Sem notícias relevantes por aqui, o “delegado prefeito Paulo Norberto Koerich, PL, rumou para Florianópolis. Foi para fazer manchetes por aqui. Pensa que elas possam mudar o atraso onde está metida a cidade. Paulo está reclamando de que está sendo esculachado, até por apoiadores comuns e, ao mesmo tempo, enfraquecendo-se para enfrentar por quem lhe deixou a cidade em frangalhos.
E diante de uma assessoria errática – ou que curiosos querem que funcionem como se estivéssemos no século passado – está questionado por parte da imprensa, redes sociais e algo secreto – mas sistemático e repetitivo – nos aplicativos de mensagens. Em tempos de Inteligência Artificial, sem ela atuar de verdade, tudo está se contaminando pelas redes sociais contra o governo dele diante da longa falta de contato (teve o primeiro nesta semana em Blumenau) com o governador Jorginho Melo, PL e que de verdade, nada anunciou para Gaspar até agora.
O “delegado prefeito” voltou feio da capital do ócio e da magia. Reanimado como não se via (aliás, voltou hoje para a posse de Topázio Neto, PSD, prefeito de Florianópolis, na presidência da Fecam – Federação de Consórcios e Municípios Catarinense. Estava sem o cicerone menor do que a autoridade dele. Um avanço. Topázio substituiu o ex-prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB)
Finalmente, O próprio Paulo tentou estabelecer uma ponte de contatos com o governador e não ficar tão dependente de terceiros como o presidente do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho, o qual gerencia tudo isso com os filhos do governador. Impressionante esta terceirização, o descaso para Gaspar e seu prefeito. Bernardo, e nisso está certo, pois é a sus sustentação econômica, tem como prioridade os negócios da sua empresa e a ampliação do leque de clientes e produtos. Naturalmente, com isso, perde a Gaspar política.
Voltando.
Paulo estava incomodado diante das dificuldades administrativas para as quais o governador, antes da campanha e razão da sua candidatura, prometeu ser parceiro. No outro lado, está um nó que não se tinha até então: à aproximação da campanha da reeleição de Jorginho, em 2026, mas cada vez mais vulnerável e um cavalo que começa mancar para a próxima corrida eleitoral. Jorginho ainda não tem marca, nem legado em nem discurso.
JORGINHO MUNICIPALISTA ESTÁ ATRÁS DOS PREFEITOS INFIÉIS E MAIORES COLÉGIOS ELEITORAIS. ENTÃO É HORA DOS FIÉIS E PERIFÉRICOS COLOCAREM O PREÇO DESSA FIDELIDADE
Agora, Jorginho, falsamente, virou municipalista, uma esperteza que não deu certo para o derrotado por ele, Carlos Moisés da Silva, Republicanos. Retomando. Finalmente o convite de Jorginho veio, não na forma que se esperava: a exclusividade ao seu padrinho da filiação e candidatura no PL, que Paulo a escondeu (e até negou) por meses entre os da cidade, incluindo um convescote realizado no Espaço Natureza, lá no Poço Grande. Não houve a esperada conversa de pé de ouvido.
O encontro foi na Casa d’Agronômica e por que Paulo não trabalha separado, o vice Rodrigo Boeing Althoff, PL. Entretanto, quem estava na mesma reunião: o prefeito de Blumenau, o também ex-delegado – que trabalhou em Gaspar, foi ex-subordinado um tanto infiel de Paulo como se queixava, Egídio Maciel Ferrari, PL. Na abertura deste artigo está a foto “oficial” para ninguém se enganar as aparências do que roda como ufanismo nas redes sociais.
Paulo, Egídio e Jorginho estão com o antecessor de Egídio, Mário Hildebrandt, PL. Mário está assumindo a Secretaria de Defesa e Proteção Civil de Santa Catarina. Mário, acaba de ficar no meio de um constrangimento daqueles e que só ele sabe engoli-lo: Egídio – que age bem diferente do que seu ex-chefe quando era delegado aqui- está passando um pente fino nas contas de lá e colocando a prefeitura de Blumenau para hibernar, ser auditada e receber novas prioridades no seu governo diante das descobertas de que ela tem no prego, R$372 milhões em empréstimos e dívidas, as quais o encalacra nos planos e promessas de campanha.
E mais. Em menos de um mês, perdeu o secretário de Educação Alexandre Matias, PSDB, que preferiu voltar para a Câmara. Alexandre vinha dos tempos de Mário e desalojou o suplente Maurício Goll que nem cargo tem mais na prefeitura de Blumenau. E por quê? Diferente daqui, Egídio está dando a cara dele ao governo dele por lá, sob custos políticos imediatos, mesmo que esteja em tese, sucedendo o ex que o ajudou. Já aqui, mesmo sendo adversário e impondo derrota de que o governo do perdedor não funcionava, contraditoriamente, pelos levantamentos, está preservando, quase 70% de cargos comissionados e de confiança do velho sistema e esquema. Se vai dar certo é outra coisa, contudo, Egídio está fazendo a lição de casa. Já aqui… Incrível!
Egídio botou a boca no trombone.

Se comparada a Gaspar, a qual possui empréstimos e dívidas decorrentes delas em torno de R$150 milhões – até porque, passados quase dois meses de transição e um de governo – o “delegado prefeito” está caladinho sobre este assunto, estes empréstimos e dívidas de Blumenau diante da receita e geração de caixa de lá, são fichinhas ao legado deixados por Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, ao Paulo.
A foto oficial é uma coisa. A extraoficial, todavia, mostra a “engenharia” de amigos e próximos e está aí ao lado.
Na verdade, para este encontro, Paulo teve a urgente e providencial ajuda de empresários que o levaram a ser candidato e à vitória para este encontro em Florianópolis acontecer. Eles estão sentindo o bafo da cidade. E este bafo está cedo demais. E a maior parte da cidade, sabe que são esses empresários – que sempre estiveram por detrás das campanhas vencedoras nos últimos 40 anos, incluindo a de Kleber. Ou seja, no fundo são os culpados por tudo isso, ou seja, no falso discurso de mudança – que como agora no poder nada muda e no estranho isolamento político da cidade aos que eles elegem.
Na foto extraoficial, quem está ciceroneando o “delegado prefeito” Paulo (centro) com o governador Jorginho (de costas) no encontro na Casa d’Agronômica, é o rei das construções de luxo que disputam ocamponato de altura em Balneário Camboriú e proprietário do Hotel Fazzenda daqui – entre tantos outro empreendimentos -, Francisco Graciolla (à direita). Quem tem padrinho, não morre pagão e ficar na mão de canais anões, Paulo já sentiu ficará mais cedo do que se supõe um deles.
GASPAR É QUE NÃO FEZ A LIÇÃO DE CASA. VAI FAZER SER CONTINUAR COM OS MESMOS QUE A LEVARAM A ESTA SITUAÇÃO?
Na outra ponta, porém, a dura realidade. Padrinhos são necessários. E a qualidade deles também. o “delegado prefeito” os possui. Entretanto. Isto é pouco, muito pouco. Eles e os padrinhos precisam transformar tudo isso em resultados. E Graciola entende disso como poucos, desde o Bar Sônia, em Blumenau.
Retornando mais uma vez.
Como documenta uma outra foto, abaixo, e do mesmo evento e de ampla divulgação nas redes sociais de Blumenau, o prefeito Egídio saiu ao menos do encontro em Florianópolis com papelinhos assinados pelo governador Jorginho para reforçar – num colégio eleitoral onde isso era um mote de campanha do concorrente Odair Tramontim, Novo -, segundo se anunciou, os sistemas e diques de proteção em áreas de Blumenau suscetíveis a determinadas cotas de enchentes.
Este é um ponto crucial não só para a proteção dos que moram nessas áreas, as quais, supostamente foram levantadas por registros técnicos competententes, mas principalmente, para a mobilidade em tempos de calamidades, bem como mitigar dano à economia de pequeno porte, que hoje é parte expressiva da arredação de lá.
Blumenau desde os tempos das grandes enchentes de 1983 e 1984 sempre teve uma área técnica – com a ajuda especializada nos estudos da Furb – em hidrologia, geologia, prevenção, proteção, alertas, medições, fiscalização, legislação, logística e amparo social estruturadas para este assunto. Em Gaspar, até o motorista do ex-prefeito foi um tapa buraco em algo tão essencial não só para o presente, mas para o futuro das pessoas e patrimônio. Inacreditável! Parece, com a nomeação para Superindência de Defesa Civil do cabo bombeiro militar Rafael Araújo de Freitas, há sinais de mudanças a esta ocupação política e leiga em algo tão essencial para à cidade. Parece. Rafael já foi titular desta área no tempo de Kleber. Bastou ele trabalhar tecnicamente para ser corrido do cargo e da função pelos políticos e seus interesses.

Retornarndo pela terceira vez. E Gaspar?
Faltam projetos em quase tudo, faltam lideranças, faltam canais de acesso; falta atualização e renovação nos que conduzem os bastidores por 40 anos com as mesmas verdades, vícios e atrasos; faltam pé “atléticos” e preparados para percorrerem os corredores certos; falta, essencialmente. obstinação, porque é disso que se espera de um político que jurou gerenciar ou representar o seu povo.
Parece que todos – gestores, eleitos e políticos – viraram artistas de redes sociais e dispuando a mesma narrativa ou oportunidades. Do outro lado, devido a falta de foco, todos estão ficando, além de confuso pela poluição e repetiução do mesmo assunto, de sacos cheios desses mensageiros. Foi assim com Kleber e Marcelo. Deu no que deu. Aprendizado e inovação, zeros.
O que Blumenau ganhou escrito neste papelinho recebido de Egídio do governador Jorginho, o qual olhou para o colégio eleitoral da nossa vizinha em tempos de enfraquecimento dele para 2026? Votos.
E certamente não foi gratuito. Antes, teve uma diretriz, um estudo, uma equipe, um projeto e consequentemente um pedido fundamentado em prioridades técnicas não do recém empossado e apadrinhado Egídio, mas do seu antecessor, Mário Hildebrandt, que está virando o homem do governador Jorginho responsável por mitigar as catástrofes em Santa Catarina. Indicação política desse especialista em assistência social? Certamente! Mas, ele possui bagabem e experiência desse assunto no Vale do Itajaí como um todo e poucos.
E por que Gaspar com o “delegado prefeito” não pode assinar o mesmo papelinho, se temos diques com problemas sérios – incluindo o não funcionamento e a não proteção das áreas e pessoas – no Bela Vista, Margem Esquerda e Serão Verde, para ficar nestes três? Porque faltou fazer a lição de casa, não exatamente neste governo que recém assumiu, que está escondido estranhamente aceitando para si a culpa dos outros, mas porque o ex-prefeito Kleber com os vices Luiz Carlos Spengler Filho – ex-secretário de Obras e Serviços Uubanos – e Marcelo, ambos do PP, não fizeram o que Blumenau fez. Foram marqueteiros, mas não traduziram a marquetagem resultados essenciais e prioritários para a cidade, cidadãos e cidadãs.
Os novos gestores, então advertidos, porque por enquanto, estão imitando os velhos e colocando os seus poderosos padrinhos na mesma balaia. Ingratos. Muda, Gaspar!
TRAPICHE
As notas do TRAPICHE desta sexta-feira estavam reservadas aos meus leitores e leitoras, quase todos eleitores e eleitoras do “delegado prefeito” Paulo Noberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL. São queixosos. São coerentes. São iludidos. São temerosos. São ingênuos. Entretanto, preferi trocar e colocar esta foto abaixo.

Ela retrata o erro e a fraqueza na proteção do governo do “delegado prefeito” pelo presidente do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho e do chefe de gabinete do atual governo, o que já foi de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o experimentado, Pedro Inácio Bornhausen, PP, partido que nem estava na coligação vencedora, bem como de um distanciamento fingido do União Brasil neste assunto. Lembrando, aos ingênuos, inocentes, desinformados e espertos, que dos 13 vereadores, o governo de Paulo Norberto Koerich, PL, tem seis vereadores (cinco do PL e um do União Brasil). Em tese possui apenas cinco, pois Alexsandro Burnier, PL, é presidente. Ele não vota, só desempa nas votações que exigirem maioria simples. Já nas qualificadas (e que são pouquíssimas, mas cruciais serão nove)…
A eleição dos membros das comissões da Câmara de Gaspar, representam a vulneralibilidade dos novatos, dos que estão obrigados à proteção do governo. Esta foto é da A Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização é composta pelos vereadores Carlos Eduardo Schmidt,PL, Dionísio Luiz Bertoldi ,PT,, Giovano Borges ,PSD,, José Hilário Melato ,PP, e Roni Jean Muller ,MDB. Não é a principal Comissão, mas é um retrato explícito e perigoso da vulnerabilidade em que se meteu o atual governo, quando o PL decidiu colocar o campeão de votos Alexsandro Burnier, PL, na presidência da Casa logo no primeiro ano do mandato de Paulo Norberto Koerich, PL, ano em em que, supostamente, ele precisa propor e passar supostas mudanças, se é que ele vai querer e se estabelecer em enfrentamentos. Meu Deus!
Nesta comissão, por exemplo, há um só representante do PL e inexperiente, apesar, de reconhecimedamente, voluntarioso. E isto não representará nada, mas nada, conhecido a vida política de Gaspar há mais de 50 anos, diante dos vereadores reeleitos, incluindo o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. São cobras que já perderam várias peles, incluindo, o novato Roni Jean Muller, MDB, que esteve no olho do furacão de dúvidas e está livre, leve, solto e dando as cartas se armando na mais ferrenha oposição. Impressionante.
A principal das três comissões na Câmara de Gaspar é a de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação. Ela é integrada pelos vereadores Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL, Carlos Francisco Bornhausen, MDB,, Elisete Amorim Antunes, PL, Mara Lúcia Xavier dos Santos, PP, e Thímoti Thiago Deschamps, União Brasil. Nesta, ao menos, a que dá legitimidade para que um projeto chegue ao plenário paa votação e pode, também em tese e no plenário, na maioria dos casos, com a aprovação da Comissão de Legislação, ignorar os pareceres das demais, o governo fez maioria. Mas, teve que abrir mão em negociações encalacradas pelos mais velhos. Era pegar ou largar. E pegou.
Já na Já a Comissão de Gestão Pública, a menos relevante de todas, fez-se barba, cabelo e bigode. Ela é formada p Carlos Eduardo Schmidt, PL, Ciro André Quintino, MDB, que já deixou claro estar com o governo do “delegado prefeito”, Roni Jean Muller, MDB, Sandra Mara Hostins, PL, e Thímoti Thiago Deschamps, do União Brasil.
Um governo sem foco e controle dos seus. A secretária de Assistência Social de Gaspar, Neuza Pasta Felizetti, PL veio no pacote de Blumenau para ser empregados aqui como comissionados do partido. Ela era membro das campanhas e assessora parlamentar do ex-deputado Egídio Maciel Ferrari, PL, eleito prefeito em Blumenau. A Assistência Social é um zero até então em Gaspar. Neuza não é nenhuma neófita no assunto. Então tem muito trabalho, ainda mais numa cidade dormitório, complicada do ponto de vista social pela migração, sem políticas públicas mínimas mitigadoras e um censo que mostra o aumento dos moradores de ruas em Santa Catrarina.
Qual a notícia de ontem? Neuza Pasta Pelizetti, PL, foi eleita – ou seja, aceitou que eu nome fosse candidato – eleita presidente do Colegiado de Gestores Municipais de Assistência Social da Amave – Associação dos Municípios do Vale Europeu. Mais um secretário da gestão de Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos PL, que deveria estar focado em colocar a casa em ordem, principalmente neste primeiro ano de governo, está se dispersando – propagando e comemorando – em outras atividades que não diz diretamente à cidade que lhe empregou para dar conta do caos onde ela está metida. Muda, Gaspar!
Tudo velho I. Ontem a ex-deputada Ângela Amim, PP, veio a Gaspar, para assinar um papelinho. É para a construção de um posto de Saúde que ela conseguiu como verba no tempo em que era deputada. E faz tempo isso. Uma fila para tirar fotos, incluindo o” “delegado prefeito” com o tal papelinho e entupir as redes sociais. Incrível.
Tudo velho II. Primeiro este tipo comunicação soa como poluição e confusão na mente dos eleitores. Todos se agarram no mesmo cacho não têm sentido diferencial. quem ganha mesmo é a ex-deputada que está trazendo, supostamente, alguma coisa para a cidade, cidadãs e cidadãos. Além dela, ninguém leva o louro ou ficara marcado no subconsciente do eleitorado por este tipo de divulgação comoditizada.
Tudo velho III. Não há diferencial. A comunicação – seja a velha e a nova – terá que ser sobre algo concreto. Por enquanto nada. O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP (que voltou a ser um agente de trânsito e ninguém ainda o viu uniformizado e nas ruas) e Marcelo de Souza Brick, o marqueteiro da beleza, faziam a mesma coisa usando os papelinhos como bengalas da notícia alvissareira. Deu no que deu: os papelinhos amarelaram e eles perderam as eleições. Aprendizado zero. Muda, Gaspar!
Tudo novo. Se Gaspar é tão boa assim, a cidade do futuro, organizada, berço de votos, qual a razão dos políticos que usufruiram dela por tanto tempo – e promete continuar – estarem comprando sítios em Ilhota, moradias em Blumenau? Faça o que eu digo, não faças o que eu faço. Esses políticos…
9 comentários em “110 DIAS DEPOIS DE ELEITO, FINALMENTE O GOVERNADOR JORGINHO RECEBEU EM FLORIANÓPOLIS, MAS COM OUTROS, O PREFEITO DE GASPAR. PAULO SAIU DE MÃOS VAZIAS. JÁ BLUMENAU…”
BOM DIA. BOA SEMANA. HOJE É DIA DE ARTIGO E TRAPICHE INÉDITOS. AGUARDEM
O GRANDE MICO DO 20 DE JANEIRO DE DONALD TRUMP, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo
O que a China fez com os bilionários americanos das big techs e com Donald Trump foi uma malvadeza histórica.
No dia 20 de janeiro, o novo presidente anunciou em seu discurso de posse: “A partir de agora, terminou o declínio americano” e prometeu o início de uma “Era de Ouro” para o país.
Entre os convidados, aplaudindo-o, estavam os bilionários Elon (Tesla) Musk, Mark (Meta) Zuckerberg, Jeff (Amazon) Bezos, Tim (Apple) Cook, Sundar (Google) Pichai e Sam (Open-AI) Altman.
Com jeito de quem não queria nada, naquele dia, a empresa DeepSeek, do chinês Liang Wenfeng, soltou seu aplicativo de inteligência artificial R1. Em seguida, republicou um artigo de 22 páginas assinado por 193 autores (todos chineses) e a estrutura do seu programa.
O R1 da DeepSeek foi lançado no dia da posse de Trump de caso pensado. A China já fez coisa parecida em 2023, às vésperas de uma visita da secretária do Comércio dos EUA.
Segundo a DeepSeek, o R1 custou 5,6 milhões de dólares. Os programas de inteligência artificial das empresas americanas custam entre 100 milhões e 1 bilhão de dólares. O R1 é grátis, enquanto alguns similares americanos cobram aos usuários pelo menos 20 dólares mensais.
No dia 25, o R1 era o aplicativo mais baixado nos Estados Unidos e em outros 50 países. Dois dias depois, as sete grandes empresas americanas de tecnologia, conhecidas como “the magnificent seven” (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla) perderam 1 trilhão de dólares em valor de mercado. Os CEOs de cinco delas estavam na cena da posse, e só a Apple não micou. A fabricante de chips Nvidia, princesinha do mercado de inteligência artificial, tomou a maior pancada, com uma perda de 589 bilhões de dólares, a maior da história de Wall Street. Elon Musk perdeu 5,3 bilhões de dólares. Como as ações sobem e descem, a Nvidia recuperou parte da queda.
O segredo do R1 estava no fato que uma unidade de custo que no mercado das big techs vale 15 dólares, na DeepSeek sai por apenas 55 centavos. Além disso, o R1 é grátis e aberto para programadores mundo afora. A Microsoft e a Dell já incorporaram o R1 às suas plataformas.
Nos próximos meses, artigos e livros contarão o que aconteceu antes do mico de 20 de janeiro. Uma coisa é certa: os bilionários das big techs sabiam que a DeepSeek existia e que não era coisa de chinês em fundo de garagem.
Desde 2023 ela publica seus códigos. Desde maio de 2024 ela mostrava que fazia muito, gastando menos. No mundo da inteligência artificial corria o murmúrio de que a DeepSeek tinha uma “arma secreta”. Em setembro ela soltou a versão V2.5 que, em poucos dias, ficou entre os aplicativos líderes de inteligência artificial com códigos abertos. A primeira versão do R1 é de novembro de 2024.
Os bilionários americanos acreditaram na própria superioridade. Erraram. Diante da ameaça dos avanços tecnológicos da China, acreditaram na imposição de barreiras comerciais e durante o governo de Biden embargaram as vendas de chips. Erraram de novo.
No dia 20 de janeiro, exibiram-se mostrando-se próximos do poder. Violaram a regra da discrição dos magnatas dos verdadeiros tempos dourados dos Estados Unidos. John D. (Standard Oil) Rockefeller, Andrew (U.S.Steel) Carnegie e J.P. Morgan, o do banco, nunca enfeitaram festas de posse de presidentes em Washington.
(Perguntado quais bilionários estavam na posse de Trump, DeepSeek disse que não tinha informações sobre eventos futuros, esclarecendo que seu conhecimento se estende “até outubro de 2023”.
Feita a mesma pergunta ao Google, ele ofereceu dezenas de links e o primeiro dizia: Musk, Bezos e Zuckerberg: bilionários na posse de Trump.”)
MOMENTO SPUTNIK
Na tarde de domingo passado, o guru tecnológico Marc Andressen descreveu o impacto da DeepSeek sobre o mercado americano:
Momento Sputnik. O comentário de Andressen refletiu o pânico que tomou conta dos Estados Unidos em 1957, depois que a União Soviética colocou em órbita o primeiro satélite artificial, pesando 83 quilos. Em 1961 veio a humilhação: Yuri Gagarin entrou em órbita e revelou: “A Terra é azul.’
Pelo menos nove foguetes americanos haviam explodido, mas o presidente John Kennedy anunciou que os americanos iriam à Lua antes do fim da década.
Na outra ponta, o regime russo não revelava que havia perdido sete foguetes, um astronauta e mais de cem pessoas mortas numa explosão em seu centro espacial, inclusive um marechal. Em 1966, Sergei Korolev, pai do programa espacial russo, morreu durante uma cirurgia. Meses depois o astronauta Sergei Komarov foi carbonizado ao retornar à Terra.
Americanos e russos faziam maravilhas no espaço, mas o jogo virou em 1969. Os foguetes soviéticos continuavam com eventuais falhas, e no dia 3 de julho o N-1 explodiu no Cazaquistão, destruindo parte da base de lançamentos.
Duas semanas depois, três astronautas partiram de Cabo Kennedy. No dia 20 de julho, Neil Armstrong fincou a bandeira americana no Mar da Tranquilidade.
A corrida espacial estava terminada, e o Sputnik tornou-se coisa do passado.
Começava outra competição, com os americanos na frente. Três meses depois, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou, em segredo, a primeira rede de computadores, chamava-se Arpanet. Era o embrião da internet.
Quem ouviu os bips do Sputnik e acreditou no declínio americano perdeu seu tempo.
2015 x 1936
Em maio de 1936 o matemático inglês Alan Turing publicou na revista da London Mathematical Society seu artigo intitulado “Sobre números computáveis”. Nele, prenunciava a “máquina universal”.
Um ano depois, escrevia à mãe, queixando-se de que a revista havia recebido apenas dois pedidos de cópias do artigo. A “máquina universal” de Turing era o computador. Homossexual, ele foi condenado a submeter-se a um tratamento hormonal e matou-se em 1954. Em 2013 um raro exemplar de seu artigo de 1936 foi comprado por 205 mil libras (R$ 1,5 milhão na cotação de hoje). Desde 2024 seu retrato está no verso da nota de 50 libras.
O mundo de 2025 é outro. O artigo acadêmico que descreveu o modelo R1 da DeepSeek saiu no início de janeiro e tinha cerca de 200 autores, todos chineses. Em menos de um mês o aplicativo de inteligência artificial foi baixado mais de 3 milhões de vezes.
MINISTÉRIO DA DEFESA
Desde quando se soube que o ministro da Defesa, José Múcio, decidiu ir embora, a bolsa de apostas para sua substituição colocou o vice Geraldo Alckmin como favorito.
Vá lá, mas convém colocar Alexandre Padilha na lista.
LULA EM NOVO ESTILO
Lula estreou o estilo Sidônio Palmeira conversando por mais de uma hora com jornalistas. Foi uma vitória do novo secretário de Comunicação do governo.
Lula disse que Fernando Haddad é um grande ministro da Fazenda porque no início do governo conseguiu aprovar a legislação que permitiu gastos imediatos. Verdade, mas Gilberto Kassab disse que Haddad é um ministro fraco porque não consegue convencer seus pares a gastar menos.
Lula gosta de jornalistas em tese, e prefere evitá-los na prática. É improvável que conversas como a da semana passada venham a se repetir com a frequência desejada. Até porque nela, depois de mostrar a força de Haddad no passado, revelou sua fraqueza no futuro:
“Se depender de mim, não tem outra medida fiscal”.
Leiam e releiam, por favor, o primeiro parágrafo, principalmente os que não conseguem ler mais que duas linhas e se dizem entendido em tudo, professores de tudo, espertos nas passadas de pernas em todos e até soberbos fakes intelectuais. Os que avançarem além das duas linhas, encontrarão o desenho.
FIM DE UM CICLO, por Merval Pereira, em O Globo
Um sinal de que o presidencialismo de coalizão está no fim, e que o governo Lula está abalado, é a definição dada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira do que seja o apoio dos partidos a um governo: apoio para governar é diferente de apoio eleitoral, disse ele. O que significa avisar que os partidos que fazem parte da estrutura governamental não se consideram necessariamente obrigados a apoiar uma candidatura presidencial em 2026 que “esteja afundando”.
Além de deixar no ar que o governo está mal, mostra uma mudança no equilíbrio dos Poderes. No presidencialismo brasileiro, o presidente da República é eleito diretamente com o apoio de diversos partidos, que idealmente formarão o governo. Mas como dificilmente, para não dizer nunca, o eleito terá a maioria do Congresso, tem que formar coalizões, muitas vezes, para não dizer quase sempre, incoerentes com o papel que os partidos assumiram na campanha presidencial.
No tempo em que os parlamentares dependiam do Executivo para ter poder, o “presidencialismo de coalizão” funcionava à base de persuasões mais ou menos republicanas. As emendas dependiam, para serem liberadas, da boa vontade do Executivo com o parlamentar ou partido que as patrocinava. Essa troca de favores pressupunha que a coalizão funcionasse não apenas nas votações no plenário, mas também nas campanhas eleitorais.
Havia também as nomeações para cargos públicos, em estatais principalmente, que foi se degenerando ao longo do tempo, gerando um ambiente corrosivo controlado pelo Executivo, como nos casos do mensalão e do petrolão. O regime político brasileiro, que durante muito tempo foi um hiperpresidencialismo, colocava o Congresso a reboque do Executivo, o que provocou uma reação dos parlamentares, que passaram ano após ano a forçar um equilíbrio de poder, baseado na liberação das emendas.
Pouco a pouco, as emendas passaram a ser impositivas, o volume delas foi aumentando, especialmente quando o financiamento privado das campanhas foi proibido, até que chegamos aos dias de hoje, em que os parlamentares dividem entre si R$ 50 bilhões de emendas e mais os fundos eleitoral e partidário, o que os faz independentes em relação ao Executivo na parte financeira, restando ainda a disputa de poder, que é definida pela influência na máquina do governo. Passamos a ter um semi parlamentarismo. Ministério sem porteira fechada, nem pensar. O que era uma prática para manter o controle partidário dos governistas nos órgãos estatais, hoje é inaceitável para os parlamentares, que querem o controle completo. É aí que entra a distinção feita por Arthur Lira.
Os ministérios fazem parte do patrimônio dos partidos que os assumem, ocupá-los não significa que este ou aquele partido está comprometido com os projetos do governo. Não há mais pudor em afirmar que apoiar o governo no Congresso é uma coisa, outra muito diferente é apoiá-lo eleitoralmente. As coalizões brasileiras já não se referem a um governo, mas a uma situação pontual que não exige compromissos além da governabilidade. Esta também não engloba questões ideológicas que envolvam valores morais.
Votar a favor de um projeto na área econômica, por exemplo, que obtenha o consenso parlamentar, está no jogo. Mas debates sobre aborto, armamentos, casamento homoafetivo, tudo isso está na mesa para discussões e pode ser revertido, dependendo das circunstâncias. Por isso é previsto que a vida do presidente Lula não melhorará com a troca da presidência do Senado, de Pacheco por Alcolumbre.
Ao contrário, o novo presidente eleito ontem é mais voluntarioso do que o anterior, o que pode criar áreas de atrito entre o Legislativo e o Executivo. Sem falar no Judiciário, que pode ter problemas a partir da discussão das emendas parlamentares, que estão sendo constrangidas a cumprir a legislação no tocante à transparência, o que, no momento distópico que estamos vivendo, é considerado uma afronta à independência do Legislativo.
Esta praga saiu do telefone, identificado com spam e que por causa disso você nem atende mais, apesar de estar na lista de bloqueados que a Anatel não consegue deter, e chegou a aplicativos de mensagens (whatsapp), onde se mostra a cara (fake) de uma pessoa bem apessoada, com número de origem normal de um grande centro do país, e que o leva ao lero-lero do golpe.
LIGAÇÕES INDESEJADAS E GOLPES POR CELULAR VIRARAM TRANSTORNO INSUPORTÁVEL, editorial do jornal O Globo
Qualquer um que tenha linha telefônica já passou pelo dissabor de receber uma profusão de ligações indesejadas. Não resta muita saída, a não ser indignar-se, não atender ou desligar o aparelho. A própria Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reconheceu o tamanho do problema, ao apontar que mais de 1 bilhão de chamadas de telemarketing abusivo foram recebidas mensalmente pelos brasileiros entre junho de 2022 e dezembro de 2024.
O telemarketing abusivo acontece quando uma empresa faz mais de 100 mil chamadas por dia usando robôs. Elas costumam durar em torno de seis segundos e são encerradas quando não há resposta imediata. Se o usuário atende, é transferido a uma central que lhe oferecerá algum produto ou serviço que não pediu.
A Anatel diz que, desde junho de 2022, quando entraram em vigor medidas mais duras, 178,7 bilhões de chamadas abusivas foram bloqueadas, e apenas 15% continuam chegando aos consumidores. Afirma também ter bloqueado 1.041 usuários de telecomunicações e aplicado R$ 32 milhões em multas, com base em 24 processos administrativos.
A despeito do bilhão de ligações indesejadas, o telemarketing abusivo não é o problema mais grave. A maior praga que atormenta usuários de telefones são as chamadas feitas por estelionatários. É uma questão ainda mais desafiadora, por envolver o crime organizado. Ligações acontecem o tempo todo. Há consumidores que recebem uma média de dez por dia.
Os criminosos são tão bem articulados que chegam a forjar o número das centrais de atendimento dos grandes bancos, levando o usuário a acreditar falar com uma empresa idônea. Também simulam ligações das assistentes virtuais para comunicar saques ou Pix indevidos — tudo falso, obviamente. Se quem atende recusa a chamada, o telefone passa a tocar em intervalos de dez ou 15 minutos, numa cadência infernal. Não adianta bloquear os números. A cada ligação, surge um diferente.
Parte dessas ligações é feita de dentro dos presídios — onde celulares deveriam ser barrados —por criminosos que deveriam estar afastados do convívio social. Outra aberração. Há casos também em que são geradas a partir de centrais clandestinas, vez por outra estouradas pela polícia.
Não é possível deixar o usuário ao deus-dará. Se ele atende à ligação de um número desconhecido, corre o risco de cair num golpe, amargando prejuízos colossais. Se não atende, pode perder uma chamada importante. Não é o consumidor que tem de resolver esse dilema, mas as autoridades. O celular é um recurso tecnológico indispensável, não pode se tornar um estorvo.
O RECUO DA COLÔMBIA: UM ALERTA PARA O BRASIL SOBRE OS RISCOS DE CONFRONTAR OS EUA, por Aurélio Marcos de Souza, advogado, ex-procurador geral do município de Gaspar (2005/08), graduado em Gestão Pública pela Udesc, de Florianópolis. Publicado nas redes sociais do autor
Em janeiro de 2025, a política de imigração do governo americano, sob o comando de Donald Trump em seu segundo mandato, atingiu um novo patamar de rigidez. A deportação em massa de imigrantes ilegais, prometida durante a campanha eleitoral, começou a ser implementada com voos militares transportando deportados para seus países de origem. No entanto, essa política gerou tensões diplomáticas, especialmente com a Colômbia, que tentou resistir às exigências dos Estados Unidos, mas acabou recuando após ameaças de tarifas sobre seus produtos. Esse episódio serve como um alerta crucial para o Brasil, que também enfrenta pressões semelhantes.
O Caso da Colômbia: Um Recuo Forçado
No dia 26 de janeiro de 2025, a Colômbia e os Estados Unidos chegaram a um acordo após dias de impasse. O presidente colombiano, Gustavo Petro, inicialmente bloqueou a entrada de aviões militares americanos que transportavam deportados colombianos, criticando o uso de algemas e correntes durante o transporte. Em resposta, Donald Trump ameaçou impor tarifas sobre produtos colombianos e afirmou que as taxas poderiam aumentar caso a Colômbia não cumprisse as exigências dos EUA.
Diante da pressão, a Colômbia recuou. O governo colombiano aceitou “irrestritamente” o recebimento de deportados em aviões militares americanos, enquanto os Estados Unidos suspenderam a aplicação das tarifas. No entanto, sanções de vistos a funcionários colombianos e inspeções alfandegárias mais rigorosas permaneceram em vigor, deixando claro que a relação entre os dois países continua sob tensão.
Esse episódio expôs a vulnerabilidade de países como a Colômbia diante do poder econômico e político dos Estados Unidos. O recuo colombiano serve como um exemplo claro dos riscos de confrontar os EUA em questões de imigração e deportação.
O Caso do Brasil: Críticas ao Tratamento dos Deportados
No Brasil, a situação não foi muito diferente. Em 24 de janeiro de 2025, um voo com deportados brasileiros, inicialmente com destino a Belo Horizonte, pousou em Manaus devido a um erro técnico. As autoridades brasileiras permitiram o desembarque, mas criticaram veementemente o tratamento dado aos deportados. O uso de algemas, correntes e as más condições da aeronave foram pontos de forte repúdio por parte do governo brasileiro.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota oficial “condenando” a forma como os brasileiros foram tratados durante o processo de deportação. O governo brasileiro afirmou que o uso de algemas e correntes era desumano e desrespeitoso, e exigiu que os Estados Unidos revisassem seus protocolos para garantir que os direitos humanos dos deportados fossem respeitados.
No entanto, assim como ocorreu com a Colômbia, o Brasil precisa agir com cautela. Qualquer tentativa de confronto direto com os Estados Unidos pode resultar em retaliações econômicas, como o aumento de tarifas sobre produtos brasileiros exportados para o mercado americano. Isso teria um impacto direto sobre setores vitais da economia nacional, prejudicando milhões de brasileiros que permaneceram no país e dependem dessas atividades para sobreviver.
A Defesa de Quem Ficou: Um Ponto de Vista Necessário
É importante deixar claro: os brasileiros que optaram por migrar para os Estados Unidos fizeram uma escolha individual. Eles decidiram deixar para trás não apenas o país, mas também aqueles que permaneceram aqui, lutando diariamente para manter o Brasil de pé. Enquanto alguns buscavam uma vida melhor no exterior, outros enfrentaram as dificuldades aqui, trabalhando, pagando impostos e contribuindo para o desenvolvimento do país. Esses brasileiros que ficaram não podem, em hipótese alguma, ser prejudicados pelas consequências das escolhas daqueles que decidiram partir.
O governo brasileiro tem a responsabilidade de proteger seus cidadãos, mas essa proteção não pode vir às custas daqueles que permaneceram no país. A possibilidade de retaliações econômicas por parte dos Estados Unidos, como o aumento de impostos sobre produtos brasileiros, é um risco real que não pode ser ignorado. Se o governo priorizar a defesa dos deportados em detrimento dos interesses nacionais, quem sofrerá serão justamente aqueles que nunca deixaram o Brasil. Isso seria uma grave injustiça.
Conclusão: Priorizar Quem Ficou
O caso da Colômbia em janeiro de 2025 e a situação dos deportados brasileiros mostram os riscos de desafiar os Estados Unidos em questões de imigração e deportação. O Brasil deve agir com estratégia e pragmatismo, priorizando os interesses daqueles que permaneceram no país e garantindo que suas escolhas e esforços não sejam prejudicados por decisões tomadas em defesa de quem optou por deixar o Brasil. A justiça exige que os que ficaram sejam protegidos, pois foram eles que mantiveram o país de pé.
Enquanto o governo brasileiro busca soluções diplomáticas para a questão dos deportados, é crucial lembrar que o desenvolvimento do Brasil depende daqueles que nunca abandonaram o país. Eles são a base da nossa economia e da nossa sociedade, e suas necessidades devem ser a prioridade máxima. Defender quem ficou não é apenas uma questão de justiça, mas de sobrevivência para o Brasil.
O resultado da eleição das comissões da Câmara são o mesmo retrato da falta de habilidade política do chefe de gabinete, é só lembrar que quando chefe de gabinete do Kleber, a poderosa CCJ ficou nas mãos da oposição, pq naquela época eram apenas 3 membros e o presidente só votava em caso de empate. E foi nas mãos deles que a oposição venceu a eleição da mesa diretora em 2017.
Como já disse é mais do mesmo, sem nenhuma articulação política novamente.
Impressionante como isto está na cara de todos. E como tudo isso é tão velho. E como a armação ou falta de habilidade deu erradíssimo no passado.
É mais impressionante o prefeito eleito estar sendo preso sufocamento gradual nesta teia do fogo amigo e que ele conhecia, não fez nada para desmanchá-la enquanto delegado. Como político, terá poucos espaços para botar o pau na mesa. E os macacos velhos que o rodeiam ou estão esperando ele cai do galho, unidos como poucos tiveram antes.
TRUMP “DEUS, PÁTRIA E FAMÍLIA”, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo
Donald Trump vai impor imposto de importação extra sobre produtos de Canadá e México, a partir de sábado, como prometeu? “Talvez sim, talvez não”, disse o presidente americano nesta quinta (30). O motivo da punição imperial seriam imigrantes e fentanil. Nada a ver estritamente com relações comerciais.
Trump ainda pode arruinar o que resta de ordem econômica mundial e dar tiros na própria testa dos EUA. Mas sua prioridade até agora tem sido a produção e exportação de ignorância escandalosa e apelos aos sentimentos mais baixos dos americanos e de hordas extremistas pelo mundo, como aqui no Brasil.
Trump não perde oportunidade de atacar planos de preservação ou de reparação de direitos de minorias violentadas de alguma maneira. Além de inflação, esse foi um tema principal da campanha. Mesmo antes de Trump 2, nos EUA havia reação contra essas ideias e políticas, não apenas na grande empresa (há montante de críticas até na esquerda, obviamente em outros termos). Até onde vai esse programa ideológico e quais consequências práticas? Seria apenas diversão inicial, até por fazer mais efeito, sem muito trabalho?
Trump vai destroçar agências de governo também por meio da caça a gente dada a progressismos? Em dois dias, agrediu a Agência Federal de Aviação e o Banco Central. Quando o império começa a solapar até suas burocracias funcionais e essenciais, a coisa parece mais perigosa.
Uma das políticas mais visíveis e incisivas de Trump têm sido o programa de incentivo à ignorância e de aterrorizar imigrantes pobres e funcionários públicos, neste caso com objetivo de erradicar princípios republicanos. Nomeia negacionistas da razão, ignorantes e lunáticos para vários postos de seu ministério, além de acólitos que anunciam perseguição de servidores e cidadãos recalcitrantes, como se fossem polícia política.
Promove a influência de Elon Musk, que financia ou apoia de outra maneira a extrema direita pelo mundo e promete montar comitês de difamação de políticos que contestem a propaganda disso que se quer um novo regime ou o começo de uma “nova era”. Quem sabe conte com a ajuda de gangues armadas. Não libertou os terroristas do Capitólio?
Houve um acidente horrível de avião. Trump diz que a “diversidade” fez Agência Federal de Aviação contratar pessoas com “deficiências intelectuais e psiquiátricas graves”, entre outros delírios. Ao lado dele, secretários [ministros] repetiam Trump e diziam que fariam uma limpa em seus departamentos. “Se o Fed tivesse gastado menos tempo em DEI [Diversidade, Equidade e Inclusão], em energia ‘verde’ e na falsa mudança climática, a inflação jamais teria sido um problema”, escreveu Trump em post na sua rede social, na quarta, depois que o BC dos EUA manteve a taxa básica de juros.
Na quarta, memorando do Departamento de Administração de Pessoal, reforçou a diretriz do decreto do dia 20, do dia da posse: é preciso eliminar a “ideologia de gênero” em exigências de qualificação para empregos públicos, em contratos do governo e em contas sociais (só existem dois sexos, homem e mulher. Dizer o contrário é contra o “sistema americano”).
Em um dos discursos do dia da posse, revisou seu ranking de “palavras mais bonitas”. Mas Deus, religião e amor viriam antes de “tarifa”.
É diversionismo? Ou o começo de um plano fundamentalista profundo?
Para o prefeito de Gaspar ler e refletir sobre o velho que acha que vai lhe ajudar a mudar o que se atrasou no tempo, nos vícios e dúvidas.
KASSAB NÃO COSTUMA DAR PONTO SEM NÓ, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, fez uma avaliação duríssima sobre o governo do presidente Lula da Silva e seu principal ministro, o titular da Fazenda, Fernando Haddad. Em um evento para investidores em São Paulo, Kassab queixou-se da condução da política econômica e disse que Haddad é um “ministro fraco”, que “não consegue se impor” e tem “dificuldade de comandar”. Um ministro da Fazenda sem autoridade, afirmou ele, é um “péssimo indicativo para o País”. Kassab também afirmou que, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula não seria reeleito, disse não enxergar “articulação para reverter a piora no cenário” e lamentou não ver “nenhuma marca boa, como teve Fernando Henrique Cardoso e Lula nos primeiros mandatos”. E avisou: “Os partidos de centro estão criando uma alternativa para 2026”.
Nada do que disse escapa à constatação de observadores políticos sobre o rarefeito cotidiano do governo, mas uma avaliação como essa, vinda de um aliado habilidoso, que não costuma dar ponto sem nó, traduz o adoecimento da gestão de Lula e seu horizonte cada vez mais sombrio. Kassab não é o tipo de político que dá declarações improvisadas e impensadas. Ao contrário, sabe como poucos andar entre cristais e costuma calcular cada movimento. Foi nessa condição que se transformou num dos políticos mais influentes do País. Seu partido elegeu o maior número de prefeitos nas últimas eleições, e ele se equilibra magistralmente entre a condição de aliado de Lula (o PSD tem três ministros na equipe do presidente), secretário de Governo e Relações Institucionais do governo de São Paulo e mentor do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Descontadas as eventuais motivações partidárias da declaração, já que Kassab e o PSD têm um olho no incômodo com o nível de participação no ministério e outro na viabilidade de 2026, o fato é que um gesto como esse constitui um mau diagnóstico para Lula e Haddad. Emite sinais de uma aliança governista pouco sólida e escancara a fragilidade do ministro da Fazenda. Lula e Haddad, previsivelmente, minimizaram o peso das declarações. Provocado horas depois por jornalistas, Haddad desconversou: “Não li essa declaração. Não tomei conhecimento”. No dia seguinte, durante entrevista coletiva convocada no Palácio do Planalto, Lula tratou o tema com ironia e um calculado bom humor. “Comecei a rir”, disse, afirmando ter ficado “despreocupado porque hoje não tem eleição”, e chamou Haddad de “extraordinário”.
Trata-se de uma evidente marotagem. É verdade que faltam 20 meses para a eleição, mas as disfuncionalidades governistas e, como disse Kassab, a baixa perspectiva de mudança capaz de reverter a piora no cenário inspiram prognósticos pessimistas, tanto para o lulopetismo quanto para o País. Também é verdade que Haddad tem sido “extraordinário” – não para a economia, mas para Lula e seus bajuladores. Nos primeiros dois anos, cultivou-se a expectativa de que o ministro poderia ser o guardião da sobriedade econômica ante o desprezo do lulopetismo pelo equilíbrio fiscal e pelo controle da inflação. Esse otimismo ruiu. Desde o anúncio do pacote de revisão de gastos do governo, ficou evidente que Haddad não conseguiu – e provavelmente não conseguirá – conter o ímpeto eleitoreiro de Lula. Seu enfraquecimento significa a vitória dos radicais do PT. E, como se sabe, quando os radicais do PT vencem, é o Brasil que paga a conta.
A cada dia Lula e o PT deixam claro que ignoram algo imprescindível num país de economia frágil e instável como o Brasil: a necessidade de um ministro da Fazenda confiável, forte e com respaldo do chefe. Kassab citou o caso dos ministros Pedro Malan (governo FHC), Antonio Palocci (Lula 1) e Henrique Meirelles (governo Michel Temer). Poderia ter citado também exemplos inversos, como Guido Mantega, fiel cumpridor de ordens nos governos Lula 2 e Dilma 1, e Joaquim Levy, que no segundo mandato de Dilma até tentou mudar o rumo, mas foi engolido pelas sabotagens do PT. Sempre que presidentes tornaram seus ministros da Fazenda fracos, deixaram ruínas econômicas para o País.