Diante da importância, atualidade e emergência, dois artigos nesta quarta-feira vésperas de feriado da Semana Santa. Gaspar é um poço de pautas que não conseguem chegar à imprensa, mas ela sabe de tudo isso como eu. Vamos lá
Num ambiente sob severa vigilância do Ministério Público e da Justiça, com empresários sendo investigados por infringir determinações do IMA – Instituto de Meio Ambiente -; com a área de licenciamento ambiental fechada em Gaspar e tudo parado para aceitação, análise e aprovação de qualquer tipo de projeto, a prefeitura de depois de perder todos os prazos do TAC – Termo de Ajustamento de Conduta -, resolveu, a toque da caixa, correr atrás do prejuízo que causa à cidade, aos cidadãos e empreendedores, os quais dependem do poder público para a regularização.
E a reativação desta área crucial depende agora, da criação de uma estrutura própria mínima de funcionários especializados e concursados.
Autorizado pela Câmara, a prefeitura resolveu fazer o concurso público para dar uma estrutura mínima efetiva para o órgão municipal para ter autoridade e autonomia na análise e fiscalização, como pede a legislação em vigor e assim, tirar esta tarefa das mãos de comissionados e curiosos, como estava acontecendo e que tinham sobre si, a pressão política, dos poderosos de plantão e atendimento a interesses localizados.
Mas, o que era para ser uma solução e correção do grave e antigo problema estrutural, revelou-se, espantosamente, mais uma vez, uma fragilidade de qualidade, a falta de controle da prefeitura, planejamento – a nova palavra marqueteira de ordem do Executivo – e execução de um simples concurso público para o preenchimento de meia dúzia de vagas.
Mais espantoso é que o grupo criado dentro da própria da prefeitura para contratar a empresa, supervisionar e validar o concurso, não foi incluído nenhum profissional da área ambiental. Deu no que deu.
Os conteúdos programáticos que serão exigidos para vagas essenciais estão desconexos daquilo que é obrigatório na habilidade e conhecimento da futura função de Engenheiro Florestal, por exemplo. Impressionante.
A denúncia foi feita pela Associação de Engenheiros Florestais do Vale do Itajaí em documento assinado por Gláucia Gebien e que ela enviou ontem ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ela está pedindo a correção de tais incoerências graves.
Para este concurso, a prefeitura contratou Ieses – Instituto Superior de Estudos do Extremo Sul. É para a elaboração e aplicação das provas. No site o Ieses diz que desde 1996 planejando e executando Concursos Públicos e Processos Seletivos, o IESES busca, constantemente, através de investimentos e pesquisa, desenvolver e atualizar seus serviços objetivando os mais altos padrões de qualidade, segurança e efetividade na realização de suas atividades.
Mas que está pegando?
Simplesmente confundiram Engenharia Florestal com Engenharia Ambiental. Estão exigindo aos candidatos que estão inscritos em Engenharia Florestal conteúdos programáticos e de conhecimento e em Engenharia Ambiental. Mais, simplesmente repetiram, literalmente, estas exigências em recente concurso realizado em Palhoça para Engenheiro Ambiental. Fizeram um simples “copia cola” para o de Engenheiro Florestal, em Gaspar. Incrível.
Incrível é isso passar dentro da prefeitura de Gaspar numa comissão de “notáveis” criada especialmente para tocar este concurso técnico sob intensa vigilância. Impressionante é o relaxo da Ises para com o assunto tão sério, logo ela que se vende como tendo os mais “altos padrões de qualidade, segurança e efetividade”.
No documento que enviou ao prefeito, a Associação de Engenheiros Florestais assegurou ” que as informações demonstram claramente que o (a) profissional de ENGENHARIA FLORESTAL e o da Engenharia Ambiental possuem algumas atribuições e competências técnicas concorrentes, porém, são não todas”.
Em decorrência disso, pediu a alteração do edital. O documento não menciona, mas se não mudar o edital, o caso poderá parar na Justiça, haverá mais debate e atraso, até adequação e contra a cidade, os cidadãos e cidadãs e naquilo que o prefeito Kleber insiste que funciona. Acorda, Gaspar!
O concurso está previsto para o dia 12 de junho. E ele terá as seguintes vagas:
1 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Superior ou Graduação para Analista Ambiental ‐ Habilitação em Ciências Biológicas
1 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Superior ou Graduação para Analista Ambiental ‐ Habilitação em Engenharia Civil
1 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Superior ou Graduação para Analista Ambiental ‐ Habilitação em Engenharia Florestal
1 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Superior ou Graduação para Analista Ambiental ‐ Habilitação em Engenharia Química
1 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Superior ou Graduação para Analista Ambiental ‐ Habilitação em Geologia
2 vaga (s) mais Cadastro de Reserva de Ensino Médio Completo (2º grau) para Fiscal
TRAPICHE
Ontem a noite em Florianópolis, os prefeitos do MDB reunidos e longe da imprensa, fecharam em favor do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos. A informação é do blog de Adelor Lessa, Criciúma.
De cada região havia um representante prefeito para a falação. E daqui não era o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, de Gaspar.
Outra fonte ligada à mesma reunião, deu conta que só não deram apoio explícitos a Carlos Moisés, os prefeitos de Jaraguá do Sul, onde o ex-prefeito Antídio Aleixo Lunelli, continua pré-candidato a governador pelo MDB e o de São Lourenço do Oeste, reduto do presidente da sigla, Celso Maldaner. Sintomático.
Vale lembrar, que no tempo dos impeachments contra Carlos Moisés, os prefeitos do MDB do Vale do Itajaí assinaram um manifesto de apoio ao governador. Kleber foi o único a assinar. Depois de perder a vaga a candidatura a deputado estadual e ficar isolado, Kleber tem se aproximado tardiamente de Carlos Moisés. Acorda, Gaspar!