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VEREADORES VÃO À CAPITAL “APRENDER” O QUE É SER VEREADOR E SE REVOLTAM COM SEUS PRÓPRIOS ELEITORES

Antes de começar, um registro. Ontem, em plena terça-feira de Carnaval – a contragosto de alguns, diga-se desde logo -, houve a sessão ordinária semanal na Câmara de Gaspar. Algo inédito depois de muitos presidentes acostumados a prolongados feriados de carnaval – e entre outros para agradar a galera funcional. Merece aplausos.

E na sessão de ontem, aprovou-se, sob pressão conservadora e bolsonarista, com casa cheia, o Projeto de Lei do vereador Amauri Bornhausen, PDT, contra a obrigatoriedade do passaporte vacinal da Covid-19, em Gaspar – autonomia que é permitida pelo Supremo Tribunal Federal e vejam só, tão condenada pelos interessados neste assunto.

Tudo isso, depois de se registrar oito mortes em fevereiro e outras quatro em janeiro – temos um dos mais altos índice de mortes no estado-, após a última delas ter acontecido em 31 de outubro do ano passado.

Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP, – a Mara da Saúde, ou seja, não podia ser diferente -, votaram contra. Enquanto isso, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, faltou à sessão para não ter que se expor nesta matéria. Eita!

Retomando o título.

O que aconteceu na semana passada? Sete, repito sete, ou seja, a maioria, dos 13 vereadores de Gaspar foram a Florianópolis aprender serem – ou fazerem pela população e a cidade – aquilo que prometeram ser desde quando eram candidatos em campanha, ratificaram e juraram solenemente quando foram investidos na função legislativa. Impressionante!

E a fila foi puxada pelo mais longevo dos vereadores, oito legislaturas, José Hilário Melato, PP – que por conta do curso, já faltou na terça-feira passada, dia de sessão aqui em Gaspar. Só havia inscrição e possibilidade de “retirada” de material.

Seguiu-se a ele, toda a bancada do seu PP, incluindo evangélico Cleverson Ferreira dos Santos e a novata Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos. Eles tiveram a companhia do campeão de diárias Ciro André Quintino e a parceira de bancada do MDB, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, além de Alexsandro Burnier, PL e Amauri Bornhausen, PDT.

O que eles foram fazer lá?

Participar do workshop “Mandato de Impacto”, ao custo de R$890 por cabeça, por três dias de palestras e “dicas”, mais diárias e motorista, naquilo que poderia ser feito muito bem por internet, como faz a maioria que participa de cursos muito mais necessários, urgentes e complexos hoje em dia, exatamente para diminuir custos e obter conhecimentos com interatividade plena em casa ou no trabalho. Menos, naturalmente, os políticos.

No caso de ser sete, a própria Câmara poderia uma “sala de estudos” para seus sete membros, e tudo se fazer por aqui, perto dos problemas da comunidade, dos seus eleitores, eleitoras, e das comissões.

Nas redes sociais, os vereadores de Gaspar foram fortemente cobrados por seus próprios eleitores. Os mais “calejados”, fingiram que nem era com eles. “Isso passa”, alegam menosprezando o bafo popular. Os mais novos, ficaram incomodados e alimentaram à polêmica em explicações contra as observações e condenações nas redes sociais, pois na imprensa – como é costume por aqui – nada disso foi tratado, até agora.

O que se “ENSINOU” neste curso caça níquel e promotor de diárias, segundo a própria propaganda dele? “Planejar um mandado com grande impacto social“. Ulalá. Impacto social? Ou, como se enveredar pelo marketing e a propaganda para garantir votos para um novo mandato profissional – como querem alguns?

Ainda persiste o velho conceito dos políticos de tratarem os seus eleitores e eleitoras como analfabetos, ignorantes e desinformados, dando-lhes trucagens marqueteiras apresentadas em cursinhos, que em muitos casos eles próprios nem frequentam, não se interessam e nem os entendem, mas exibem com orgulhos portentosos diplomas em seus gabinetes. Uma vergonha.

Sim! Porque uma das propostas do curso é exatamente para aquilo que o vereador foi eleito e deveria estar exercendo desde o primeiro dia do seu mandato. E se considerarmos que só fossem para lá os novatos, eles já estariam atrasados no mínimo há um ano, ou estão assumindo, que não estão trabalhando como deveriam estar desde o dia primeiro de janeiro de 2021.

Fiscalizar os atos do Executivo de forma mais efetiva, identificando indícios de irregularidades através de técnicas próprias de fiscalização, além de liderar processos de investigação“. Que maravilha!

Mais. Se este enunciado do curso for verdadeiro, esta é a prova que não serve para a maioria que foi fazê-lo, pois ela está obrigada a não fiscalizar e investigar nada, pois estão na base do governo que os têm na rédea curta. Ou estão se preparando para dar uma coça no vice-prefeito, Marcelo de Souza Brick, PSD, que vai assumir à titularidade até o início do mês que vem?

Resumindo: desperdício de conhecimento, tempo e dinheiro, este dos pesados impostos de todos nós. Gente estranha e ainda acha que seus eleitores e eleitoras são um problema quando pedem explicações e esclarecimentos sobre o que fazem com o mandato popular que ganharam nas urnas.

Nada estranho, na verdade, quando se sabe o conceito que possuem de quem na imprensa revela essas mazelas que querem ver escondidas. Estranho mesmo, é o novo tipo de audácia: se rebelar contra os próprios eleitores e eleitoras

Quer ler outra inutilidade do curso para os nossos vereadores diante da realidade que eles vem produzindo na própria Câmara e mandato?

Avaliar as reais necessidades sociais do município e Criar Projetos de Leis que atendam com eficiência e eficácia os anseios da população“. Um dos anseios, por exemplo, é que eles usem com mais eficiência e eficácia – se sabem a diferença dessas duas palavras parecidas – as diárias e o tempo deles em coisas úteis para a cidade e não só para o mandato. Isto não foi “ensinado” lá. E se foi, não aprenderam.

A última, das quatro premissas do curso era o de “avaliar os resultados do primeiro ano de mandato e aplicar ferramentas de gestão da produtividade em sua atividade parlamentar“, ou seja, tem gente que estava lá e nem deveria estar depois de tantos mandatos e primeiro ano de atividades que já fez na Câmara.

E quem foi por essa premissa do enunciado propagandístico do curso usado nos grotões para tapar à boca dos questionadores, está obrigado a avaliar melhor essas “roubadas” do que ficar brigando com seus eleitoras e eleitoras. Isso pode não ser uma boa para continuar nesta vida de político, como um profissional da política e bisbilhotado nas redes sociais. Quem reclamava da imprensa nem sempre tão amiga, tem mais o que cuidar fora dela. Acorda, Gaspar!

Ah, quem NÃO FOI a este curso caça níquel e diárias em Florianópolis? Os vereadores Franciele Daiane Back, PSDB, Giovano Borges, PSD, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, José Carlos de Carvalho Júnior, Francisco Solano Anhaia e Francisco Hostins Júnior, todos do MDB. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE



Na semana passada, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi à sua rede social se justificar – e vangloriar-se também – dizendo que estava fazendo uma camada asfáltica na recuperação da Rua Nereu Ramos, com a espessura que foi contratada, ou recomendada tecnicamente pelo projeto, se é que ele existia.

Bobagem. Observei que esta propaganda ultrapassada de político aos do povo deixava claro dois fatos ou impressões: o primeiro deles é a de estar se justificando diante de barbeiragens que ele vinha cometendo e estava sendo acusado nos bastidores, ou então, tinha endereço acusatório para adversários, e neste caso, precisava nominá-lo para não se ficar com a primeira impressão.

Bingo. Esta foto acima é deste final de semana. Ela mostra o estado da Rua José Vanzuiten, recém asfaltada pela prefeitura de Gaspar. É uma rua onde moram os de classe média alta.

O que se revela naquilo que lá está exposto – e fotografado? Que o prefeito Kleber, com sua secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada pelo seu ex-vice prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, falharam. E feio.

O que se gastou vai ter que ser refeito. Prejuízo em dobro e com impostos de todos. O primeiro desastre foi a drenagem – e quase tudo em Gaspar começa neste item – que comprometeu toda a cara pavimentação. O segundo desastre, ao que parece é o próprio asfalto que não tem a espessura daquele da Rua Nereu Ramos.

O castigo veio a cavalo e eu anunciei esse possível castigo como contra-propaganda. Essa gente não aprende. Quem são mesmos os “çábios” que cobram caro – seja monetariamente ou em cargos para seus apadrinhados no empreguismo político sem fim – e orientam Kleber? Os que fazem cursinhos como os que os vereadores foram fazer lá em Florianópolis à base de diárias e custos pagos pelo povo?

Cara de pau. Vivi para ver o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que como presidente da Casa protagonizou um embate delirante – e injusto – contra o vereador Amauri Bornhausen, PDT, só porque Amauri mesmo sendo da Bancada do Amém ter se negado a se prostar – ajoelhar-se fisicamente ele não pode mais -, ser chamado na tribuna da Câmara de “meu querido amigo Amauri”.

Tudo para buscar o aplauso fácil do conservadorismo gasparense presente na sessão que se apresentou e se defendeu o PL 04/2022 que tratou da proibição da exigência do passaporte vacinal contra a Covid-19. Impressionante.

Como funciona. E é grave. O vereador Amauri Bornhausen, PDT, há duas sessões, e penso que sem querer e se atentar para a gravidade daquilo que falou, revelou como as “coisas” que deveriam ser questionadas ou esclarecidas, passam no Conselho Municipal de Saúde de Gaspar.

Ou seja, não é de hoje, e pode estar aí a razão de tanta desordem contra a cidade e os seus habitantes, principalmente os mais vulneráveis na área da Saúde Pública. Amauri como cidadão, era representante da sociedade no Conselho, foi boicotado por unicamente querer a transparência.

Segundo Amauri, faziam-se reuniões em horários – Amauri era funcionário público municipal e cadeirante – ou locais onde ele não poderia comparecer. Incrível – e criminosa, se for confirmada – à razão da manobra: “tudo porque eu era considerado um era cricri e queria tudo esclarecido”, revelou.

E o pessoal do Conselho queria dele, só as aprovações incondicionais e as assinaturas nas atas. I-na-cre-di-tá-vel. Isto é um caso de polícia. Entende-se melhor a razão pela qual a Saúde Pública e o Hospital sob a intervenção marota municipal – e um poço sem fundo de recursos bons – em Gaspar, está no estado lastimável que está e contra a população, a mais vulnerável, a mais pobre.

Há um Conselho de Saúde – com representantes desse mesmo povo sofrido – só para tapar o sol com a peneira e favorecer os políticos irracionais? Meu Deus! Acorda, Gaspar!

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