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KLEBER FOI ÀS EXPLICAÇÕES, COMO PROMETEU DEPOIS DE VIRAR ALVO FÁCIL NO DEBATE DE SÁBADO. ANTES TIVESSE FICADO CALADO

Alterado e ampliado pela segunda vez às 14h09mim deste 24.09.2024. O meu comentário era outro, e estava previsto para quinta-feira, como de costume. Mas, provocado… Isto você não encontrará na imprensa de Gaspar.

O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, mais em defesa de si mesmo do que do seu vice e candidato a sucedê-lo, Marcelo de Souza Brick, PP depois de sair do PSD, estar no Patriota que não existe mais e ter assinado a ficha no PL, como prometeu, foi ontem às redes sociais, para supostamente “esclarecer” o que ele disse ter sido injuriado, caluniado e difamado durante o debate no sábado pelos supostos opositores, candidatos, assunto que abordei no artigo de ontem O PRINCIPAL DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS A PREFEITO DE GASPAR ESTÁ SENDO AQUELE QUE NÃO FOI FEITO PELA IMPRENSA COMADRE DOS PODEROSOS DE PLANTÃO, A AUSENTE DOS GRANDES PROBLEMAS DA CIDADE. E POR ANOS AFIO. É AQUELE QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS

Antes, o prefeito Kleber tivesse ficado quieto. Equipe ruim e cara – principalmente a de marketing e comunicação – a que o acompanha há mais de dez anos (campanhas eleitorais e na prefeitura, numa simbiose perigosa e desastrosa, ao mesmo tempo).

Sobre o tema eleitoral de hoje, o que o prefeito Kleber sobre a oitava maravilha chamada de Hospital de Gaspar, mas que com a dinheirama que se coloca lá se tornou uma bomba contra os próprios políticos gestores públicos, nem vou tocar no assunto. As redes sociais, melhor do que eu, de gente que teve experiências repetidas e mal sucedidas lá, estão explicando o que o prefeito Kleber, na sua bolha, ou no seu mundo do faz-de-conta, diz ser uma maravilha.

Retomando o comentário principal sobre a compra do terreno da Furb.

Qual o primeiro tema que o prefeito Kleber escolheu para ser combatido? A desgastante e milionária compra do terreno da Furb. O prefeito Kleber, como cabo eleitoral e por estar em jogo a sua avaliação de oito anos de governo, arrogantemente, mudou a postura corporal. Postou-se como se tivesse preparado para a luta e engrossou a voz. O que saiu? Um tiro de festim, cheio de incoerências e que lavou a égua dos gasparenses nas redes sociais, dos memes e questionamentos diretos e transversos dos adversários da gestão do prefeito Kleber nas redes sociais.

Meus amigos vamos falar a verdade sobre a compra do terreno da Furb!“.  Amigos, hum. Só se for os deles e os envolvidos nesta transação, cheia de truques que, com apoio unânime dos vereadores da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD e PSDB), comprovadamente, pelos dados contábeis e financeiros, delapidou o caixa da prefeitura em R$14 milhões, cujo preço é o principal foco de contestação até hoje, além da prioridade errática e não tanto pela necessidade de se ter uma nova sede administrativa para o poder Executivo Municipal de Gaspar. Quem não se lembra do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, com a mesma ladainha, em garantias reais, tentar comprar a sede da Bunge Alimentos, no Poço Grande. Deu xabú. E ele não teve coragem de desapropriar como fez com outros, pois sabia que o buraco era bem mais alto do que pudesse enfrentar como fez com outros.

Retomo, mais uma vez.

Qual é o sonho de quem paga o aluguel? Pergunta o prefeito no vídeo-defesa. E ele mesmo responde: “ter a sua casa própria. Certo. Certíssimo. Todos fazem isso quando adquirem condições econômicas, repito, econômicas para sustentar este sonho, ou possuem crédito, lastro financeiro garantidores ou avalistas terceiros para as instituições financiarem o bem dos sonhos. 

O que o prefeito Kleber esconde de seu vídeo maroto e político-eleitoral? É que o caixa da prefeitura não tinha condições para isso e pior: mesmo fazendo esse malabarismo para salvar a Furb, o governo de Kleber não saiu dos alugueis, que usa como bengala para seus discursos populistas a gente analfabeta, ignorante, desinformada e obrigada a aplaudi-lo.

E o desastre aumenta, quando passados mais de dois anos desta operação sem pé e nem cabeça racionais, de dia pagou quase à vista (duas parcelas uma de R$10 mil e outra de R$4 mil, como pediu e se aprovou na Câmara), mas, no escurinho, numa jogada contábil-financeira interna, botou tudo no prego. 

Qual foi o resultado dessa jogada?

UMA DÍVIDA DE R$14 MILHÕES VIRARÁ R$22 MILHÕES AO FINAL, SE PAGA EM DIA 

Esses R$14 milhões iniciais foram dar num financiamento que estava aprovado na Câmara, mas para outras obras de infraestrutura – como o asfaltamento de várias ruas e que estão ainda na poeira e promessas – e que se e quando pago, estes R$14 milhões vão custar aos pesados impostos dos gasparenses mais de R$22 milhões, num rombo espetacular ao equilíbrio financeiro e de caixa da prefeitura para os próximos prefeitos, inclusive o candidato dele, se ganhar.

No vídeo-defesa, o prefeito Kleber não fala e não explica nada sobre isto.

Uma segunda pergunta“, insiste o prefeito Kleber no seu vídeo-propaganda e de “esclarecimentos”, mas torto e tardio, pois fugiu desse debate na época e deixou a cargo dos seus defensores ferrenhos na Câmara de Vereadores, os quais validaram o negócio, inclusive vereadores que estão em partidos concorrentes neste momento, tentando usufruir dos danos da lambança ocorrida. “Quanto a prefeitura tem hoje mensalmente de aluguéis?” O próprio prefeito Kleber responde, ou seja, demonstrando que possui domínio daquilo que deveria ter feito e não fez: “ uma média de R$120 mil”

E a ladainha do prefeito Kleber diz, e com toda a razão, que o prédio da prefeitura já não comporta as necessidades atuais do empreguismo e da burocracia central – ao invés de digitalização – necessária para a gestão do município. Então um novo prédio, segundo Kleber, é necessário para o município “economizar” com esta montanha mensal de aluguéis.

O que o prefeito Kleber não disse no vídeo? Por que não abriu negociação com a Furb para comprar o terreno por valor de mercado e a preço menor? Mas, não: fechou questão. Bancou. Agora está se explicando. O que o prefeito Kleber não disse nesse vídeo, é que a prefeitura não tinha condições para esta compra e apenas colaborou para aliviar o caixa da prefeitura de Blumenau, obrigada a sustentar o fundo de aposentados e pensionistas da Furb, e que, ao final, salvou o caixa da Furb, entretanto, endividando ainda mais Gaspar, que não tem nada a ver com as obrigações da prefeitura de Blumenau e da Furb. Ficamos com um mico: um terreno até agora, depois de tanto tempo, sem uso.

Eu exagero, mais uma vez como sempre me acusam os políticos e poderosos reiteradamente envolvidos com eles? Se não fosse assim, qual a razão para transformar os R$14 milhões em um financiamento de R$22 milhões? Qual a razão para logo depois, correr e inventar um leilão de vários outros terrenos municipais e o prédio da antiga sede do BESC – o único que saiu naquele leilão – para recuperar o caixa depauperado, exatamente, com a compra do terreno da Furb? E se era para sair do aluguel, como o prefeito Kleber alega, onde está o projeto, ou pelo menos, o início da construção da nova sede administrativa do governo de Gaspar? Restou, agora, depois de virar alvo, fazer um vídeo e passar vergonha, porque ele está sendo questionado e este questionamento, está respingando no seu candidato que quer sucedê-lo.

ALUGUÉIS PARA ENTES PÚBLICOS É UM NEGÓCIO ELEITORAL

E este prédio – a nova prefeitura – no terreno da Furb poderá até sair, mas o prefeito eleito daqui a onze dias terá uma faca no pescoço e corre um sério risco de ser degolado, como ficou claro no debate de sábado passado. Por que? A maior parte dos R$120 mil de alugueis que a prefeitura paga aos seus senhorios é arma de apoio dos que não querem que nada mude em Gaspar, desde que eles tenham esta teta (e outras). Simples assim.

Nem quem diz que vai mudar esta situação de coisas, pode bater no peito que fez isso quando teve oportunidade. O mais longevo desses exemplos, está no Gascic, onde eternamente está a Câmara e a secretaria de Assistência Social. Foi mais fácil queimar o vereador que quis levar esta ideia adiante, do que realmente construir uma sede para a Cãmara no terreno doado pela própria prefeitura. E para o espetáculo não perder o caráter fictício e a incoerência de sempre, o Orçamento da Câmara de Gaspar mantém milhões para serem gastos na construção da sua sede.

O prefeito Kleber sabe o que faz e diz. E não escolheu este tema a toa. E se deu mal. E por quê?

Nas redes sociais, abertas a comentários, parte da população reagiu e já entendeu o que o prefeito Kleber quis dizer, mas não se sustentou racionalmente na sua argumentação, como o bom mocinho, religioso, de dez ou oito anos atrás. 

Agora, afirmar que mesmo gastando esses R$14 milhões – numa admissão clara de culpa na escolha errática da prioridade que fez sem resultado prático para a cidade, cidadãos e cidadãs – não faltou investimentos no Hospital, é misturar coisas diferente e apelar propositadamente para a confusão.

Primeiro porque o Hospital se tornou um ralo sem fundo e sem transparência do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP. Segundo, porque algumas das coisas do que o prefeito Kleber cita no vídeo, foram doações, ou recursos de outras origens como do governo do estado e governo federal e até de emendas parlamentares. E mesmo com essa dinheirama toda e investimento, o atendimento, os erros e problemas do Hospital só agravaram no atual governo. 

Vá se mal orientado lá….Muda, Gaspar!

Veja o vídeo.

TRAPICHE

Um projetor para cada creche e todas as salas de aula das escolas municipais em Gaspar. Também, um quadro, com um pedaço da Figueira que caiu há anos, a mesma que seria clonada – por técnicas especiais -, germinada e replantada defronte o prédio histórico da prefeitura na Praça Getúlio Vargas. As duas novidades foram anunciadas pelo prefeito Kleber Wan Dall, MDB, ontem nas redes sociais e replicado, nos grupos dos aplicativos de mensagens.

Primeiro, o projetor é doação Federal. Impressionante como esse datashow está atrasado no tempo – e para quem fala em uma sala para experimentos digitais em um único educandário – para as nossas escolas. E o quadro com a amostra da figueira tombada? É a prova do desleixo. Técnicos da Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da prefeitura de Gaspar, por laudos e advertências, pediam socorro à figueira. O governo não se mexeu. E o vento veio antes e fez o serviço contra a árvore histórica, doente e mal cuidada. Agora, ela virou souvenir e propaganda política e não um atestado de um erro administrativo. Impressionante a marquetagem.

Depois de ameaçar colocar todos na cadeia, o candidato do PL de Blumenau, o delegado Egídio Maciel Ferrari, prudentemente mudou o tom. Mas, o erro continua. Perguntado quem fará tal coisa? Responde: o delegado. Egídio está em campanha para ser eleito prefeito ou delegado em Blumenau, que ele próprio faz questão de dizer que é a segunda mais segura do Brasil na categoria dela. Ou seja, com todos os percalços, a segurança, por lá vai bem.

E não é a toa que começou a dizer o que vai fazer. Já aqui…

Depois da ausência do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, no aval explícito e nas imagens à candidatura de Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL, o governador Jorginho Melo, PL, assumiu esta lacuna. Perguntar não ofende: qual foi mesmo a marca de Jorginho em Gaspar até agora? O que está prometido para Gaspar até o final do governo de Jorginho? 

Um vídeo que circula nos aplicativos de mensagens, um cabo eleitoral de um vereador conhecido de Gaspar, diz que os “tubinhos” de uma rua foi coisa do vereador candidato. Quando ele fala isso, outro líder comunitário que acompanhava a declaração, some da tela. Sinais dos tempos. Trair e coçar, é só começar.

Gente estranha. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, anda em convescote de pais que não querem serem obrigados a vacinarem seus filhos, principalmente contra a Covid. Esta semana houve mais uma reunião politiqueira. Chegaram ao desplante de convidar o Conselho Tutelar para o debate. Ele não caiu na armadilha e não foi.

Este é um exemplo de como a campanha está misturada no PL, PP, MDB e outros em Gaspar em duas candidaturas. Este é o tipo de tema dos eleitores radicais bolsonaristas. Muda, Gaspar!

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9 comentários em “KLEBER FOI ÀS EXPLICAÇÕES, COMO PROMETEU DEPOIS DE VIRAR ALVO FÁCIL NO DEBATE DE SÁBADO. ANTES TIVESSE FICADO CALADO”

  1. A TRAVA AUTORITÁRIA CLIMÁTICA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    Numa passagem por Manaus no último dia 10, Lula anunciou que criará uma Autoridade Climática para cuidar das queimadas e dos incêndios. Boa notícia. Em 2022, depois do primeiro turno, essa ideia circulou na equipe que discutia os planos do novo governo. Passaram os meses, e ela pegou fogo.

    Contra a ideia, agiram dois grupos, com interesses antagônicos. De um lado, os burocratas interessados em preservar o poder do Ministério do Meio Ambiente. De outro, os agrotrogloditas, interessados na teatralidade e na preservação da falta de coordenação do poder público.

    Dois anos depois, a Autoridade Climática voltou ao baralho e, com ela, o velho conflito. Numa entrevista aos repórteres Jeniffer Gularte, Sérgio Roxo e Thiago Bronzatto, o ministro Rui Costa, da Casa Civil, deu algumas pistas para entender como funciona a trava.

    Quando lhe disseram que “o Ministério do Meio Ambiente enviou há alguns meses para a Casa Civil o modelo de funcionamento” da Autoridade Climática, ele perguntou:

    — Está aqui há meses? Onde obteve essa informação?

    — No Ministério do Meio Ambiente…

    — Sabe que dia chegou o primeiro texto aqui? Ontem (quinta-feira). O que tinha sido apresentado há dois meses era um Powerpoint.

    Traduzindo: a ideia da criação da Autoridade Climática ficou mais de um ano no universo dos Powerpoints.

    Rui Costa colocou a questão nos seus velhos termos. O Ministério do Meio Ambiente quer uma autarquia, dentro do seu quadrado de poder. A outra ideia, queimada em 2023, previa uma autoridade vinculada à Presidência da República.

    Esse dilema parece ser da família da discussão do que veio primeiro, o ovo ou a galinha. Sua chave está na transversalidade dos poderes da Autoridade Climática. Por exemplo: ela terá poderes para se meter em assuntos ligados ao Ministério da Agricultura? Ou ainda: a Autoridade Climática terá mais agilidade para reprimir os incêndios criminosos? Abundam as provas de que o último fogaréu foi deliberado e coordenado. Lula classificou-o como “oportunismo”. É bem mais que isso. A Polícia Federal já abriu 85 inquéritos para investigar a origem desses crimes. (No século passado, um grupo de esquerda queimava canaviais no Nordeste.)

    A trava que bloqueou a Autoridade Climática em 2023 é a mesma que alimenta as dúvidas de hoje. É um conflito de visões de pessoas interessadas na defesa do meio ambiente e na preservação de seu poder na burocracia, não necessariamente nessa ordem.

    Argumentando contra a vinculação da Autoridade Climática à Presidência da República, a ministra Marina Silva elaborou:

    — Eu fico pensando uma estrutura ligada ao gabinete do presidente da República… E se mudar o presidente, e o presidente não quiser essa estrutura ligada a ele?

    Tudo bem, se esse presidente fosse Jair Bolsonaro, nomearia Ricardo Salles para o Ministério do Meio Ambiente, para que a boiada pudesse passar.

    Para quem está cheirando fumaça nas cidades ou fugindo do fogo no campo, a situação é ridícula. Em fevereiro de 2023, Lula propôs a criação de uma “governança global” para a questão climática.

    Bonitas palavras, de um presidente que consumiu dois anos e não definiu a governança de sua própria autoridade pessoal.

  2. CHEGA DE BRINCAR, ELITE PAULISTANA, por Vera Magalhães, no jornal O Globo

    A elite paulistana é a grande responsável pelo prolongamento da brincadeira de mau gosto chamada Pablo Marçal. O mercado financeiro, sempre tão agudo ao cobrar do governo federal responsabilidade com os gastos públicos e o necessário ajuste fiscal, caiu de amores por um arruaceiro surgido do nada, sem nenhum compromisso com a viabilidade (fiscal, técnica ou legal) de suas ideias estapafúrdias.

    O povo do colete de náilon de gominhos com camisa social e sapatênis — combinação que já denota o misto de autoconfiança excessiva com falta de noção — se apaixonou pelo forasteiro que caiu de teleférico no principal centro econômico do Brasil, com o único intuito de se autopromover, de olho nos próprios (e obscuros) negócios e nas eleições presidenciais.

    O reconhecimento costuma ser um combustível forte para explicar essas ondas de intenção de voto. Se, ao se olhar no espelho, a elite paulistana enxerga Marçal, isso mostra um profundo e preocupante descompromisso com as reais e urgentes necessidades de uma cidade desigual, que condena em diferentes medidas todos, dos mais pobres aos mais ricos, a uma rotina de provações do momento em que se acorda à hora em que se consegue dormir.

    Transformar a escolha do prefeito — aquele que tem a função primordial de resolver problemas do dia a dia que levam a cidade a ser essa eterna gincana contra os perrengues — num campeonato de bizarrices foi a armadilha em que Marçal obteve o sucesso, até aqui, de enredar a todos os que integram o tal “sistema”: partidos, adversários, Justiça Eleitoral, imprensa e eleitores, tanto os que brincam à beira do abismo fazendo a letra M com a mão quanto os outros, que correm o risco de ver seu destino entregue a alguém que não esconde o desprezo profundo pelos assuntos que dizem respeito à vida do paulistano.

    Que Marçal ainda tenha algo como 20% das intenções de voto depois do show de horrores diário a que vem submetendo a campanha eleitoral é espantoso — e uma vergonha para os paulistanos. E, aí, é o caso de chamar a elite da cidade à responsabilidade.

    Não é possível querer encher a boca com o lema non ducor, duco, que os paulistanos adoram emprestar do brasão da cidade para se arvorarem em comandantes das grandes decisões nacionais, e continuar dando corda para Marçal dançar.

    É evidente a contaminação rápida da política em todo o país pelos métodos de rebaixamento do debate promovido pelo candidato que usa um partido de aluguel, o PRTB, para alcançar seus fins. Pablos com menos seguidores dispostos a bater palma proliferam.

    Promotores de debates noutras capitais condicionam as regras dos debates fora de São Paulo à necessidade de tentar domar alguém que se recusa a cumprir regras com que se comprometeu. Esse cenário é inaceitável e aponta para uma desertificação da disputa de 2026 tão galopante quanto a que ameaça os biomas que queimam em incêndios descontrolados do Norte ao Centro-Oeste. E, assim como em relação às mudanças climáticas, nossas instituições de governança vão se mostrando alheias ou incapazes de apresentar ferramentas eficientes de combate.

    Lula, que tratou de dar voltas e trazer bodes à sala na abertura da Assembleia Geral da ONU, para tentar transformar a crise das queimadas em nota de rodapé no discurso, vai ignorando de forma bastante inconsequente a depredação que Marçal promove em seu berço político.

    Depois não poderá reclamar quando, em 7 de outubro, assistir ao ex-coach voltar sua artilharia para Brasília, talvez a bordo do convite para embarcar em algum partido maior, com mais estrutura e nenhum compromisso com a democracia — a lista de siglas candidatas a ser incubadora desse projeto é vasta, algumas delas com assento na Esplanada dos Ministérios.

    A hora de reagir e fincar barricadas em defesa da democracia é agora, e não depois que tudo queimar sob os métodos de alguém que ainda não chegou ao limite do que está disposto a fazer.

  3. O SANTO DO PAU OCO NA ONU, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Pela nona vez, o presidente Lula da Silva subiu à tribuna da Assembleia Geral da ONU para recitar seu papel de cobrador. A lista de queixas tem de tudo: um tratado contra pandemias; menos gastos militares; paz no Oriente Médio, Europa e África; aceleração da descarbonização; menos fome, desigualdade, desemprego e violência; juros amistosos para países pobres; equidade de gênero; e reformas na ONU que garantam mais representatividade às nações em desenvolvimento. Tudo muito razoável e condizente com uma cúpula que se presta mais a ser uma vitrine de aspirações que um fórum de resoluções. Mas, como insistia Henry Kissinger, a capacidade de influência geopolítica de um país depende de uma combinação equilibrada de dois ingredientes: poder e legitimidade. O problema é que Lula não tem nem uma coisa nem outra.

    Poder, o Brasil nunca teve. Mas construiu uma reputação diplomática, com princípios constitucionais sólidos materializados pelos quadros técnicos e pragmáticos do Itamaraty. Foi essa credibilidade, por sinal, que conferiu ao País a prerrogativa de inaugurar todos os anos a Assembleia Geral. Munido dela, o Brasil poderia exercer ao menos o poder de persuadir outras nações e mediar seus conflitos. Mas não há credibilidade sem coerência.

    Lula se queixou de que “o uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando regra”. Ao mesmo tempo, contudo, engendra com a China um “plano de paz” que premia a Rússia, que violou o direito internacional ao invadir a Ucrânia, um país soberano, e ali comete atrocidades sistemáticas contra civis, como denunciado em corajosa carta aberta subscrita por dezenas de diplomatas latino-americanos, entre os quais os brasileiros Rubens Ricupero e Celso Lafer.

    A Rússia, aliás, nem sequer foi nomeada no discurso de Lula, como em geral não são nomeados, nas notas do Itamaraty sob o comando espúrio de Celso Amorim, o Hamas ou o Hezbollah. Quando o Hezbollah, por exemplo, bombardeou um campo de futebol matando várias crianças, o governo lamentou simplesmente “um ataque”, sem autoria. Quando Israel revida, multiplicam-se as recriminações e adjetivos.

    Em um discurso anterior, Lula se queixou de que a ONU perdeu “vitalidade”, que seus órgãos carecem de “autoridade” e “meios de implementação”, que sua legitimidade “encolhe a cada vez que aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”. Poderia estar falando de si mesmo.

    O que a sua diplomacia “ativa e altiva” diz sobre as atrocidades na Venezuela? Lula denuncia a omissão internacional no Haiti, mas recusou diversos pedidos de apoio a uma força de paz. Queixou-se das sanções que penalizam os cidadãos de Cuba, mas não disse meia palavra sobre a ditadura que os penaliza muito mais, há décadas. Queixou-se da negligência com o clima, enquanto subsidia combustíveis fósseis e as florestas brasileiras queimam. Propagandeou o Brasil como “celeiro de oportunidades” e exigiu recursos, mas não cria condições para recebê-los, como o mercado de carbono ou agências regulatórias independentes. Queixou-se da falta de oportunidades às mulheres, mas não foi capaz de indicar nenhuma para a Suprema Corte. Queixou-se da “década perdida” dos países latino-americanos, como se os governos do PT não tivessem nada a ver com isso. De passagem por Nova York, por sinal, Lula aproveitou para pedir às agências de risco que restaurem a nota de crédito do Brasil – enquanto maquina subterfúgios para driblar seu próprio arcabouço fiscal.

    Eis a diplomacia “ativa e altiva” de Lula, uma diplomacia ativista, calcada em ressentimentos, incoerências, indignações seletivas e aspirações vazias, e subalterna a potentados autocráticos. Se ao menos fizesse sua lição de casa – nas questões fiscais e ambientais ou nos conflitos latino-americanos –, Lula poderia dar lição de moral. Mas, como disse o jornal esquerdista francês Libération, frustrado com suas ambivalências em relação à agressão à Ucrânia, Lula é um “falso amigo”. Os brasileiros mais solertes já sabem há tempos que ele é um falso estadista.

    1. Miguel José Teixeira

      “Menos gastos militares”

      É a marionete de Jinping/PuTin & Jong-Un sugerindo o desarmamento dos paíse membros da ONU, para facilitar o avanço dos comunistas no mundo!
      Tudo isso em nome da “$uprema democra$$ia”!
      Acorda, Brasil!

  4. BILHÕES DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS QUE O GOVERNO USA PARA OS MAIS POBRES E VULNERÁVEIS, VAI PARA AS APOSTAS ON-LINE. É O QUE REVELA O BANCO CENTRAL E DÁ A SEGUINTE MANCHETE NO PORTAL UOL: BENEFICIÁRIOS DO BOLSA-FAMILIA ENVIARAM R$3 MILHÕES PARA AS BETS, EM UM MÊS

    DINHEIRO ROUBADO DA ECONOMIA, QUE GERARIA MAIS EMPREGOS, IMPOSTOS E RIQUEZA MELHOR DISTRIBUÍDA. ELA ESTÁ INDO PARA POUCOS, E COMO SE APURA, MÁFIAS CRIMINOSAS. TUDO SOB O APOIO, CONIVÊNCIA OU AUSÊNCIA DOS DEPUTADOS FEDXERAIS E SENADORES, NOSSOS REPRESENTANTES NO CONGRESSO E O ESFOMEADO MINISTÉRIO DA FAZENDA DE LULA, O CRIADOR DE MAIS E NOVOS IMPOSTOS.

  5. O USO EXTREMADO DE ALEXANDRE DE MORAES, por Carlos Andreazza, no jornal O Estado de S. Paulo

    A semana passada terminou com nova determinação de Alexandre de Moraes à Polícia Federal: para que identificasse e notificasse quem fizera uso extremado do X, no Brasil, após o bloqueio.

    Lembremos: o ministro havia ordenado a suspensão da rede social em 30 de agosto. Seria multado em R$ 50 mil quem recorresse a VPN para entrar no outrora Twitter.

    A aberração tinha alcance original irrestrito: seria multado qualquer um – não interessando a natureza/duração do uso – que ingressasse no X via subterfúgio.

    Sanção de cumprimento impossível, concebida para fins intimidatórios; por meio da qual se admitia entre nós – chancelada pelo Supremo – a possibilidade bizarra de punição a quem não seja parte do processo.

    A determinação da semana passada, incluindo critério de filtragem, reformaria-refinaria a aberração – para tornar mais evidente seu objetivo. A intimidação agora adjetivada. Ascendente – conforme previsto no direito xandônico – o conceito de “uso extremado”.

    Seria multado o indivíduo que acessasse – por meio de VPN – a rede social bloqueada para (olha o filtro da sofisticação) usá-la extremadamente. E, ainda assim, a ser notificado – antes de aplicada a multa. Intimidação.

    O levantamento – completo – de usuários que burlaram o bloqueio ao X é tecnicamente impossível. Não importa. Importante é ter – poder ter – uma lista na mão. Qualquer uma. Para uso do juiz. Quando e como ele quiser.

    Espada – mais uma – sobre a cabeça do estado democrático de direito. Uma das perversões que a cultura – são já cinco anos – de inquéritos sem objeto, infinitos e onipresentes, impôs paralelamente ao ordenamento jurídico brasileiro: se o ministro, nosso herói salvador, declara que a decisão é pela democracia e contra o discurso de ódio, tudo pode.

    No Globo, informou a grande Malu Gaspar: “Segundo fontes que acompanham de perto o caso, os policiais federais terão autorização do ministro para entrar na rede social e fazer um pente-fino para rastrear os perfis. A princípio, esse monitoramento não fará distinção entre quem está postando conteúdo de ataque à democracia e quem não está. Se for residente no Brasil e estiver fazendo postagens, será incluído na lista (…)”.

    O aparato policial mobilizado para intimidar faz pente-fino – talvez pescaria. Certamente uma lista. Gaspar informa mais: “Quem vai decidir se aplica multa ou não é o ministro”.

    Ninguém sabe definir e, pois, limitar o que seja “uso extremado”, o critério, não sob o Direito. Para muitos, este artigo será um ataque à democracia. Moraes decidirá – tem a delegação da Corte constitucional para criar – o que seja “uso extremado”. A multa é o de menos.

  6. NASCE UM ESCÂNDALO, por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo

    Três deputados federais do PL estão denunciados ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República por desvio de recursos das emendas parlamentares. Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil, ambos do Maranhão, e Bosco Costa, de Sergipe, são acusados de peculato e extorsão em São José de Ribamar (MA).

    Segundo o relato da PGR, mandavam recursos para a prefeitura em troca da devolução de uma parte do dinheiro em forma de comissão paga por empresas ou pelo cofre municipal.

    Em grau mais grave, pois atinge a população de uma cidade, a prática é semelhante à “rachadinha”, na qual parlamentares levam funcionários dos respectivos gabinetes a dividir com eles o salário pago pelo Legislativo.

    A diferença entre os deputados denunciados e boa parte de seus pares é, ao que tudo indica, que foram pegos. Dada a distorção de procedimentos na farra das emendas, outras investigações do mesmo teor estão em andamento.

    A suspensão por ordem do Supremo do pagamento das chamadas emendas Pix, sucessoras do orçamento secreto também vetado sem sucesso pelo STF, ocorreu exatamente pela suspeita de que a falta de transparência e a impossibilidade de rastrear os recursos se prestem a ilícitos.

    Temos aí um caso infame em gestação. A demora do Congresso em aderir ao acordo proposto pela aliança dos Poderes Judiciário e Executivo mostra que o Legislativo não está disposto a concordar com os termos propostos. O compromisso foi firmado em 30 de agosto, seu desfecho adiado duas vezes e agora corre sem prazo para uma conclusão.

    Ocorre que os fatos são os fatos. E estes mostram que uma parcela dos legisladores faz uso indevido e, desconfia a PGR, por vezes corrupto do manejo das emendas ao Orçamento da União.

    Às ilegalidades soma-se o desequilíbrio de condições nas eleições, pois patrocinadores e contemplados se valem das verbas como uma espécie de financiamento de campanhas a ter reflexo em 2026 para assegurar a reeleição ao Congresso dos que lá já estão.

    O conjunto dessa obra senta praça na antessala de um escândalo que o Parlamento contratou para si.

  7. UM PARTIDO “POPULAR” SEM VOTOS DO POVO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Há 20 anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) vivia o seu zênite eleitoral. No segundo ano do primeiro mandato de Lula da Silva, o PT levou nada menos que nove capitais. No total, foram 411 prefeituras. Já em 2020, o partido amargou o seu nadir. Foram zero capitais e 183 prefeituras, 71 a menos do que em 2016. Foi o pior desempenho desde a redemocratização. Mas tudo indica que o pior está por vir.

    Hoje o partido só tem chances de eleger candidatos em quatro capitais, mas a tendência é de derrota em todas. O cenário em São Paulo, berço do PT, é sintomático. Em 2012, o PT elegeu prefeitos em quase um terço dos 39 municípios da Grande São Paulo. Hoje não lidera em nenhum. Mesmo em seu tradicional bastião eleitoral, os sete municípios do Grande ABC, o PT é competitivo só em dois, e mesmo aí seus candidatos estão tecnicamente empatados com os adversários e lideram os índices de rejeição.

    O que mudou? Certamente não o PT. É a mesma ideologia estatizante, a mesma hostilidade à iniciativa privada, o mesmo corporativismo com setores do funcionalismo público, o mesmo discurso da “luta de classes”, a mesma retórica maniqueísta do “nós contra eles”, a mesma geopolítica terceiro-mundista.

    O que mudou foi o Brasil, esse é o problema – do PT, claro, não do Brasil. E mudou, em grande parte, pelos desmandos do PT. Nos últimos 20 anos, o partido governou o País por 14. Apesar de Lula propagandear a ilusão de que sabe como fazer a economia crescer, nesse período – mesmo durante o superciclo das commodities – o País cresceu abaixo da média dos países emergentes. Quando os dogmas desenvolvimentistas petistas foram aplicados em toda a sua pureza pela criatura de Lula, Dilma Rousseff, o resultado foi uma recessão que devorou cerca de 10% do PIB em dois anos, dizimando os supostos avanços da “classe trabalhadora”.

    Foi o PT que protagonizou os grandes escândalos de corrupção da Nova República, o mensalão e o petrolão, que tanto fizeram para desmoralizar a política e alavancar candidatos ditos “antissistema” como Jair Bolsonaro. Lula só venceu em 2022 com uma margem apertada pela aversão dos moderados a mais quatro anos de razia bolsonarista. Ainda assim, perdeu entre as classes médias e nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

    Mas Lula é, há tempos, muito maior que o PT. O verdadeiro tamanho do petismo se mede muito mais pelos minguados 130 deputados eleitos pela sua coalizão. Mais eloquente é a imagem das ruas vazias nas manifestações lideradas pelo PT em março, e ainda mais nos tradicionais festejos do Dia do Trabalho, quando o demiurgo em pessoa discursou para meia dúzia de gatos-pingados (os sindicalistas de sempre) no estacionamento do estádio do Corinthians.

    As eleições municipais são particularmente reveladoras, porque nelas o que está em jogo não é tanto a ideologia, mas a gestão pura e simples. Quem experimenta o modo petista de governar quer ver o partido pelas costas. Fernando Haddad, o último prefeito petista da capital paulista e cotado a sucessor de Lula, por exemplo, perdeu a disputa à reeleição em 2016 no primeiro turno. Em 2020, Jilmar Tatto terminou a corrida em sexto lugar. Tamanho é o vácuo de lideranças novas e críveis que, contrariando seus instintos mais viscerais, o PT renunciou a ter um candidato em São Paulo e apoia o psolista Guilherme Boulos. Mas nem Lula nem a dinheirama do fundo eleitoral estão conseguindo alavancar Boulos, que mal consegue chegar a 30% de intenção de voto e periga nem ir para o segundo turno.

    Não é só o PT. Entre as legendas de esquerda que conquistaram sete capitais há quatro anos, só um candidato, João Campos (PSB), no Recife, tem chances reais de vitória. A esquerda, é verdade, experimenta em todo o mundo uma crise de identidade. Mas, no Brasil, paga mais caro pelas décadas de subserviência ao projeto hegemônico do PT.

    “O PT é um partido de trabalhador que não trabalha, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”, disse certa vez Roberto Campos. Seria o caso de acrescentar uma quarta contradição: é um partido que se diz “popular” sem os votos do povo.

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