O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi presidente da AMMVI – Associação de Municípios do Médio Vale do Itajaí. Passou o bastão recentemente. Qual o seu legado? No fim do “mandato” lá, num canetaço e aos interesses da marquetagem para turista ver, ele a transformou na Associação de Municípios do Vale Europeu. E de concreto para os cidadãos, o que sustenta tudo isso? Nada!
O que passou na Câmara de Gaspar? Uma moção de todos os vereadores ao secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Thiago Augusto Vieira, pedindo, urgentemente, vejam só, para que medidas sejam tomadas e que os ônibus intermunicipais possam adentrar no Bairro Bela Vista. Vão levar e trazer os passageiros de Blumenau para o IFSC, indústrias, comércio e moradores de lá
O que demonstra esta moção, este apelo? Que Kleber, tendo oportunidade única como presidente do Vale Europeu, não trabalhou para integrá-lo naquilo que é obvio e minimamente necessário na conurbanidade com os vizinhos de Blumenau, como é o caso de Gaspar, Indaial e até Timbó e Pomerode.
O apelo – porque Moção é um apelo – revela como os políticos trabalham contra a cidade, os cidadãos e cidadãs, e mais do que isso, ainda se fazem de heróis perante à sociedade em ano eleitoral.
A Moção, na verdade, disfarçadamente, favorece uma empresa de transporte interurbano que no passado já acabou com a rentabilidade das empresas de transporte coletivo daqui.
A que ganhou a primeira e única licitação de permissão – a Viação do Vale, cuja origem está na família Berger, de São José – correu antes do contrato expirar e está na Justiça cobrando dos gasparenses – via a prefeitura que não faz dinheiro, mas coleta de todos nós – o equilíbrio econômico-financeiro – que é de milhões – milhões que vão ser pagos com os pesados impostos de todos.
Outras duas empresas em estado de emergência correram. Uma – a Caturani, de Blumenau – alegou e publicamente – por pelos duas vezes na própria Câmara onde denunciou o fato – o mesmo motivo da Viação do Vale: concorrência predatória da que detém a permissão para o transporte intermunicipal, a Verde Vale.
Está aí, agora, a Presidente.
Ela só veio e se mantém devido aos fortes subsídios – Foram R$3,8 milhões no ano passado – que recebe dos pesados impostos de todos os gasparenses – incluindo a maioria que não usa o transporte coletivo.
Se a Moção prosperar no governo do Estado – em tempo de campanha eleitoral, tudo é possível – é fato que a Presidente vai ter bases sólidas para pedir o reequilíbrio econômico do seu negócio por aqui, pois vai perder ainda mais passageiros e as linhas ficarão ainda mais deficitárias – que só se dará por três vias: aumento das passagens, subsídios – ou combinação dos dois -, ou na Justiça para se proteger dos prejuízos.
O modelo de concessão – ou permissão – no transporte coletivo já se mostrou ultrapassado há muito – e não só aqui. É um caos brasileiro nos tempos de Uber. Basta olhar para Blumenau; basta olhar para as licitações que a prefeitura de Gaspar tentou e deram desertas. Nelas, a prefeitura queria ficar rica e agora está pagando para ter o serviço mínimo entre nós, os trabalhadores, desempregados e estudantes.
Mas, esse aspecto que os vereadores tentam reviver o passado que não deu certo e é contra o atual sistema de transporte coletivo de Gaspar, também torna a cidade num bairro de Blumenau, enfraquecendo-a no comércio, na identidade cultural. Neste caso, perde muito mais o Bela Vista.
Mais do que isso, revela o quanto o prefeito Kleber como presidente da AMMVI foi decorativo e não foi é capaz de liderar processos de transformações – e neste caso seria apenas uma adaptação à nova realidade. Nem ao menos o debate ele foi capaz de propor em favor de uma maioria que depende do transporte coletivo integrado numa região de fato metropolitana.
Como presidente da AMMVI, não foi capaz de enxergar o marqueteiro Vale Europeu como região metropolitana; não foi capaz de avançar na integração do transporte coletivo e mobilidade urbana, muito menos nas áreas de saúde, educação, assistência social, água, esgotos, lixo, meio ambiente…
Qual o resultado disso e que agora vê que perdeu o bonde da história para ser usado no presente como a percepção de um político de visão? Mesmo jovem, não se qualificou como um representante regional. Kleber, foi Kleber. Agora, está correndo atrás de votos dizendo que quer ser um representante regional na Assembleia. Quando teve essa oportunidade de representação com ideias e atitudes, não fez, não assumiu o papel, não fez a lição de casa.
Por isso, resta a Kleber uma corrida desenfreada para desmanchar imagem real que Kleber deu provas em todas ações que não fez e podia ter feito a diferença se as liderasse. Então, será preciso muita oração e visitas a templos. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Ontem o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, esteve em Florianópolis. Foi sondar quais projetos pode apresentar para serem aceitos no Plano 1000, onde o governo de Carlos Moisés da Silva, sem partido, vai dar R$71 milhões – a fundo perdido e em cinco anos – para obras estruturantes no município.
Na sua rede social, continuou com a balela de que está cheio de projetos. Mas, ontem de lá, não veio com nenhum encaixado. Vai ter que correr e de forma técnica. Não adianta babar a equipe para esconder falhas.
Uma boa questão I. Hoje cedo os bolsonaristas, freneticamente já espalhavam – em tom de cobrança de desrespeito à lei – um aviso do Colégio Madre Francisca Lampel aos pais, professores e alunos. Nele, cautelosamente, pedia-se aguardar até entendimento melhor do decreto estadual que liberou das máscaras os estudantes de seis a 12 anos.
Uma boa questão II. O Fórum de Gaspar exige dos que transitam por lá o passaporte vacinal contra a Covid-19. Isto é contrário ao que se aprovou na Câmara por maioria na terça-feira. Pelo entendimento do Supremo, prevalece a Lei Municipal.
Aliás, sobre o não uso das máscaras por estudantes em Santa Catarina, assinada pelo deputado estadual que está em campanha e ainda é secretário da Educação, Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, MDB, a leitora assídua, Odete Fantoni, postou um comentário inconformada, no artigo em que informei de mais um óbito pela Covid-19 entre nós.
Retruquei, pois afinal não é o fim dos tempos, mas penso de outro. E aí é que está a questão que se radicaliza para os dois lados. E as vezes, até, de forma partidária.
Uma coisa é certa, estamos perto da proteção de rebanho, seja pela vacinação, ou pela contaminação. É algo novo, mas ao invés da ciência estar no centro das decisões, mais uma vez, está prevalecendo a ideologia, os políticos, os curandeiros e a torcida sem argumentos e senso de razoabilidade.
É preciso entender na ciência como esta liberação é possível e as consequências disso.
Porque viver eternamente com máscaras, distantes, em bolhas e brigando entre nós, não poderá ser o novo normal. Normal, deverá ser imunizado e comprovar esta imunização para não afetar os outros. Um protocolo científico. O vírus, ao que parece, veio para ficar. Como o da gripe.
A imunização é assim com outras doenças, inclusive a Febre Amarela, que sem a comprovação vacinal, você não entra em muitos países onde a proteção vacinal é exigida. É uma questão de respeito aos outros [e ninguém desafia ideologicamente a regra sanitária dos outros países se quiser entrar neles].
Agora, o que se vê, que os pais no Brasil, em Santa Catarina e em Gaspar não estão vacinando seus filhos por ideologia, “patriotismo”, alegações falsas desprovidas de fundamentos científicos e pura desinformação.
E sem máscaras, e no caso do falta da vacinação – que em Gaspar não é mais exigível como aprovaram os vereadores e está se tornando lei, válida por decisão já reiterada do Supremo -, esses mesmos pais, estão deixando não só os seus filhos vulneráveis – a tal ponto de sacrificarem eles na dor e até na morte – como os tornam transmissores da doença para dentro do ambiente familiar, onde em alguns casos estão idosos, os mais vulneráveis a cada cepa que aparece. É uma pena!