Na foto oficial, no centro o governador com o prefeito e o vice de Gaspar e nas pontas, à esquerda o deputado Alba e na direita, a deputada Paulinha, os padrinhos de Gaspar na verba de R$71 milhões de Moisés à cidade e que não precisa devolver um tostão.
Já escrevi que a “oficialização” pelo PT do ex-prefeito de Gaspar por três vezes, Pedro Celso Zuchi como seu pré-candidato a deputado estadual por Gaspar e região, provocou um nó na então já desconfortável candidatura do atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, a mesma vaga na Assembleia Legislativa.
Isto sem falar, que há possibilidade de um terceiro nome no ambiente conservador, apesar disso estar cada vez mais difícil diante das novas circunstâncias.
As reações ao anúncio de Zuchi e PT dos apoiadores de Kleber, aliado ao novo comportamento do político Kleber na estratégia de pré-campanha, não deixam a menor dúvida de que ele está numa posição desconfortável. E que só ele e seus “çábios” criaram.
Eu vinha escrevendo que o governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, estava distribuindo R$7,3 bilhões aos municípios para obras estruturantes, as quais deverão ser feitas em até cinco anos e que Gaspar estava ficando no fim da fila e por falta de projetos. Não está mais.
Na segunda-feira, estranhamente, sem muito estardalhaço, Kleber e seu vice Marcelo de Souza Brick, PSD, rumaram à Casa d’Agronômica, em Florianópolis e assinaram o papelinho com outros 17 municípios do baixo clero (Araquari, Barra Velha, Caçador, Capinzal, Dionísio Cerqueira, Imbituba, Indaial, Itapema, Itapoá, Laguna, Orleans, Pomerode, Rio Negrinho, Seara, Tijucas, Urussanga e Xaxim) garantindo para Gaspar pelo menos R$71 milhões.
Diferente de outra montanha de recursos que Kleber tomou emprestado na rede bancária, estes recursos não precisam ser devolvidos ao governo do estado, ou seja, não criam dívidas para os outros prefeitos pagarem e os encalacrando em novos investimentos.
O papelinho assinado que garante recursos para Gaspar é notícia. E da boa. Mas, até o momento em que posto este artigo, nenhuma menção dessa boa notícia no site oficial do município. Apenas, sem destaque, nas redes sociais dos envolvidos. Afinal, o que se quer esconder da cidade, dos cidadãos e cidadãs?
A foto acima, mostra duas ausências: o prefeito de fato e padrinho de Kleber na corrida pela vaga de deputado estadual, Ismael dos Santos, PSD, e do suplente de deputado Zuchi e agora adversário à mesma vaga, que toma posse hoje à tarde como titular por dois meses, mas que ontem já esteve com o governador. Conto as implicações deste gesto amanhã.
Em contrapartida, estavam lá como testemunha e padrinhos dos atos de Gaspar, o deputado Ricardo Alba, ainda no PSL, e Ana Paula da Silva, a Paulinha, sem partido, ex-PDT, e esperando a decisão de filiação do governador Carlos Moisés.
Aliás, vale lembrar, só a título de lembrança nos erros do xadrez político em que está metido, que muito recentemente, Kleber já se negou a assinar um documento dos prefeitos do MDB de apoio a Carlos Moisés quando ele estava encalacrado nos impeachments. O prefeito de Ilhota, Érico Oliveira, do mesmo MDB de Kleber, por exemplo, assinou e por isso, colhe melhores frutos do que Kleber.
Se não se cuidar neste jogo mal arbitrado, Kleber – lançado por um grupo de riquinhos daqui e de um Conselho da Cidade fake – ainda vai ter que puxar votos para Carlos Moisés, que a bancada do MDB o quer como candidato do partido. Gente ruim de cintura política e percepção.
Kleber aposta na sua eleição nas igrejas evangélicas neopentecostais pelo estado afora e aqui no empreguismo que fez na prefeitura numa coligação que montou para lhe produzir votos de cabresto, mas cheia de candidatos paraquedistas, entre eles Jerry Comper, MDB, um dos articuladores de Moisés na Alesc e que também não apareceu na foto com Kleber.
Kleber na sua rede social disse que agora vai tirar da gaveta, projetos que segundo ele já estão prontos como as obras da Rua Vidal Flávio Dias, Leonardo Pedro Schmitt e outras, mas que outras mesmo? Tudo é vago. E guarde bem esta informação desta segunda-feira que produziu para justificar o uso dos R$71 milhões do governo do estado.
E por quê é vago? Porque no dia 30 de dezembro, um press release feito pela própria prefeitura de Kleber para justificar a contratação de operações de crédito assinadas com a Caixa, Banco do Brasil e Badesc, num total de R$67 milhões, o próprio Kleber afirmou que tais recursos seriam usados “em obras de infraestrutura, dando continuidade ao Programa Avança Gaspar”. E os especificou:
“Temos projetos prontos e que vamos começar a tirar do papel em 2022 como a Rua São Bento, a Leonardo Pedro Schmitt, a segunda parte do Parque Náutico, a Vidal Flávio Dias e muito mais. Tudo para garantir a qualidade de vida dos gasparenses“.
Ou seja, o que Kleber afirmou na segunda-feira foi quase um copia e cola de 30 de dezembro? E depois sou em quem exagero?
Quais destes projetos de 30 de dezembro, de verdade, vão sair dos empréstimos já contratados e vão entrar naquilo que não precisa devolver ao governo do Estado? Quanto na verdade custa cada obra dessas? O que se vai fazer com a diferença?
Como se vê, estou de alma lavada mais uma vez. O que falta ao governo de Kleber não é exatamente dinheiro, mas projetos, gente capaz de fazê-los e executá-los para produzir resultados a cidade, aos cidadãos e cidadãs. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Adiada, parece que hoje, finalmente, as 19h, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade do estado de Santa Catarina, Thiago Augusto Vieira, vem à Acig discutir a duplicação da Rodovia Ivo Silveira entre Gaspar e Brusque que o governo de Carlos Moisés da Silva, sem custos para os municípios, quer fazer de graça para a região.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para agradar menos de meia-dúzia de empresários seus apoiadores é contra. E por justiça, nesta meia-dúzia, está um apoiador declarado do deputado Pedro Celso Zuchi, PT.
Kleber quer que ela continue como uma picada contra o desenvolvimento e segurança da região, mesmo que o Santa Terezinha tenha se tornado um bairro modelo e em expansão por conta de outros empresários, estes de visão. Eles que fiquem de olho neste assunto. A mobilidade é tudo para aqueles lotes e loteamentos. Interessantes eles estarem lá naquela reunião de hoje à noite.
Está mais do que na hora do PT de Gaspar parar de afirmar que o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi é o primeiro gasparense a assumir uma vaga na Assembleia Legislativa. Não é. Nem como suplente com domicilio eleitoral, que é o caso invocado.
Essa insistência de Zuchi, PT e seus luas pretas de contar uma mentira repetidamente para torná-la uma verdade aos analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, sem que se prove, só aumenta o desgaste que o partido já possui, e de forma natural, por tudo que fez nacionalmente. Mais do que isso, segrega a candidatura aos próprios petistas. Não ajuda. Não amplia.
Se Zuchi e o PT focarem no que eles podem produzir com este curtíssimo mandato, incluindo a marquetagem, já estarão num lucro substancial a favor da pré-candidatura e do ressurgimento de Zuchi. Aqui não terão palco, outra vez com essas ilusões
Mais um concorrente. O prefeito de Brusque, Ari Vequi, MDB, está comprometido com a candidatura do médico Jonas Oscar Paegle, PSB, ex-prefeito de lá e que substituiu o ex-prefeito Ciro Roza. Paegle fez Ari como seu sucessor.
Ou seja, Mais um problema para Kleber. Perguntar não ofende: qual o prefeito ou o vice dos municípios do Vale Europeu, onde foi presidente da Associação, já declarou apoio à candidatura de Kleber?
E por falar em Associação dos Municípios do Vale Europeu, até há poucos dias presidida por Kleber Edson Wan Dall, MDB, ela foi totalmente excluída da gestão da Federação Catarinense dos Municípios – Fecam. Sintomático.
Ministério de Santa Catarina pede para que em 48 horas a prefeitura explique o desnível na pista da ponte. Mas, calma. Isso é lá em Florianópolis. Aquela do pasto do Jacaré, em Gaspar, ou também apelidado de Trecho 2 do Anel de Contorno, e que serviu de comício dos riquinhos para lançamento de pré-candidatura, espera por um acidente de graves proporções.
Os Conselheiros Tutelares de Gaspar estão sob sindicância. E por quê? Em tese eles teriam rasurados seus cartões pontos. Quem pediu apuração do caso foi a então presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência. Tudo em ata.
E como se chegou a este ponto? É que numa apuração interna, com a apresentação e confrontação de provas, um dos cartões apresentava sinais de rasuras, fraude. E agora, veio a fase de periciar tudo isso e coletar explicações e justificativas dos envolvidos.
Esperar o quê de um Conselho que mais parece a disputa de uma segunda Câmara de Vereadores de tanta política envolvida na coleta de votos para ser conselheiro lá? Acorda, Gaspar!