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OS POLÍTICOS AINDA NÃO PERCEBERAM QUE A LÍNGUA É O CHICOTE DO DONO EM TEMPOS DE LIBERDADE DE ACESSO DOS CIDADÃOS ÀS REDES SOCIAIS E APLICATIVOS DE MENSAGENS

Se você é leitor ou leitora deste espaço, você já leu esta observação abaixo, MUITAS outras vezes. Então, vou repeti-la ou refrescar à memória dos “esquecidos”, ou para os novos por aqui.

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Rir, chorar ou excomungar? Eis a questão shakesperiana (a maioria dos políticos, eleitores e eleitoras nem sabe quem foi o maior dramaturgo, poeta e ator do idioma inglês e que influenciou o mundo nesta área, Willian Shakespeare 1564/1616, autor de “ser ou não ser, eis a questão“, em Hamlet). O governador Jorginho Mello, PL, lançou o “Programa Estrada Boa”. Ou seja, o remendo ao que está ruim – prejudicando a produção e à competitividade – e em alguns casos, qwuase intransitável nas rodovias e estradas estaduais. 

Naturalmente, nem tudo é culpa do governador no mandato. São anos de desprezo dos governantes e políticos gestores neste ambiente da secretaria de Infraestrutura e Mobilidade. Foram também remendos malfeitos (e caros) bem como a deterioração pelo uso sem a devida manutenção. Vão fazer mais uma bilionária operação remendo. Inventar estes programas é recorrente e faz a festa de muita gente. Dá discurso, dá prestígio, dá alinhamentos, dá propaganda e até votos.

Retomando. Mas, Jorginho em campanha, disse que isso era uma vergonha – e é. E naquilo que prometia, logo nos primeiros dias de governo iria dar um jeito. Por isso, ganhou votos e se elegeu. Nove meses depois, a promessa se torna uma propaganda para se ao menos destapar a chaleira sob pressão. Para sair do papel o que diz a propaganda será outra distância tão longa como esta pela espera por uma ação concreta. Nem mais, nem menos.

No dia dez de agosto, sob o título “veja a lista completa das obras previstas no programa Estrada Boa”, da própria secretaria de comunicação do governo do estado e assinada por Thiago Santaella, listou-se as rodovias que estariam no programa. Confira aqui, se não houver nenhuma atualização eletrônica posterior no site do governo: Veja a lista completa das obras previstas no programa Estrada Boa – ACN – Agência Catarinense de Notícias (estado.sc.gov.br) 

E nesta lista oficial e acima – se não for alterada – não está a Rodovia Ivo Silveira, a picada que os políticos de Gaspar querem que ela continue assim, em mão dupla entre Gaspar e Brusque. Registrei esta ausência – para desespero dos políticos locais -quando da vinda do governador a Blumenau para a marquetagem, a última região do estado que ele escolheu para esta papagaiada – apesar da importância econômica e eleitoral do que se diz ser hoje o tal Vale Europeu.

Um parêntesis antes de prosseguir. O que de fato se fez nos últimos dias, foi um remendo perto de uma lombada eletrônica que Gaspar botou lá na parte que se chama de Avenida Frei Godofredo porque com a buraqueira que existia, o pardal não pegaria ninguém acima da velocidade máxima permitida na sua área de autuação da infração. Seria prejuízo na certa. Também registrei isto.

Voltando ao fio da meada

Esta observação de que a Rodovia entre Brusque e Gaspar não estava na lista oficial – e só eu mencionei, mas estava na cara de todos os políticos, empresários e da imprensa – gerou um mal-estar no teatro semanal do presidente da Câmara de Gaspar e campeão de diárias, Ciro André Quintino, MDB. 

Logo ele, cabo eleitoral do deputado estadual Jerry Comper, MDB, de Ibirama e que está secretário de Infraestrutura e Mobilidade do governo de Jorginho Mello. E é para o gabinete do seputado secretário que Ciro ruma quase todas as semanas quando vai a Florianópolis. Até então, na propaganda que inunda as redes sociais, programa de rádio, entrevistas, contatos que filma como se ator fosse na secretaria, nos empresários daqui, ciro jurava que recuperação da picada entre Gaspar e Brusque estaria na lista de melhorias. Não estava. Pelo jeito, nem o secretário tinha controle desta lista. E se tinha, deixou mais uma vez o Ciro pendurado com a brocha na mão.

O que aconteceu esta semana depois do remendo real da rodovia picada para que tudo ficasse bem na lombada eletrônica? Mais uma patetice. 

Para mais uma vez justificar a “viagem”, o vereador Ciro resolveu levar empresários a Florianópolis para “visitar” o secretário Jerry. Qual a razão disso? Ora, vejam só:  pedir o remendo da rodovia-picada e que pelo jeito o governo de Jorginho desconhece a importância dela não para Gaspar e Brusque, mas para a região, mesmo sendo ela uma picada.

E a cara de pau não parou aí e o ato de zombar com o povo daqui não parou por aí. Tanto Ciro como o deputado secretário saíram por aí na imprensa amiga assinando o recibo de que foram passados para trás naquilo que Ciro jura ser sua área de influência no governo do Estado. É novo fim da picada. Agora, está dito pelo próprio secretário de que a melhoria vai sair. Nos bastidores, explicam que o deputado tem uma cota de R$200 milhões para destino dele dentro da secretaria e que o remendo vai sair desta cota. Agora é esperar mais uma vez e conferir. Meu Deus! Duplicação da rodovia, ninguém quer. 

Não é à toa que o vereador Ciro esteja postando nas suas redes sociais ele ajoelhado em frente de santos – em grutas, capelas e igrejas -, pedindo por milagres. A escolha é de cada um: rir, chorar ou me excomungar. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O colaborador Miguel José Teixeira, morador de Brasília, bem identificado com Gaspar, ao ler sobre o desprezo da cidade com Maria Cândida Höeschl do qual escrevi ontem em QUEM VAI CUIDAR DO SIMPLES TÚMULO DA MAIOR DOADORA DE TERRAS DO CENTRO DE GASPAR, A DONA MIMI HÖESCHL? HOJE AS TERRAS DELA VALERIAM CENTENAS DE R$ MILHÕES, observou: ” no mínimo, a memória da dona Mimi Höeschl deveria ser preservada em um mausoléu!”

Ao que retruquei: esta é a Gaspar, sem memória. E sem a sua própria História. A começar por quem a emancipou [Jacob Schmitt], um gasparense que era o “prefeito” [nomeado lá] e que por causa disso virou inimigo público número dos blumenauenses [e com razão]. Aqui é esquecido. Outro, é o alemão Frei Godofredo, o maior empreendedor social que Gaspar já teve [até agora]. E assim vai…

Festa de igrejas. Depois de estarem sumidinhos por dois anos, os políticos de Gaspar que se assanham em pedir votos em outubro do ano que vem começaram a aparecer nas festas de capelas e igrejas de Gaspar. E sem cerimônias, estão fazendo filminhos como entendidos de santos, churrasqueiras e pessoas. E ainda se dizem diferentes dos que estão no poder de plantão.

Como mal funcionam as coisas. A vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, resolveu homenagear os ex-pracinhas gasparenses da FEB. Nada contra o gesto. Pelo contrário. Agora, a Lei – em curtíssimo período de tempo que vigora – já foi modificada várias vezes para corrigir, incluir e excluir nomes. O que demonstra isto, ainda mais para uma professora que já foi secretária da Educação? Que estudou e pesquisou mal o assunto, ou foi mal assessorada. É a tal Gaspar sem memória e fontes para estabelecer a sua história com “h”..

Em Brusque, o ex-assessor de Pedro Celso Zuchi, PT, ex-deputado estadual, e ex-prefeito cassado, Paulo Roberto Eccel, PT, foi salvo pelo Tribunal Regional Eleitoral. A cassação da candidatura dele a prefeito no dia três de setembro determinada pelo juiz eleitoral da Comarca foi suspensa. Acredita-se que até a eleição o mérito seja julgado. E se não for e por acaso Eccel for o vencedor, estará estabelecida mais outra confusão.

O que fica de lição nisso tudo para quem pensa em se coligar nas eleições do ano que vem? Olhar as contas dos parceiros. Foi isso que pegou em Brusque contra o PT que não olhou os dotes dos parceiros. Eccel se juntou com o Solidariedade, PV e PCdoB. Aqui em Gaspar tem partido devendo prestação de contas na Justiça Eleitoral faz tempo. Então está na hora de se coçar.

Vou ser repetitivo naquilo que já escrevi há poucos dias aqui. “No Brasil, a imprensa é muito séria. Se você pagar, eles publicam até a verdade”. Este achado é do compositor, músico e humorista Juca Chaves (1938/2023). Como eu não cobro nada de ninguém, concluiu-se que eu não sou da imprensa. E todos ficam chateados.

A diferença. Na quarta-feira, o sempre reeleito prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, PSD, ex-deputado estadual pelo PSDB, apresentou a nova Central Funerária de lá. A ação é coordenada pela sua secretaria de Assistência Social e que ao que parece, funciona para a cidade e o cidadão mais necessitado.

Qual a novidade entre tantas daquela Central Funerária? Um tipo de caixão, chamado de “social” será de graça – que o prefeito de lá jura não ser de pinus. Nesse “gratuito” para a parentagem do morto que provar não ter condições econômicas, a prefeitura bancará parte dos custos e outra parte é da concessão dos que explora o serviço em Criciúma. Neste “gratuito” estará incluído o traslado do corpo na cidade, bem como a preparação do falecido para o velório. 

Outros dois tipos de caixões sociais estão tabelados: R$975,00 e R$1.526,00. E para quem tem dinheiro e quer fazer uma homenagem especial ao seu ente morto, há muitos outros tipos de caixões com preços liberados ao gosto do freguês. 

Já aqui em Gaspar, nem lugar no cemitério se tem mais para enterrar os mortos. E a cremação se apresenta quase como a única opção. E para isso, precisa vir ou se montar uma empresa emergencialmente. E esta gente está espumando quando se toca neste assunto das taxas e da falta de discussão com a sociedade. O que está pegando mesmo?

Com uma audiência marcada para às 18h30min de quarta-feira que vem no plenário da Câmara para debater as taxas num requerimento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, a prefeitura firmou posição e bateu pé: não quer ouvir os vivos que cuidam dos seus mortos nos nossos cemitérios. Foi assim que procedeu o relator da matéria na Câmara, Giovano Borges, PSD. Durante a tramitação do Projeto de Lei a toque de caixa, ele excluiu a audiência pública.

Ontem a prefeitura de Gaspar soltou um novo press release. Estava “convocando” os proprietários de túmulos nos dois cemitérios de Gaspar – Santa Terezinha e Barracão – para regularizarem a situação deles. E falam de uma tal urgência. E “reclamou” que a metade não comparece à agenda feita pelo WhatsApp que disponibilizou para “facilitar” para isso. 

Só o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, seus “çábios” não desconfiaram ainda que esta ausência nas agendas se chama insatisfação da população. Como diz o pessoal que está no poder de plantão e sem dinheiro no caixa, a máquina não pode parar. E a regularização dos cemitérios que arrecadar mais de R$3 milhões como a própria prefeitura já admitiu.

Nem os políticos papudos são capazes de promover a tal Capital Nacional da Moda Infantil. Foram eles que arrumar entre os políticos de Brasília este título para Gaspar. Quando querem presentear alguém e ser lembrado pela fama, dão uma cachaça premiada do Moendão, da família Schmitt. É lá no Poço Grande que elas são fabricadas, podem ser experimentadas, compradas e compradas, inclusive em lotes personalizados como fazem os políticos na busca de aproximação com gente graúda ou para aparecer nas suas redes sociais como importante.

Já a moda infantil… Onde é mesmo que ela está disponível? Onde está o selo de origem? O que a diferencia dos demais polos de produção? Até a mão-de-obra é escassa e não há programa municipal institucionalizado para suprir esta necessidade. Até o Senai, faz tempo, foi embora, porque a prefeitura não queria pagar o aluguel dele. E a “máquina não pode parar” argumentam os políticos no poder. Estão enebriados pela verdadeira cachaça de origem gasparense.

O ex-presidente da República e ex- presidente do MDB nacional, Michel Temer, veio a Santa Catarina para uma palestra-almoço a convite da ADVB-SC. Os políticos pegaram carona e na Assembleia Legislativa lhe entregaram o título de Cidadão Catarinense. Tudo bem. Tudo certo. A presidente do MDB de Gaspar, Zilma Mônica Sansão Benevetutti, preferiu ficar por aqui. Quem foi lá é quem está no MDB e diz que vai sair dele para se juntar à turma do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL. 

É o MDB de Gaspar sem liderança, ladeira abaixo e tudo porque, um dia, seus jovens, desprezando os que construíram o partido por aqui, decidira que deveriam imitar o outrora glorioso e referência, o MDB de Blumenau. Hoje, por lá, nem vereador o MDB sequer possui. Só muita cachaça para engolir esta tática suicida.

Chinelada I. Jair Messias Bolsonaro, PL, o mito, contratou um hacker, agente do PT, que derrubou a Lava Jato com invasões criminosas e que foram validadas na Justiça, para ser o seu agente e ganhar as eleições no grito? É isso? Insano. foi isso, que se viu ontem o dia todo com o depoimento de Walter Delgatti Neto na CPMI dos atos Golpistas ontem no Congresso Nacional. Delgatti por ser do crime, dá-se desconto. Agora, se o Coronel Mauro Cid falar, aí sim o mundo desabará.

Chinelada II. Ontem, depois de tanto tempo, a Polícia Federal prendeu um pastor em Blumenau por suposta articulação e participação nos atos golpistas de oito de janeiro. De concreto? Só que Dirlei Paiz era empregado do gabinete do presidente da Câmara de lá, Almir Vieira, PP. E somente há 40 dias. Sobre ele ser pastor, nenhuma denominação quis assumir esta ligação. em Gaspar, alguns bolsonaristas também trataram de relacionar ele com outros políticos.

Gaspar está sem chefe de gabinete. O funcionário público licenciado, ex-vereador e ex-vice-prefeito Luiz Carlos Spengler e presidente do PP, está acamado com erisipela.

Sonho meu. O vereador de Alexsandro Burnier, PL, que não esconde de ninguém que quer fazer da política uma profissão, na ida a Assembleia Legislativa postou uma foto, perguntando se já não estava na hora de Gaspar ter um deputado estadual. Primeiro, Gaspar já teve deputado estadual. Segundo, no caso dele, é preciso perguntar ao chefe político dele, o deputado Ivan Naatz, PL. Naatz está vestido de deputado federal para a eleição de 2026. Só não saber o que fará em 2024.

Quinze empresas ditas de segurança estão na mira da Polícia Federal em Santa Catarina por não cumprirem vários requisitos para assim serem chamadas e agirem. A PF as classifica como clandestinas. Uma é de Gaspar.

Perguntar não ofende: o quadro de professores e auxiliares na rede municipal de Gaspar já se completou? Bom final de semana. Acorda, Gaspar!

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14 comentários em “OS POLÍTICOS AINDA NÃO PERCEBERAM QUE A LÍNGUA É O CHICOTE DO DONO EM TEMPOS DE LIBERDADE DE ACESSO DOS CIDADÃOS ÀS REDES SOCIAIS E APLICATIVOS DE MENSAGENS”

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  3. A RAIZ DE TODOS OS DELITOS, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    Quando os governos se metem com resolvedores de problemas, as tramas ganham muitos detalhes, mas na essência, saem da mesma raiz e acabam criando encrencas muito maiores.

    No filme Oppenheimer apareceu brevemente a figura do coronel americano Boris Pash.

    Ouvindo grampos do FBI, ele tentou afastar Robert Oppenheimer do projeto da bomba atômica.

    Filho de um padre russo, Pash havia combatido na guerra civil contra os bolcheviques. De volta aos Estados Unidos, casou-se com uma aristocrata e, durante a Segunda Guerra Mundial, entrou para o Exército. Em 1945, numa operação brilhante, ele participou da captura de toneladas de urânio bruto e material radioativo na Alemanha.

    Com a Guerra Fria, Pash entrou nas operações paramilitares do governo americano e acabou na Central Intelligence Agency. Nos anos 1960, ele estava no planejamento de uma operação para envenenar os charutos do cubano Fidel Castro.

    Nessa armação, Pash tratou com outro funcionário da CIA. Chamava-se Everette Howard Hunt.

    No dia 22 de novembro de 1963, noutro braço dessa trama, em Paris, a CIA entregaria a um cubano uma seringa para injetar veneno em Fidel Castro. Quando chegou a notícia de que o presidente Kennedy havia sido assassinado em Dallas, o esquema foi desativado.

    Hunt, contudo, continuaria em ação. Em 1972, ele dirigiu a operação que colocaria um grampo na sede do partido Democrata, no edifício Watergate, em Washington. Deu tudo errado, Hunt foi para a cadeia e o presidente Richard Nixon acabou perdendo o mandato.

    Neste ano completam-se 60 anos do assassinato de John Kennedy e, mais uma vez, o crime será revisitado. Por mais que se duvide, merece crédito a conclusão da comissão do presidente da Corte Suprema, Earl Warren: aquilo foi coisa de Lee Oswald, e só dele.

    Para quem gosta da dúvida, fica uma frase de Lyndon Johnson, o vice que assumiu a presidência: “Kennedy estava tentando pegar Castro, mas Castro pegou-o primeiro.”

    Johnson disse isso a um jornalista anos depois. Ele mentia muito, mas era o presidente dos Estados Unidos.

    No Brasil, um governo que começou assombrado pelas rachadinhas de Fabrício Queiroz, acabou metido num esquema de grampos e falsificação de urnas eletrônicas com Walter Delgatti.

    Queiroz, como se sabe, escondia-se na casa do advogado Frederick Wassef que, por sua vez, resgatou um Rolex saudita vendido a uma joalheria americana.

    Mundo pequeno. No ano passado, Delgatti tramava com a deputada Carla Zambelli, depois de ter ganho notoriedade capturando comunicações dos promotores de Curitiba durante a Operação Lava-Jato, do juiz Sergio Moro.

    Em fevereiro de 2020, no apogeu do bolsonarismo, o então ministro e hoje senador Sergio Moro dançou uma valsa com a noiva no casamento da deputada Zambelli.

    A turma brasileira é polivalente.

    O TAMANHO DE BOLSONARO

    Quando o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com Walter Delgatti no Palácio da Alvorada, mostrou o respeito que tinha pelo cargo que ocupava.

    Bolsonaro contribuiria para os costumes reconhecendo que a operação de resgate das joias sauditas foi desencadeada por seus subordinados com seu conhecimento. Chefe não joga subordinados às feras.

    O SILÊNCIO DE BARROSO

    Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até fevereiro de 2022, o ministro Luís Roberto Barroso comeu o pão que Asmodeu amassou lidando com oficiais encarregados de verificar a neutralidade das urnas eletrônicas. Conviveu com astúcias, negaças e mentiras.

    A cada conversa, com a tarimba de advogado e a cautela de magistrado, mostrou aos militares com quem conversava (de todas as patentes) os riscos que as Forças Armadas corriam, como instituição, metendo-se no negativismo bolsonarista. Ouvia, advertia e calava.

    Deu no que deu e ele, calado, foi em frente.

    HADDAD X LIRA

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, meteu-se numa encrenca com o presidente da Câmara, Arthur Lira.

    Numa entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, Haddad disse o seguinte:

    “A gente saiu do presidencialismo de coalizão e hoje vive uma coisa estranhíssima, que é um parlamentarismo sem primeiro-ministro. (…) [A Câmara] está com um poder que eu nunca vi na minha vida. Penso que tem que haver uma moderação.”

    O presidencialismo brasileiro nunca mudou. Não há parlamentarismo algum, e a Câmara continua no exercício das atribuições que a Constituição lhe deu.

    É comum que o governo se queixe dos poderes do Legislativo e do Judiciário, mas assim é a vida.

    Erro mesmo é acreditar que o governo e a sociedade sejam encarnados por quem ganhou a eleição, quem teve voto.

    BOLSONARO DEIXOU VÍRUS

    Durante quatro anos Pindorama ralou com um governo que negava o risco da pandemia e a eficácia da vacina, exaltava a cloroquina e duvidava da neutralidade das urnas eletrônicas. Parecia ser coisa do Bolsonaro.

    Na quarta-feira , um apagão de energia afetou 25 estados e Brasília. Em pouco tempo, entrou em operação uma usina de fantasias. Culpava a privatização da Eletrobras, da energia eólica, ou, talvez, de sabotadores.

    A leviandade e a mentira revelaram-se suprapartidárias.

    O TREM-BALA IMORTAL

    Em março passado reapareceu o projeto do Trem-Bala capaz de ligar o Rio a São Paulo em apenas quatro horas.

    O projeto estava sepultado há uma década, depois de passar de boa ideia a maluquice e de maluquice a escândalo; o Trem-Bala gerou uma estatal, que acabou sobrevivendo. Ele renasceu em março, sob a forma de uma autorização para que a empresa TAV Brasil toque o projeto, com uma ressalva: a Viúva não entrará nesse negócio. Tudo privado.

    Passaram-se cinco meses. Não se sabe quem está interessado no investimento e não se conhece o projeto. Mesmo assim, o ministro dos Transportes, Renan Filho, já disse o seguinte:

    “Se houver investidor privado (…) Nós entendemos que é uma obra muito estruturante para o país e a gente pode eventualmente apoiar. Vamos dizer que a obra custe R$ 50 bilhões. Não dê para o empresário fazer R$ 50 bilhões, mas ele consegue fazer com R$ 40 bilhões. Precisaria de R$ 10 bilhões do governo federal. Se chegar nesse momento, acho que a gente pode discutir.”

    Em cinco meses, sem que exista coisa alguma, Renan Filho já aceita discutir um aporte de R$ 10 bilhões da bolsa da Boa Senhora.

    EREMILDO, O IDIOTA

    Eremildo é um idiota, mas sabe fazer as quatro operações.

    A Polícia Militar de São Paulo barbarizou durante uma operação no Guarujá, e morreram 16 pessoas. Em tese, numa operação desse tipo, os policiais deveriam ter câmeras nos uniformes.

    Dos 16 episódios que acabaram em mortes, a PM disse inicialmente que só tinha vídeos de nove confrontos. Depois, esclareceu que eles seriam sete e, por fim, enviou seis ao Ministério Público. Delas, só três tinham relação com as ocorrências. Duas não captaram o momento dos disparos e a outra não tinha informações relevantes.

    Como dizia Danuza Leão, fica combinado assim.

  4. APAGÃO DA RAZÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    A semana terminou sem que as autoridades responsáveis tenham obtido maiores avanços no esclarecimento do apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal na terça-feira (15). A precariedade de informações, porém, não impediu que PT e governo fizessem exploração política rasa do episódio.

    Até aqui, divulgou-se apenas que o problema teve início em uma linha de transmissão entre Quixadá (CE) e Fortaleza. Permanece nebuloso como o incidente deflagrou blecautes de alcance nacional —o que não deveria ocorrer.

    Foram descumpridos prazos dos protocolos de informações sobre o evento, a cargo do Operador Nacional do Sistema (ONS). Na quinta-feira (17), o órgão anunciou que o Relatório de Análise da Perturbação será concluído em 45 dias, em vez dos 30 habituais.

    Não há como subestimar o impacto do apagão, que poupou apenas o estado de Roraima, não participante do sistema integrado nacional. Houve até seis horas de transtornos, a depender da região, a partir das 8h31.

    Para expoentes petistas, as agruras vividas pela população pareceram boa oportunidade para associar —sem nenhuma base técnica— a falta de energia à privatização da Eletrobras, ocorrida em 2022 sob o governo Jair Bolsonaro (PL).

    Destacou-se nas diatribes ninguém menos que a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, ex-funcionária da ex-estatal.

    Mais grave foi o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), engrossar a cantilena desinformada. Titular de uma pasta que mal justifica sua presença na Esplanada, Silveira reclamou da desestatização, aprovada pelo Congresso, especulou sobre causas do apagão, a serem apuradas pelo ONS, e prometeu punições, o que cabe à agência reguladora do setor.

    Movido a ideologia estatista, corporativismo sindical e interesse em distribuir cargos para aliados, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta recuperar o comando da Eletrobras com uma esdrúxula ação no Supremo Tribunal Federal.

    Poucos fora da bolha governista levam a sério a iniciativa, mas o Planalto pôde contar na semana passada com o infalível parecer favorável do procurador-geral da República, Augusto Aras. Resta esperar que o STF proteja Lula de si mesmo e do pior de sua agenda passadista —por ora, felizmente, contida pelas imposições da realidade.

  5. A esquerda do atraso e a imprensa que a infesta esconde os pecados capitais de mesma origem que condenam na direita. Leia e compreenda. Somos tratados como tolos.

    A CIÊNCIA TAMBÉM É RELATIVA, por Eduardo Affonso, no jornal O Globo

    A oposição ao governo Bolsonaro passou três intermináveis anos clamando pelo respeito à ciência: vacinação, distanciamento social, uso de máscaras — tudo o que a Organização Mundial da Saúde recomendava no combate à pandemia de Covid-19. E, naturalmente, combatendo os tratamentos inócuos, cujas estrelas eram a cloroquina, a hidroxicloroquina e a ivermectina, coadjuvadas por azitromicina, bromexina, nitazoxanida, anticoagulantes (e os suplementos de zinco fazendo figuração).

    Felizmente houve a vacinação em massa — e esses medicamentos voltaram a ser usados apenas para o indicado nas bulas: malária, lúpus, pulga, carrapato, bronquite, faringite, amebíase, diarreia etc. Em 2022, os opositores do negacionismo científico ganharam as eleições.

    Então a ciência venceu, certo? Errado. Ela era só uma aliada de ocasião. À Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS — que já contemplava (graças aos paladinos da ciência…) dança de roda, constelação familiar, autocura e imposição de mãos para o restabelecimento do equilíbrio do campo energético e transmissão de energia vital —, veio se juntar a ozonioterapia, recentemente autorizada pelo presidente Lula. Se as primeiras não fazem mal — a não ser aos cofres públicos —, essa última enfrenta resistência da Associação Médica Brasileira e do Conselho Federal de Medicina.

    Não bastasse, foram reconhecidas as “manifestações da cultura popular dos povos tradicionais de matriz africana e as Unidades Territoriais Tradicionais de Matriz Africana (terreiros, terreiras, barracões, casas de religião etc.) como equipamentos promotores de saúde e cura complementares”. Já imaginou se Bolsonaro tivesse incluído no SUS as sessões de descarrego das igrejas neopentecostais? A reação “pró-ciência” teria sido ensurdecedora.

    Achando pouco misturar ciência e religião, a Resolução 715, de 20 de julho de 2023, do Conselho Nacional de Saúde, vai mais longe. Tomada de lirismo piegas (“Para novos amanhãs, é necessário construir novas manhãs”), investe contra “a lógica ultraneoliberal derrotada nas eleições de 2022”, fala em “fortalecer o Estado Democrático de Direito”, enfrentar o patriarcado, garantir os “direitos reprodutivos das mulheres, meninas e pessoas que podem gestar”, combater as “desigualdades estruturais e históricas”, atuar “na defesa da solidariedade e da equidade entre os povos e com foco na cooperação Sul-Sul” e “revogar as regras fiscais que estabelecem teto das despesas primárias”. Pelo jeito, a receita da boa saúde é ideologia na veia.

    No mesmo documento, há um ótimo argumento para essa militância:

    — A saúde não é viável sem democracia e sem democracia não há saúde.

    Tal doutrina, aparentemente, ainda não valia no tempo da importação de médicos cubanos.

    O que falta para o SUS — que está longe de conseguir atender adequadamente às demandas essenciais da população — oferecer pílulas de Frei Galvão, água benta, johrei e pajelança? Todos são recursos terapêuticos de largo uso no país…

    Alguém nos rogou a maldição de viver em tempos interessantes, quando a ciência varia ao gosto do freguês. Podemos até morrer de surto, de bala perdida ou de Covid-19, mas não de tédio.

  6. FALTA GOVERNANÇA, por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo

    Da reforma ministerial em andamento, sabe-se de certo mesmo apenas o nome dos dois deputados do Centrão que serão ministros: Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA). Para que ministérios, há informações e não informações circulando nos bastidores. Também há incerteza sobre os empregos dados aos ministros atuais que perderão seus postos.

    Há, pois, intensas negociações, mas procurará em vão quem tentar encontrar algum debate, sequer uma menção à capacidade dos indicados e às políticas que desenvolverão nos cargos. Qual o problema? — se poderia dizer. Se não se sabe para que ministério vai o deputado, como discutir capacidades e programas de governo? E assim ficamos: primeiro escolhe-se o nome, depois o cargo, e aí se vai ver o que ele poderá fazer. Governança zero, mas — quer saber? — não é isso que importa nesse sistema. As negociações envolvem verbas e cargos incluídos nos ministérios, além da capacidade do indicado de conseguir, no Congresso, verbas e votos para o governo.

    Há países em que o nome do ministro importa pouco. São, em geral, aqueles com sistema parlamentarista e uma administração pública profissional, que funciona na base de regras, e não conforme a simples vontade do ministro. Claro que o ministro leva para o cargo a orientação política e ideológica de seu partido, vencedor das eleições: gastar mais em educação ou em obras; ampliar ou não a rede pública de saúde; subsidiar ou não carros elétricos; explorar petróleo ou não; e assim por diante. Mas os programas são tocados por profissionais de carreira. Em poucas palavras: o primeiro-ministro e seus ministros nomeiam poucas dezenas de assessores diretos.

    Aqui, são milhares de nomeações. O que até facilita as negociações, não é mesmo? O partido tal indica o ministro, mas o secretário executivo vai para outro, o diretor financeiro para um terceiro, e assim segue. De novo, a preocupação com governança passa longe. Alguns partidos mais poderosos levam o ministério inteiro — de porteira fechada, se diz, quando o novo ministro indica toda a cadeia de administração. Claro, não é por capacidade e por programas, mas pela quantidade de apoio que pode assim arranjar para o presidente.

    Se determinado político pode ir para qualquer ministério, seguem-se duas possibilidades: ou ele sabe tudo de governo, e pode tocar qualquer parada, ou não sabe nada, e aí não importa mesmo onde esteja. Dá nisto: acontece um apagão, técnicos desaparecem, e ministros políticos ocupam espaços para apresentar especulações. Ou nisto: o governo anuncia um PAC e depois vai procurar recursos para tocar as obras e programas. E nesse PAC há políticas contraditórias, como acontece no caso da exploração de petróleo.

    O Brasil precisa de muitas mudanças para se tornar um país rico, de renda per capita elevada. Por exemplo: reforma tributária, de modo a simplificar o sistema; educação pública de qualidade; abrir a economia para os negócios privados, nacionais e estrangeiros; aumentar o financiamento do SUS. Mas precisa também diminuir o tamanho do governo para torná-lo mais eficiente — capaz de fazer mais, melhor com menos gente. Boa governança já ajudaria bastante.

    Petróleo verde

    Por falar em governança: a Noruega vive um dilema parecido com o nosso. Tem uma agenda ambiental — é o maior financiador do Fundo Amazônia — e produz petróleo. Garante a segurança energética da Europa. E a empresa produtora é estatal. Exporta cerca de US$ 180 bilhões por ano. Uma contradição, mas há governança no modo como lidam com isso. Parte-se de um ponto: o mundo ainda se move e produz com petróleo. Só que isso vai destruindo o meio ambiente. A proposta deles: aplica-se o dinheiro do petróleo nas políticas de transição para energias verdes. Por exemplo: o governo subsidia os veículos elétricos. São isentos de impostos e não pagam pedágio. Hoje, 80% dos carros novos vendidos são elétricos. Em dois anos, serão todos. É só um exemplo. Pode-se discordar, mas tem lógica aí.

  7. LADRÕES SEM CASACA, por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo

    A canoa de Jair Bolsonaro virou, e foi ele quem deixou ela virar, conforme atestam os fatos e agora dois de seus comparsas na trajetória de ilicitudes que fatalmente o levarão à prisão. Mauro Cid e Walter Delgatti resolveram dar com a língua nos dentes a fim de atenuar os danos às respectivas peles.

    Quando começa assim, o efeito dominó é inevitável. Outras confissões apontando o ex-presidente como mandante dos crimes contra a saúde pública, o Estado de Direito, o sistema eleitoral e a reputações alheias virão.

    Os dias de liberdade de Bolsonaro estão contados. A ele resta a esperança de que seja visto como vítima de perseguição e, lá na frente, possa dar a volta por cima. Mira-se no exemplo de Luiz Inácio da Silva sem, no entanto, levar em conta as abissais diferenças entre as figuras e as circunstâncias de um e de outro.

    O hoje presidente da República, depois de ter passado 580 dias preso, jamais produziu as provas que o antecessor fabricou contra si. Lula foi acusado de ter sido favorecido por um intrincado e até sofisticado esquema de corrupção envolvendo empresários amigos e políticos aliados. Safou-se em função de procedimentos indevidos, mudanças de regras e de entendimentos na Justiça.

    Já Bolsonaro protagonizou projeto mequetrefe de apropriação indevida do poder, cuja execução foi entregue a operadores igualmente chinfrins.

    Um presidente que abre as portas do Palácio, do Ministério da Defesa e do próprio partido a um estelionatário pago por uma deputada amalucada, e ainda manda o ajudante de ordens vender presentes de Estado para embolsar um dinheiro, não dá margem a qualquer dúvida razoável sobre sua culpabilidade, fechando o caminho de eventuais brechas legais.

    Jair Bolsonaro subestimou a República, fez pouco do Brasil, desdenhou da solidez das instituições, menosprezou instâncias de controle e investigação. Por isso se vê na iminência de pagar pelas pragas que rogou ao país.

  8. O barulho da taxa dos cemitérios mostra a FORÇA do POVO UNIDO.

    Gaspar só está ladeira abaixo pq a nossa OMISSÃO PERMITIU AOS NOSSOS (???) políticos pintarem e bordarem
    com o nosso SANGUE, SUOR e LÁGRIMAS.

    QUE A PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS SESSÕES PLENÁRIAS DA CÂMARA DE VEREADORES,
    TODAS AS TERÇAS,
    ÀS 18:30,
    PRESENCIAL OU PELA INTERNET,
    SEJAM UMA CONSTANTE PARA QUE
    POSSAMOS DAR UM ALÍVIO AO NOSSO LOMBO
    CHEIO DE FERIDAS E BICHEIRAS.

    1. Posso discordar?

      O barulho da taxa dos cemitérios mostra a FRAQUEZA DO POVO DESUNIDO

      Por que?

      Povo unido não teria deixado todos, repito, todos os vereadores votarem contra eles.
      Povo unido não teria permitido o sumiço da audiência pública na mão grande como se fez na Câmara para este assunto.
      Povo unido não estaria submisso ao terror e ameaças do prefeito, vice, seus “çábios” aos que não forem lá como cordeiros regularizar – e pagar as altas taxas – no prazo que os vereadores aprovaram, sob pena de perder os terrenos de décadas.
      E por fim, povo unido não seria feito de bobo, tolo e imbecil pelos políticos como na CPI que se esconde para nada apurar dos áudios com conversas cabulosas com gente graúda do governo de Kleber e Marcelo

      1. Sim, o senhor tem razão..
        O maior problema dos gasparenses é a subserviência religiosa e muito bem EXPLIRADA pelos políticos daqui.
        Para eles, os políticos, a era da inquisição ainda ecoa nos fiéis e AMEDRONTA o ENFRENTAMENTO.

        Mas antes tarde e aos poucos do que nunca…

        Bom final de semana pro senhor e sua família 🙌🌈

  9. O REAJUSTE ADITIVADO DA PETROBRÁS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O pesado reajuste de gasolina e diesel anunciado pela Petrobras confirmou o que já estava subentendido: foi artificial a estabilidade interna dos preços dos combustíveis por mais de dois meses, enquanto petróleo e derivados acumulavam altas no mercado externo. Bloquear repasses por tanto tempo, ignorando o novo cenário, levou à pancada de 16,2% na gasolina e de 25,8% no diesel nas refinarias. E nem isso foi suficiente para zerar a defasagem em relação aos preços internacionais, como admitiu o presidente da companhia, Jean Paul Prates.

    Para que isso ocorresse, seria necessário aumentar ainda mais a dose. Prates revelou que, pelos cálculos da empresa, para equiparar preços domésticos e externos o litro do diesel teria de subir R$ 1; e o da gasolina, pelo menos R$ 0,50, em vez dos, respectivamente, R$ 0,78 e R$ 0,41 adotados. E aqui vale o parênteses: por pura estratégia de marketing, a Petrobras não divulga o porcentual do reajuste – a não ser, claro, quando se trata de redução –, como se assim conseguisse camuflar sua intensidade.

    Do mesmo modo que conceitos matemáticos elementares revelam os porcentuais, não é difícil perceber que os preços se mantiveram inalterados pelo tempo necessário para que o efeito benéfico sobre a inflação suscitasse uma avaliação favorável do Banco Central (BC), de modo a abrir caminho para a queda dos juros defendida pelo governo. Por óbvio, não foi o único motivo que afinal garantiu o afrouxamento monetário de 0,5 ponto porcentual, mas certamente pesou.

    Logo depois de anunciado o reajuste dos combustíveis, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que esse “grande aumento”, segundo suas próprias palavras, terá um impacto inflacionário entre agosto e setembro da ordem de 0,4 ponto porcentual. Conter os preços sem sustentação técnica traz prejuízos para a empresa e seus investidores. Mas é difícil contestar uma fórmula que, concretamente, não existe. Como já dissemos neste espaço, a Petrobras não pode desconsiderar que 63,4% de seu capital está em mãos privadas, enquanto a União exerce o controle com 36,6% do total de ações. Durante a contenção forçada de preços – que no caso do diesel correspondeu a três meses –, Prates e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se apressaram em dizer que a empresa não estava perdendo dinheiro.

    Ora, num mercado abastecido em parte por importações, é difícil imaginar uma conta na qual a empresa não saia perdendo, pois ela está entre os principais importadores dos produtos. Em torno de 15% da gasolina e 25% do diesel consumidos no País vêm de fora. Preços domésticos mais baixos inibem a atuação de outros importadores. A Petrobras tem a obrigação legal de garantir o abastecimento interno. A menos que consiga negociar, por contrato, importações mais baratas, a empresa compra por um preço e revende mais barato em suas refinarias. A matemática básica indica prejuízo em operações assim.

    Como companhia de economia mista controlada pela União, a Petrobras não deveria se pautar por decisões políticas, embora a ingerência de sucessivos governos sobre a empresa tenha se tornado corriqueira. Como todas as demais empresas listadas em bolsa, está sujeita à regulação de mercado e tem de observar regras de boa governança, em especial em respeito a seus investidores. Não pode ser um simples instrumento de governo, como agora, ao ser alçada à categoria de tábua de salvação para o fechamento das contas públicas. Para isso, poderá contribuir com R$ 30 bilhões em um acordo para encerrar litígios com a Receita Federal, como quer o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    A Petrobras também entra como caixa extra no novo PAC. Como principal empreendimento está a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, aquela que seria dividida com a Venezuela, que não contribuiu com um bolívar sequer. O projeto inicial, de US$ 2,3 bilhões, pulou para inacreditáveis US$ 18,9 bilhões, muitas acusações de sobrepreço e com a conclusão de apenas uma das duas unidades. Agora, a Petrobras é chamada a complementar a obra. Todos já viram este filme.

  10. TETO COM FUROS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    O PT e seus satélites na esquerda nacional fizeram da oposição ao teto de gastos federais um cavalo de batalha. Tratava-se, afinal, de um mecanismo criado para recuperar as contas públicas do desastre provocado pela irresponsabilidade orçamentária levada ao paroxismo pela petista Dilma Rousseff.

    No afã de provar que deixava para trás o teto, o governo Luiz Inácio Lula da Silva propôs uma nova regra de controle de despesas, pomposamente batizada de arcabouço fiscal, mais complexa e repleta de excepcionalidades —a ponto de a própria administração enfrentar dúvidas sobre como colocá-la em prática, como noticiou a Folha.

    Perto de ser aprovada pelo Congresso, a norma deve forçar aumento dos desembolsos em saúde já neste ano. Isso ocorre porque a área deixará de estar sujeita aos limites em vigor e voltará a seguir o ditame constitucional de aplicação mínima correspondente a 15% da receita corrente da União.

    Em tese, a mudança pode significar até R$ 18 bilhões além do que está previsto no Orçamento deste 2023, consideradas as estimativas atuais de arrecadação. Se for definido que a obrigação vale apenas para o período restante do ano, a conta cairia para R$ 6 bilhões.

    Em qualquer hipótese, o governo pode ter de obter o montante por meio de cortes politicamente dolorosos em outros setores —porque, falatório à parte, a realidade de um Tesouro deficitário não permite elevação geral de dispêndios.

    Perdeu-se oportunidade de rever a vinculação constitucional dos aportes em saúde e educação a percentuais fixos da receita. As duas áreas são obviamente centrais para o bem-estar e o desenvolvimento, mas tratar o gasto como um fim em si mesmo engessa o Orçamento sem garantir melhoria correspondente dos indicadores.

    Com o processo de envelhecimento da população, o SUS deverá precisar de recursos crescentes nos próximos anos; o mesmo não se dá no ensino. Nos dois casos, há que buscar aperfeiçoamento da gestão e lidar com as severas restrições fiscais imediatas.

    Melhor seria fixar metas plurianuais realistas de resultados e despesas necessárias, em vez de apenas garantir aos gestores um fluxo de verbas contínuo, imune a novas contingências e prioridades.

    Seja sob o moribundo teto de gastos ou o teto dissimulado da administração petista, é o esgotamento das finanças públicas que impõe manejo mais racional da despesa.

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