Foto e texto atualizados às 8h45min. Está é a notícia que corre a cidade nos Dia das Mães, confirmada nas redes sociais pela atual sua esposa Marlise Souza. A imprensa de Gaspar, como sempre, ainda em silêncio. O velório está marcado para começar neste domingo às 8h. O ex-prefeito (1973/77) estava numa festa comemorativa de Bodas Ouro, na Sociedade Canarinhos, quando foi acometido por um infarto fulminante no início da madrugada deste domingo. O que sempre mais temia era o infarto. Ele tinha 77 anos; nasceu em Ilhota no dia12 de agosto de 1944. Tinha seis filhos, nove netos e dois bisnetos.
O comentário virá depois da comoção.
Perdi um leitor assíduo que me aplaudia naquilo que lhe era favorável e um crítico duro naquilo que tocava nos seus calos, indiretamente nos interesses políticos e que já não eram muitos, e nos seus negócios, onde era um ente estratégico como poucos no ramo imobiliário.
Não éramos próximos. Respeitávamos mutuamente. Ela sabia que eu não era fácil e não dependia dele em nada para ser induzido, seduzido ou manobrado. E que por isso, não teria a menor dúvida de confrontá-lo, se provocado.
Era um padrinho contumaz de candidatos políticos sem expressão, o que por si só mostrava sua força política e o ente e bicho político nato que era.
Sempre fazia uma opção pelos fracos. São os que geralmente, se não estão mentindo e vestidos em peles de cordeiros, dobram-se mais facilmente a um líder ou a um chefe cheio de interesses de poder.
Deixou, com a sua morte, muito “político viúvo” sob todos os aspectos: os que usavam o nome dele para arrumar votos, intimidar eleitoralmente adversários e marcar espaços, bem como se dar bem financeiramente nas campanhas eleitorais.
Por conta disso, o político Paca apontava nas conversas, não tão íntimas assim, de que foi traído por gente que depois da sua ajuda e se saiu bem, “achava-se liberto” do passado onde precisou da benção e “ajuda” do padrinho. Paca também sabia que isso era do jogo e do risco do jogo.
E quase sempre tinha troco. E ele preparava mais um. Estava inconformado como a prefeitura de Gaspar – e seus “çábios” – que se tornou num caos para o setor imobiliário – e seus interesses – a secretaria de Planejamento Territorial e Meio Ambiente.
O “novo” MDB de Gaspar, aliás, já tinha o Paca como um entrave há algum tempo. Vergonhosa manobra. Nem respeitar a história, o partido o MDB mais é capaz. Finge, trai e manobra sorrateiramente. E hoje é dia de mostrar esta face fingida, inclusive nas homenagens e comentários nas redes sociais, nas entrevistas de oportunidade e na terça-feira, na discurseira na Câmara de vereadores.
Se bem que Paca não teria do que reclamar. Foi homenageado e reconhecido em vida, várias vezes. conheceu também a falsidade nesse ambiente. E a presença dele ontem no casamento foi uma amostra de como era um ente comunitário ativo, reconhecido, icônico e querido.
Vindo de Ilhota, aqui começou como açougueiro. Uma referência de que venceu pela superação.
De poucas letras, foi mestre nas ideias e até nas composições para salvar interesses da cidade e dele próprio. Defeitos tinha muitos, como eu os tenho. Mas, as suas virtudes e bondades eram superiores, fato que, naturalmente, penso, difere-me dele. Paca, no entanto, era, disfarçada e silenciosamente, um abatedor certeiro de inimigos e adversários, dos que lhe contrariavam e como poucos. Um ninja!
A cidade perdeu, na verdade, parte da sua história política e até empresarial ativa.
E a morte de Paca para o mundo político local, é o melhor, atual e vivo sinal de que o MDB de Gaspar está cada vez mais fraco e com o mesmo destino de definhamento do que o de Blumenau, ou daquilo que se reduz em Santa Catarina, depois de uma história marcante no processo de redemocratização do país.
Agora, mais do que antes, o MDB de Gaspar é um amontoado de interesses desconectados e dele, Paca vinha sendo um mordaz crítico disso e do que está instalado na prefeitura de Gaspar. Meus sentimentos à família.
TRAPICHE (atualizado às 14h10min)
O velório do empresário e ex-prefeito Osvaldo Schneider, acontece no recinto da Câmara Municipal, Gascic, prédio que é de propriedade da família. Ele, segundo a família, encerra-se amanhã às 8h, quando o corpo de Osvaldo irá a Blumenau, para ser cremado.
Os dois maiores pagadores de contas dos políticos do MDB de Gaspar, já morreram: Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho (dois de abril de 2006), não por acaso ex vice prefeito de Paca e depois de muito tentar, prefeito que não terminou o mandato entre 1997/99 e agora, Osvaldo Schneider. Ficaram os que viviam, ou vivem dessa mamata.
Paca foi sogro de outro ex-prefeito eleito pelo MDB gasparense, Adilson Luiz Schmitt (2005/09), hoje sem partido. Viveram sempre às turras no ambiente político. É uma história de amor e ódio. Com ela, Adilson experimentou o pão que o diabo amassou, e muito disso, diga-se, por culpa do próprio Adilson.
Este pessoal que domina o MDB de Gaspar nos dias de hoje não tem nada a ver com o velho e histórico MDB – de Nadinho e Paca – egresso do ex-PSD que rivalizou com a Arena, filha da ex UDN e no que veio dar hoje no PP. Esta rivalidade era a vida da cidade. Bons tempos.
Até que, para sobreviverem, e enfrentarem o que os surpreendeu nas eleições de 2000, o PT amarelo de Pedro Celso Zuchi, os adversários, então inconciliáveis, juntaram-se já no tempo do Adilson. E ele se elegeu com o empresário Clarindo Fantoni, como seu vice. Derrotam Zuchi.
De lá para cá, a camisa, a cor, a ideologia saíram do MDB e PP, tornaram-se negócios,. Até a bíblia, falsa e diabolicamente foi e está sendo usada para se conquistar votos de gente de pouca fé, e assim eleger gente ambiciosa em tempos de redes sociais e marketing imagem maquiada para analfabetos, ignorantes e desinformados. Acorda, Gaspar!