O que circulou freneticamente nos aplicativos de mensagens e nas redes sociais em Gaspar, ontem?
Aquilo que se escondia, mais uma vez, na imprensa de Gaspar e que é visível há mais de cinco anos no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e no primeiro mandato com Luiz Carlos Spengler Filho, PP, hoje secretário de Obras e Serviços Urbanos, e agora com o novo vice, que está já camuflado de prefeito, Marcelo de Souza Brick, PSD: o empreguismo desenfreado.
A edição eletrônica do jornal “O Município”, originalmente de Brusque, mas na franquia de Blumenau, em notícia assinada por Jotoan Silva, informou que a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Gaspar abriu um inquérito para investigar possível desvio de função de servidores comissionados da prefeitura da cidade. Conforme a denúncia, três funcionários estariam prestando serviço diretamente para o prefeito e para o vice-prefeito. Esses trabalhos, porém, diferem do que foram contratados pelo município e do que é descrito em suas funções de origem.
Um funcionário contratado para desempenhar a função de assessor de trabalho e renda para a prefeitura estaria, na verdade, atuando como motorista do prefeito Kleber Wan-Dall; outro, admitido como Chefe de Comunicação do Samae, estaria executando, na verdade, a função de assessor de imprensa de Marcelo Brick, vice-prefeito; e, por fim, outra servidora nomeada diretora-geral de Turismo estaria realizando serviços de banco também ao vice-prefeito.
O inquérito foi instaurado no dia 17 de fevereiro. Na mesma data foi encaminhada ao prefeito de Gaspar uma notificação e solicitação de esclarecimentos, com prazo de 30 dias.
Estou de alma lavada, outra vez. Nada como ter tempo como senhor da razão. Sou sempre acusado de estar bisbilhotando e estragando os planos de submissão unilateral e incondicional dos que estão no poder de plantão e agora unidos na aliança MDB, PSD, PP, PDT e PSDB, numa mistura explosiva de política, templo, votos e interesses de perpetuo poder e negócios.
A notícia de ontem, ao mesmo tempo, é uma advertência aos poderosos de plantão de que água mole em pedra dura tanto bateu que pode ter amolecido a pedra. E o orgulho de espalhar aos quatro ventos – como forma de constranger e até ameaçar – para tudo que inventava aos olhos de todos de que estavam de “corpo fechado”, perante as instituições que estão obrigadas à fiscalização, apuração e julgamento, pode ter furado também este tipo de blindagem.
E a marquetagem do prefeito Kleber que estava em Brasília, mais uma vez, sem agenda prévia conhecida da cidade, dos cidadãos, cidadãs, eleitores e eleitoras, caprichou na nota de esclarecimento pedida por Jotoan:
A Administração foi notificada e está reunindo as informações para prestar os devidos esclarecimentos. Os questionamentos serão respondidos nos termos do inquérito. Não há desvios de função. Todas as pessoas nomeadas estão exercendo suas funções e, muitas vezes, mais, para garantir o atendimento às pessoas e bom andamento dos serviços públicos.
Se a promotora for a fundo, terá centenas de depoimentos – mas dos que não aparentados ou interesses – e que temem serem perseguidos, excluídos ou prejudicados, dessa máquina de emprego que vai do comissionados, passa pelos cargos de confiança e chega aos terceirizados e estagiários.
Só eles podem contradizer e esclarecer esta nota oficial, porque nada do que o Ministério Público, muito tardiamente tenta desvendar, é segredo para ninguém em Gaspar e faz tempo. É uma prática. Quem um exemplo deste mês de fevereiro?
A ativista da causa animal, Eliseth Grohner que da Agapa denunciava o descaso da prefeitura neste assunto, que estava filiada ao PL, e foi até candidata a vereadora e não se elegeu, acaba de ser contratada pela prefeitura de Gaspar, para tocar a área de zoonoses, uma obrigação imposta pelo próprio MP. Onde ela foi contratada? Na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, como coordenadora. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Entre os três funcionários comissionados motivo da denúncia no Ministério Público e que a prefeitura terá que defendê-los está Ezequiel Hintz, irmão de templo de Kleber. Ele trabalha para Kleber há anos como seu motorista, fotógrafo, conselheiro e secretário particular…
Um no cravo e outra na ferradura. Foram pegos nesta investida do MP, um coroado que é de total confiança do prefeito e os dois outros assessoram o vice prefeito na sua dolce vita.
Ontem em Gaspar, como na publicação de “O Município” nenhum nome foi citado. Por isso, apareceram várias listas nas bolsas de apostas em Gaspar. Hintz era o único que aparecia em todas. Ou seja, é dele que não resta a menor dúvida.
Aliás, a marquetagem da prefeitura de Gaspar voltada para a promoção do candidato Kleber Edson Wan Dall, MDB, criou uma tal “saiu na mídia” e que mostra quem está incondicionalmente reproduzindo as propagandas oficiais do governo. Perguntar não ofende: este assunto estará lá? Afinal, “O Municipio” é mídia, se este blog não o é.
Depois de se perder no caso da duplicação da Gaspar Brusque, depois de resgatar o projeto da ligação Blumenau Guabiruba, do companheiro Vanderlei de Oliveira, de Blumenau, e sem assunto melhor, o deputado Pedro Celso Zuchi, PT, postou ontem uma foto dele tomando um cafezinho antes de “bater” o ponto na Assembleia.
Um politico antenado com a sua comunidade, e de onde virá a maior parte dos votos, e como as sessões deliberativas são a tarde na Alesc, deveria de manhã estar em Gaspar olhando os pontos vulneráveis da enxurrada da noite anterior, a maior parte criadas pelo governo do adversário Kleber Edson Wan Dall, MDB. O PT de Gaspar já foi melhor assessorado.
Pedi e o Joel Reinert me emprestou, a entrevista que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, concedeu a ele e ao Paulo Flores na segunda-feira na 89 FM, especialmente para promover o comício daquela noite na Sociedade Alvorada. Ainda vou falar dela. Seria hoje, se não fosse o Ministério Público criar manchete de última hora e eu ter que explicá-la.
Entretanto, é impressionante a má performance de Kleber diante de perguntas que não estão no script, mas cujas respostas deviam estar na ponta da língua, principalmente por quem está governando a cidade por mais de cinco anos e outros tantos foi vereador e presidente da Câmara. Talvez, por não ter afinidade e liderança na gestão, seja por isso, que está candidato a deputado.
Uma das perguntas foi sobre as finanças. Fugiu. disse que mandaria os números mais tarde. Comuéqueé? A outra é que ele ainda não sabe direito a diferença entre privatização e concessão, quando se falou sobre saneamento básico e que enrola neste assunto contra a saúde e o meio ambiente.
E para piorar, Kleber diz que está cheio de projetos, que sua equipe de engenharia é top etc e tal. Mas, quando argumenta, ou responde sobre o que se está preparando, sempre aparecem as mesmas obras: Pedro Leonardo Schmitt, José Rafael Schmitt, Vidal Flávio Dias, segunda etapa do Parque Náutico.
Outra, Kleber acabou de pegar R$66,7 milhões emprestados na Caixa e no Banco do Brasil para essas obras. Esse dinheiro vai ser pago aos bancos pelos próximos prefeitos. São quase R$200 milhões. Na entrevista, todavia, ele próprio esclareceu que só pode usar R$35 milhões por ano.
Já sobre os R$71 milhões que o governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, lhe deu para obras estruturantes, Kleber ainda não sabe quais exatamente vai apresentar para análise criteriosa da equipe técnica do governo do estado. E aí ele volta com a mesma ladainha e cita as ruas Pedro Leonardo Schmitt, José Rafael Schmitt, Vidal Flávio Dias, segunda etapa do Parque Náutico. E neste caso, acrescentou, o esgotamento sanitário.
Ou seja, colocou uma canção nova neste disco furado do “nosso mandato” que se encerra como o previsto no dia dois de abril, mas dá a entender que vai até o final de 2024. Entretanto, ontem, entre outras para justificar a sua ida a Brasília sem agenda prévia conhecida dos gasparenses, disse que estava atrás de dinheiro para o esgotamento sanitário. É uma desconexão impressionante. E tudo com aval, do Conselho Fake da Cidade. Acorda, Gaspar!
Para encerrar. É a segunda vez nesta legislatura que a Câmara de Gaspar passa por semelhante desmoralização. Olhem o cartaz e compare com a realidade de terça-feira. Mais, fácil, era discretamente ter arrancado o aviso ou revogado a orientação ao público do que a “casa das leis” passar o recibo de que as leis delas não tem valor algum. Acorda, Gaspar!