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PAULO DÁ AS PRIMEIRAS CARTAS E COM ELAS, DESTAMPA A CHALEIRA, OBSERVA AS CARPIDEIRAS, VIÚVAS E O ENTORNO MANDANTE CONHECIDO DE ANOS NA CIDADE. ASSIM, TAMBÉM, INFORMA COMO SERÁ A CARA DO FUTURO GOVERNO PARA A DURA E CRÍTICA RECONSTRUÇÃO. NO OUTRO LADO, O VIAJANTE KLEBER ABANDONA A CIDADE E SE TORNA UM “GOVERNADOR” EM DEFESA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES

O governo eleito de Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL, para administrar Gaspar entre 2025 e 2028, penso, começou bem. Pode-se discordar e até se desconfiar das indicações, mas uma coisa é certa: Paulo deu o primeiro passo – e firme – no processo de transição. Nem tão audacioso, nem tão conservador. Compôs politicamente. Iniciou os acertos, mas nesta primeira leva foi pragmático na busca de resultados num ambiente de crises.

Paulo e Rodrigo saíram da banalidade (e poeirão tão comum na falta de transparência em Gaspar como simbolicamente retrata a foto de abertura deste artigo e que coloca uma das áreas mais organizadas pela iniciativa privada na atração de turismo em Gaspar – A Vila D’Itália, no Alto Gasparinho; a outra, mais estruturada nos acessos é das cascatas no outro lado da Cidade, o Distrito do Belchior – num descaso incompreensível por quase oitos anos do atual governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho e Marcelo de Souza Brick, ambos do PP) da tal equipe de transição – sem efetividade e autoridade. Paulo e Rodrigo foram para o prático dizendo, com todos os riscos que agora estão obrigados a assumirem, quem vai assessorá-los no primeiro escalão em áreas críticas do futuro governo. É para remediar ou tirar a cidade do buraco que está metida, disfarçada por uma continuada propaganda institucional oficial que confronta à dura realidade.

Paulo e Rodrigo botaram a cara ao tapa. E agora saberão onde estão – e como agem – os que dão o tapa e escondem a mão; onde estão os incendiários de sempre; onde se escondem as viúvas inconformadas; como se apresentam as carpideiras profissionais de todos os velórios e os que regularmente vivem às sombras do poder para levar vantagens pessoais, empresariais e institucionais. Saberão os eleitos também, como terão que se recompor e equilibrar nos ruídos – e sempre haverá – das escolhas que fizeram e ainda farão no primeiro escalão e nos inferiores sob o lema da austeridade, tecnicidade e as composições políticas.

O bolsonarismo xucro, aquele que os deixou na mão – até por uma simples foto e um sorriso – por meio do seu mito, não foi comtemplado ainda. Aliás, os resultados do segundo turno só ratificaram que o lulismo na esquerda do atraso e o bolsonarismo -o que encarna uma direita radical -, precisam, se quiserem sobreviver, ir urgente para o divã e se atualizarem no discurso. O Brasil voltou para o centro.

Retomando.

Por outro lado, faltou a Paulo e Rodrigo dizer quem será o secretário de Saúde, pois como já escrevi anteriormente, no dia Primeiro de Janeiro, dia da posse, de festas, poderá não ser de fogos, mas de queixas generalizadas. Haverá filas no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar – hospital que ninguém sabe de quem é e ao mesmo tempo – nesta gestão, mais que na do inventor da marota intervenção municipal Pedro Celso Zuchi, PT, absurdamente se tornou um poço sem fundo de recursos públicos sem o devido retorno e transparência – esta pactuada com o MP que falhou – à sociedade. Ele está “roubando” dinheiro de outras prioridades, inclusive do necessário funcionamento dos postinhos, a primeira entrada dos queixosos de dor e doença, mas também de esperançosos de simples atenção e possível cura. 

É que, no dia da posse de Paulo e Rodrigo e nos seguintes, tudo estará fechado devido às férias coletivas do funcionalismo público municipal, as quais, se nada mudar, começam no dia 18 de dezembro.

A MEXIDA NO XADREZ

Agora, sem dúvida, Paulo e Rodrigo mesmo com as figuras pretas, as que dão o segundo movimento no complicado jogo de xadrez do governo que ganhoun pelas urnas em seis de outubro- como mencionei no artigo O ENCONTRO DA TRANSIÇÃO EM GASPAR FOI REVELADOR. NELE OS ELEITOS PERDERAM A OPORTUNIDADE DE SINALIZAREM À SOCIEDADE A QUE VIERAM. SOBREVEIO O ANTIGO. FALTOU AUDÁCIA. O FUTURO PREFEITO DIZ QUE ESTÁ REAVALIANDO ESTE PRIMEIRO PASSO – conseguiram sinalizar que estão dispostos, no mínimo, a empatar o jogo, iniciado pela manjada marquetagem quando no jogo Kleber tomou para si as peças brancas no tabuleiro.

A indicação da educadora e empreendedora bem-sucedida nesta área, ao se recolher depois de ser traída sucessivamente no ambiente político, a ex-vereadora e ex-candidata a prefeita de Gaspar, Andreia Symone Zimmermann Nagel, com passagens pelos extinto DEM, o desmoralizado PSDB, para ser a titular da secretaria de Educação, foi a cortina de fumaça criada pelos eleitos para não atrair a atenção e diminuir os questionamentos sobre os demais indicados: Júlio Augusto Souza Filho, como procurador-geral do município; Ana Karina Schramm Matuchaki Cunha, para a secretaria de Administração e Finanças – a hoje conhecida como Fazenda e Gestão Administrativa; Neusa Pasta Felizetti, para a secretaria de Assistência Social; Pedro Inácio Bornhausen, para a chefia de Gabinete e que já foi de Kleber; bem como Ivan Burgonovo, superintendente do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, estranhamente, antes mesmo do secretário de Planejamento Territorial (foto oficial acima). 

O que inclusão de Burgonovo já na primeira lista indicados pode sinalizar? O tamanho do buraco que envolve os ex-apoiadores de Kleber e que, enrolados neste ambiente jurídico frágil da administração de Kleber e Marcelo e o cheiro no cangote do Ministério Público de Santa Catarina, migraram para Paulo e Rodrigo por vingança – contra os erros crassos de Kleber -, e ao mesmo tempo desesperados na busca da tábua de salvação para seus negócios e os exagerados riscos que tomaram no meio ambiente.

GASPAR ESTÁ SOB ADMINISTRAÇÃO DO POEIRÃO

Se os eleitos começaram sinalizar para a sociedade gasparense, entorno, adversários, a cidade, cidadãos, cidadãs e investidores – e bem claramente – o processo pragmático, seguro e não audacioso ou político de mudança que desejam dos operadores e até vagões deste trem chamado de gestão municipal quase descarrilada, por outro lado, o atual prefeito dá sinais claros de ter desistido da cidade antes de terminar de fato o seu mandato.

Kleber vive uma realidade paralela e bem diferente como um produto de marketing, no qual só ele próprio acredita nisso. Ele está encobrindo a derrota, toda ela decorrente das suas falhas.

Tanto que depois de quase oito anos nesta batida errática – que sempre me contestou e por isso me perseguiu – foi reprovado amplamente nas urnas. Que sirva de lição aos que estão substituindo a era Kleber. Uma mensagem e imagem pública precisam antes de tudo de um produto crível – é assim que acontece com um gestor, político, líder em várias áreas, artista e até celebridade. Eles precisam entregar na experimentação os resultados prometidos. Não adianta boa, criativa e massiva propaganda recheada de expectativas para um produto e que, testado, revela-se ser ruim. E esta é a minha conclusão diante de décadas de atuação nesta área.

Retomando pela segunda vez. 

Kleber está presidente da Fecam – Federação Catarinense de Municípios. Nada contra. Encontrou, espertamente, um escape para o ostracismo que sabia que experimentaria por aqui e tenta ao mesmo tempo se inserir e ganhar sobrevida no ambiente político estadual onde até então estava ausente e ainda é um ilustre desconhecido. Por isso, vive despachando lá em Florianópolis – na propaganda também – com o seu braço direito daqui, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB, o que precisou desistir de ser o todo poderoso na prefeitura de Gaspar. 

Na semana passada, Kleber fez um bate e volta a Brasília. Foi ao Supremo Tribunal Federal contestar (sic) a decisão monocrática da ministra Carmem Lúcia. Ela proibiu as tais Transferências Especiais do governo do estado aos municípios catarinenses, apelido dado pelo atual governador Jorginho Melo, PL, depois do berreiro dos prefeitos, quando Jorginho quis extinguir as tais “Emendas Pix” criadas pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, ao emergir das cassações que lhes rondaram o mandato e facilitaram a eleição de Jorginho.

Kleber, em nome dele e dos demais prefeitos a quem os representa na Fecam, foi defender à falta de transparência nestas transferências. Este é o principal argumento aceito pela ministra na decisão dela e que atendeu os apelos técnicos do Ministério Público. Depois sou eu que exagero quando escrevo que Kleber se embrulhou exatamente por exacerbadamente abusar da falta de transparência na sua gestão.

O que Kleber e a Fecam não disseram, é que uma parcela ponderável dos prefeitos catarinenses – muitos dos quais, entre eles Kleber já foram beneficiados com o pagamento menor da previdência no jabuti criado no Congresso em ano de eleições para manter os empregos ao invés de revisá-los- estão com dificuldades para fechar os seus caixas e dessa forma, entregar aos sucessores, os governos dentro das regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. E dependem desses repasses salvadores do governo do estado. Está tarde para reverter. E bateu o desespero. Na foto, Kleber está com o governador dando conta do que foi fazer em Brasília.

O PERMANENTE CONTRASTE DA PROPAGANDA E DA REALIDADE

E para encerrar este artigo de hoje e que se espicha no Trapiche.

Não vou contar mais sobre o fim de feira e sem expressão que virou o secretariado de Kleber e Marcelo. Muito menos das inaugurações de obrinhas eleitoreiras – sem qualquer audiência a testemunhá-las – obras estas que foram projetadas para serem entregues antes de seis de outubro – tanto que nas placas, impressionantemente, há nomes de secretários (foto abaixo) que nem mais estão no cargo como o assinalado. Vou reportar sobre as incoerências repetidas e que finalmente levaram à derrota do grupo que está no poder de plantão e que parte dele, estranha e insistentemente, está no entorno do novo governo.

Kleber como presidente da Fecam se vende como um administrador acima da média. Nada mais contraditório e testemunhal do que um vídeo que circulou nas redes sociais e aplicativos de mensagens por estes dias.

Este vídeo caseiro foi líder de audiência e foi parar na sessão da Câmara – mas, prudentemente, não para os que assistiam a sessão pela internet. É sempre assim. O vídeo foi levado pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT. O que ele mostrou, não o vereador, mas o vídeo?

Como os próprios moradores e microempresários da área de lazer e turismo lá do Alto Gasparinho fazem para se livrar do poeirão que toma conta de suas propriedades, negócios e limita à visita de turistas naquilo que eles próprios criaram (investiram e sustentam) sem o amparo público: um micro-trator tipo Tobata, uma carretinha, uma caixa d’água de plástico, mangueiras e um cano furado, exposição ao perigo do trânsito por horas intenso, na falta de uma política pública, gestão e carro pipa municipais para paliativamente “espantar” o poeirão e apoiar os empreendedores pioneiros.

O asfalto foi prometido pelo governo Kleber há sete anos. Foi uma “troca” negociada quando o Executivo teve aprovado vários financiamentos, incluindo o asfaltamento daquela rua na Câmara. Com o tempo tudo foi tragado pela vingança política e escolhas erráticas do governo contra aquela e outras comunidades. Alguma coisa reapareceu na assinatura de ordens de serviço às vésperas das eleições, e até depois delas para encabrestar o futuro governo

Na Fecam Kleber faz estas manchetes: “Fecam promove maior congresso municipalista de SC com 27 horas de assuntos decisivos para gestão municipal“, ou “Fecam divulga 40 Boas Práticas Municipais selecionadas para o COMAC 2024“, ou “Fecam e Uvesc se reúnem com presidente da Casan para debater regionalização do sistema sanitário catarinense“. Entretanto, em Gaspar, para ficar em só uma das manchetes, o projeto de esgoto estava pronto há 12 anos e provavelmente está defasado, diante do tempo que levou para sair do papel o projeto e das novas realidades técnicas e necessidades por aqui. Há uma semana ele foi assinado por Kleber para começar a ser implantado, mas goela abaixo no próximo governo e propaganda como um feito do de Kleber e Marcelo. Muda, Gaspar!

TRAPICHE

O blog deixará de agora em diante de nominar Paulo Norberto Koerich de delegado – ou qualquer outro ligado a funções ocupadas -, ou de “doutor” Paulo – tratamento preferido dos puxa-sacos -, mesmo ele sendo advogado legalmente licenciado.

Ele é, de fato e só, de agora em diante, prefeito eleito de Gaspar, e quando empossado, prefeito, ou delegado licenciado, ou delegado aposentado, se isto acontecer e quando o contexto exigirem. A formação em Direito aparecerá quando estiver ligada à área de domínio do conhecimento substancial dele.

Igualmente, Rodrigo Boeing Althoff. Ele será para o blog vice-prefeito eleito, ou vice-prefeito empossado, ou secretário tal, se assim for nomeado e se trabalha com esta possibilidade. A qualificação de engenheiro civil ou outra da sua farta formação acadêmica, será abolida se o tema não tiver ligado diretamente à sua formação, facilitadora para suas decisões em necessidades contextualizadas.

Aviso: ambos e os escolhidos por eles para assessorá-los, passam de agora em diante serem entes políticos expostos. Foram eles que escolheram esta opção, não eu. E pelos resultados que produzirem para o coletivo e repercussão política, social, econômica na sociedade para a qual serão administradores, também serão expostos e questionados, mesmo pelo silêncio que usarão com arma, tal qual a cabeça de avestruz enterrada na areia. Todos estão obrigados à transparência. À falta dela e a insistência contra ela, levaram os atuais mandatários serem rejeitados nas urnas. A conivência da imprensa neste silêncio, foi o corresponsável. A minha voz aqui, por outro lado, foi o contraponto – praticamente o único – e por consequência- líder de audiência e credibilidade. Paguei caro na perseguição e intimação, mas ao final, estou de alma lavada. Aliás, foi assim com Pedro Celso Zuchi, PT, Adilson Luiz Schmitt e Bernardo Leonardo Spengler, estes eleitos pelo MDB. No entorno de Paulo e Rodrigo, estão muitos destes viciados em apontar os desvios dos outros e exigir silêncio sobre os seus.

As primeiras escolhas revelaram um entrelace de interesses do PL, Florianópolis, Blumenau e com o entorno estornado pelo atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Estão tabelando, ou se vingando, ou dando recados claros de poder ou influência. Por enquanto, no limite. E se não se cuidar, o prefeito eleito vai ser engolido pela má e centralizada comunicação que poderá ter transparência tão opaca quanto a anterior. Nos dias de hoje, com tudo on line e cada um sendo repórter nos seus aplicativos de mensagens, é um rastilho de pólvora do qual, quando tardiamente percebido, não se terá controle. Mesmo falsamente, cria-se uma imagem de difícil conserto.

Paulo Norberto Koerich não pode perder – de modo algum – a autenticidade dele – e também não será aos 60 anos que ele vai mudar uma forma de ver e agir instintivamente ou deixar de acreditar naquilo que o forjou-, mas, Paulo precisa se policiar de agora em diante, pois não é mais policial, nos simbolismos pelos quais se expressa publicamente. Os mesmos que levaram o atual governo se tornar uma contradição ambulante e o enfraqueceram a tal ponto de não conseguir fazer o sucessor. Um dia antes de anunciar os nomes de parte do seu secretariado, o futuro prefeito apareceu, todo contente, nas redes sociais com uma tartaruga nas mãos (foto acima). Simbólico e um prato cheio nos aplicativos de mensagens para os memes dos rancorosos, dos ainda curtindo derrotas e falta de votos. Este é o registro.

Tabelas I. O novo procurador geral, Júlio Augusto de Souza Filho, vem de Blumenau e já passou pela Câmara de Vereadores de lá a partir de 2014. Experiência, certamente, não lhe faltará. O que chama a atenção? A brutal diferença de vencimentos. No Portal da Transparência de Blumenau, em setembro, Júlio Augusto recebeu bruto R$42.581,21, incluindo neste montante, R$17.108,21 de uma rubrica chamada de “honorários advocatícios”.

Tabelas II. Em Gaspar, o procurador geral Felipe Juliano Braz, por exemplo recebe bem menos. E eu não posso dar o valor exato, porque o Portal Transparência de Gaspar, uma marca da administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB contra a sociedade, até o momento da postagem desta nota, estava com os dados dos vencimentos dos servidores todos em branco e quanto em média um procurador por aqui recebe de sucumbências. Na reforma administrativa que irá para a Câmara deve vir mudança de remuneração do secretariado para ser competitivo regionalmente.

Tabelas III. Neusa Pasta Felizetti não é uma desconhecida dos gasparenses e nem deveria estar nesta primeira lista, se não fosse os tais acertos partidários e entre vencedores de afinidades, apesar dela esbanjar competência no que faz. Neusa já foi diretora da antiga pasta de Desenvolvimento Social, o que é hoje a secretaria de Assistência Social de Gaspar e nomeada, vejam só, pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PL (2005/008) e que jura não ter influenciado em nada nesta nomeação. 

Tabelas IV. Hoje, Neusa Pasta Felizetti – conhecida ativista da causa animal e um dos motes da campanha eleitoral, está lotada no gabinete do deputado estadual Egídio Maciel Ferrari, PL, que já foi delegado em Gaspar e regional em Blumenau, e acaba de se eleger prefeito em Blumenau com apoio da atual administração. Por outro lado, em Blumenau está empregado na prefeitura, nomeado por Mário Hildebrandt, PL, em cargo em comissão de Diretor de Titulação Imobiliária desde outubro de 2022 na Procuradoria-Geral, Paulo Henrique Scheidt Koerich. Sintomático.

Tabela V – Ana Karina Schramm Matuchaki Cunha indicada pelo prefeito eleito Paulo Norberto Koerich, PL, para ser a sua futura secretária de Administração e Finanças, também não é desconhecida dos gasparenses. Ela tem currículo e vida própria. Era o braço direito do ex-prefeito de fato de Gaspar Carlos Roberto Pereira, ex-presidente do MDB, inventor do candidato e das campanhas de Kleber Edson Wan Dall, na secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, até ela fazer um comentário que desagradou os familiares do prefeito, quando se soube do hackeamento dos lançamentos dos IPTUs de Gaspar. Carlos Roberto opera nos bastidores depois que teve que bater em retirada com a entrada em cena no segundo mandato de Kleber do novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado Federal por Blumenau e irmão de tempo, Ismael dos Santos, PSD.

Tabela VI – Despedida aqui por exatamente agir como profissional, foi para a prefeitura de Blumenau e agora está em cargo semelhante ao que vai ocupar aqui lá em Indaial, governada por André Moser, PL – uma cidade espelho em tamanho e complexidade, mas, certamente, não na desestruturação administrativa. Há semelhanças até na questão hospitalar onde o Beatriz Ramos passou por recuperação. Aqui, Karina já foi presidente da Comissão da marota Intervenção do Hospital, criada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT que abriu espaços para todos os tipos de dúvidas e improdutividade contra a cidade. 

Tabela VII – O mais novo e que terá a primeira experiência administrativa e de confiança em Gaspar é o PM da reserva, mestre em ciências jurídicas e focado em meio ambiente, Ivan Burgonovo. É professor na Furb e para cursos de formação da PMSC na sua área de conhecimento acadêmica. A sua escolha tão antecipada e antes mesmo do anúncio do secretário de Planejamento é um indicador do tamanho do desafio diante de tantos equívocos e interesses em jogo, incluindo a parcela investidores, empreiteiros e loteadores que apoiou o atual governo e se viu fragilizada e presa pelo emaranhado de erros, se isto não foi proposital.

Tabela VIII – A princípio a indicação de Ivan Burgonovo é a única para o segundo escalão do governo de Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff. A não ser, e isto não foi confirmado, que haverá na reforma administrativa que deverá passar pela Câmara, uma secretaria de Meio Ambiente diante de tanta complexidade em que a cidade está metida, daquilo que precisa ser consertado ou os novos tempos exigem.

Tabela IX – Pode ser um sinal do final dos tempos até aqui onde se cria dificuldades para se apresentar facilidades, jeitinhos e milagres. E elas não vieram. E quando concedidas, foram barradas nos órgãos de fiscalização. Até aparelhamento da Superintendência se tentou descaradamente e ninguém teve o menor desconfiômetro em perseguir, implacavelmente, o único fiscal concursado que não se dobrou aos erros.

Tabela X. Este emaranhado problemático chega ao futuro chefe de gabinete e coordenador da campanha de Paulo Norberto Koerich, Pedro Inácio Bornhausen. Ele aglutina parte ponderável do PP que tinha candidato, Marcelo de Souza Brick. Neste contexto desse emaranhado, passa até pela esposa de Pedro, Noêmia Bohn, ex-ativista ambientalista, hoje uma consultora especialista aos que estão em apuros. Pedro  já foi por dois anos chefe de gabinete de Kleber e pulou da barca ao vê-la da porta do gabinete erros que preferiu não contestá-los. Preferiu o silêncio, ao invés de arrumar a casa na disputa interna de poder e gestão externa de interesses para além da lei em vigor. Gaspar perdeu-se então em anos no atraso naquilo que não quis corrigir ou se adaptar para dar legalidade ao avanço empreendedor.

Tabela XI – Como se vê e expressei no texto principal sobre este assunto, o movimento da largada foi bom. Furou bolhas. Mandou recados. Sinalizou mudanças moderadas. Criou expetativas, mas também, como exponho no Trapiche, levará à explicações. Pior do que já está, certamente não ficará. Paulo e Rodrigo possuem exemplos para não cair em armadilhas que se mostraram improdutivas e desgastantes aos gestores de plantão. Será preciso errar muito diante do que já se errou até aqui no atual governo que se vai e desaprovado nas urnas. Pressão e questionamentos haverá sempre, ainda mais em ambiente político e de múltiplos interesses em jogo, mas principalmente, vaidade e jogos de poder. Neste momento, gerir esta pressão é o mais importante. O anúncio da semana passada, como ressaltei anteriormente, faz este papel. E produz reações que precisam ser medidas e contidas. É o jogo

Tabela XII – O que não pode é o que aconteceu na semana passada. O vereador eleito pelo MDB e reinvestido de secretário de Planejamento Territorial, Carlos Bornhausen, de mãos dadas com os eleitos em visita aos empreiteiros patrocinadores da campanha de ambos. Tudo está sendo documentado e ao mesmo tempo, servindo para munições maliciosas, mesmo que nada tenha de errado nessas relações. Se é para mudar, elas começam pelas atitudes e a transparência, como traduzem os votos das urnas aos vencedores e perdedores. Avisos precisam ser entendidos e respeitados. E desde logo.

Esta foto ao lado está inteira incluindo a própria legenda do prefeito na publicação que fez nos seus canais de redes sociais. Risível. Deboche. É da semana passada. Kleber Edson Wan Dall, MDB, recebeu a presidente do amplo derrotado MDB, a sua ex-secretária de Educação que derrubou o Ideb entre nós antes da pandemia, a vereadora que não conseguiu se reeleger, Zilma Mônica Sansão Benevenutti. Para que? Para discutir projetos para a cidade, segundo ele próprio legendou a foto. Só se for de ser a nova oposição. Mas, até para isso será preciso competência.

Tempo perdido. A legenda certa deveria ser: “Kleber e Zilma assumem no gabinete a culpa pela derrota humilhante nas urnas e prometem rever tudo o que levou a este resultado“. Primeiro precisa saber se Kleber Edson Wan Dall, MDB, vai continuar no MDB. E como o povo tem memória curta, o mais recomendado era sumir por longo período e voltar com tudo só em meados de 2026 diante do sucesso e insucesso da gestão de Paulo e Rodrigo, bem como o novo cenário de forças políticas que nasceu com as eleições deste outubro no Brasil

Antes de encerrar, não poderia deixar de fazer duas observações da falta de planejamento e contingência, apesar da palavra “planejamento” ser a especialidade repetida de Kleber Edson Wan Dall, MDB, quando se olha as suas publicações nas redes sociais. Os dois cemitérios públicos só se livraram do mato apenas neste final de semana, mesmo se pagando uma alta taxa para manutenção. Impressionante!

E para complicar, achando que todos não têm o que fazer durante a semana, por azar, a captação de água falhou na cidade e as torneiras ficaram cheias, mas de ar. Quem foi ao cemitério limpar- e se usa água para ao menos molar os panos – os túmulos para o este final de semana de Finados, teve que rezar apelando para a alma dos mortos para que a cidade mude. Diante do transtorno, a administração do cemitério e secretaria de Obras não disponibilizou qualquer alternativa aos que foram lá ao trabalho.

Meu bordão por mais de oito anos foi Acorda, Gaspar! E isso demorou tanto que estamos atordoados e ainda sonolentos. Agora será, Muda, Gaspar! Por que? Diante da velocidade que o mundo vem mudando e a paradeira que se teve por aqui, não há mais tempo a perder.

Finalmente quem perdeu em outubro: a esquerda do atraso, Lula, PT, a direita xucra e o bolsonarismo que captou os radicais de direita. Perderam, vergonhosamente, porque assim se expuseram, os artistas, acadêmicos, intelectuais, jornalistas e influenciadores que acham que o mundo certo ou ideal – e não plural que tanto defendem quando estão na oposição – está na esquerda brasileira. Ela, parece ser a antiga Albânia, a atual Cuba e Coréia do Norte ou a nossa vizinha Venezuela, além de outros teocráticos e autocráticos que rejeitam a democracia como ela é. A esquerda brasileira envelheceu e não sabe, ainda, que o mundo mudou – e muito. A minoria, como todas as minorias, perdeu. O pêndulo que esteve na esquerda, foi para a direita, parou no centro, desta vez. ele que se cuide na sua insaciável fome de colocar a mão sem transparência nos nossos pesados impostos para provocar a ida do pêndulo para um dos extremos. Wake up, Brazil!

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7 comentários em “PAULO DÁ AS PRIMEIRAS CARTAS E COM ELAS, DESTAMPA A CHALEIRA, OBSERVA AS CARPIDEIRAS, VIÚVAS E O ENTORNO MANDANTE CONHECIDO DE ANOS NA CIDADE. ASSIM, TAMBÉM, INFORMA COMO SERÁ A CARA DO FUTURO GOVERNO PARA A DURA E CRÍTICA RECONSTRUÇÃO. NO OUTRO LADO, O VIAJANTE KLEBER ABANDONA A CIDADE E SE TORNA UM “GOVERNADOR” EM DEFESA DOS MUNICÍPIOS CATARINENSES”

  1. Miguel José Teixeira

    Huummm. . .emcontrando lapsos!

    Adorei a legenda da foto do “emcontro” entre o prefeito e o governador do Estado.

    Procurei e “emcontrei”. . .

  2. odete.fantoni@gmail.com

    Bom dia.
    E durma com um barulho desses…
    Kleber organizando evento pra discutir o combate a CORRUPÇÃO e como otimizar os recursos públicos, deveria dar CADEIA pelo código 171.

    Esqueci 👀
    O congresso nacional LEGISLA em causa própria 💸💸💸💸💸💸💸💸💸💸

  3. O vice-prefeito Marcelo Brick “ressurgiu” nas redes após o humilhante terceiro lugar dia 06/10, apareceu trabalhando? Claro que não. Apareceu cozinhando, não batatas pois essas já foram assadas dia 06, e sim um entrevero. Pelo visto a fome estava grande.

    1. Essa gente jovem política desafia um escrito de milênios: o sabático

      Para quem não sabe o que é sabático, são férias, mas sérias.

      A definição de sabático, mesmo não recorrendo ao conhecimento mínimo que deveriam ter, ao Google como eu faço agora por preguiça, ou a Inteligência Artificial que nos dá aula sobre isto, é um termo originário do hebraico, é, em tradução literal, “libertação”. Dessa maneira, o período sabático refere-se a um momento da vida relativo ao descanso, em que a pessoa se distancia do ritmo e das obrigações do cotidiano para viver outras experiências.

      Mais profundamente, é se distanciar da mesmice que o levou a derrota – no caso do candidato Marcelo apadrinhado por Kleber numa roleta enferrujada – e se preparar para o novo embate. Mas, não prefere se expor como o mesmo que não reflete, não se renova e aposta na burrice dos eleitores e eleitoras. Vai que um dia… Lembro, Marcelo só venceu uma eleição de todas que participou até aqui. Então avisado está que errou, está errando ou mal acompanhado.

  4. É A VEZ DE MUDANÇAS NA ECONOMIA, por Celso Ming, no jornal O Estado de S. Paulo

    Mesmo antes dos resultados do segundo turno das eleições, já se sabe que alguma mudança importante precisa ocorrer na política econômica.

    Ainda que disfarçadas de desenvolvimentistas, as velhas propostas populistas do governo do PT já não conseguem alavancar apoio político.

    O presidente Lula ainda tenta manter no ar a narrativa de que a perda de apoio político se deve unicamente à comunicação ineficaz por parte de seus ministros e dos políticos petistas e aliados, que não conseguem dar a devida ênfase aos bons resultados da atual política, como o crescimento da atividade econômica e a redução do desemprego.

    Mas o problema não é apenas de comunicação, embora ela também possa contribuir. O estrago político produzido pelo rombo fiscal, que se traduz em quebra da confiança e em redução do investimento, já é maior do que o efeito na população produzido pelos pacotes de bondade distribuídos pelo governo.

    Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, vêm avisando de que está em elaboração um conjunto de decisões que, desta vez, não mais tratarão de aumentar a arrecadação, mas cuidarão de cortes decisivos nas despesas orçamentárias. Falta saber se terá proporções relevantes de maneira a equilibrar as contas públicas. Até agora, quaisquer iniciativas nesse sentido foram torpedeadas pelo presidente Lula. Se essas decisões não vierem, aumentará a erosão da confiança, a cotação do dólar saltará, a inflação e os juros irão atrás e a turbulência fará estragos.

    A questão de fundo é de mudança de mentalidade. Não se trata apenas de remover de dentro do governo eventuais resquícios da desastrada Nova Matriz Econômica, elaborada pelo então ministro Guido Mantega, e que a presidente Dilma colocou em prática. Há ainda quem pregue redução dos juros na marra e o despejo de despesas públicas supostamente destinadas a puxar pelo crescimento econômico e pela criação de empregos.

    E também não se trata de impor uma política temporária de responsabilidade fiscal, como a adotada pelo então ministro Antonio Palocci nos dois primeiros anos do primeiro mandato do presidente Lula. Trata-se de tocar a economia baseada no equilíbrio das contas públicas, sem renúncia a uma sólida política social.

    Essa mudança de mentalidade não precisa acontecer em meio a um vazio programático. O Brasil é um dos poucos países do mundo com amplas condições de definirem e colocarem em prática uma estratégia de desenvolvimento baseada na transição energética, que visa à substituição da energia fóssil por energia limpa, capaz de envolver todas as áreas da economia e de resgatar a indústria que continua definhando.

    Se um recado importante foi dado agora pelas urnas foi o de que a exploração de antagonismos, do nós contra eles, já não serve nem para garantir apoio político nem para pavimentar uma boa administração econômica.

  5. URNAS TROUXERAM MÁS NOTÍCIAS A LULA E BOLSONARO, editorial do jornal O Globo

    Depois da abertura das urnas do segundo turno neste domingo, ficou claro que a eleição municipal trouxe más notícias ao presidente Luiz Inácio da Silva e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Tanto um quanto outro se revelaram pouco eficazes como padrinhos de candidatos — enquanto partidos de centro e centro-direita conquistaram avanços notáveis, em desafio à polarização ideológica.

    O PSD é o partido que comandará o maior número de prefeituras: 887, seguido de MDB (854), PP (747) e União Brasil (584). O PL de Bolsonaro, que planejava fazer das eleições municipais um trampolim para consolidar sua força nacional, ficou em quinto, com 517. E o PT, de Lula, ficou em nono com 252, atrás até do PSDB (274).

    MDB e PSD administrarão cinco capitais cada um, entre elas as mais importantes: São Paulo (Ricardo Nunes, MDB, reeleito), Rio de Janeiro (Eduardo Paes, PSD, reeleito no primeiro turno) e Belo Horizonte (Fuad Noman, PSD, reeleito agora). Somando as prefeituras de União (quatro), Podemos (duas), PP (duas), Avante e Republicanos (uma cada), partidos de centro ou centro-direita ganharam em 20 capitais.

    A esquerda venceu em duas: Recife (João Campos, PSB, reeleito no primeiro turno) e Fortaleza, onde o PT conquistou sua única capital no segundo turno, por diferença inferior a 11 mil votos (perdeu em Cuiabá, Porto Alegre e Natal). O PL de Bolsonaro, que colhera alguns louros em 6 de outubro, desta vez amargou derrotas em Belo Horizonte e Goiânia e venceu só em Cuiabá e Aracaju, somando quatro capitais. Bolsonaro ainda perdeu em Curitiba, onde apoiou a candidata do PMB.

    Na eleição mais importante, em São Paulo, a reeleição de Nunes deve mais ao apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que ao de Bolsonaro. Com a vitória, Tarcísio se fortalece como pré-candidato na corrida presidencial de 2026. Para Lula, a eleição paulistana trouxe a derrota mais sofrida: Guilherme Boulos (PSOL) perdeu por quase 19 pontos percentuais (59,4% a 40,6%), proporção idêntica à de 2020, quando também foi derrotado por Bruno Covas.

    Depois de ser desafiado por Pablo Marçal no primeiro turno, Nunes contou com as obras de sua administração — principalmente na periferia — e com a alta rejeição a Boulos para vencer. O fiasco petista se revelou também em Porto Alegre, onde o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), venceu sem susto a petista Maria do Rosário, apesar do desgaste provocado pelas enchentes no início do ano. Das capitais, Lula venceu apenas em Fortaleza, onde fez uma espécie de gol de honra. Bolsonaro, em Cuiabá e Aracaju. Nenhum dos dois se revelou grande cabo eleitoral.

    Estabelecida a nova correlação de forças nas prefeituras, com o avanço de partidos de direita e centro-direita e o enfraquecimento da esquerda, é hora de o Brasil deixar para trás o clima bélico que dominou as campanhas e se unir em torno das agendas prioritárias para o país: a conclusão da reforma tributária, o controle de gastos, o combate ao crime organizado, melhorias na saúde e na educação. Há recados claros saídos das urnas. Um deles, reforçado pelo alto índice de reeleição dos prefeitos, é que, independentemente de posições ideológicas, os cidadãos querem respostas mais concretas a seus problemas cotidianos e menos promessas vazias. O governo federal deveria ouvi-los.

  6. GASPAR: UM CEMITÉRIO EM DESCASO E O CLAMOR POR DIGNIDADE, por Aurélio Marcos de Souza, advogado, ex-procurador geral em Gaspar (2005/08) e graduado em Gestão Pública pela Udesc

    Neste domingo, dia 27 de outubro de 2024, véspera do Dia de Finados, estive no cemitério localizado no bairro Santa Terezinha e não pude deixar de observar uma série de problemas que revelam a negligência da administração pública em manter este espaço, que deve ser digno e respeitoso para os visitantes que vêm prestar homenagens a seus entes queridos.

    No dia anterior, 26 de outubro, realizei uma limpeza ao redor dos túmulos. Eu mesmo participei desse esforço, eliminando a vegetação do túmulo de Maria Cândida Hoeschl, conhecida como Dona Mimi. No entanto, ainda havia partes do cemitério cobertas de mato. Isso demonstra que, apesar dos esforços, a manutenção não foi suficiente e que a administração falhou em garantir que o local estivesse em condições adequadas para receber as pessoas, especialmente em um período tão significativo.

    Hoje, pela manhã, observei a presença de um servidor do Samae, que estava realizando a roçagem do mato. No entanto, ele saiu do local por volta das 10 horas. Ao deixar o cemitério, um popular me abordou, informando que não havia água disponível para a limpeza dos túmulos. Ele mencionou que iria até uma casa vizinha ao cemitério pedir água, o que é um verdadeiro descaso por parte da administração pública. Em um dia como hoje, em que muitos cidadãos se dirigem ao cemitério para prestar suas homenagens, a administração poderia e deveria ter disponibilizado um caminhão-pipa ou caixas d’água, garantindo que todos pudessem realizar a limpeza de maneira adequada e respeitosa.

    A falta de água é ainda mais alarmante quando se considera que, neste momento que antecede o Dia de Finados, muitos visitantes desejam honrar a memória de seus entes queridos da melhor forma possível. A administração não apenas falhou em fornecer recursos básicos, mas também desconsiderou as necessidades dos cidadãos que fazem uso deste espaço. Essa situação se agrava com a ausência de banheiros adequados no interior do cemitério, obrigando os visitantes, em sua maioria idosos, a se deslocarem até a casa mortuária para atender suas necessidades fisiológicas. Essa condição é inaceitável e demonstra uma falta de consideração pela dignidade dos que vêm prestar suas homenagens.

    A instalação de banheiros químicos, uma prática comum em eventos promovidos pela prefeitura, deveria ser uma solução imediata e pontual, especialmente em períodos em que tantas pessoas se reúnem para recordar seus entes queridos. O Dia de Finados é um momento em que as famílias se reúnem para lembrar aqueles que partiram, e a administração deve assegurar que essas pessoas tenham condições dignas para fazer isso.

    É importante ressaltar que a Lei Municipal nº 3613, de 13 de novembro de 2014, que regulamenta a instalação, funcionamento, administração e fiscalização dos cemitérios e crematórios no município de Gaspar, estabelece diretrizes claras para a conservação e manutenção desses espaços. No entanto, a administração não tem cumprido com suas obrigações, refletindo um descaso que é inaceitável para um município que arrecada impostos e taxas dos cidadãos.

    Além disso, a administração pública também tem se mostrado irresponsável em outras áreas, como na manutenção das vias públicas. Com a recente eleição, onde seu candidato não foi reeleito, a administração não tomou as medidas necessárias para tapar os buracos e garantir a segurança dos cidadãos nas ruas da cidade. Se não consegue atender aos anseios dos vivos, como pode esperar cuidar de um espaço tão sagrado quanto o cemitério? Essa indiferença e ineficácia nos serviços prestados revelam uma falta de respeito não apenas pelos que partiram, mas também pelos que continuam a viver nesta cidade.

    A responsabilidade da administração pública é assegurar que os cemitérios como dos demias lugares públicos sejam espaços respeitosos e bem cuidados, que atendam às necessidades dos visitantes de maneira adequada. A falta de ação em disponibilizar água e banheiros adequados não apenas prejudica a experiência dos visitantes, mas também demonstra um desrespeito pela memória daqueles que se foram. Os cidadãos de Gaspar merecem um atendimento à altura de suas contribuições e a administração deve ser responsabilizada por sua falha em assegurar que todos tenham a dignidade e o respeito necessários neste momento de luto e reflexão.

    Portanto, é crucial que a administração de Gaspar reavalie suas prioridades e implemente medidas efetivas para melhorar a infraestrutura do cemitério, incluindo a instalação de banheiros químicos, a disponibilização de água para a limpeza dos túmulos e a manutenção regular dos espaços. O cemitério deve ser um local de paz e respeito, e cabe à administração pública garantir que esse espaço atenda às expectativas e necessidades dos cidadãos, especialmente em datas tão significativas como o Dia de Finados.

    Com a mudança de governo prevista para iniciar em 1º de janeiro de 2025, temos a esperança de que a nova administração leve em consideração as necessidades da comunidade e implemente as promessas de campanha que foram feitas, assegurando que todos os cidadãos possam prestar suas homenagens de forma digna e respeitosa. A população espera ansiosamente que as reivindicações por um cemitério bem cuidado e por serviços públicos adequados sejam atendidas, porque é essencial que as lembranças dos que se foram sejam tratadas com a dignidade que merecem.

    Como afirmou o filósofo Martin Heidegger: “A morte é um dos nossos mais profundos e mais secretos mistérios”. Que possamos honrar a memória daqueles que partiram, respeitando suas histórias e legados com a dignidade que merecem.

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