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VENDA DO TERRENO DA FURB PARA SER A PREFEITURA DE GASPAR E O LADO TRISTE DE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

A prefeitura de Gaspar deverá ter nova “sede”. Notícia velha. Quando. não se sabe ainda, é a notícia nova e de sempre. Mas, está dada a largada. A Furb colocou o imóvel que ela possuía e que recebeu em doação da Souza Cruz – o qual já foi um centro observação e desenvolvimento da cultura do fumo ao clima da região -, no bairro Sete de Setembro, à venda.

A prefeitura de Gaspar – que ganhou a preferência na aquisição – quer pagar R$10 milhões este ano e R$4 milhões no ano que vem. Um negócio que não pode ter intermediários. Agora, devido à constituição jurídico-administrativa da Furb, a Câmara de Blumenau terá que dar o aval a este negócio, sob os olhos do Ministério Público de lá, e que funciona. Se aprovar lá, passa pelo crivo da Câmara daqui. Ambos os lados dão como favas contadas este assunto.

Não vou discutir se o negócio é bom ou ruim, mas penso – e muitos igualmente – que já estava mais do que na hora da prefeitura de Gaspar buscar uma sede apropriada para seus servidores e principalmente, o atendimento aos gasparenses: centralização dos diversos serviços, acessibilidade, identificada internamente naquilo que seus labirintos nos enganam atualmente, sem gambiarras internas e com estacionamento de se fácil chegar ou sair.

O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, até tentou isso com o prédio administrativo da Bunge Alimentos, no Poço Grande. Fez marquetagem. Agiu com desdém. A falta de garantias e o histórico do governo em perseguir investidores por aqui, mudar da noite para o dia à legislação para prejuízos de donos de imóveis, mesmo não passando pela Câmara, fez o negócio miar.

Entretanto, apesar da boa notícia, e necessária, repito, gostaria de pontuar três fatos sobre este negócio da prefeitura com a Furb.

O primeiro deles é o da própria história da Furb. Ela foi um marco no ensino superior de Santa Catarina, responsável pelo melhor do desenvolvimento intelectual, cultural e profissional regional. Contudo, da glória, não conseguiu, incrivelmente, perceber que o mundo do seu próprio negócio mudava – e rapidamente. E isso bem antes da pandemia. Preferiu preservar status quo do passado.

Ou seja, aquilo que ela ensinou aos seus egressos – e eu sou um deles em dois cursos de graduação – ela não usou para se salvar, salvaguardar e nem liderar um processo de mudanças no seu negócio e para o bem da instituição, bem como da região e de seus egressos.

Está atolada em dívidas, muitas delas, criadas ou advindas por penduricalhos ao corpo administrativo e docente, e está se obrigando a se desfazer do seu patrimônio físico, para minimamente sobreviver.

Resumindo: o dinheiro que ela arrecadará com a venda da unidade de Gaspar, não é para se modernizar, mas para pagar parte de um insanável, ou sem solvência pelo seu próprio modelo de negócio, já ultrapassado. Se não se cuidar, vai faltar patrimônio físico para suportar as futuras demandas.

É uma corrida contra o tempo e contra as verdades que os seus gestores e corpo docente se negam a reavaliarem para salvar não a história, mas o negócio, a instituição, a pesquisa, o polo gerador de conhecimento. Triste!

O segundo ponto é da euforia com a compra pelos que estão no poder de plantão. E começou pelo modo errado: a suposta economia de R$110 mil reais por mês de alugueis. Não é bem assim. Parte ponderável desses alugueis não poderão ser substituídos exatamente por cumprirem funções nos bairros.

O poder de plantão – como vive do marketing naquilo que deseja vender sem ser questionado – não separou o quanto não poderá economizar mesmo construindo uma nova sede para si. Nem disso quantas vezes esses R$110 mil isso vai representar aos gasparenses. A primeira parte já e conhecida, a do terreno: onze anos.

Mais o que se gastará com projetos, construção, equipamentos e mobiliários outros R$15 a R$ 20 milhões. Noves fora, isto tudo custará algo em torno de 25 anos de R$110 mil de alugueis mensais, sem contar a manutenção.

Ah, mas é necessário! Como escrevi no início do artigo, não entro no mérito do negócio. Só uso esta conta, justificativa, argumentação e comparação, porque elas são usada pelos mesmos políticos que estão dando aval para esse negócio – incluindo ai vereadores -, contra a construção da sede própria da Câmara de Gaspar.

Outra. Muito desses alugueis se entrelaçam em interesses políticos e pessoais em Gaspar. Ou alguém pode me contestar esta afirmação?

Então, haverá rupturas, compensações e um atraso necessário da obra até ela estar concluída para deixar órfãos os senhorios de vitalícios contratos com o poder público. Isto sem falar em prédios próprios da prefeitura que estão sem ocupação, deteriorando-se, enquanto se gasta com aluguel de outros, como mostrei ontem no que escrevi sobre o antigo Centro Educativo Maria Hendricks.

Esses interesse políticos fazem por exemplo com que a Câmara de vereadores não tenha sede própria até hoje, e por certo ainda demorará décadas. E quem tentou dar autonomia ao poder legislativo, estrepou-se.

Aliás, por que os vereadores gasparenses que vão aprovar a transação, que são do próprio governo, já não negociam que parte desta nova sede da prefeitura seja destinada à própria Câmara com acesso, instalações e estacionamentos decentes para o povo, vereadores e servidores?

E finalmente o terceiro ponto. A falta de planejamento é algo assustador no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD. Uma das coisas que está prevista para ocupar o velho prédio da prefeitura é o Arquivo Histórico. Mas, o próprio Kleber quando comprou a antiga sede do BESC, em 2019, na Rua Aristiliano Ramos, ali bem perto da prefeitura, não o fez com esta finalidade, além de abrigar a Biblioteca Don Daniel Hostins?

A outra da falta de planejamento. Fica claro agora, se a prefeitura realmente for construída no terreno da Furb, que a Francisco Mastella teria que ser duplicada, e que o trechinho dois do Anel de Contorno, igualmente.

E antes uma observação necessária. Como agora os políticos de Gaspar inventaram que o solo daqui é uma porcaria para respaldar a incúria, desde logo estão avisados para os cuidados de análise do solo e a contratação de engenheiros e construtores capazes, para não passar vergonha de ter o prédio rachado antes da inauguração.

E para terminar e também referente à falta de planejamento.

O que preocupa de verdade é a possível deterioração deste Centro antigo de Gaspar com a saída da sede da prefeitura onde ela está. Já com ela lá, a Praça Getúlio Vargas e adjacências, até com ela aberta, é algo preocupante e que se agrava quando a prefeitura fecha a tarde e nos finais de semana.

No governo Zucki, por exemplo, os andarilhos e mendigos, não saiam da porta da própria prefeitura.

Então, é preciso estudar a ocupação desta área urbana central, para dar vida e proteção a ela, inclusive com a mudança do zoneamento e permissão para a construção de prédios residenciais de médio e alto padrão para o centro da cidade tenha vida permanente, que o abandono dela não se dê fora do horário comercial.

Foi por não pensar nesse abandono natural, que áreas nobres de muitas cidades se deterioraram física e socialmente, viraram um inferno e perderam valor no metro quadrado, ou se tornaram guetos de desocupados, drogados e traficantes. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Esta imagem é simbólica do que aconteceu ontem à noite em Gaspar. Está nas manchetes do noticiário de hoje e se tornou assunto das redes sociais e aplicativos de mensagens desde ontem. A chuvarada além da conta, diga-se, mas não se justifica, fez a escadaria da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo se tornar uma rara cachoeira.

Mas, de verdade, o que aconteceu?

Provou-se, mais uma vez, que os caros, polêmicos e questionados improvisados sistemas de drenagens feitos pela cidade, principalmente os dos bairros Santa Teresinha, Sete de Setembro e Gasparinho não passaram no teste mais uma vez.

Aliás, a drenagem da Frei Solano, feita há um ano, geradora de uma CPI na Câmara. enterrada pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, – e que custou votos aos que manobraram para isso – é a melhor prova disso tudo. Está entupida. Não tem caimento. Sabia-se disso desde a sua implantação.

Há duas semanas o vereador do bairro, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, o que presidiu a CPI e levou um baile do governo Kleber para nada se provar, advertiu na Câmara para este assoreamento. E eu registrei aqui. Bingo!

Esta é a Gaspar que teima em ficar desacorda e ao mesmo tempo se diz assustada, ou desprotegida, quando a água invade suas casas e negócios. É a Gaspar que vai votar em outubro para validar tudo isso. Então vai continuar tudo igual e não se tem razão nenhuma para reclamar como se reclamou ontem e deve se prosseguir hoje. Acorda, Gaspar!

Ontem eu mencionei aqui, que nos CDIs e Escolas Municipais o cardápio, a qualidade dos alimentos e a merenda servidas não batem, superam-se no descaso e beiram ao crime.

E teve gente que se incomodou porque isso, num blog que ninguém lê e não entendo a preocupação quando ele informa tais fatos, “conseguiu” extrapolar os portões das escolas e pode, eventualmente, bater no Ministério Público, ainda ausente neste assunto.

Este caso grave da merenda não é novo, nem para a comunidade, nem para as diretoras das escolas e CDIs, nem para os vereadores, muito menos para a prefeitura e sua secretaria da Educação, ocupada politicamente por um curioso, o jornalista Emerson Antunes, indicado pelo deputado Ismael dos Santos, na vaga do PSD de Gaspar.

O requerimento 141 de 30 de novembro, assinado pelo suplente Thimoti Thiago Deschamps, PL, questionava o mesmo problema e ainda sem resposta.

Ou seja, teve-se tempo suficiente para não só dar uma resposta ao requerimento, mas principalmente uma efetiva resposta às crianças dos CDIs e escolas municipais, com alimentação adequada. Aliás, onde está o político Conselho Tutelar?

No ambiente da Educação, do PSD e do poder de plantão prefere-se na marquetagem de um negócio, o de estar se exibindo com 15 tablets interativos. Tanta modernidade não combina com a má nutrição das crianças. Acorda, Gaspar!

A palavra progresso foi introduzida como “inovação” na redundância do “avança Gaspar” [agora de forma minúscula]. Progresso é algo que avança. Está dicionarizado assim. É uma palavra antiga nas gestões privadas e públicas.

Este “reuso” da palavra progresso nos seus discursos e lemas pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, mostra não só o atraso conceitual de ambos na gestão, mas, principalmente, de seus assessores, marqueteiros e “çábios”.

É por ela, que se entende a razão pela qual as pessoas não são o centro do seu governo, não só na área de assistência social, ou da saúde pública – onde se gasta montanhas de dinheiro sem retorno efetivo para a população, a mais carente, a vulnerável, a doente -, mas na educação, onde se privilegia o espetáculo.

A palavra progresso para o gestor do século 21 e antenado no futuro, obrigatoriamente, é substituída por desenvolvimento – que se dá de forma automática, autônoma e principalmente, sustentável.

Agora, colocar uma foto de um suposto casal de idoso no Mirante do Centro como se estivesse criado o paraíso para as pessoas em Gaspar, é um exagero marqueteiro e uma afronta ao que se faz por aqui.

Tem vereador em Gaspar brigando em rede social com seus eleitores de bairro. E acha que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, está fazendo mais que obrigação dele. Hum!

“Falo sempre e repito: não dê esmolas! Sua esmola não ajuda e torna apenas mais difícil nosso trabalho de buscar e oferecer a verdadeira ajuda a essas pessoas que tanto precisam”.

Quem afirmou isso na sua rede social? O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, Podemos, que já foi o secretário de Assistência Social de lá. Aqui, só esmolas, pois a Assistência Social é um cabide de emprego curioso pelos votos que ganhou nas urnas. Acorda, Gaspar!

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