

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46 comentários em “ANOTAÇÕES DE MIGUEL TEIXEIRA CIII”

  1. Miguel José Teixeira

    Ex-guerrilheiro Gustavo Petro fará história ao ser empossado como o 42º presidente do país e o único esquerdista. Francia Márquez assumirá como vice, a primeira mulher negra a ocupar o cargo. Analistas citam os principais desafios do novo governo

    “A esquerda no poder”
    (por Rodrigo Craveiro, CB, 07/08/22)

    A Colômbia inicia, hoje, uma nova era, repleta de desafios e de expectativas. Pela primeira vez, a esquerda chega ao poder em um país que tenta cicatrizar as feridas de mais de meio século de conflito e implementar a paz. Às 15h de hoje (17h em Brasília), o ex-senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, 62 anos, será empossado como o 42º presidente colombiano na Plaza de Bolívar, no centro de Bogotá, ante 100 mil pessoas e 10 mil membros das forças de segurança. Entre os chefes de Estado sul-americanos que confirmaram presença, estão Gabriel Boric (Chile), Guilhermo Lasso (Equador), Mario Abdo Benítez (Paraguai) e Alberto Fernández (Argentina). O Brasil estará representado pelo chanceler Carlos Alberto Franco França.

    Além de Petro, também fará história Francia Márquez, a primeira mulher negra a ocupar o posto de vice. Após receber a faixa presidencial das mãos de Iván Duque, o novo ocupante do Palácio de Nariño tentará viabilizar uma agenda de governo marcada por transformações.

    No discurso da vitória, em 20 de junho, Petro anunciou uma “mudança de verdade” e jurou não trair o eleitorado. Chegou a falar em “política do amor”. Por sua vez, Márquez discorreu sobre o que seria um “governo do povo, um governo dos ‘ninguéns’ da Colômbia”, além de prometer justiça social.

    Ontem, os povos indígenas, afrodescendentes e agricultores realizaram uma cerimônia simbólica, durante a qual “entregaram” o mandato presidencial a Petro. “Recebo com grande emoção este mandato popular e espiritual”, disse ele, depois de um ritual ancestral em um parque central de Bogotá. Por meio de nota, as entidades e organizações sociais que promoveram o evento afirmaram que a cerimônia busca “harmonizar, desde a espiritualidade ancestral, o começo do novo ciclo na história dos povos colombianos”.

    Petro recebeu um documento com uma lista de demandas: paz nos territórios remotos, proteção das minorias, defesa dos direitos humanos, preservação do meio ambiente, reforma das forças armadas e mudanças na política antidrogas. Especialistas admitem que os 50 milhões de colombianos depositam esperança no novo governo, mas lembram que Petro e Márquez terão um trabalho árduo pelos próximos quatro anos. A Colômbia está castigada pela inflação (10,2%), pelo desemprego (11,7%) e pela pobreza (39%). Duque deixa o cargo, hoje, com aprovação de 44%.

    Expectativas

    Magda Catalina Jiménez Jiménez, cientista política da Universidad Externado de Colombia (em Bogotá), afirmou ao Correio que os colombianos têm expectativas de que Petro implemente mudanças econômicas, principalmente no modelo de distribuição de renda e em melhorias no tema da desigualdade social. “Há outros assuntos-chave liberais de esquerda subjacentes, que estão atrasados no país, como a mobilidade social, a nova juventude urbana e uma classe média que necessita solidificar os valores do sistema político”, disse.

    De acordo com Jiménez, o tema da paz também deverá se sobressair no governo Petro, assim como a capacidade econômica para levar adiante políticas setoriais públicas efetivas. “Os desafios de Petro são enormes. Primeiro, ele buscará conseguir uma boa governabilidade. Apesar do fato de que terá representatividade no Congresso, os legisladores nem sempre se mostram disciplinados. Por isso, haverá necessidade de formar uma coalizão de governo e de manter uma relação mais harmoniosa com o Legislativo”, prevê. Ela acredita que Petro precisará trabalhar com a oposição e demonstrar que seu programa de governo não equivale ao de uma esquerda radical, como da Venezuela ou da Nicarágua.

    Outro desafio, segundo Jiménez, será implementar a paz, no âmbito de um governo que se posiciona como inclusivo frente às desigualdades étnicas, sociais, culturais e territoriais da Colômbia. Andrés Macías Tolosa, professor também da Universidad Externado de Colombia, disse à reportagem esperar que Petro realize mudanças cruciais no modo como se faz política e como se governa. “Isso foi sua bandeira de campanha e é a mensagem que pretende enviar com a chegada do primeiro governo de esquerda da Colômbia”, explicou ao Correio.

    Tolosa afirmou que parte da população colombiana espera que a política econômica não sofra uma guinada radical à esquerda. “Evidencia-se uma situação de tensão na sociedade”, reconheceu. Ele aposta que Gustavo Petro tentará uma revisão da política de segurança e defesa, algo sinalizado com a nomeação do novo ministro da Defesa, Iván Velásquez, que prometeu combater a corrupção do setor militar. “Petro deve remover a polícia do Ministério da Defesa e transferi-la para a pasta do Interior. Ele terá grande desafio na gestão fiscal, na obtenção de recursos. Uma reforma tributária similar à que Petro pensa agora provocou enormes protestos sociais, no passado”, lembrou.

    Ainda segundo Tolosa, Petro precisará reduzir os índices de homicídio, que sofrem um aumento vertiginoso na Colômbia, e lidar com grupos ligados ao narcotráfico, como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Cartel do Golfo. “Veremos se o presidente utilizará a força ou se abrirá um espaço legal para que eles se submetam à lei”, afirmou.

    Depoimento
    “Mudança verdadeira”

    Ernesto Samper Pizano

    “O governo de Petro representa uma mudança verdadeira para a história da política colombiana. Não apenas pelo fato de um ex-guerrilheiro assumir o primeiro governo da Colômbia em dois séculos, mas porque o faz a partir de uma posição ideológica de esquerda que representará, entre outras transformações, a busca pela paz.

    O próprio Petro traçou os desafios para o primeiro ano de governo: levar adiante uma reforma tributária estrutural progressiva, que permita financiar um ambicioso programa de igualdade social, e uma reforma política para assegurar à oposição as garantias que não teve durante o governo de Iván Duque.” (Presidente da Colômbia entre 1994 e 1998 e ex-secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Depoimento ao Correio.)

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/mundo/2022/08/07/interna_mundo,371750/a-esquerda-no-poder.shtml)

    Tem “guerrilheirinho tupiniquim de bosta” se babando! Né, zédirceu? Né, zégenoíno? Né, zé porra loucas PeTralhas?

  2. Miguel José Teixeira

    Na Coluna Brasil S/A., por Antonio Machado, hoje no Correio Braziliense, temos:

    Desperdício de energia

    Seja pela manada de cavalos selados não montados nos últimos anos, seja pelo disparate das ideias da atual gestão — da “imunidade de rebanho” como política de saúde na pandemia, o que elevaria a mais de milhão as mortes devidas à covid, 680 mil e contando, ao voto impresso como coadjuvante da urna eletrônica —, fez-se e ainda se faz de tudo, com método e muito zelo, para distrair as atenções dos problemas seculares que algemam o desenvolvimento do país.

    O show de despautérios deverá seguir em cartaz até as eleições. Os cacos da semana incluíram esquetes de humor, como a ideia de filmar o eleitor na cabine de votação ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicar à contagem do voto o sistema de apuração da Mega-Sena. A insanidade é contagiosa.

    Em audiência na Câmara, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, defendeu o voto em cédula em algumas seções eleitorais em adição ao voto digitado. Se a contagem não batesse, haveria indício de fraude. Ele desconsiderou que o próprio eleitor poderia digitar um número na urna e escrever outro na cédula em papel.

    Por que discutimos um sistema contra o qual jamais se comprovou a mais remota irregularidade e não preocupa os milhares de candidatos a alguma função eletiva nestas eleições? Só Bolsonaro, eleito oito vezes pelo mesmo sistema, se diz incomodado. Ele segue o script de Donald Trump, que um ano antes de ser derrotado à reeleição saiu a dizer que só uma fraude o despejaria da Casa Branca. Bolsonaro não nega que o admira e que é influenciado pelo seu estilo autocrático.

    É isso que fez a maioria lúcida do país despertar do sono profundo e assinar manifestos em defesa da democracia e da urna eletrônica.

    Derrotado, Trump chamou uma multidão a Washington e a incitou a invadir o Capitólio para tentar impedir o Congresso de homologar Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos. Pelo que afirmou, Bolsonaro espera a mesma energia negativa na comemoração de 7 de Setembro em Brasília e, à tarde, em Copacabana, no Rio de Janeiro.

    Até aqui está tudo às claras, mas mais como blefe. No bastidor do poder, a informação é de que ele poderá fazer o que for, mas só se reelegerá se tiver votos suficientes, apurados pelo TSE. O resto é farsa. Gritos, tumultos, piruetas não vão eleger ninguém.

    De inspiração a decepção

    Preocupante, de fato, é estarmos na véspera de outra eleição geral e nenhum dos candidatos a cargos majoritários com chances reais de se eleger se dispor a discutir as razões de o país ter regredido à condição de economia exportadora de minérios, petróleo e produtos agrícolas não processados, como grãos de soja, milho e café.

    Um país gigante com população miúda, 26 milhões de pessoas, como a Austrália, onde tudo está resolvido, da educação à infraestrutura, pôde se dar ao luxo de prescindir de indústria sofisticada, tipo o setor automotivo, e continuar vibrante, gerando empregos e renda.

    Outra coisa é um país com território também gigante, pouco maior que o da Austrália, mas com população mais de oito vezes maior, com tudo por fazer na infraestrutura, com dezenas de milhões de pessoas sem educação adequada, assumir uma atitude blasé com sua indústria.

    E pior: jamais ter escarafunchado o que fez a economia com a maior taxa de crescimento no mundo nas décadas de 1950 a 1970, a ponto de a China pós Mao Tsé-Tung ter se inspirado no nosso modelo para se abrir ao capital estrangeiro, ter perdido o bonde da história.

    Deu-se o inverso: a economia da China está prestes a ultrapassar em tamanho, diversidade e sofisticação tecnológica a dos EUA, se é que já não passou, e a do Brasil, que até 1980 estava à frente da chinesa, sobretudo pelo dinamismo industrial, ficou para trás.

    Parceria Estado e privado

    Enquanto não pacificarmos as causas do malogro do desenvolvimento nos governos militares, quando o país declarou moratória da dívida externa e nunca mais conheceu taxas robustas de crescimento puxado a investimentos sempre acima de 20% do PIB, não haverá um ciclo de prosperidade como desfrutam China, Índia, Indonésia, Vietnã etc.

    Isso envolve uma integração entre a gestão do Estado, representada pelos seus quadros permanentes, os políticos eleitos, o que inclui o governante da vez, o empresariado e as representações sociais.

    É o que a nova direita não trumpista do Partido Republicano nos EUA descobriu, convergindo a sua visão econômica com a do social liberalismo do Partido Democrata, levando ao voto bipartidário que aprovou o relançamento da política industrial, com investimento de US$ 280 bilhões, além de crédito tributário, para fazer renascer a indústria de semicondutores e a pesquisa e desenvolvimento (P&D).

    Nenhum país, por menor que seja, resiste a mais de duas décadas de tentativas de políticas de austeridade, com leis malogradas com a intenção de disciplinar o desperdício dos dinheiros públicos. Foram ao brejo o investimento com fonte orçamentária e políticas sociais, quando o que havia e há a corrigir é o sistema político — de partidos, que não o temos comme il faut, à qualidade dos eleitos.

    A decadência da verdade

    O mundo já entrou noutra fase de transformações disruptivas, como demonstra o conflito geopolítico entre as democracias do Ocidente e China, Rússia e seus aliados, enquanto discutimos falsos problemas. Hoje, a ameaça global é o embate democracia versus autocracia.

    Desafios internos também são imensos, com boa parte da população deixada para trás e só lembrada em ano eleitoral com a migalha não includente de forma estrutural dos auxílios sociais. Os avanços da tecnologia, além disso, implicam riscos. Alguns têm “potencial altamente destrutivos”, como diz estudo da Rand Corporation, think tank independente mantido pelo Departamento de Defesa dos EUA.

    Pode-se sintetizar “um novo vírus do zero”, segundo Jason Matheny, presidente da Rand, “por US$ 100 mil, enquanto desenvolver uma vacina custa mais de US$ 1 bilhão — uma assimetria de custo de 10 mil para 1, e não sabemos como consertar isso”. No Brasil, o governante questiona as vacinas, e reaparecem doenças erradicadas.

    É o que o estudo da Rand chama de “decadência da verdade”, o papel cada vez menor de fatos e evidências na vida pública. Os manifestos pela democracia são relevantes. Mas serão muito mais se funcionarem como um despertar da sociedade contra nossa erosão civilizatória. Fato: carecemos de lideranças visionárias. Ou a sociedade força as mudanças ou elas não virão. É simples assim.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/economia/2022/08/07/interna_economia,371754/brasil-s-a.shtml)

  3. Miguel José Teixeira

    Para não dizerem que não “caetaneei”

    “Na trilha de Caetano”
    (Crônica da Cidade, CB, 07/08/22(*)

    No fim da década de 1960, me mudei de Brasília para São Paulo, pois meu pai era pastor presbiteriano e, a cada quatro anos, cumpria missão evangélica em uma cidade diferente. Certo dia, ouvi uma canção estranha no rádio, que caiu em minha cabeça como um disco voador, um objeto não identificado. Era Tropicália, de Caetano Veloso.
    Eu estava acostumado com canções que contam uma história com começo, meio e fim. A narrativa de Caetano se estilhaçava, fazia uma colagem absurda, misturava cinturão com abacate, como diria o poeta Zé Limeira. Senti-me como se ouvisse uma língua desconhecida e, mas, estranhamente familiar.

    No entanto, de repente, tive uma intuição e lembrei que, em Brasília, meu pai me levava para os desfiles militares na Esplanada dos Ministérios, no meio do descampado, sob as nuvens de poeira, com caminhões do Exército na terra vermelha e aviões da Aeronáutica riscando o céu em malabarismos.

    Claro que a canção não era apenas sobre Brasília, mas Brasília era uma senha que me permitiu entrar no claro enigma de Tropicália: “Sob a cabeça os aviões/Sobre meus pés os caminhões/Aponta contra os chapadões/Meu nariz/Eu organizo o movimento/Eu oriento o carnaval/Eu inauguro o monumento no Planalto Central do país”.
    Tropicália se desdobra como o desfile alegórico de uma escola de samba na Sapucaí. Só que é um samba-exaltação minado de ironia trágica e de nonsense. A utopia-Brasília não escapa da realidade do Brasil: “O monumento não tem porta/A entrada é uma rua estreita e torta/E no joelho uma criança/Sorridente feia e morta estende a mão”.

    Eu tinha 14 anos, mas Caetano continuou a compor canções inspiradas e a fazer a trilha sonora da minha vida. Se tivesse colocado música em meu casamento seria com Terra, que Juçara e eu colocávamos na então vitrola até furar o disco quando começamos a namorar. Ela é capricorniana, signo da terra, e achava que a música havia sido feita para ela: “Eu estou apaixonado por uma menina terra/Terra para os pés firmeza/Terra para a mão carícia/Outros astros lhe são guia…”

    Diferentemente do que se possa imaginar, Caetano não usa nenhum aditivo químico e chega a ser chamado pelos amigos de Caretano. E, realmente, não precisa. Caetano é lisérgico pela própria natureza. Compõe melodias celestiais e escreve letras com e qualidade para emparelhar com os grandes poetas da língua portuguesa. Ele é o falso preguiçoso, reserva o trabalho, o empenho, o esmero e a perfeição para a sua arte: “Choque entre o azul e a luz das acácias/Brilho de acácias/Você é mãe do sol”.

    Certa vez, entrevistei Luiz Melodia na redação do Correio. Perguntei se a fragmentação das letras das canções dele era influência do movimento tropicalista. Ele se sentiu humilhado e ofendido e disse que não tinha nada a ver. Achei a resposta tão infantil, pueril e tola que não me animei sequer a replicar e me desinteressei completamente pela música dele. Como era muito opiniúdo, nunca quis entrevistar Caetano Veloso, com medo de estragar uma das trilhas sonoras de minha vida. Não sou tiete, sou um admirador férvido, mas crítico.

    Caetano faz hoje 80 anos, vamos reverenciá-lo, pois, como disse Cartola, quem gosta de homenagem depois de morto é estátua. É um privilégio sermos contemporâneos de um artista tão genial quanto Caetano Veloso. Nos tempos em que alguns tanto nos envergonham, Caetano nos faz sentir orgulho de sermos brasileiros.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2022/08/07/interna_cidades,371765/cronica-da-cidade.shtml)

    (*) Na fonte citada o autor do texto foi omitido. Porém, pelo “pai pastor presbiteriano”, penso ser de autoria do Genial Severino Francisco.

  4. Miguel José Teixeira

    Talvez o coração de D. Pedro I sucumba

    “O rito do Bicentenário no 7 de setembro”
    (por Luiz Carlos Azedo, Nas entrelinhas, CB, 07/08/22)

    O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), manteve a parada militar de 7 de Setembro na Avenida Presidente Vargas, como acontece tradicionalmente, por solicitação dos próprios militares. Na capital fluminense se concentram as principais unidades das nossas Forças Armadas – Vila Militar, Baía de Guanabara e Base Aérea de Santa Cruz. O presidente Jair Bolsonaro havia anunciado que o desfile seria na Praia de Copacabana, onde tradicionalmente se reúnem seus apoiadores. O desfile militar sempre começa na Candelária e termina em frente ao Quartel General do Exército, no Campo de Santana, onde foi proclamada a República. A polêmica mexe com símbolos e pode se transformar num rito de passagem das eleições de outubro deste ano.

    A Avenida Atlântica é um símbolo do Movimento Tenentista, ou seja, das revoltas da jovem oficialidade contra seus comandantes, porque a primeira delas ocorreu em 5 de julho de 1922, no Forte de Copacabana, conhecida como Revolta dos Dezoito do Forte, em protesto contra eleição de Arthur Bernardes, em março daquele ano. No dia 4 de julho de 1922, o capitão Euclides Hermes da Fonseca — filho do Marechal Hermes da Fonseca, que estava preso — e o tenente Siqueira Campos preparavam o forte para a revolta que se iniciaria na manhã do dia seguinte. Segundo seus planos iniciais, alguns estados brasileiros e áreas militares do Rio de Janeiro participariam do levante, mas o governo federal já sabia da organização militar e a impediu.

    Em 5 de julho, o Forte de Copacabana foi bombardeado fortemente a mando do governo. Euclides Hermes da Fonseca e Siqueira Campos receberam um telefonema do ministro da Guerra, solicitando a rendição dos rebelados. Dos 301 militares que estavam no forte, renderam-se 272. O capitão Euclides Hermes saiu do forte para negociar com o Ministro da Guerra e acabou sendo preso. Os que permaneceram no forte, sob o comando do tenente Siqueira Campos, não bombardearam a cidade como anunciaram, mas saíram em marcha pela Av. Atlântica. No caminho, alguns militares abandonaram a revolta, restaram apenas 18. No fim da marcha, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes ficaram feridos, além de dois soldados: os demais morreram em combate. Foi a primeira de uma sucessão revoltas que desaguaram na Revolução de 1930. A marcha pela Avenida Atlântica foi um rito de passagem na história política e militar do país.

    Falta coesão social

    Os ritos de passagem foram estudados pelo antropólogo franco-holandês Arnold van Gennep (1873-1957), que classificou grande variedade de rituais em três categorias, no livro do mesmo nome, publicado em 1909, a partir de padrões cerimoniais recorrentes: ritos de separação, ritos de margem e ritos de agregação. Todos os ritos de passagem contêm as três fases, porém, cada qual enfatiza um dos aspectos. Os ritos de nascimento enfatizam a agregação, enquanto os funerários, a separação. A fase de margem, especificamente, constitui uma etapa autônoma. Na análise ritual de van Gennep, muita vezes, é a fronteira entre o sagrado e o profano.

    A importância da análise de van Gennep está na ênfase da “razão de ser” do rito e do mecanismo ritual, influenciando outros estudiosos, entre os quais Victor Turner (1920-1983), que incorpora a visão do rito como composto por etapas, e o antropólogo brasileiro Roberto Da Matta.

    1922 marcou a história do século passado, com acontecimentos como a Revolta dos 18 do Forte, a fundação do antigo Partido Comunista e a Semana de Arte Moderna. Foram momentos seminais da história militar, política e cultural do país com características de ritos de passagem. O Centenário da Independência fora um ano de muita turbulência, no qual se debatia o futuro do país e a ideia da modernização, sobretudo a industrialização, passou a ser o eixo do nosso projeto de nação.

    Neste Bicentenário, afora o debate que ocorre no mundo acadêmico, o Brasil parece atarraxado ao passado. Não existe um projeto de nação integrado ao mundo pós-moderno capaz de construir um “Tahoma” – novo consenso nacional -, como foi, por exemplo, o Plano de Metas de Juscelino Kubitschek nas eleições de 1950. É preciso construir a coesão social necessária para lançar o país num novo ciclo de crescimento e geração de oportunidades para todos. Estamos naufragando num mar de radicalização política e de iniquidades sociais, entre as quais a fome e a miséria absoluta.

    O presidente Jair Bolsonaro, que concorre à reeleição, fomenta o radicalismo político e afronta as instituições democráticas, entre as quais a legislação eleitoral, as urnas eletrônicas, a Justiça Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal (STF). Aposta na balbúrdia política para desmoralizar o processo democrático e pretende transformar o 7 de Setembro, a data magna do Bicentenário de Independência, num rito de passagem, no qual o sagrado, o Estado democrático de direito, será profanado, se insistir em transferir o desfile militar para Copacabana e transformá-lo numa marcha miliciana, de militantes armados contra a oposição e a ordem democrática.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/politica/2022/08/07/interna_politica,371747/nas-entrelinhas.shtml)

  5. Miguel José Teixeira

    . . .”O entusiasmo dos eleitores para a eleição que se aproxima é pequeno. Reina a desesperança. Os líderes das pesquisas são figurinhas conhecidas de outros carnavais e já não mobilizam grandes contingentes.”. . .

    “Mulheres que estão causando”
    (por Danilo Sili Borges, Crônicas da Madrugada, Agosto/2022)

    Nesta semana, foram as mulheres que tomaram o primeiro plano da cena da política nacional e internacional. Nancy Pelosi, a Presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a Câmara dos Deputados de lá, resolveu fazer um périplo pelo Pacífico deixando em suas pegadas forças militares chinesas em demonstração de força até então nunca vistas.

    Thomas Friedman, do New York Times, afirma que a visita a Taiwan desaconselhada por Biden foi “imprudente, perigosa e irresponsável. Nada de bom sairá disso”. O experimentado articulista em nenhum momento levanta hipóteses sobre o que teria motivado a decisão da Nancy. Outras opiniões surgidas na imprensa do país argumentam que as razões estariam ligadas ao posicionamento dos Democratas nas eleições de meio de mandato que se aproximam.

    Por aqui, onde lugar de mulher ainda é visto como entre o fogão e o tanque, a senadora Simone Tebet consolidou sua indicação como candidata a presidência da república pelo seu partido, o MBD, após vencer resistência da ala fisiológica, desse que foi o grande partido da resistência democrática no longo período de exceção pelo qual passamos, mas que pela sua liderança serena, competente, honesta poderá fazer reviver seus melhores dias.

    Não apenas o MDB poderá voltar a ter participação condizente com sua história no tabuleiro político do país, mas também o PSDB ao indicar a senadora Mara Gabrilli para compor, com Tebet, na condição de candidata a vice-presidente, voltará a ter participação respeitada no cenário político eleitoral nacional.

    Com orgulho lembro dos votos que depositei em candidatos do MBD de Ulysses Guimarães, de Theotônio Vilela, de Dante Oliveira, O Senhor Diretas Já, de quem recebi bilhetes de elogio por artigos de apoio à democratização que publiquei na seção Recado do Presidente em espaço que o Conselho Regional de Engenharia, do qual eu era presidente, comprava no Correio Braziliense, em plena luta pela redemocratização do país.

    A descontração política da época traz-me à lembrança as esperanças que a fundação do PSDB de Mário Covas, de Franco Montoro, em 1988, de crença na social-democracia, com propostas de um Brasil que se desenvolvesse com justiça social e equilíbrio. Há um vácuo a ser preenchido, na palheta das cores ideológicas.

    As constantes emendas à Constituição de 1988 desfiguraram o panorama. Surgiram dezenas de partidos-legendas de aluguel. A captura do país pelo populismo demagógico e corrupto conduziu os partidos a serem o que são, MDB e PSDB entre eles.

    Simone Tebet é mulher de têmpera, exemplo de dignidade, de honestidade e de espírito público que está trazendo para si a incumbência de restaurar o MDB de seu pai, o saudoso Ramez Tebet. Gabrilli aceitou o desafio que o senador Tasso Jereissati declinou. Partir para uma eleição com as pesquisas indicando 1% ou 2% das intenções de votos é coisa para quem tem coragem..

    No lançamento da chapa Simone – Gabrilli, algumas velhas e carcomidas lideranças (que as temem) de ambos os partidos que tudo fizeram para que elas não viabilizassem a candidatura, com gracejos, piadinhas e risinhos tentaram desqualificá-las.

    ” Amor e coragem” é o slogan escolhido pela dupla. E é disso mesmo que o Brasil precisa. As candidaturas que lideram as pesquisas prometem liça, desavenças, perseguições. O soerguimento da nação pressupõe compreensão, sentimentos de entendimento e conciliação. O feminino é acolhedor e receptivo. Precisamos curar feridas, ter afagos e ouvir palavras de incentivo e confiança. Receber palmadas quando necessário, mas de mães!

    A semana era mesmo feminina. O União Brasil lançou Soraya Thronicke, também senadora pelo estado de Mato Grosso do Sul como candidata à Presidência.

    Dizem os analistas que a nossa eleição será decidida entre Lula e Bolsonaro, que sempre trabalharam pela polarização do tipo, “a briga é nossa, aqui ninguém entra”, e até conseguiram eliminar candidatos que pareciam ter alguma viabilidade como Moro, Doria e Ciro, este que apesar de continuar na luta, não mostra ter forças para sair do platô em que se encontra.

    No meu entender quem tem possibilidade de alterar esse quadro é a dupla Tebet – Gabrilli, pela força da autenticidade que demonstram. Simone não emprestou seu nome para cumprir tabela, ela tem compromisso com o Brasil e com sua biografia.

    O entusiasmo dos eleitores para a eleição que se aproxima é pequeno. Reina a desesperança. Os líderes das pesquisas são figurinhas conhecidas de outros carnavais e já não mobilizam grandes contingentes.

    O MDB é partido com tradição e tem forte base no interior. É possível que o eleitorado, particularmente o feminino, dê suporte a essas corajosas mulheres e presenteie o povo brasileiro concedendo-lhes o direito de disputar o segundo turno.

    E, então, não haverá discurso de ódio, de armas, de desagregação de costumes, de ideologias, de pró ou de anti-família que prevaleça em presença do bom senso dessas senadoras, que poderiam ser nossas mães, esposas, filhas. Sensíveis, educadas firmes e ao mesmo tempo humanas e verdadeiras, que não têm se deixado contaminar pelos vícios da nossa política. Que não roubaram, que não vão roubar.

    Algo me diz que a eleição não está decidida e que nossas valorosas senadoras estarão no segundo turno.

    E aí tudo pode acontecer, até o melhor!

    (Fonte: https://www.cronicasdamadrugada.net/2022/08/mulheres-que-estao-causando.html?sc=1659882937362#c8781066914231768523)

    Amém!

  6. Miguel José Teixeira

    Da Coluna Visto, lido e ouvido, sob o comando da Genial Circe Cunha, no Correio Braziliense de hoje, extraí o texto abaixo, que, já que o seu título foi omitido, arriscaria: “Há Humoristas e humoristas”.

    . . .”Até mesmo o ex-presidente e dono do Partido dos Trabalhadores pode ser considerado um grande humorista, quando encarnado em alguns de seus personagens folclóricos, ao criticar seus opositores dizendo que eles estariam destruindo tudo aquilo que eles próprios destruíram e outras sandices.”. . .

    São mais verossimilhanças entre humoristas e políticos do que podemos supor à primeira vista. A começar pela diferença de mundos que cada um apresenta para sua plateia. Ambos necessitam da criação de personagens para se fazerem presentes e serem ouvidos. O humor brinca com a verdade e a política, com a mentira. Enquanto um busca a fantasia e o absurdo da realidade como ferramentas para se comunicar com o público, o outro trata a realidade com o absurdo da fantasia, prometendo o irrealizável. Tanto o humorista como os políticos anseiam pela aura natural do carisma, que a todos seduz, embora essa virtude mágica prefira a companhia dos cômicos, por sua sinceridade.

    Política pode ter sua graça, quando levada a sério por seu autor. Já o humor só encontra o riso quando foge do compromisso com a seriedade e vira as costas para o mundo em preto e branco do politicamente correto. A política parece mais especializada em um tipo de humor negro, em que o bullying é a arma predileta, enquanto o humorista faz da troça ligeira e sem ofensas uma morada para o riso solto.

    É preciso lembrar que em ambas as profissões ou ocupações de vida não é fácil se tornar um humorista ou mesmo um político de respeito. Trata-se de uma tarefa árdua essa de levar às multidões o ar fresco da risada ou a esperança de um mundo melhor à frente. A questão, aqui, é que a troça despreocupada não leva à desilusão de esperanças desfeitas que a política engendra. Rir da realidade absurda é a arte do humorista, rir-se da realidade dos eleitores é a artimanha da velha política.

    O político passa a ser um humorista, no mal sentido, quando suas patifarias alcançam os píncaros da desumanidade. Humor negro é você se deparar com pessoas de idade e de cabelos brancos a ocupar as mais altas funções públicas e, de repente, elas são surpreendidas pela polícia e, para fugirem do flagrante, escondem milhares de reais em espécie dentro da cueca samba-canção, sendo logo desmascaradas. A piada sem graça fica por conta da impunidade e de uma Justiça que finge não enxergar mal feitos nos crimes da elite nacional.

    Jô Soares, que agora desce do palco, foi um humorista completo. Possuía bagagem cultural e sabia escalar equipes eficientes. Transitava bem entre a literatura, o humor, o teatro e o jornalismo como poucos nesse país. Tinha, a exemplo de Ronald Golias, Anquito, Oscarito e outros poucos, uma forte aura de carisma, bastando sua presença para iluminar a plateia. Tinha sua graça e fazia dela seu ganha pão honesto. Sabia o que estava fazendo e tinha a tranquilidade daqueles que passam pelo mundo apenas distribuindo alegrias. É preciso destacar ainda o humor negativo de personagens que também ficarão na história do Brasil, como desengonçadamente engraçados, como a ex-presidenta, que até o título foi inventado driblando a língua materna. Admirava os ouvintes com seus improvisados discursos, saudando a mandioca ou empacotando vento. Era o terror dos tradutores, que não escondiam o constrangimento.

    Até mesmo o ex-presidente e dono do Partido dos Trabalhadores pode ser considerado um grande humorista, quando encarnado em alguns de seus personagens folclóricos, ao criticar seus opositores dizendo que eles estariam destruindo tudo aquilo que eles próprios destruíram e outras sandices. Ou quando se comparava a Jesus ou mesmo afirmava que é o homem mais honesto do mundo. No país da piada pronta, o humor fica do lado sério das coisas, enquanto a política encarna o jeito brasileiro de fazer piada sem graça e humor sem cérebro.

    A frase que foi pronunciada
    “As pessoas estão tão acostumadas a ouvir mentiras, que sinceridade demais choca e faz com que você pareça arrogante.” (Jô Soares)

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/07/interna_opiniao,371736/visto-lido-e-ouvido.shtml)

  7. Miguel José Teixeira

    Matutildo: bibliófilamente, bibliófilo

    . . .”Afinal, ainda não há — se é que algum dia vai haver — veículo mais adequado para a transmissão cultural do que o livro.”. . .

    “Vamos ler?”
    (por Jaime Pinsky, Historiador, CB, 07/08/22)

    Sim, bom número de pessoas satisfaz sua sede de leitura combatendo inimigos reais ou imaginários nas redes sociais. Dados confiáveis garantem que nunca se leu, nem se escreveu tanto quanto hoje, por conta delas. Escudados pela distância e, frequentemente, pelo anonimato, muita gente sofre, nesse processo de escrita, uma mutação regressiva, abandonando sua condição humana e se transformando em algum primata sanguinário ainda não identificado pelos paleontólogos. A escrita afoita e a leitura “por cima” em nada acrescenta em termos de cultura, seja ela artística ou política. A superficialidade ganha espaço, o conteúdo desaparece.

    Humildemente, continuo achando que, antes de escrever, convém ler. Afinal, ainda não há — se é que algum dia vai haver — veículo mais adequado para a transmissão cultural do que o livro. Frases feitas, palavras retumbantes, piadinhas de gosto duvidoso, conceitos vazios, esse tipo de linguagem que entope as redes sociais não nos levam a lugar algum. Embora reconheça que há gente de bom nível nelas, sempre é alguém que preza e pratica regularmente o hábito de ler. Assim, tomo a liberdade de sugerir a leitura de algumas obras que li recentemente e podem ajudar a formar uma base bem estruturada de conhecimentos.

    Daqui a pouco mais de um mês, teremos a comemoração dos 200 anos da independência do Brasil. Sim, 7 de setembro. O evento deve merecer nossa atenção, não para berrar frases feitas e pseudopatrióticas, mas para aproveitar e conhecer um pouco melhor o que de fato aconteceu nessa data. Reconheço nunca ter tido, no ensino fundamental, nenhum professor que se preocupasse em apresentar uma visão crítica do ato encabeçado por D. Pedro, no Ipiranga. Hoje, sabemos que ele subiu a Serra do Mar em lombo de mula, não de um cavalo garboso, mas isso é pouco. Fica parecendo que todos os moradores deste país se entusiasmaram com o gesto do príncipe, que ele libertou toda a nação, que havia consenso nacional a respeito da necessidade do grito às margens do Ipiranga.

    Acaba de sair um livro importante, Várias faces da Independência do Brasil, para o qual os organizadores, Bruno Leal e José Inaldo Chaves, tiveram a excelente ideia de reunir um pequeno grupo de historiadores sérios, que mostram, com diferentes olhares, como as coisas aconteceram em diversos lugares e grupos sociais. Indígenas, escravos e libertos saem das sombras e se tornam personagens históricos. Como “o grito” repercutiu em diferentes regiões do Brasil? Como foi o antes e o depois do 7 de setembro? Enfim, um livro esclarecedor.

    Outro livro interessante é de autor único. Mais que isso, é uma obra muito pessoal, que fala de comportamento dos brasileiros, de economia, da estrutura social e até da criação de passarinhos em gaiolas. A obra é erudita, mas não ostenta a cultura do autor, apenas utiliza as informações quando quer se apoiar nas ideias de alguém, ou destruí-las sem piedade. Não, não é um livro para todos, mas para quem gosta de desafios intelectuais; um livro para quem tem prazer em ler brigando, duelando com o autor, tentando submetê-lo.

    Aviso, desde já, que, por conta do enorme repertório do seu autor, Mércio Gomes, corremos o risco de nos convertermos a algumas de suas teses… O livro se chama O Brasil inevitável, ética, mestiçagem e borogodó. O autor é antropólogo, tem forte ligação com o pensamento de Darcy Ribeiro, foi professor em importantes universidades e dirigiu a Fundação Nacional do Índio (Funai). Há obras em que o autor recorta, modestamente, um pequeno tema, no espaço e no tempo, e tenta esgotá-lo. Esta não é uma delas. Mércio se arrisca em todas as águas, rasas e fundas, amigáveis e perigosas. Então, vale a pena ler? Vale, sim, pois a criatividade, a originalidade de análise, o profundo conhecimento dos problemas do país que o autor demonstra são surpreendentes e estimulam qualquer leitor inteligente.

    Com questões de saúde entrando na ordem do dia, apareceram muitos livros importantes nessa área. Talvez o melhor deles seja História da saúde humana, de Jean-David Zeitoun. Leitura aborrecida? Não, pelo contrário, obra fascinante. O autor é um médico francês que realizou pesquisa acurada e percorre, no livro, cuidadosa trajetória desde a pré-história até os dias de hoje. Ele mostra como as sociedades lidaram com a saúde de seus membros ao longo do tempo e do espaço. É uma história social que vai agradar a muita gente, mas eu tomaria a liberdade de indicar, particularmente, aos médicos e ao pessoal da área.

    Zeitoun, ao contrário de outros autores, como Harari, não acredita que estamos em um espiral ascendente de longevidade. Lembra que condições climáticas negativas (e a própria poluição das grandes cidades), assim como a circulação de vírus em cidades mais populosas, com população cada vez mais aglomerada são fatores que podem frustrar o sonho de vivermos cada vez mais e melhor. Boa leitura a todos.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/07/interna_opiniao,371735/vamos-ler.shtml)

    1) “Várias Faces da Independência do Brasil”
    https://www.editoracontexto.com.br/produto/varias-faces-da-independencia-do-brasil/5253613#:~:text=Esta%20obra%2C%20em%20vez%20de,da%20Independ%C3%AAncia%20da%20mesma%20forma.

    2) “O Brasil Inevitável”
    https://www.amazon.com.br/Brasil-Inevit%C3%A1vel-%C3%89tica-Mesti%C3%A7agem-Borogod%C3%B3/dp/8574752827

    3) “História da Saúde Humana”
    https://www.amazon.com.br/Hist%C3%B3ria-sa%C3%BAde-humana-vamos-viver/dp/6555412089

    Boa leitura!

  8. Miguel José Teixeira

    Ora pois! Em 1500, descobriram Pindorama e usurparam as terras dos nativos que aqui habitavam. Agora, querem escorraçar os tupiniquins que lá estão ou vão!

    . . .”Nos colégios e nas universidades, por exemplo, há professores que não aceitam o português do Brasil, a ponto de tirarem notas dos estudantes e discriminá-los abertamente.”. . .

    “Preconceitos portugueses”
    (Visão do Correio (Braziliense), CB, 07/08/22)

    Os brasileiros são o maior grupo de estrangeiros morando em Portugal. Oficialmente, somam quase 250 mil, um terço de todos aqueles que deixaram os países de origem para desfrutarem da qualidade de vida que a nação europeia oferece. São, realmente, muitos os benefícios, a começar pela segurança. Portugal é apontado como o sexto país mais seguro do mundo. Há, no entanto, sérios problemas a serem enfrentados por quem optou por abraçar a pátria portuguesa como residência oficial, dois deles, assustadores: racismo e xenofobia.

    São cada vez mais frequentes os ataques de portugueses aos que vêm de fora, vistos como invasores que vão roubar os trabalhos dos cidadãos naturais, como pregam representantes de partidos de extrema direita. Tais manifestações, por sinal, têm obrigado o presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, a fazer discursos contundentes contra aqueles que insistem em atacar e discriminar pessoas por causa da cor de pele ou de suas origens. Em todas as oportunidades, ele reconhece que o racismo e a xenofobia estão entranhados em parcela da sociedade lusitana, mas que a maioria dos cidadãos do país não compartilha dessa visão retrógrada e inaceitável.

    O presidente português sabe da importância dos estrangeiros para a economia de seu país. A população local está diminuindo ano após ano, somando, atualmente, pouco mais de 10 milhões. Não há mão de obra disponível para vários setores, mesmo os mais básicos, como a construção civil. Os jovens portugueses que se formam preferem tentar a vida em outros países da União Europeia, pois têm a oportunidade de obterem salários melhores. Portanto, Portugal enfrenta o que os estudiosos classificam como suicídio demográfico. A única forma de reverter esse quadro dramático é atraindo trabalhadores estrangeiros.

    Mas, ao mesmo tempo em que flexibiliza as leis de imigração — na última quinta-feira, o presidente português sancionou o decreto que facilita a concessão de vistos de trabalho —, Portugal precisa enfrentar o racismo e a xenofobia estruturais. Eles estão presentes na educação, na saúde, na segurança, no sistema de imigração, entre os mais pobres e na elite. Há muitos portugueses que pensam exatamente como a mulher que atacou os filhos dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Na visão da criminosa, “negros são imundos” e “todos os estrangeiros devem retornar para seus países”.

    Nos colégios e nas universidades, por exemplo, há professores que não aceitam o português do Brasil, a ponto de tirarem notas dos estudantes e discriminá-los abertamente. Mesmo com o sistema de saúde de Portugal estando à beira do caos por falta de profissionais, as corporações se recusam a validar diplomas de médicos e enfermeiros titulados do outro lado do Atlântico. Há registros constantes de violência de policiais contra imigrantes. Mesmo filhos de estrangeiros nascidos no país não são reconhecidos como portugueses, sobretudo, se forem negros. Não se pode falar em nação inclusiva quando são comuns tais comportamentos e quando o principal órgão de estatísticas do país não prevê nos censos populacionais dados sobre raça e etnia, o que inviabiliza a execução de políticas públicas aos mais vulneráveis.

    Que, então, os portugueses reflitam sobre esses problemas e os enfrentem de forma contundente, abandonado de vez a postura colonialista. A presença de estrangeiros no país, seja trabalhando, seja investindo para gerar empregos e renda, é irreversível. E os brasileiros vão ocupar cada vez mais espaço em território luso. Saber conviver com as diferenças é regra básica em qualquer sociedade civilizada. Vale para Portugal, vale para o Brasil, que, registre-se, também tem dado péssimo exemplo quando se trata de respeito à dignidade humana.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/cadernos/opiniao/capa_opiniao/)

  9. Miguel José Teixeira

    Quem o delcídio pensa que é, se as supremas “otoridades” já decretaram que não houve o PeTrolão?

    “Lula instituiu reuniões com diretoria da Petrobras”
    (Coluna do CH, DP, 07/08/22)

    “Ameaça de interferência” de Jair Bolsonaro na Petrobras tem inspirado manchetes indignadas jamais vistas nos anos de Lula na chefia do governo. O ex-senador petista Delcídio Amaral revelou esta semana que Lula inaugurou reuniões periódicas com a diretoria da Petrobras, no período em que a estatal era vitima do assalto descoberto depois pela Operação Lava Jato. Ex-diretor da estatal no governo FHC, Delcídio disse nunca ter participado de reunião com o então presidente.

    Alô, Lava Jato
    “Com o PT, o presidente se reunia com a diretoria inteira” revelou Delcídio ao programa Pânico, sem chamar atenção das autoridades.

    Roubo devolvido
    O TCU cobrou de Renato Duque, diretor nomeado por Lula, devolução de R$975 milhões. O gerente Pedro Barusco devolveu R$180 milhões.

    Faltou acabar
    Ex-senador e ex-ministro, Delcídio disse acreditar que o maior erro da Lava Jato, que destruiu a roubalheira, foi se ter alongado demais.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/forca-do-nordeste-pode-ate-favorecer-bolsonaro)

    Pois é delcídio, perdesses a vazada!

    Confesso que sempre fui admirador do delcídio, porém, como tantos outros políticos que admirei, também decepcionou-me.

    Assim, em homenagem à ele que sempre foi fã da banda “Led Zeppelin” e para nós que acreditamos que com o voto compra-se uma “escada para o paraíso”:

    https://www.youtube.com/watch?v=Ly6ZhQVnVow

  10. Miguel José Teixeira

    Decifra-me ou te devoro

    “Via acostamento”
    (Coluna do CH, DP, 07/08/22)

    Segundo o Paraná Pesquisas (BR-05251/22), além de Lula, Bolsonaro e Ciro Gomes, todos os outros nove candidatos somados têm só 5,1% da preferência dos eleitores. Menos que brancos e nulos (6,2%).

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/forca-do-nordeste-pode-ate-favorecer-bolsonaro)

    Portanto, há uma via monumental à ser explorada.

    Com a palavra, os estrategistas em marketing político!

  11. Miguel José Teixeira

    Potencial de agregação: ZERO! Pois o voto do janones já era do ex presidiário lula.

    “Um pragmático”
    (Coluna do CH, DP, 07/08/22)

    Era previsível apoio a Lula do ex-candidato do Avante André Janones. Ele ficou dez anos no PT.

    Entrou em 2003, primeiro ano de governo e saiu em 2012, um ano e meio após o fim do mandato de Lula.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/forca-do-nordeste-pode-ate-favorecer-bolsonaro)

  12. Miguel José Teixeira

    Mas bah, tchê!

    “O louco do chapéu azul”
    (por Severino Francisco, Crônica da Cidade, CB, 06/08/22)

    A brava comunidade de Pelotas em Brasília pode não ser numerosa, mas, em compensação, faz muito barulho e está agitada. É que um dos mais ilustres filhos da terra faz show, hoje, na programação do Festival CoMA, no Clube do Choro. Trata-se do compositor gaúcho Vitor Ramil.

    Pois bem, uma das canções mais famosas do menestrel gaúcho é Joaquim, o louco do chapéu azul, uma balada quilométrica, que narra a história de um inventor quixotesco no embate contra as forças do obscurantismo e dos baixos interesses comerciais e políticos: “Muito cedo / Ele foi expulso de alguns colégios / E jurou: ‘Nessa lama eu não me afundo mais’ / Reformou uma pequena oficina / Com a grana que ganhara / Vendendo velhas invenções / Levou pra lá seus livros, seus projetos / Sua cama e muitas roupas de lã / Sempre com frio, fazia de tudo / Pra matar esse inimigo invisível”.

    Quando tinha 22 anos, Vitor Ramil escutou a história de Joaquim em Porto Alegre, contada pelo baterista Alexandre Fonseca, neto do piloto. Ele ficou tão assombrado e fascinado que compôs a balada Joaquim, o louco do chapéu azul, de oito minutos e meio, no estilo Bob Dylan.

    Em abril de 1943, Joaquim da Costa Fonseca Filho viajou ao Rio de Janeiro em um avião que havia construído em Pelotas. A viagem solitária durou exatas 13 horas e 14 minutos, com um vento desfavorável que o obrigou a quatro escalas: Porto Alegre, Florianópolis, Paranaguá e Santos.

    O pelotense voador queria requerer ao gaúcho Salgado Filho, então ministro da Aeronáutica, licença para construir uma fábrica para produzir o aeroplano F2. No entanto, embora a viagem tenha sido sugerida pelo próprio ministro e o avião tenha sido submetido a testes e inteiramente aprovado, a licença não foi concedida.

    Mas existe um aspecto misterioso e intrigante na história: em 1943, ou no começo de 1944, Joaquim recebeu uma carta do governo com a negativa para construir aviões em série. Só que escrita em inglês, segundo garante o filho do piloto, Joaquim da Costa Fonseca Neto.

    Vitor Ramil não pretendeu remontar a história tal como ela aconteceu; ele tomou a saga de Joaquim como fonte de inspiração para o personagem quixotesco do louco do chapéu azul e o misturou com a figura de Graciliano Ramos, o escritor alagoano que esteve preso na Ilha Grande, no Rio de Janeiro, durante a ditadura de Getúlio Vargas: “Joquim, Joquim / Nau da loucura no mar das idéias / Joquim, Joquim / Quem eram esses canalhas / Que vieram acabar contigo?”

    Ramil deduz ou intui que, na verdade, algum lobby de empresa estrangeira, mais especificamente norte-americana, se impôs. Se não fosse essa intervenção, talvez Pelotas poderia ter a primeira fábrica de aviões do Brasil. O enigma permanece vivo, mas Vitor Ramil transformou a história do louco de Pelotas em uma canção azul.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2022/08/06/interna_cidades,371707/cronica-da-cidade.shtml)

    Eis a canção do Vitor Ramil:

    https://www.youtube.com/watch?v=U1GSySmy2qU

  13. Miguel José Teixeira

    Huuummm. . .alguém já disse: . . .”sábio é aquele que sabe onde encontrar o que quer saber”. . . e replicar o conhecimento!

    “Jô e a raiva de Telê dos pontas”
    (por Marcos Paulo Lima, CB, 06/08/22)

    O personagem Zé da Galera, criação do tricolor carioca Jô Soares e do americano Max Nunes, na Copa da Espanha, em 1982, não surgiu por obra do acaso. Foi a grande sacada do humorista. Jô não se contentava em assistir futebol. Eram 90 minutos de imersão no esporte. Tinha sensibilidade não somente para humanizar o jogador, mas sondar o íntimo de personagens como o atacante, e depois técnico, Telê Santana.

    Quando eu soube da morte do Jô, fui a um dos meus baús de memórias prediletos: a coleção de revistas Placar. Tinha lembrança dele como entrevistado em uma das edições. Encontrei o alfarrábio de julho de 1986. Tempo em que um exemplar custava Cz$ 17,00, anuncia a capa. A Copa rolava no México e Jô teve um riquíssimo bate-papo com a repórter Betise Assumpção publicada na véspera da eliminação do Brasil nos pênaltis contra a França, em Guadalajara.

    Na entrevista, Jô responde por que Telê não gostava de ponta — a maior polêmica da campanha canarinho no Mundial de 1982. Questionado se o técnico da Seleção Brasileira tinha raiva de ponta, ele elaborou uma tese com o conhecimento de quem acompanhava e acumulava memórias da bola.

    “Acho que sim, e creio que sei a razão. Num jogo entre Fluminense e Botafogo — olha que eu sou Flu, hem? — Garrincha deu um banho nele. Deixou-o caído de quatro no chão duas vezes. Saiu uma foto na Veja que é engraçada à beça. Telê está sentado no chão, com um ar desconsolado, olhando torto, e Garrincha indo embora com a bola. Acho que o trauma de Telê começou nesse dia (risos). E olha que ele foi ponta, mas um falso ponta. Foi um bom jogador, inteligente”, lembrou Jô.

    Ele se referia a uma entortada de Garrincha em Telê em 16 de dezembro de 1957, na decisão do Carioca. O Botafogo goleou o Fluminense por 6 x 2. Exausto, Telê teria pedido aos jogadores alvinegros para tirarem o pé, pois o título estadual estava garantido. Mané nem deu bola e continuou se divertindo.

    O fato é que Zé da Galera perturbou o juízo do técnico da Seleção a Copa inteira com o bordão: “Bota ponta, Telê!”. Foi assim até a Tragédia do Sarriá. A derrota por 3 x 2 para a Itália adiou, à época, o sonho do tetra. A cobrança continuou em 1986. “O Brasil tem que ter ponta. mas Telê mistura estações. Os outros países jogam com pontas falsos porque não têm especialistas como nós. O ponta especialista pode, de acordo com as conveniências das partidas, recuar para jogar pelo meio. Garrincha cansou de fazer isso e não houve ponta melhor do que ele.”

    Apaixonado por pontas, Jô assistirá, onde estiver, com espírito de Zé da Galera, Tite resgatá-los na Copa. Há tempos não tínhamos tantos. Neymar, Vinicius Junior, Raphinha, Antony, Gabriel Martinelli. “Zé da Galera e eu somos meio iguais. Também fico maluco. grito, xingo o técnico”, assumiu Jô à Placar, em 1986. A Seleção estreia na Copa daqui a 110 dias. Seremos todos Zé da Galera aqui ou lá no Catar. Viva o Jô!

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/06/interna_opiniao,371686/jo-e-a-raiva-de-tele-dos-pontas.shtml)

  14. Miguel José Teixeira

    Será que somos todos 30% Miguelões, 30% Muricis, 30% Romeros e apenas 10% nós mesmos?

    É você!
    (Circe Cunha, Coluna Visto, lido e ouvido, CB, 06/08/22)

    “Não é a política, é você, que acredita nesses jogos virtuais, enquanto deixa de prestar atenção em quem vota”, esbravejou, ou melhor berrou, o realista e mal-humorado Miguelão, externando toda a sua impaciência com as tolices que lhe catucavam os ouvidos, vindas de alguém desprovido de inteligência e bom senso. De que adiantaria ficar ali ouvindo todo esse converseiro inútil e lamuriento, vindo de gente iludida e arrependida com as artimanhas da politicagem nacional?

    “Não tenho tempo a perder com gente perdida. Boa noite”, disse fechando a porta da vendinha na cara do freguês e vizinho, espantado com tanta “sinceritude”.

    “Melhor receber logo uma resposta grossa e curta, mas verdadeira, do que ser enganado ao longo de quatro anos, com docilidades e fantasias”, completou Murici, seu companheiro de copo e de observações do mundo.

    É, de fato, Romero tinha sido, mais um vez, tapeado em suas esperanças diante das urnas, pois nada do que lhe prometeram havia se cumprido. Na verdade, o mundo em volta parecia ainda mais difícil de ser vencido. Havia a carestia dos alimentos, o desemprego em alta e, por toda a parte, a sensação que se tinha é de que as cidades pareciam ter sido invadidas por hordas de mendigos e pedintes. O pior é que, para o bem da verdade, Romero já nem conseguia lembrar em quem havia votado quatro anos atrás. Nem para vereador, senador, deputado ou presidente. Nunca se lembrava.

    Distraído e desinformado, como sempre, jamais prestava muita atenção nos candidatos que votava. Não tinha tempo para essas tarefas. Afinal, todos pareciam sempre iguais e vazios. Votava por votar. Talvez por receio de multas, ou pela necessidade burocrática de possuir o recibo de comparecimento ao local de votação. O governo obriga e o patrão sempre pede o comprovante de votação. Melhor não arriscar.

    A questão é que, para ele, a desilusão com os descaminhos da política e com o excesso de escândalos, mostrados todas as noites nos telejornais, vinham numa altura de sua vida em que lhe faltavam forças para mudar de opinião. “Já não posso dar prosseguimento nem mesmo aos meus projetos, que dirá aos projetos para um país melhor”, pensava, em busca de uma desculpa que o ajudasse a fazer as pazes com um mundo que desmoronava ao seu redor.

    Miguelão, para quem o anarquismo era a único sistema e resposta racional capaz de acabar, de vez, com os maus políticos que infestam a vida brasileira, não tinha pachorra para debater assuntos da política nacional. Muito menos para dar conselhos a quem quer que seja. Não vislumbrava valia alguma nessas discussões sobre a performance de personagens medíocres e calhordas.

    Para ele, perder tempo discutindo sobre gente sem valor moral era valorizar figuras que não mereciam sequer um dedo de prosa ou de reflexão. Talvez, por isso, nunca tenha comparecido diante das urnas. Romero não se conformava de ter sido trapaceado todos esses anos, mesmo cumprindo, religiosamente, seu papel de cidadão, indo votar. Ele também não podia aceitar o fato de que era ele responsável direto e a causa de sua desilusão. Em sua cabeça a voz troante de Miguelão não parava de ecoar: “Não é a política, idiota. É você!”

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/06/interna_opiniao,371684/visto-lido-e-ouvido.shtml)

  15. Miguel José Teixeira

    Ex presidiário de volta ao páreo. . .

    “Sai liminar que permite candidatura de Arruda”
    (por Ana Maria Campos, Eixo Capital, CB, 06/08/22)

    No prazo final para definição das candidaturas, o ex-governador José Roberto Arruda (PL) conseguiu, ontem, uma liminar que lhe assegura o direito de concorrer nas eleições. Ele garante que vai registrar a candidatura a deputado federal.

    O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu a liminar ao acatar argumentos dos advogados de que há possibilidade de o STF considerar a retroatividade da nova Lei de Improbidade Administrativa, o que pode resultar na anulação das condenações impostas a Arruda pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

    Assim, negar a elegibilidade a Arruda agora causaria um dano irreparável, já que o prazo para registro de candidaturas se encerra em 15 de agosto. O julgamento sobre a nova Lei de Improbidade Administrativa foi iniciado quarta-feira e suspenso ontem, com placar empatado em 1 x 1. A discussão deve ser retomada na próxima semana.

    Atentem:

    “O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu a liminar ao acatar argumentos dos advogados de que há possibilidade de o STF considerar a retroatividade da nova Lei de Improbidade Administrativa, o que pode resultar na anulação das condenações impostas a Arruda pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). ”

    . . .”há possibilidade de o STF considerar a retroatividade da nova Lei de Improbidade Administrativa”. . .

    Nada como segurar a ponta da guia, cuja coleira está atrelada à uma suprema lagosta. Hein, capitão zero zero?

    Nesse ritmo de PaTifaria, acabarei votando no ex presidiário lula, só para ver o circo pegar fogo!

    Ex presidiário por ex presidiário, é melhor ficar com o maioral!

    1. Que tudo se resolva no primeiro turno, para que eu não tenha de passar pela suprema vergonha de ficar diante de dois certos desastres anunciados para a nação e me recusar a ser avalista de um deles, anulando o meu direito de escolha.

  16. Miguel José Teixeira

    Certíssima a dona Benta:

    . . .”Dona Benta: Eu acho, minha filha, que o segredo é um só: liberdade. Aqui no sítio não há coleiras. A grande desgraça do mundo é a coleira. E como há coleiras espalhadas pelo mundo!”

    “Censura a Lobato”
    (por Severino Francisco, Crônica da Cidade, CB, 05/08/22)

    Recebi a mensagem de uma leitora, na qual ela conta que lê a coluna em família, com o marido e os dois filhos, um de 12 anos e um de 14. Fiquei preocupado em escrever algo que interessasse e fosse divertido para os dois garotos. Por isso, desencavei uma entrevista mediúnica exclusiva, concedida a esta coluna, com Dona Benta Encerrabodes de Oliveira e o pessoal do Sítio do Picapau Amarelo.

    O tema da conversa são as acusações de que Lobato usaria expressões supostamente racistas e a pressão para censurar os livros Caçadas de Pedrinho e Negrinha. Fala, Dona Benta.

    Como a senhora vê as acusações de ONGs de que Lobato era racista?

    Dona Benta: Meu filho, Lobato era a favor do progresso em tudo, ele tinha um sentimento politicamente e humanamente correto. Mas nasceu em 1882, e nós fomos o último país do mundo a abolir a escravidão, em 1888. Exigir que ele escrevesse em uma linguagem politicamente correta me parece um despautério. Por exemplo, no livro Caçadas de Pedrinho, Lobato usa os termos “aleijado” e “velhas”, quando acredito que o pessoal politicamente correto gostaria que ele utilizasse “deficientes físicos”, “cadeirantes” ou “mulheres da melhor idade”.

    Mas, Dona Benta, o pessoal politicamente correto critica um trecho em que Lobato compara Tia Nastácia a uma macaca de carvão subindo no mastro de São Pedro para escapar das onças.

    No entanto, a comparação com a macaca é pela agilidade com que ela subiu no mastro, nada tem de racista.

    Lobato não poderia ter representado Tia Nastácia como uma afrodescendente rica e de sucesso para compor uma imagem mais politicamente correta?

    Meu filho, a estupidez humana não tem limites. Só enriquece, quem adquire conhecimentos. A verdadeira riqueza não está no acúmulo de moedas; está no aperfeiçoamento do espírito e da alma.

    Mas, Dona Benta, existem cartas de Lobato simpáticas à ideologia do eugenismo, da raça pura…

    Mesquinharia, não era só Lobato. Naquele tempo, a ciência e a maioria dos intelectuais brasileiros era eugenista. Mas, no Sítio do Picapau Amarelo, Lobato condena veementemente a escravidão como um atraso social.

    O que provoca estas recriminações a Lobato é a ignorância ou a burrice?

    Emília: Calma lá, seu repórter cara de coruja seca. Não suporto essa mania de insultar um ente tão sensato e precioso como é o burro. Quando um homem quer xingar outro, diz: “Burro! Você é um burro!”. Quando um homem quer xingar outro, o que deve dizer é uma coisa só: “Você é um homem, sabe? Um grandessíssimo homem! Mas chamar de burro é para mim o maior dos elogios. É o mesmo que dizer: “Você é um Sócrates, você é um grandessíssimo Sócrates…”

    Dona Benta: Emília, respeite os mais velhos!
    Emília: A senhora me perdoe, mas, cá para mim, isso de respeito nada tem a ver com a idade. Eu respeito uma abelha de um mês de idade que me diga coisinhas sensatas, mas se Matusalém vier para cima de mim com bobagens, pensa que não boto fogo na barba dele? Ora, se boto.

    Narizinho: Vovó, eu gostaria de sugerir que se colocasse uma tarja preta na representação tentando censurar o Lobato nas escolas com os dizeres: “Esta resolução contém obscurantismo”. O que a senhora acha?

    Dona Benta: Eu acho, minha filha, que o segredo é um só: liberdade. Aqui no sítio não há coleiras. A grande desgraça do mundo é a coleira. E como há coleiras espalhadas pelo mundo!

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2022/08/05/interna_cidades,371619/cronica-da-cidade.shtml)

  17. Miguel José Teixeira

    No mínimo, a energúmena tupiniquim “se-imaginou-se” nos 15 segundos de glória!

    . . .”Quando vemos uma artista brasileira, radicada nos Estados Unidos, filha de família rica e famosa, que teve oportunidade de estudar nos melhores colégios do planeta, se apresentar em público, literalmente sambando em cima da bandeira, limpando os pés e fazendo deboche de sua terra e de sua gente, é que se pode entender que ainda não estamos prontos para a Ordem e muito menos para sua consequência que é o Progresso. “. . .

    “Samba e bandeira no pé”
    (Circe Cunha, Coluna Visto, lido e ouvido, CB, 05/08/22)

    Tomassem para si apenas o que está escrito na Bandeira Nacional, os homens públicos deste país poderiam, com segurança, dispensar milhares de outras leis e preceitos, que enchem os alfarrábios jurídicos. A bandeira, ao contrário do que muitos pensam, não é uma logomarca, à qual o marketing recorre para identificar um produto ou marca. Ela vai muito além, inclusive, do seu sentido político, sendo, antes de tudo, a representação, mesmo que simbólica, de toda a nação, e não apenas de um grupo específico dentro do país.

    “O amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim” eram lemas correntes dentro da filosofia positivista do século 19 e ficaram resumidos em nossa bandeira: Ordem e Progresso, sendo essa primeira adotada no sentido de manutenção de tudo aquilo que é bom e que tem funcionamento correto dentro dos princípios da ética. O progresso veio em reforço da ideia de defesa do desenvolvimento, sobretudo, dentro dos parâmetros daquilo que se conhece atualmente por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

    Há, portanto, progresso quando o povo é o objeto e fim desse desenvolvimento. No mais, fica ainda subentendido que só se pode haver progresso ou se avançar no desenvolvimento, na medida em que ele é construído dentro da ordem, que também engloba em si os conceitos de ética pública e total pureza de princípios por parte dos homens públicos e de toda a nação.

    Fácil entender esses conceitos quando se observam que somente as nações que empreenderam um desenvolvimento com base nos princípios da ordem, da justiça, com direitos e deveres iguais para todos é que lograram alcançar o tão almejado progresso. Não há, no atual estágio de evolução humana, como se desenvolver nação alguma que tenha logrado o progresso e a riqueza de sua população, abrindo mão da ordem e da justiça.

    Com base apenas no que está dito acima, fica fácil também entender porque ainda patinamos num subdesenvolvimento crônico, com milhões de cidadãos vivendo na pobreza e sem segurança alimentar. Um olhar atento pelas ruas de nossas metrópoles, dá uma mostra do quanto ainda temos que avançar para sair de onde estamos. Não é só aqui dentro que podemos ter um retrato do nosso descaso com a ordem e com o progresso.

    Quando vemos uma artista brasileira, radicada nos Estados Unidos, filha de família rica e famosa, que teve oportunidade de estudar nos melhores colégios do planeta, se apresentar em público, literalmente sambando em cima da bandeira, limpando os pés e fazendo deboche de sua terra e de sua gente, é que se pode entender que ainda não estamos prontos para a Ordem e muito menos para sua consequência que é o Progresso.

    Quando ouvimos no pedido de perdão um malabarismo vernacular dizendo que o ódio veio de quem respeita a bandeira ou quando notamos que temos que formular leis, como a de improbidade administrativa e outras do gênero, para que os homens públicos e gestores se abstenham de desviarem os recursos públicos em causa própria, vemos bem onde ainda permanecemos e porque estamos onde estamos.

    Por certo, os corruptos que ainda infestam este país não viram o que está escrito em nossa bandeira. Se viram não entenderam. Se entenderam o que está escrito e não cumpriram, e se não cumpriram é porque falta gente para fazer valer a lei. Enquanto essa gente de coragem não chega, seguem, como aquela cantora, sambando e sapateando em cima de todos nós.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/05/interna_opiniao,371642/visto-lido-e-ouvido.shtml)

  18. Miguel José Teixeira

    O autor do texto omitiu a presença nas eleições do ex presidiário lula

    . . .Só a título de exemplo, nomes como os de Eduardo Cunha (PTB) e José Roberto Arruda (PL) disputarão uma vaga de deputado federal”. . .

    “Não podemos jogar a toalha”
    (por Orlando Thomé Cordeiro, Consultor em estratégia, CB, 05/08/22)

    Estamos a menos de 60 dias das eleições e, como sempre, as atenções da população e da mídia estão voltadas para a disputa presidencial e dos governos estaduais. Recente pesquisa da Quaest feita para o RenovaBR trouxe informações interessantes para entendermos esse quadro.

    Oitenta e seis por cento dos entrevistados consideram que seria desejável uma renovação no Congresso Nacional.

    Já 66% não aprovam o trabalho do parlamento brasileiro e o mesmo percentual indica quem não se lembra em qual deputado votou nas últimas eleições.

    O desinteresse pelo Legislativo fica patente ao vermos as respostas para três perguntas:

    55% afirmam não saber o que faz um deputado;

    66% ainda não escolheram em quem votar neste ano, sendo que

    36% só pretende pensar no assunto na última semana antes do primeiro turno.

    Depois do vendaval que atingiu as eleições de 2018, com a vitória nas urnas de uma série de parlamentares que surfaram na onda anticorrupção, incluindo o presidente, o que se viu foi uma articulação para jogar no lixo o legado da Lava-Jato. Esse processo só foi possível graças à participação destacada de Bolsonaro, da maioria do Congresso e da maior parte dos ministros do STF.

    Adicionalmente, a decepção com a desconexão entre discursos e prática por parte das bancadas eleitas em nome da renovação e da autointitulada “nova política” faz com que parcela significativa da população esteja disposta a recolocar no parlamento algumas figuras tradicionais que foram fragorosamente derrotadas há quatro anos. Só a título de exemplo, nomes como os de Eduardo Cunha (PTB) e José Roberto Arruda (PL) disputarão uma vaga de deputado federal, respectivamente, por São Paulo e Distrito Federal, aparecem com grande chance de serem vitoriosos.

    Enquanto isso, o Congresso Nacional, sob a hegemonia do Centrão, vai promovendo diversas medidas com o objetivo de aumentar seu poder, independentemente de quem venha a ocupar o Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos. Uma das mais relevantes foi a aprovação, em junho de 2021, de uma alteração na Lei da Ficha Limpa prevendo um “excludente” de inelegibilidade a candidatos que tiveram as contas rejeitadas aos casos em que não houve imputação de débito e que tenham sido sancionados “exclusivamente com o pagamento de multa”. Na sequência, em outubro passado, a lei da improbidade administrativa passou a ter uma nova redação garantindo que gestores públicos só possam ser condenados caso fique comprovada a real intenção de dolo. Resta saber se sua aplicação terá efeito retroativo e a decisão final será do STF que, nesta semana, começou o julgamento desse aspecto da lei. Segundo diversos jornalistas com acesso aos ministros do Supremo, a tendência é a que seja garantida a retroatividade.

    Por mais que seja difícil mudar esse quadro, é alvissareiro identificar a existência de diversas iniciativas da sociedade civil voltadas ao trabalho com foco nas eleições legislativas. Também é digno de nota acompanhar um número cada vez maior de jornalistas e colunistas dedicando um espaço relevante em suas análises, chamando a atenção para a importância de ser eleito um parlamento federal que venha a ser caracterizado por uma atuação democrática e republicana. Nesse sentido, algumas propostas precisam ser priorizadas, compondo uma pauta a ser defendida por uma bancada pluripartidária. Com certeza, dois pontos deverão ser os primeiros, a saber: fim do orçamento secreto, um caminho aberto para o desvio de recursos públicos, como mostrado em inúmeras reportagens de diversos veículos de mídia; e mudança radical dos regimentos internos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, reduzindo os poderes quase imperiais concedidos às respectivas presidências.

    Em paralelo, é necessário iniciar o debate em torno de uma ampla reforma política, incluindo a transição para o sistema distrital, puro ou misto, como maneira de permitir uma maior aproximação do parlamentar com seu eleitorado. O atual sistema proporcional faz com que as pessoas votem em um candidato, mas acabam elegendo outro com o qual não têm qualquer proximidade. Outra vantagem é a natural redução do custo das campanhas eleitorais. É certo que a próxima legislatura do Congresso Nacional terá a presença de políticos experientes contrários às mudanças aqui propostas. Caberá à sociedade civil um papel determinante, apoiando parlamentares alinhados às ideias acima para construir os caminhos que permitam torná-las realidade. Um ótimo exemplo foi o movimento que culminou com a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Não podemos jogar a toalha.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/05/interna_opiniao,371641/nao-podemos-jogar-a-toalha.shtml)

  19. Miguel José Teixeira

    Seguramente “nem um nem outro” modificarão este assombroso quadro

    . . .Julgamentos díspares em casos similares, interpretações erradas, mudanças bruscas de entendimento, morosidade e o excesso de processos, pioram o quadro. “. . .

    “Incerteza”
    (por Renato Mendes Prestes, Águas Claras, CB, 05/08/22)

    “No Brasil, até o passado é incerto.” Essa frase atribuída ao ex-ministro da Fazenda Pedro Malan se aplica bem à insegurança jurídica do país atualmente.

    O ambiente político, institucional e social está cada vez mais corroído pelas incertezas que rondam a aplicação de leis e normas, deixando em dúvida o entendimento não só do futuro, mas do presente e até mesmo do passado.

    Nossos legisladores aprovam leis cujo texto não tem a clareza necessária e, muitas vezes, não contam com base constitucional. Há uma produção exagerada de leis, códigos, medidas provisórias e outras regras que se amontoam diante dos cidadãos.

    Considerado o principal guardião da estabilidade da legislação, promotor da pacificação social e garantidor da ordem, o Poder Judiciário tem se tornado um fator de insegurança jurídica, ao questionar leis aprovadas pelo Congresso Nacional.

    Julgamentos díspares em casos similares, interpretações erradas, mudanças bruscas de entendimento, morosidade e o excesso de processos, pioram o quadro.

    Em muitos casos, as sentenças são aleatórias, arbitrárias ou mostram a preferência do magistrado.

    Em muitas decisões, o interesse de burocratas e governantes se sobrepõe aos direitos dos indivíduos.

    De forma geral, a insegurança jurídica eleva os conflitos políticos.

    Partimos da premissa de que um firme compromisso do próximo ocupante do Palácio do Planalto com a segurança jurídica do país será crucial para que a economia brasileira alcance seu pleno potencial de crescimento, propiciando progresso e justiça social para todos os brasileiros.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/05/interna_opiniao,371635/sr-redator.shtml)

    Assim como, “nem um nem outro” acabarão com a farra do “orçamento secreto”!

  20. Miguel José Teixeira

    “Pé de pato, mangalô, trêis veis!”

    “STF sinaliza que improbidade é mesmo dolosa”
    (por Cláudio Humberto, Colunado do CH, DP, 05/08/22)

    O relator Alexandre de Moraes mandou bem, optando por proteger os cofres públicos de gestores condenados por improbidade administrativa. Ele votou contra a tese de retroagir a nova (e esperta) lei para beneficiar a corja que se encontra inelegível. O julgamento só será retomado na próxima semana, quando estará encerrado o prazo (esta sexta, 5) para as convenções partidárias que definem candidaturas, mas há brechas.

    Ainda dá
    A lei prevê a “substituição” de candidatos após as convenções, o que mantém acesa a luz de esperança dos condenados.

    Expectativa
    O voto de Alexandre de Moraes retoma a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal poderá endossar esse entendimento. Oremos.

    É bom lembrar
    O relator bem fez lembrar que “a lei de improbidade administrativa nasceu exatamente para combater o gestor corrupto”.

    Santos do pau oco
    Os políticos querem que a nova lei retroaja para considerar seus crimes “culposos”, coitadinhos, sem o dolo caracterizado nas sentenças.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/stf-sinaliza-que-improbidade-e-mesmo-dolosa)

  21. Miguel José Teixeira

    3 manchetes do Diário do Poder, para comentários do Matutildo

    1) “Operação flagra 4 restaurantes da moda de Brasília furtando R$790 mil em energia”
    – Estão envolvidos Churrascaria Estrela do Sul, Dom Phelipo, Fausto & Manoel e Villa Carioca devem R$790 mil

    (+em: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/distrito-federal/operacao-flagra-4-restaurantes-da-moda-de-brasilia-furtando-r790-mil-em-energia)

    Cultura midiática brasileira: é o império da “lei do Gérson”!

    2) “Lira quer unir oposição para eleger Davi ao Senado, contra Renan Filho”
    – Presidente da Câmara busca apoio para eleger Davi Davino Filho, contra tentativa dos Calheiros de terem dois dos três senadores de Alagoas

    (+em: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/lira-quer-unir-oposicao-para-eleger-davi-ao-senado-contra-renan-filho)

    Triste sina do querido povo alagoano: se correr o cangaceiro pega, se ficar o cangaceiro come!

    3) “Já vigora a lei que libera consignado para beneficiários do Auxílio Brasil”
    – Lei também amplia margem para até 45%, com limite de 40% para celetistas e beneficiários do programa social

    (+em: https://diariodopoder.com.br/dinheiro/ja-vigora-a-lei-que-libera-consignado-para-beneficiarios-do-auxilio-brasil)

    Alquimia bolsonarista: transformou o “Auxílio Brasil” em “Auxílio Banqueiro”!

  22. Miguel José Teixeira

    5G para inGlês ver?

    “Na era do 5G, 40 milhões de brasileiros continuam sem internet”
    (por Amauri Segalla, Mercado S/A., CB, 04/08/22)

    A tecnologia 5G, a quinta geração da internet que começa a se espalhar pelo Brasil, obviamente é bem-vinda e deverá provocar grandes transformações no país. Isso, contudo, não esconde uma intolerável desigualdade. Segundo o mais recente levantamento do IBGE, cerca de 40 milhões de brasileiros sequer têm acesso à internet.

    O número supera toda a população de países como Austrália, Canadá e Portugal, para citar apenas alguns. Ao mesmo tempo em que se investe na disseminação do 5G — algo, ressalve-se, fundamental para o desenvolvimento do Brasil —, as autoridades deveriam criar programas de alcance nacional capazes de levar a internet para mais pessoas.

    Sem conexão a uma rede, estudantes ficam para trás, trabalhadores perdem oportunidades e o país, claro, não avança.

    É ótimo que novas tecnologias cheguem ao mercado, mas elas deveriam vir acompanhadas por iniciativas mais abrangentes.

    Ampliar o acesso à internet é uma delas.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/economia/2022/08/04/interna_economia,371585/mercado-s-a.shtml)

  23. Miguel José Teixeira

    . . .”É muito fácil descobrir os que legislaram em causa própria e se acovardaram nos momentos em que o país mais precisou deles. Basta acionar o google em busca de uma fonte de credibilidade e não votar mais nessas excelências. Seria uma ação cívica de valor inestimável.”. . .

    “Improbidade parlamentar”
    (por Severino Francisco, Crônica da Cidade, CB, 04/08/22)

    Os deputados federais têm dado provas em série de improbidade parlamentar, sob a liderança do nosso grande líder da vanguarda do atraso, Arthur Lira. Em dois minutos, tempo para se cozinhar um miojo, como alguém disse, eles desfiguram completamente a Constituição Cidadã e, em vez de punir, criam leis para proteger os que praticam ações delituosas.

    É o que fizeram com a Lei de Improbidade Administrativa, que era excelente, protegia o cidadão dos maus funcionários públicos e dos maus políticos. Todavia, ao legislar em causa própria, as excelências retiraram o direito das instituições públicas denunciarem o ato ilícito, exigiram a comprovação de dolo para abrir um processo, diminuíram o valor da multa para quem violasse os princípios da administração pública (antes era de 100 vezes a remuneração e, agora, passou para 24 vezes) e eliminaram a possibilidade de perda da função pública e de perda dos direitos políticos.

    Segundo a nova versão da Lei da improbidade administrativa, não é mais crime transferir recursos para entidades privadas em razão da prestação de serviços de saúde, sem a celebração de contrato, de convênio ou instrumentos congêneres. É possível imaginar que existam situações de emergência, como foi a da pandemia, demandando a rapidez de ações. No entanto, elas estão previstas na lei de licitações.

    Além disso, mão é mais crime deixar de cumprir os requisitos de acessibilidade previstos na legislação. A premissa de dolo para caracterizar a situação ilícita é tragicômica, pois joga a questão para o plano inteiramente subjetivo e despreza as ações e as omissões. Um agente público ou um político podem alegar: “Roubei, sim, mas não tive a intenção, não tive dolo”. E, simplesmente, está livre das penas da lei. Quer dizer, suas excelências, praticamente, criaram uma licença para praticar atos ilícitos.

    Pretendem descriminalizar o crime e criminalizar os movimentos sociais, como ações terroristas. Tudo a toque de caixa, na surdina, como fazem com o orçamento secreto. Ontem, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Eduardo Barros (PP-RR), apresentou requerimento para que o PL 732, que trata dos crimes de terrorismo, tramitasse junto com o PL 5365, sobre o “novo cangaço”, que corre em regime de urgência.
    Dessa vez, Arthur Lira barrou a investida. Contudo, é preciso ficar atento, pois com o foco nas eleições, as excelências querem passar, de qualquer modo, antes do mandato, as boiadas parlamentares que ficaram nas gavetas. A Câmara dos Deputados é uma das grandes responsáveis pela crise na qual estamos mergulhados, por suas ações e suas omissões.

    Apoia o PL do veneno, a devastação ambiental, a mineração em terras indígenas, a violação da lei eleitoral com o pacote de bondades às vésperas da eleição e a redução do orçamento em educação e saúde para reformar caminhões usados. É uma agenda da destruição do país. A Câmara não é conservadora; é atrasada. O orçamento secreto é uma ação reveladora da improbidade parlamentar. Ele foi definido pelo senador Alexandro Vieira como uma espécie de “mensalão 2.0”.

    As excelências se acham vencedoras, mas, com a vassalagem ao governo, provocam a degradação da imagem do parlamento. Quando começarem os efeitos mais drásticos do aquecimento global, as pessoas perguntarão quem votou os projetos insanos que agravaram a crise climática e as excelências se tornarão personas non gratas.

    Ao votarem despautérios, empurram a bomba para o STF. Deveriam ser os primeiros a defender a democracia dos ataques às urnas eletrônicas, mas se omitem ou são os últimos a se manifestar envergonhados. É muito fácil descobrir os que legislaram em causa própria e se acovardaram nos momentos em que o país mais precisou deles. Basta acionar o google em busca de uma fonte de credibilidade e não votar mais nessas excelências. Seria uma ação cívica de valor inestimável.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2022/08/04/interna_cidades,371556/cronica-da-cidade.shtml)

    Matutando bem. . .

    Se o próprio ex presidiário lula, contrariando o ex presidiário zédirceu, já admitiu publicamente que o “secretão” é bem mais violento que o “mensalão”, então, trata-se do “mensalão 4.0”!

  24. Miguel José Teixeira

    Pra não dizerem que não se teclou sobre o belzebu de Garanhuns

    “E qualquer desatenção, faça não”
    (Circe Cunha, Coluna Visto, lido e ouvido, CB, 04/08/22)

    Duas décadas terão se passado desde aquele 1º de janeiro de janeiro de 2003, quando subia a rampa do Palácio do Planalto. O mundo, e com ele o Brasil mudaram, e muito. Tanto que fica difícil reconhecer quem é quem hoje nesse jogo atual entre as nações. A bonança herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso, com o boom das commodities, ficou para trás. O mundo está em recessão, depois de uma pandemia de dois anos e agora com a guerra imperialista que Putin e seus generais sanguinários vêm travando contra a Ucrânia, e que pode arrastar todo o continente europeu para esse morticínio insano.

    Com um eventual retorno dele ao poder, as atenções, obviamente, estarão voltadas para nosso destino interno ou o que pode ser a repetição de todos os desacertos daquela era. Se o mundo e tudo em volta mudou, o mesmo não se pode dizer com relação a ele e o seu entorno. Pelo o que vem pregando, ele não apenas é o mesmo político de sempre, só que agora carrega consigo um poço transbordante de mágoas e infortúnios que semeou para si mesmo. Seu amigo e defensor profetizou: “Por favor / Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa/ E qualquer desatenção, faça não /Pode ser a gota d’água.

    Se a história, como dizia Karl Marx, em 18 de Brumário, se repete sempre em forma de farsa, o que teremos pela frente com o novo/velho governo dele vai além do mais do mesmo, podendo significar o que seria o grand finale ou a apoteose de uma farsa, toda ela feita de pantomimas e encenações burlescas, transformando o Brasil naquilo que ele que ele parece aos olhos do mundo: uma chanchada.

    Os anos não somaram a ele a experiência e a sabedoria natural aos mais idosos. O modelo 2003 é muito mais do que um velho político. Na verdade, se assim apontarem as urnas, quem eventualmente galgará a rampa do Planalto não será aquele de 1980, mas uma simbiose de personagens que vai de Macunaíma, passando por Pedro Malasartes, com pitadas de Saci Pererê e outros personagens dotados de grande esperteza do folclore nacional. Uma verdadeira metamorfose ambulante. Um camaleão político, astuto e cheio de artimanhas.

    Com ele de volta, estarão em pauta também todos os velhos truques do passado, desde a compra de parlamentares, passando pelo aparelhamento e pilhagem das estatais e todo o velho esquema de parcerias com a oligarquia do país e de fora. A questão toda aqui, pelo saber quem irá se apresentar como responsável, depois que todos tiverem assistido a reprise do grande espetáculo preparado para o distinto público do país? Terminado o grande show quem se apresentará para recolher as mágoas derramadas do pote?

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/04/interna_opiniao,371551/visto-lido-e-ouvido.shtml)

  25. Miguel José Teixeira

    Capitão zero zero cede ao ex presidiário lula, o principal “general” eleitoral

    “Inflação é veneno a ser combatido”
    (Visão do Correio (Braziliense), CB, 04/08/22)

    . . .”O Plano Real realizou um belo trabalho ao tirar a inflação alta da rotina dos brasileiros — muitos não sabiam o que era a carestia até o atual governo.”. . .

    O Banco Central deu a mais contundente prova de que o controle da inflação ainda está longe de ser uma realidade no Brasil, apesar do desejo eleitoreiro do governo, que prega aos quatro ventos que os índices de preços estão em deflação. Ao elevar a taxa básica de juros pela 12ª vez consecutiva, para 13,75% ao ano, e se comprometer com um novo aumento de pelo menos 0,25 ponto, a 14%, o Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou que o custo de vida continua atormentando — e muito — a população, em especial, a mais carente. Não será a queda temporária dos preços dos combustíveis e mesmo das tarifas de energia elétrica a pôr fim às remarcações. O essencial para os mais pobres continua a encarecer: a comida de todo santo dia.

    A inflação está acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional CMN) pelo segundo ano seguido. E, pelas projeções dos especialistas, esse quadro deve se repetir em 2023 e 2024, dadas as incertezas que rodam a economia brasileira e, sobretudo, o mercado global. É justamente para evitar que o descumprimento das metas se torne recorrente, que o Banco Central está pesando a mão nos juros.

    Afinal, anos seguidos de inflação fora das metas indicam leniência no combate disseminado dos reajustes de preços. É admitir que o efetivo controle da carestia deixou de ser a principal missão da autoridade monetária.

    A despeito dos arroubos retóricos de integrantes do governo de que a inflação de julho e, provavelmente, a de agosto será negativa — no economês, haverá deflação —, o Banco Central tem procurado agir de forma técnica, como convém, para não perder seu principal ativo: a credibilidade. Desde março de 2021, a taxa Selic, que serve de parâmetro para a formação do custo do dinheiro, já subiu quase 12 pontos percentuais. Em nenhum ciclo de aperto monetário, desde a adoção do regime de metas de inflação, em 1999, se viu um aumento tão forte dos juros. Ainda assim, o custo de vida não dá trégua.

    O BC tem a exata noção de que a inflação é o pior dos venenos para a economia. E não será a proximidade das eleições que impedirá a instituição de seguir com seu trabalho. Deixar a política monetária ser contaminada pelos interesses deste ou daquele candidato é enterrar um ativo do qual qualquer país jamais pode abrir mão. O histórico brasileiro sempre foi de complacência com o descontrole de preços. Não à toa, o país é um dos mais desiguais do mundo. Ao longo de décadas, os mais ricos se protegeram da inflação aplicando seus recursos a juros altíssimos. Já os mais pobres viram o poder de compra ser corroído.

    Em vez de alardear a queda momentânea da inflação por conta de uma redução forçada e temporária de impostos sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações, o governo deveria trabalhar para a criação de um ambiente institucional mais tranquilo, com equilíbrio nas contas públicas. É isso que pedem os agentes econômicos para que possam produzir com tranquilidade e a população, consumir. As turbulências criadas por aqueles que estão no poder, chamando para o confronto, incitando a violência, tentando desacreditar o processo eleitoral e gastando irresponsavelmente só pensando em votos, acabam estimulando aumentos preventivos de preços. É o risco Brasil sendo pago pelos mais pobres.

    Ao subir os juros, o BC está fazendo a parte dele. Que os demais agentes públicos, que tenham compromisso com a estabilidade econômica e a democracia, façam o mesmo. Não é possível que o Brasil tenha de conviver com inflação de dois dígitos por um longo período, correndo o risco do descontrole de preços que tanto mal fez ao país no passado. O Plano Real realizou um belo trabalho ao tirar a inflação alta da rotina dos brasileiros — muitos não sabiam o que era a carestia até o atual governo. Preservar os seus ganhos é preponderante.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/04/interna_opiniao,371552/inflacao-e-veneno-a-ser-combatido.shtml)

  26. Miguel José Teixeira

    Vem aí. . .a república dos ex ímprobos!

    “STF avalia anistia a condenados por improbidade”
    (Coluna do CH, DP, 04/08/22)

    O Supremo Tribunal Federal iniciou o julgamento, que continua nesta quinta (4) e que pode degenerar em anistia a gestores condenados por improbidade. Está em causa a novidade esperta, que recentemente entrou em vigor, criando a figura do “crime culposo”, isto é, sem intenção de roubar. O STF decidirá se a lei retroagirá para favorecer ímprobos. A Procuradoria Geral da República é contra o entendimento, por considerar que o STF estaria anistiando gestores pilhados em atos desonestos.

    Valha-nos, Deus
    Se forem beneficiados, centenas de ladrões transitados em julgado esperam recuperar o direito de disputar as eleições de outubro.

    Crimes dolosos
    Os políticos que esperam essa gentileza do STF foram condenados por crime de improbidade doloso e não culposo, hipótese que não existia.

    Palavra final
    Tribunais estaduais ainda terão de avaliar se gestores condenados podem ser enquadrados em eventual decisão favorável do STF.

    Caso específico
    Motiva o julgamento a cobrança de ressarcimento de advogada servidora que, por sua atuação negligente, causou prejuízo de R$391 mil do INSS.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/stf-avalia-anistia-a-condenados-por-improbidade)

  27. Miguel José Teixeira

    Viagem a Taiwan:

    “Desafiada, China anuncia ações militares seletivas”
    (por Rodrigo Craveiro, CB, 03/08/22)

    Pequim reage à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, coloca forças em alerta máximo e realiza testes bélicos entre hoje e domingo. Simulações ocorrerão em seis pontos ao redor da ilha democrática

    No dia em que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, desafiou a China e desembarcou em Taipei, o governo de Xi Jinping reagiu com manobras militares e com mais ameaças. Taiwan acusou Pequim de realizar, somente ontem, 21 incursões em sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ). Os caças chineses invadiram o sudoeste da região, que inclui uma área maior do que o espaço aéreo taiwanês e se sobrepõe parcialmente à zona chinesa. Em nota à imprensa, o Exército de Libertação Popular (ELP) anunciou que “está em alerta máximo” e “tomará uma série de operações militares seletivas em resposta decisiva para salvaguardar a soberania e a integridade territorial da China e para frustrar (…) a interferência de forças externas e os esquemas separatistas pela ‘independência de Taiwan’”.

    A agência estatal de notícias chinesa Xinhua também divulgou que o ELP realizará, entre meio-dia de amanhã (13h em Brasília) e meio-dia de domingo, “importantes exercícios militares e atividades de treinamento, incluindo exercícios de tiro real em áreas marítimas e no espaço aéreo” em seis pontos que cercam toda a ilha de Taiwan — a norte, nordeste, noroeste, leste, sul e sudoeste. A aterrissagem do Boeing C-40C da Força Aérea dos EUA que levava Pelosi ocorreu sob forte tensão e receio de demonstrações de força por parte da China.

    Para evitar o Mar do Sul da China, o avião decolou da Malásia e adotou uma rota de voo alternativa: ao invés de seguir rumo a nordeste até Taiwan, dirigiu-se ao sul e sobrevoou a Indonésia e as Filipinas, até fazer nova guinada ao norte e aterrissar em Taipei por volta das 22h44 (11h44 em Brasília). Protestos contrários à visita e celebrações de boas vindas foram registrados na capital taiwanesa. O arranha-céu Taipei 101, um dos símbolos do poder econômico de Taiwan, recebeu projeções de saudações a Pelosi, a primeira presidente da Câmara a visitar a ilha em 25 anos. Cerca de 45 minutos depois de desembarcar em Taipei, Pelosi divulgou um comunicado à imprensa. “A visita de nossa delegação honra o compromisso inabalável dos EUA em apoiar a democracia vibrante de Taiwan”, escreveu.

    De acordo com ela, a escala na ilha capitalista é parte de uma viagem mais ampla pela região do Indo-Pacífico — que inclui Cingapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão — e se foca na segurança mútua, na parceira econômica e na governança democrática. “Nossas discussões com a liderança de Taiwan se centrarão na reafirmação de nosso apoio pela nossa parceria e na promoção de interesses partilhados. (…) A solidariedade dos EUA com os 23 milhões de cidadãos de Taiwan é mais importante do que nunca, pois o mundo enfrenta uma escolha entre autocracia e democracia”, acrescentou. Ao mesmo tempo, Pelosi assegurou que o governo norte-americano mantém oposição a quaisquer esforços unilaterais para mudar o status quo da ilha.

    Na manhã de hoje, ela será recebida pela presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, e se reunirá com congressistas de Taiwan. Depois de visitar o Parque Memorial Jing-Mei White Terror, uma antiga prisão militar transformada em museu pró-direitos humanos, a norte-americana deixará a ilha às 17h (6h em Brasília) para prosseguir com o tour pela Ásia.

    O Ministério das Relações Exteriores chinês alertou que Pelosi desconsiderou a forte oposição de Pequim e cometeu grave violação do princípio “Uma só China” e das disposições de três comunicados conjuntos entre China e EUA. “Isso tem um impacto severo nos fundamentos políticos da relação entre os dois países, e infringe gravemente a soberania e a integridade territorial da China”, afirmou a nota. Ainda segundo a chancelaria, a visita da congressista mina a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. “Existe apenas uma China no mundo, e Taiwan é parte inalienável do território da China. (…) O princípio de ‘Uma só China’ é consenso universal da comunidade internacional e uma norma básica nas relações internacionais.” O texto acusa os EUA de tentarem usar Taiwan para conter a China e de encorajarem atividades separatistas pela “independência de Taiwan”. “Essas manobras, assim como brincar com fogo, são extremamente perigosas. Aqueles que brincam com fogo perecerão nele.”

    Retaliação

    Professor do Instituto de Estudos da China e da Ásia Pacífico pela Universidade Nacional Sun Yat-sen, em Taipei, Kuo Yujen disse ao Correio esperar que a China reaja muito fortemente à visita de Pelosi com uma ação militar. “Os cenários incluem testes de mísseis; o bloqueio parcial do porto de Kaoshiung por exercícios navais com semanas de duração, no Mar do Sul da China; o envio de caças e de barcos de guerra na linha mediata no Estreito de Taiwan; além de testes bélicos ao norte e a leste de Taiwan”, explicou.

    De acordo com o estudioso taiwanês, a viagem da congressista norte-americana ocorre em um momento “muito embaraçoso” para o presidente da China, Xi Jinping. “O Partido Comunista Chinês (PCC) passará por uma remodelação de seus quadros, durante reunião no resort de Beidaihe (província de Hebei). Essa renovação será um preparativo para o 20º Congresso do PCC, agendado para o fim deste ano”, disse Kuo.

    A visita surtirá impacto nas relações sino-americanas, na opinião do especialista. Ele cita que China e Estados Unidos enfrentarão aumento da desconfiança mútua e terão mais dificuldades em gerenciar riscos. Além disso, Kuo aponta que ambos países tendem a endurecer suas posições. “Será especialmente difícil obter consenso sobre a guerra na Ucrânia. Os EUA tentam persuadir a China a não apoiar a Rússia, a fim de encerrar o conflito na Ucrânia antes do inverno no Hemisfério Norte (a partir de setembro”, advertiu.

    Para Fang-yu Chen, cientista político da Universidade Soochow (em Taipei), uma resposta militar da China contra Taiwan é algo “absolutamente impossível”. “Pequim ambiciona usar a força contra Taiwan, e seus líderes têm reiterado isso várias vezes. No entanto, a China não está pronta para lutar contra os EUA — o Exército de Libertação Popular possui uma enorme lacuna, em comparação com as forças norte-americanas. Também há o fato de Xi Jinping estar prestes a obter o terceiro mandato. Ele não quer correr o risco de desencadear um evento tão grande”, disse à reportagem.

    Fang-yu observa que a visita de Pelosi estava previamente agendada para abril. Como a congressista testou positivo para a covid-19, precisou remarcar a viagem. “Pelosi quer visitar países aliados dos EUA e forjar uma espécie de aliança democrática. Esta viagem envolve nações democráticas que colaboram contra ditaduras.”

    Sete décadas de antagonismo

    As relações entre China e Taiwan, difíceis desde a sua separação em 1949, são fonte de tensões recorrentes entre Washington e Pequim

    Separação

    Em 1º de outubro de 1949, o líder comunista Mao Tsé-tung (foto) proclamou a fundação da República Popular da China, após derrotar os nacionalistas na guerra civil que eclodiu após a Segunda Guerra Mundial e durou quatro anos. As tropas nacionalistas do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek, recuaram para Taiwan e formaram um governo. Os nacionalistas proibiram qualquer relação com a China continental. Pouco depois aconteceu a primeira de uma série de tentativas do Exército de Libertação Popular da China (ELP) de tomar as ilhotas de Quemoy e Matsu. Em 1950, Taiwan tornou-se um aliado dos Estados Unidos, então em guerra contra a China na Coreia.

    Representação na ONU

    Em 5 de outubro de 1971, a China substituiu Taiwan na ONU. Em 1979, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Taiwan e reconheceram Pequim. Quase toda comunidade internacional adotou a política de “Uma só China”, que exclui as relações diplomáticas com o governo nacionalista. Nesse cenário, Washington continuou sendo o principal aliado de Taiwan e seu principal fornecedor de equipamentos militares.

    Lei antissecessão

    Em 1987, Taiwan autorizou viagens à China continental para reuniões familiares, abrindo assim o caminho para trocas comerciais. Em 1991, Taipei aboliu as disposições que estabeleciam o estado de guerra com a China. Mas, em 1995, a China cancelou as negociações de normalização em protesto contra a viagem do presidente taiwanês Lee Teng-hui (foto) aos Estados Unidos. No ano seguinte, a China lançou mísseis perto da costa taiwanesa, pouco antes da primeira eleição presidencial por sufrágio universal em Taiwan. Em 14 de março de 2005, a China adotou uma lei antissecessão que previa meios “não pacíficos” caso Taiwan declare independência.

    Diálogo inédito

    Em 2008, China e Taiwan retomaram o diálogo suspenso em 1995. Em 2010, eles assinaram um acordo de cooperação econômica e, quatro anos depois, estabeleceram um diálogo intergovernamental. Em 7 de novembro de 2015, os presidentes chinês e taiwanês se reuniram em Cingapura, algo inédito
    desde a separação.

    Tensões

    Em 2016, Tsai Ing-wen (foto), que emergiu de um partido pró-independência, tornou-se presidente de Taiwan. Durante o mandato de Donald Trump, os Estados Unidos autorizaram uma grande venda de armas e adotaram uma lei que fortalece suas relações com Taiwan.

    Pressão

    Em 2019, o presidente da China, Xi Jinping (foto), afirmou que desistiria de recuperar Taiwan e alertou Washington para o risco de “brincar com fogo” após uma nova venda de armas à ilha. Em janeiro de 2020, Tsai Ing-wen, reeleita, afirmou que Taiwan é “um país”. Em outubro, Xi Jinping pediu ao exército que “se prepare para a guerra”.

    Recorde de invasões

    Em 12 de abril de 2021, aeronaves militares chinesas penetraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (Adiz). De janeiro ao início de outubro, mais de 600 aviões chineses foram detectados naquela área. Em 22 de outubro, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que seu país estava pronto para defender Taiwan militarmente no caso de um ataque chinês.

    “A visita de nossa delegação honra o compromisso inabalável dos EUA em apoiar a democracia vibrante de Taiwan”
    Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos

    Eu acho…

    “A visita de Nancy Pelosi a Taiwan também reflete o fato de que a maior parte das elites políticas norte-americanas, tanto democratas quanto republicanos, discordam com a abordagem do presidente Joe Biden de facilitar as relações com a China, a fim de encerrar a guerra na Ucrânia antes de setembro. Também há discordância em relação à mudança gradual de atenção, por parte de Biden, do Indo-Pacífico para a Europa.” (Kuo Yujen, professor do Instituto de Estudos da China e da Ásia Paífico pela Universidade Nacional Sun Yat-sen, em Taipei)

    “A confiança do presidente Xi Jinping em ameaçar os Estados Unidos vem de uma ilusão de que os americanos teriam medo de um confronto direto com a China. Por sua vez, tal ilusão deriva de uma longa política de apaziguamento seguida por Washington. Agora que os EUA estão finalizando essa política, é melhor que Xi abandone sua ilusão.” (Wuer Kaixi, um dos principais líderes dos protestos estudantis e sobrevivente do massacre da Praça da Paz Celestial, em 4 de junho de 1989)

    “Não creio que a vinda de Nancy Pelosi representará grandes mudanças nas relações entre os EUA e a China. A competição pelo status de ‘grande potência global’ já começou. Na verdade, Pequim é que tem provocado essa relação, ao militarizar as ilhas do Mar do Sul da China e ao alegar que tem direito de controle sobre o Estreito de Taiwan.” (Fang-yu Chen, cientista político da Universidade Soochow (em Taipei)

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/cadernos/mundo/capa_mundo/)

  28. Miguel José Teixeira

    . . .”Gabrilli disse ainda que viu “dentro da minha casa, o meu pai ser extorquido pelo PT, com uma arma na cabeça”. . .

    “Pesquisas e ruas”
    (por Alexandre Garcia, CB, 03/08/22)

    Após resolução do conflito entre PSDB e MDB no Rio Grande do Sul, os tucanos decidiram compor uma chapa 100% feminina com Simone Tebet para a Presidência da República. O nome escolhido para concorrer como vice foi o da senadora Mara Gabrilli, anunciado oficialmente ontem durante evento na sede do PSDB em São Paulo.

    “Estou lisonjeada de ter uma mulher como a Simone me convidando para ser vice dela”, discursou Gabrilli. “Vocês podem imaginar o tamanho da minha emoção em poder contribuir para esse país, porque foram as pessoas com deficiência que me fizeram querer lutar para que as pessoas tenham oportunidade”, completou.

    Em seu discurso, a senadora relembrou a trajetória na política. Psicóloga e publicitária de formação, Gabrilli foi vereadora e deputada federal antes de assumir a vaga no Senado. Além disso, em 2018 ela foi eleita como perita do Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo a primeira brasileira a representar o país no Comitê. No Senado, ela preside a Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e a Frente Parlamentar Mista de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras.

    A senadora criticou ainda o governo de Jair Bolsonaro durante a sua fala. “Eu fico muito, muito arrasada, triste, de ver um governo desdenhando a população negra, as mulheres, as meninas, desdenhando os indígenas”, afirmou a senadora. “É impossível de conviver com uma situação dessa. Desdenhar do nosso próprio país. Às vezes parece que o nosso presidente só engrandece quando ele vê as pessoas sofrendo, quando ele vê as pessoas diminuindo”, completou.

    Gabrilli disse ainda que viu “dentro da minha casa, o meu pai ser extorquido pelo PT, com uma arma na cabeça”. A senadora já defendeu em ocasiões anteriores que seu pai, empresário do ramo de transporte público em Santo André, São Paulo, era ameaçado por membros da gestão do então prefeito da cidade Celso Daniel (PT), morto em 2002.

    “Puxar o tapete”
    Em seu discurso, ao final do evento, Simone Tebet também criticou Lula e Bolsonaro e acusou o PT de tentar “puxar o tapete” de sua candidatura. Tebet também comemorou que a sua chapa, que representa MDB, PSDB e Cidadania, está completa agora após uma série de percalços.

    “Nós chegamos, contra tudo e contra todos. Puxem pela imprensa todo o histórico, de tudo o que foi relatado. Não era para eu estar aqui, mas nós chegamos”, afirmou. Tebet sofreu resistência de uma ala do MDB que defendia a retirada de sua candidatura para apoiar Lula no primeiro turno. Dos diretórios estaduais do partido, 11 chegaram a anunciar seu apoio oficial ao ex-presidente durante uma reunião com o petista. A tentativa, porém, não vingou e o MDB oficializou Tebet em sua convenção nacional.

    O nome preferido para ser vice da senadora era o também senador Tasso Jereissati. Nos bastidores, porém, ele manifestava pouca vontade em participar das eleições presidenciais. Gabrilli foi escolhida após pesquisas qualitativas feitas pelo PSDB, que apontaram interesse do eleitorado em uma chapa feminina.

    “Em determinado momento meu nome foi levantado pela generosidade dos nossos amigos para ser candidato a vice-presidente. No entanto, nós decidimos não tomar nenhuma decisão precipitada”, afirmou Jereissati.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/politica/2022/08/03/interna_politica,371548/pesquisas-e-ruas.shtml)

  29. Miguel José Teixeira

    . . .“Cuidado com seu ego, pois o pavão de hoje pode ser o espanador de amanhã!”. . .

    STF
    (por Túllio Marco Soares Carvalho, Belo Horizonte (MG), CB, 03/08/22)

    O ministro Nunes Marques embarcou no ônibus expresso do STF exigindo e tomando o lugar do seu colega Gilmar Mendes na janela, que levantou-se, atônito e resignado, ouvindo a seguinte advertência: “Cuidado com seu ego, pois o pavão de hoje pode ser o espanador de amanhã!”. Nessa briga entre os dois, insuflada pelo beligerante presidente Bolsonaro, eu torço para a briga. No meu longínquo tempo de estudante de direito na UFMG, ministros do STF eram figuras admiradas e respeitáveis, mas, hoje, são vistos tão somente como narcisos egocêntricos, preocupados em lustrar seus espelhos.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/opiniao/2022/08/03/interna_opiniao,371522/sr-redator.shtml)

  30. Miguel José Teixeira

    Com as mãos nos bagos do alvo

    “Ataque a todos”
    (Coluna do CH, DP, 03/08/22)

    O cientista político Ismael Almeida disse que o ministro Edson Fachin, ao não citar Bolsonaro em suas críticas, “agrediu qualquer cidadão que ouse questionar o TSE ou as sacrossantas máquinas de votar”.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/disputa-entre-bolsonaro-e-stf-virou-briga-de-rua)

    Alguém aí sentiu o chute nos bagos que o Fachin deu no capitão zero zero?

    Se sentiu. . .

  31. Miguel José Teixeira

    “Insulto com floreios”
    (Coluna do CH, DP, 03/08/22)

    A diferença é que Bolsonaro ignora os caminhos da sutileza, enquanto os rivais no STF/TSE são mestres na arte de ofender floreando as palavras.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/disputa-entre-bolsonaro-e-stf-virou-briga-de-rua)

    Portanto, capitão zero zero e filhos zero “n”, vale a máxima:

    “Às vezes, é melhor ficar calado e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota, do que falar e acabar de vez com a dúvida.”

  32. Miguel José Teixeira

    “Efeito colateral”
    (Coluna do CH, DP, 03/08/22)

    O Censo 2022 vai mostrar o tamanho do problema em um país vizinho, a Venezuela. A ONU fechou um acordo com o IBGE para levantar quantos são e a qual a situação dos refugiados venezuelanos no Brasil.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/disputa-entre-bolsonaro-e-stf-virou-briga-de-rua)

    Matutando bem. . .

    Caberia a seguinte pergunta:

    Será que, se pudessem, esses venezuelanos que se abrigaram no Brasil, fugindo do ditador maduro, votaria no ex presidiário lula, cujo partido apoia o regime da Venezuela?

    1. Há meses, que deliberada e calculadamente, Bolsonaro e sua turma vêm provocando isso: uma ruptura institucional, para se aboletar no autoritarismo que lhe é peculiar.

      A derrota dele, se vier, não deverá ser nos tribunais, mas deverá ser nas urnas eletrônicas. As únicas que até agora, Bolsonaro e seus amestrados não conseguiram derrubá-las, para fraudar e manipular no voto em papelinho como ele e as Forças Armadas querem

  33. Miguel José Teixeira

    Então, melhor mesmo é a 3ªvia, não?

    “Do mensalão ao secretão”
    (Caderno Política, CB, 02/08/22)

    Na sabatina organizada pela Fiesp, a pré-candidata Simone Tebet (MDB-Federação PSDB/Cidadania), lamentou a polarização da eleição presidencial em que, segundo ela, o Brasil tem que escolher entre “o menos pior dos candidatos”. Ela relembrou os escândalos de corrupção que marcaram não só o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

    “Triste Brasil que tem de fazer uma escolha entre o esquema do mensalão e petrolão do passado ou o escândalo da educação, da compra de vacinas superfaturadas da Saúde e do ‘secretão’, do orçamento secreto do presente”, disse Tebet, ao anunciar que uma de suas primeiras medidas, se eleita, será exigir dos ministros que “abram a caixa preta das emendas” do orçamento secreto.

    “O Brasil real não pode se resumir a duas personalidades ou a dois governos populistas”, declarou à plateia de empresários.

    Ela reconheceu, porém, que membros de seu partido, o MDB, também se envolveram nesses escândalos. “Temos que fazer o mea culpa.”

    A candidata lamentou que o país necessite se unir em manifestos pela democracia e garantiu que assinará “quantos manifestos forem apresentados”. Ela elogiou a iniciativa da Fiesp de também se mobilizar em torno de uma declaração de apoio à democracia e ao processo eleitoral brasileiro.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/politica/2022/08/02/interna_politica,371493/do-mensalao-ao-secretao.shtml)

    Matutando bem. . .

    Tebet, não tema. Os “mandabrasas” que integraram a quadrilha do lula, não a apoiarão. Portanto, não há mea culpa à ser feita. Eles continuam com suas coleiras atreladas à guia segurada pela mão de 9 quirodáctilos.

  34. Miguel José Teixeira

    Finalmente a chapa da 3ªvia: SimMara

    . . .”Senadora por São Paulo, a publicitária e psicóloga Mara Gabrilli, 54 anos, é militante da causa das pessoas com deficiência. Em 1994, ela sofreu um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica — passou cinco meses internada, dos quais dois em respirador artificial.”. . .

    “PSDB indica Gabrilli para ser vice de Tebet”

    Militante pela causa das pessoas com deficiência, senadora por SP é vista como um reforço de peso na conquista de adesões no estado que representa, onde foi eleita com 6,5 milhões de votos

    O PSDB decidiu indicar a senadora Mara Gabrilli (SP) como candidata à vice-presidente da República na chapa encabeçada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS). O nome foi aprovado, ontem, em São Paulo, em uma reunião entre Tebet e os presidentes do PSDB, Bruno Araújo (PE); do Cidadania, Roberto Freire (SP); e do MDB, Baleia Rossi (SP). Depois da reunião, Tebet encontrou-se com a colega de Senado para preparar o anúncio formal da chapa, hoje, às 11h, na sede do Diretório Estadual do PSDB, na capital paulista.

    “Que a candidatura de Simone, quem sabe com a confirmação de Mara Gabrilli, seja uma janela aberta para milhões de eleitores brasileiros buscarem uma alternativa que possa levar a eleição ao segundo turno e abrir um espaço novo de discussão que não seja essa radicalização que faz mal à entrega do que a população de fato precisa”, disse Bruno Araújo, ao término da reunião.

    Pouco antes, a própria Simone Tebet já havia sinalizado que a chapa seria formada por mulheres, em sabatina na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). “Quero aqui anunciar que, pela primeira vez na história da República do Brasil, nós teremos uma chapa pura para candidata à Presidência da República. A minha vice será mulher”, disse, sem mencionar o nome de Gabrilli.

    Com a definição, encerra-se uma longa novela que teve início em março, com o anúncio da aliança entre MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil para a disputa presidencial. Na época, os tucanos já estavam divididos entre apoiar ou rechaçar o então candidato do partido, o ex-governador de São Paulo João Doria, aprovado em eleições prévias. O MDB, por sua vez, havia lançado Simone Tebet como pré-candidata, que preferia ter como companheiro de chapa o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

    De lá para cá, o PSDB queimou a pré-candidatura de Doria — que acabou desistindo da indicação — e viu Eduardo Leite deixar a corrida presidencial para disputar o governo do Rio Grande do Sul. A terceira via ainda desidratou-se com a decisão de Luciano Bivar de romper o acordo com MDB e PSDB para lançar-se à Presidência em uma candidatura isolada, que também não se sustentou.

    Os caciques da tríplice aliança ainda tentaram convencer o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) a assumir a vaga de vice. Inicialmente, o senador — que faz parte da ala fundadora do PSDB — aceitou a missão, mas, nas últimas semanas, passou a sinalizar a interlocutores que não pretendia levar a empreitada adiante por motivos pessoais.

    A ideia de uma chapa formada por mulheres passou, então, a ser considerada pela cúpula dos partidos. O Cidadania ofertou o nome da senadora maranhense Eliziane Gama. No PSDB, além de Mara Gabrilli, havia a possibilidade de indicação da ex-prefeita de Caruaru (PE) Raquel Lyra, que está em campanha para o governo de Pernambuco.

    Na avaliação de políticos ligados à cúpula dos três partidos, Eliziane Gama agregaria pouco à chapa por ser desconhecida do eleitorado do Sudeste e estar ligada a uma agremiação pequena, o Cidadania.

    Raquel Lyra, por sua vez, tem se mostrado competitiva na disputa para o governo pernambucano, e o PSDB teria dificuldade de encontrar outro nome forte para a eleição local. De acordo com as últimas pesquisas no estado, Lyra aparece em segundo lugar nas intenções de voto, atrás da candidata do Solidariedade, Marília Arraes.

    Inclusão
    Senadora por São Paulo, a publicitária e psicóloga Mara Gabrilli, 54 anos, é militante da causa das pessoas com deficiência. Em 1994, ela sofreu um grave acidente de carro que a deixou tetraplégica — passou cinco meses internada, dos quais dois em respirador artificial. Em 1997, fundou a ONG Projeto Próximo Passo, para promover a acessibilidade e apoiar pesquisas para cura de paralisias e projetos de inclusão social para atletas com deficiência. Em 2007, a ONG cresceu e virou o Instituto Mara Gabrilli.

    “(Gabrilli) sabe do papel que significa representar 30 milhões de famílias que convivem com membros com algum tipo de posição especial (deficiência)”, disse Bruno Araújo.

    Em 2018, Mara Gabrilli foi eleita senadora com 6,5 milhões de votos. Antes, havia chefiado a Secretaria da Pessoa com Deficiência da prefeitura paulistana, além de cumprir um mandato de vereadora na capital e dois como deputada federal.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/politica/2022/08/02/interna_politica,371489/psdb-indica-gabrilli-para-ser-vice-de-tebet.shtml)

  35. Miguel José Teixeira

    Um ex presidiário fora do páreo. Felizmente!

    “Ex-governador do DF, José Roberto Arruda volta a ser inelegível”
    O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gurgel de Faria revogou a decisão liminar que permitia o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (PL) de participar das eleições deste ano.

    (Fonte: https://diariodopoder.com.br/brasil-e-regioes/ex-governador-do-df-jose-roberto-arruda-volta-a-ser-inelegivel)

    Mas na disputa eleitoral ainda há muitos ex presidiários. Principalmente o 9 quirodáctilos, vulgo belzebu de Garanhuns.

  36. Miguel José Teixeira

    Pensando bem…
    (Cláudio Humberto, DP, 01/08/22)

    …agosto começa com todos de olho em setembro e outubro.

    Matutando bem…
    (Matutildo aqui e agora)

    Literalmente foi antecipado o quarteto “bro”.

  37. Miguel José Teixeira

    3 Drops da Coluna do Cláudio Humberto no Diário do Poder, 01/08/22

    1) DataTebet

    A candidata do MDB a presidente, Simone Tebet, que calculou mal as próprias chances, disse ao programa Pânico que, “sem candidatura de centro”, o petista Lula “está eleito no primeiro turno”.

    Matutildo:

    Inversamente proporcional

    O bolsonaro precisará investir milimétricamente na candidatura da 3a. via, senão. . .

    O ex presidiário lula precisará investir massivamente na extinção da candidatura da 3a. via, senão. . .

    2)Tendência Lula

    Ao avisar que vai se lançar candidato a presidente, o ex-deputado Roberto Jefferson se transformou apenas no segundo presidiário (ou ex) a lançar candidatura à Presidência da República.

    Matutildo:

    Caminhamos celeremente para transformar-nos na república dos ex presidiários. . .

    3) Mico magistral

    O “juiz do mensalão” Joaquim Barbosa desfiliou-se do PSB de Geraldo Alckmin em dezembro, bem a tempo de evitar o mico ao qual Luciano Bivar irá meter Sergio Moro, bravo juiz da Lava Jato, com o apoio a Lula.

    Matutildo:

    De canoa furada em canoa furada, Moro vai afundando!

    (+em: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/total-de-brasileiros-ocupados-subiu-53-milhoes)

  38. Miguel José Teixeira

    Dicas de português
    (por Dad Squarisi, CB, 31/07/22)

    “Escrevo porque não tive saúde para estudar engenharia.” (Manuel Bandeira)

    Como chegar ao texto fácil?

    Escrever é mandar recado. Ler é entender o recado. Do conceito, pinta o desafio. Como fazer o leitor entender o recado? São duas etapas. A primeira: ele tem de ler o texto. A segunda: tem de entendê-lo. Sem isso, o autor fracassa. Valha-nos, Deus!

    Vamos combinar? Ninguém quer jogar o esforço na lata do lixo. O jeito é dar um jeito. Se o leitor é a vedete da comunicação, vamos conquistá-lo. Estudiosos do tema apresentam receitas. Elas têm um denominador comum. Chama-se sedução. Combinar ingredientes leva ao produto mágico. É o texto fácil.

    Xô, texto difícil

    Um texto claro, enxutinho e prazeroso não nasce em árvores. É fruto de trabalho — 99% de transpiração e 1% de inspiração. O objetivo é um só: facilitar a vida do leitor. Como? Com frases curtas, ordem direta, palavras simples, economia de adjetivos e advérbios.
    Lido, relido, reescrito muitas vezes,
    eliminam-se repetições, enxotam-se redundâncias, chega-se à clareza. Terá ficado bom? Amigos podem palpitar. Ouça-os. Não só. Há um
    tira-teima que ajuda — e muito. Trata-se
    do teste de legibilidade. Aplicando-o,
    a gente tem ideia do grau de dificuldade da mensagem que mandamos.

    O teste

    Em que consiste o termômetro? Pegue um escrito seu. Pode ser uma carta, um artigo, uma redação. Depois, siga a receita. Com um cuidado: faça parágrafo por parágrafo.
    Eis os passos:
    1. Conte as palavras do parágrafo (a avaliação deve ser feita parágrafo por parágrafo)
    2. Conte as frases (cada frase termina por ponto)
    3. Divida o número de palavras pelo número de frases
    4. Some o resultado do passo 3 com o número de polissílabos
    5. Multiplique o resultado por 0,4
    6. O produto da multiplicação é o índice de legibilidade
    Possíveis resultados
    1 a 7 = história em quadrinhos
    8 a 10 = excepcional
    11 a 15 = ótimo
    16 a 19 = pequena dificuldade
    20 a 30 = muito difícil
    31 a 40 = linguagem técnica
    acima de 41 = nebulosidade

    Aplicação

    Vamos ao tira-teima? Avalie a legibilidade do texto:
    Até quando usaremos o carro como máquina de matar? Até quando beberemos “socialmente” e sairemos em pegas pelas ruas da cidade, tirando vidas inocentes? Até quando a impunidade dirigirá nossa consciência? Brasília, até há pouco tempo, era exemplo de paz no trânsito. Quando perdemos o humanismo, o respeito ao próximo? Porque, ao beber e dirigir, assumimos o risco de matar, de morrer. É hora de um basta! É hora de nos unirmos.

    Resultado

    1. Conte as palavras do
    parágrafo: 72
    2. Conte as frases (cada frase termina por ponto): 8
    3. Divida o número de palavras pelo número de frases: 9
    4. Some o resultado do passo 3 com o número de polissílabos: 19
    5. Multiplique o resultado por 0,4: 7,6
    6. O produto da multiplicação é o índice de legibilidade: história em quadrinhos

    Agora você

    Que tal avaliar um texto seu? Escolha um parágrafo de carta, artigo ou redação escolar e aplique o teste. Se o resultado ficar acima de 15, abra o olho. Facilite a vida do leitor. Você tem dois caminhos. Um: diminua o tamanho das frases. Outro: mande algumas proparoxítonas dar uma voltinha. O melhor: abuse dos dois.

    (Fonte: http://impresso.correioweb.com.br/app/noticia/cadernos/cidades/2022/07/31/interna_cidades,371436/dicas-de-portugues.shtml)

  39. Miguel José Teixeira

    . . .”Recebi, nesses dias, o terceiro volume da trilogia Escravidão, do jornalista-historiador Laurentino Gomes, que nos tem dado, aos leigos em História, a oportunidade de conhecer importantes fatos da história pátria por meio de obras magistralmente escritas com o rigor científico indispensável. Assim tem sido com os seus conhecidos 1808, 1822 e 1889 e agora com a citada coleção.”. . .

    Unidos por princípios?!
    (por Danilo Sili Borges, membro da Academia Rotária de Letras do DF. ABROL, Crônicas da Madrugada, Brasília, Julho/2022

    Retorno a esta crônica após a ausência da semana passada. Confesso que por longos 28 meses guardei-me do encontro com o SARS-CoV-2, que intuía fosse inevitável. Passei pelos desconfortos da fase aguda e ainda vou superando o que chamam de pós-covid, algumas fragilidades orgânicas (e psicológicas) que, pelo que percebo, atingem com intensidade diferente a cada um dos convalescentes.

    Nestes longos 20 dias, relaxei o acompanhamento que faço da realidade nacional e mundial pelos meios de comunicação que acesso. Dever de todo cidadão do mundo é formular hipóteses sobre os fatos visíveis do futuro que o alcançará (e a todos) segundo seus prognósticos.

    Alguns são mais descansados (ou otimistas) dizem: “deixa pra lá, o futuro a Deus pertence”. Outros, além de perscrutarem o porvir, atitude meramente intelectual, atuam no sentido de moldá-lo ao seu jeito, são os que querem fazer a História. São muitos os jeitos pretendidos, os interesses, os objetivos, daí os conflitos. Estes inevitáveis moldam ao longo do tempo os caminhos da sociedade. Eventualmente formam-se grandes maiorias em torno de objetivos significativos, mormente em situações de grandes riscos sociais, como guerras, por exemplo, ou quando fortes interesses de grupos poderosos estão ameaçados.

    Recebi, nesses dias, o terceiro volume da trilogia Escravidão, do jornalista-historiador Laurentino Gomes, que nos tem dado, aos leigos em História, a oportunidade de conhecer importantes fatos da história pátria por meio de obras magistralmente escritas com o rigor científico indispensável. Assim tem sido com os seus conhecidos 1808, 1822 e 1889 e agora com a citada coleção.

    Segurei meu ímpeto de aprofundar-me na leitura, fiz o reconhecimento da obra: capas, índices, orelhas e viagem em voo de drone por toda a obra. E aproveitei o cheiro agradável do livro novo. Se você nunca fez isto, experimente!

    Preferi, no entanto, retornar aos tomos anteriores e atualizar as avaliações que havia feito durante a leitura – a primeira em 2019, a segunda em 2021 – registradas às margens e aos pés das páginas.

    São muitas as janelas pelas quais qualquer fato histórico pode ser estudado. A imbricação da realidade com a particularidade do que se pretende pôr em foco, sempre perde quando o especialista-historiador, para isolar o seu objeto de estudos, se vê obrigado a realizar os cortes para realçar as relações interfronteiras do seu estudo.

    Há como contar de muitas maneiras a História de um país. São inúmeros os compêndios da história econômica do Brasil, ou de sua história política, todos segmentados por períodos tão pequenos quanto as lentes que desejemos usar. Até para os leigos como eu, que pretendem um retrato de corpo inteiro de nosso Brasil, a Companhia das Letras publicou, em 2015, Brasil: uma Biografia, das professoras Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling.

    Não há fato que perpasse mais a História do Brasil que a Escravidão. A singular formação étnica do país é o fio condutor que permite deslindar o passado, projetando-o no hoje e no amanhã. A escravidão que persistiu ao longo da quase totalidade da nossa vida, como colônia e como nação independente, deixou marcas e deixa registros diários da sua existência. Afinal, não tão distantes estamos de 1888.

    Dos meus registros e da minha memória sei que o Brasil forjou sua riqueza nas minas e nas lavouras pelo braço escravo, e que por isso, a elite de então se fez surda aos clamores humanitários, mesmo no século XIX, contra a Escravidão e contra o tráfico escravo pelo Atlântico Sul. Fomos dos últimos a abolir a escravidão e dos últimos a não fazermos o comércio de escravos. Tudo isso se passava sob o consenso das elites. Isto lhes era conveniente.

    Com certeza que eleições livres, garantidas pelo poder constituído, posse dos eleitos pelo voto direto e universal são condições indispensáveis para a democracia. Já vivemos golpes e quarteladas, não as queremos mais. Andam certas as elites em se reunirem e, alto e bom som, afirmarem esses preceitos.

    Combate à corrupção com punição dos culpados, independência de poderes, práticas políticas de interesse público, educação e saúde de qualidade…

    Não! Não é preciso “ensinar padre a dizer missa”, a sociedade que se mobiliza, em nome da democracia, contra um eventual, hipotético e possível golpe, tem agora diante de si a responsabilidade de fiscalizar o país para que ele siga por caminhos menos tumultuados que aqueles que vem trilhando, por impeachments, lava jatos, prisões de políticos e respectivos indultos ou algo similar. Democracia, mais por convicção, que por interesse!

    Os leigos em História esperam melhores lições!

    (Fonte: https://www.cronicasdamadrugada.net/2022/07/unidos-por-principios.html)

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