Revisado e alterado às 15h10min. No sábado à noite aconteceu na Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, a missa de Sétimo Dia pela memória do empresário, empreendedor, filantropo, político e ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca, um dos fundadores do MDB em Gaspar. Assunto velho, se não por um detalhe e que bem mostra como os homens são frágeis e falhos, mesmo os que em nome de Deus exaltam à perfeição Divina.
Não há em Gaspar, uma comunidade católica de bairro – e olha que há dezenas numa cidade que é conhecida por ser berço de padres, bispos e arcebispos – e até, a própria Matriz, que não tenha sido ajudada pelo católico – que já casou uma vez na Igreja Luterana -, Osvaldo Schneider.
Não só porque assim ele assim queria, mas porque, essa gente toda sabia onde havia bondade e disposição para ajuda e socorro financeiro.
E só escrevo isso, por dever de ofício de quem olha a maré, a cidade, suas virtudes e, principalmente, as suas incompreensões existenciais. Repito o que já escrevi: nunca fui próximo de Paca. Um pouco mais novo do que ele na idade, pouco o vi, ou ele falou comigo e nos raros, foi direto. ele também sabia quem eu era.
Este tipo de assunto que abordo neste artigo, todavia, diz muito do que é a cidade e de como ela se move na sua falta de respeito e memória, digamos assim.
Tenho batido vigorosa e repetidamente nesta tecla. E por causa disso, tenho sido criticado duramente. É parte do jogo, da chaga aberta, da imperfeição.
Pois não é que a viúva Marlise – a companheira dos últimos tempos de Osvaldo Schneider – teve negado previamente pelo padre que rezaria a missa, o pedido de, na cerimônia, que não era exclusiva, diga-se como esclarecimento prévio, fosse lido a “Oração de Santo Agostinho”, a predileta de Paca?
A ingratidão começou cedo demais, e onde o acolhimento é essencial nestes momentos de dor e expiação. “Deus de meu coração e minha partilha, Jesus Cristo em vós em meu coração desfaleça, e sede vós mesmo a minha vida“, dizia um trecho dessa Oração que não pode ser compartilhada e basicamente, pedia o acolhimento eterno pelo amor.
Este exemplo de ingratidão, está muito mais claro e recorrente no ambiente político onde Paca transitava e até dominava, apesar do constante fogo amigo dentro do MDB. Tudo isso, no fundo para deixá-lo cada vez menos influente. T
Teve gente que até que insinuou que, por estar com ele nos últimos momentos da sua vida, teria por isso, aceitado como sinal e direito ao legado nesse espólio político que se abriu sem um consenso daquilo não é possível herdar, pois que não não se houve uma construção compartilhada e solidificada.
Afinal, quem são os “paquistas” em Gaspar?
O próprio Paca tratou em vida de evitar essa miséria política.
Sabia ele, que no fundo teria que bancar financeiramente gente que faria pouco pela ideia e quando no poder, não dividiria o resultado dessa conquista. E essa é a Gaspar que relato, que vivia escondida do debate público. Ela é igual a tantas outras que são expostas cotidianamente. Nada de novo, então!
Pelo pouco que o conhecia, sabia que os movimentos de Paca na política eram claros quanto são o de um empreendedor, como ele era. Ou seja, as emoções não devem ser o centro dos movimentos que precedem e precisam de inteligência, pragmatismo e oportunidade para produzir os resultados pretendidos.
E o pragmatismo de Paca estava, em primeiro lugar ninguém ser mais importante do que ele, em segundo, em descartar quem lhe devolvia a ingratidão – mesmo sob disfarces ou desculpas esfarrapadas – como paga do socorro ou da aposta que emprestou. Essas ingratidões dariam vários artigos que você, naturalmente, só leria aqui.
Hoje há dois grupos de “viúvas políticas” que se ensaiam pelo espólio de Paca, e fazem isso, exatamente, por não terem discursos, ou votos, ou estrutura, ou liderança, ou resultados próprios.
No primeiro deles, está o vice-presidente do MDB, Valter Morello, a ex-vereadora Ivete Mafra Hammes e o vereador Francisco Hostins Júnior. No segundo, o presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira. Ele é quem mais perdeu com o falecimento de Paca, exatamente por ser um poste à espera de um padrinho à qualquer oportunidade para suceder Kleber.
E por fim, onde está prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB nesta história toda? Está no grupo dos ingratos. Isso dito pelo próprio Paca e pedido, na época, para nada se comentar nada sobre como o ajudou e era, sistematicamente, excluído sob as mais variadas desculpas esfarrapadas.
“Ele não é MDB”, resumiu-me para dizer que Kleber falhava como grupo político, que ouvia mais os interesses do Templo, que era mais outro influenciado pelos interesses familiares e da esposa. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Perguntar não ofende. E esta é da semana passada. Onde estava sexta-feira – dia de trabalho normal – o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, um dos mais altos salários de Santa Catarina, R$31.929,68, superior ao de Blumenau, por exemplo?
Depois da representação político-religiosa que emprestou ao prefeito de fato de Gaspar, o deputado estadual Ismael dos Santos, PSD, num encontro bíblico, o sábado e domingo foram dias de descanso. Kleber já estava de volta a Gaspar.
O choro da humildade e preocupação. O vereador José Carlos de Carvalho Júnior, MDB, reconheceu em discurso na Câmara, que se elegeu graças ao padrinho político que lhe acolheu, Osvaldo Schneider. Paca foi quem buscou e transferiu com sucesso, votos para o candidato a vereador.
Isto mostra bem o tamanho da encrenca na futura reeleição de Carvalho Júnior. Ainda bem que ele já passou em concurso municipal de ensino médio.
Por outro lado, na homenagem que prestou ao ex-prefeito Osvaldo Schneider, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB cometeu dois atos falhos.
O primeiro deles foi quando disse que Paca foi o único que fez o sucessor, Luiz Fernando Poli, que depois foi dar no PFL. Anhaia disse “que Paca tinha feito mal”. Anhaia, percebeu e corrigiu para: ” feito mais”, logo em seguida.
O segundo ato falho, foi quando Anhaia exemplificou o senso incorrigível na filantropia comunitária de Paca – e que vai fazer falta: “ele ajudou muito o Ferroviário”. Cumuéqueé? O Ferroviário existe?
O patrimônio do Ferroviário não foi vendido naquilo que o seu estatuto proibia, por ter recebido subvenção estadual? Hum!
O site da Câmara de Gaspar teve uma repaginada, mas aparentemente continua com os mesmo defeitos. E um deles grave, cheira à censura.
A sessão gravada da semana passada e disponível no site, está sem áudio quando o vereador oposicionista Dionísio Luiz Bertoldi, PT, contesta dados do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, argumentados pelo vereador Francisco Solano Anhaia, MDB.
Não tem jeito. A Câmara aumentou de dois para três o número de moções que cada vereador pode apresentar por ano. Elas, normalmente, são para louvar e assim criar discursos em busca de votos.
Tem coisa que publicada nas redes sociais conta contra. Por exemplo, as publicações das reuniões do PL de Gaspar neste final de semana com a minguada presença de “entusiastas”. Já em Ilhota…
“O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bammerindus continua numa boa”, dizia a letra do velho jingle. Pois é… Até agora, o vereador Ciro André Quintino, MDB, não conseguiu quatro assinatura de vereadores para o seu projeto que proíbe vereador eleito ser secretário municipal, presidente de Fundação e Autarquia sem antes renunciar ao mandato.
Essa gente continua lavando a minha alma.