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EM UMA ÚNICA SEMANA QUATRO ATOS DO GOVERNO DE KLEBER E MARCELO DESMONTAM O SENSO DE GESTÃO E RESULTADOS NA PROPAGANDA OFICIAL QUE ELE VENDE À CIDADE NAS REDES SOCIAIS

Decididamente, diante da goleada, a semana passada não foi nada fácil para o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez; para a Bancada do Amém, onde estão onze dos 13 vereadores; bem como também para os “çábios” que orientam toda esta gente. Os “astros” se alinharam. Somou-se desde à piora na imagem negativa, à falta de credibilidade, a hipocrisia e até esperteza, aquela que come o dono. Elas correram soltas aos olhos de todos.

Então, a terça-feira dia, quatro de julho de 2023, foi uma daquelas datas a qual é para ser esquecida, ou para os prudentes, ser lembrada para que não se repita na malandragem dos políticos, os quais, teimosamente, insistem em tratar os seus próprios eleitores e eleitoras como tolos.

Começou logo no início da tarde daquela terça-feira, foto acima, com o desastroso “depoimento” do irmão de templo, ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, ex-secretário interino de Planejamento Territorial, ex-presidente da Comissão de Interventora do Hospital de Gaspar, e ainda presidente do PSDB de Gaspar, Jorge Luiz Prucino Pereira, na marota CPI. Ela foi criada na Câmara de vereadores para, supostamente, apurar as implicações dos áudios e “esclarecer” às conversas cabulosas de Jorge com outros interlocutores, também, possivelmente, agentes públicos.

Resultado? 

Um tiro no próprio pé do governo, da Bancada do Amém e vejam só, da CPI. Cada vez, está mais claro do que antes – e meus leitores e leitoras foram advertidos que tudo isso poderia ser uma espetáculos de ilusão -, de que os políticos no poder de plantão inventaram a CPI para nada apurar e ao mesmo tempo, inocentar o então principal articulador do prefeito Kleber na prefeitura.

Até o assunto que a CPI escolheu para perder tempo e dinheiro, a princípio, está baseada em fato inócuo, pois supostamente, não possui dinheiro público envolvido. E no depoimento, depoente não só confirmou isso, como disse desconhecer tudo, até a sua própria voz. Impressionante. Relatei no artigo publicado aqui na sexta-feira. Nesta terça-feira, um dos donos da Pacopedra está listado para depor. E deverá confirmar o fato e assim, desmoralizar o objeto da CPI.

A má repercussão – mesmo a reunião da CPI não tendo à transparência na publicidade que tal evento minimamente demandava de agentes públicos como respeito com a sociedade que lhes paga e os sustenta – de tudo isso e o vexame foram tão grandes, que a Bancada do Amém, na sessão no início da noite da Câmara da igual terça-feira, mesmo provocada pelo vereador Alexsandro Burnier, PL, tomou juízo. Ela ficou caladinha para não mais se enrolar naquilo que já tinha sido desmascarada e desmoralizada horas antes nas redes sociais, e principalmente, nos aplicativos de mensagens.

Na mesma sessão da Câmara, como segundo ato desta peça que nos arremete ao que explora o alagoano Ariano Vila Suassuna (1927/2014) , a Bancada do MDB, como num velório, um a um, saudou à volta do vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, como o melhor ex-secretário de Saúde que Gaspar já teve nos últimos tempos. Incrível como o governo de Kleber e Marcelo “conseguiu”, mais uma vez, à proeza de se desfazer do seu melhor secretário nesta área – e de outras -, exatamente quando ele estaria “colocando a casa em dia”, segundo admitiu o próprio vereador Junior Hostins, fato que fez questão de salientar na prestação de contas no primeiro discurso após 13 meses licenciado do Legislativo gasparense.

Júnior Hostins – e não é segredo na secretaria, prefeitura e na cidade – saiu da Saúde contrariado e cuspindo marimbondos de fogo. Junior Hostins não esconde esta mágoa, tanto que pegou umas “férias” para se “curar” dela. A julgar pela prestação de contas do ex-secretário e que estava vestido de pré-candidato do partido a prefeito, pelos discursos dos demais vereadores na sessão, das três, uma conspirou contra ele: não se sabe se foi MDB que lhe faltou, ou então foi o próprio prefeito Kleber quem lhe faltou, ou foi tragado pelo mecanismo que quer fazer Marcelo sucessor de Kleber.

Retomando.

O terceiro ato, este bem simbólico, a Câmara na mesma terça-feira aprovou, por unanimidade, a saída de Gaspar do Consórcio Intermunicipal da Médio Vale do Itajaí – CIMVI. Gaspar “entrou” nele em 2009 em lei aprovada na Câmara e não o usou.E o CIMVI que é da Associação de Municípios do Vale Europeu, deu um xeque mate ao prefeito e a Gaspar. 

O CIMVI é um “órgão” regional. Ele atuava, entre outras, na área ambiental para os municípios consorciados e que não tinham estrutura própria. Ela é cara para atender ao mínimo da legislação. As demandas são pontuais. E aí, o CIMVI resolve. Até o ano passado, decorridos 12 anos, Gaspar não o usou e numa artimanha manjada que o Ministério Público Estadual acabou. Gaspar usava uma estrutura comprometida da própria prefeitura para dar “regularidade” aos problemas e licenças ambientais daqui. Obrigado à uma estrutura própria, Gaspar, finalmente, dispensou o CIMVI.

E isto explica muito sobre à falta de revisão do Plano Diretor desde 2016 como determina o Estatuto das Cidades; as leis inconstitucionais criadas na Câmara sob urgência para tapar buracos no meio ambiente por aqui e que chegou a revogá-las – depois de usá-las completamente – por determinação do Ministério Público e Justiça; produziu muitas “licenças ambientais” que estão sob questionamentos, bem como a guerra que se trava na Justiça com um fiscal, concursado e efetivo do meio ambiente, ou até parte daquilo que os áudios cabulosos poderiam se conectar a tudo isso. Entretanto, esta última parte dificilmente acontecerá. Afinal, como se provou na terça-feira à tarde, tudo é desconhecido entre os atores da gestão pública e do mundo político gasparense.

Finalmente, para terminar a semana, o governo Kleber e Marcelo provou à incompetência de um ano de toda a estrutura – e especialmente da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Renda, tocada pelo suplente de vereador Pablo Ricardo Fachin, PP -, para realizar a ExpoGaspar.

Ela foi criada para mostrar aos gasparenses e visitantes à pujança industrial, comercial, agropecuária e de serviços da cidade de Gaspar. Os políticos, no papelinho e conchavos, até arrumaram para ela o título de Capital Nacional da Moda Infantil para a cidade 

E para abafar a incompetência, vexame e à falta de dinheiro que bateu no caixa da prefeitura, um reduzido grupo de empresários do ramo de entretenimento enxergou uma oportunidade de negócios e provou ser mais competente que o poder público. E desta união salvaram os políticos no poder de plantão de mais um desgaste. Fez circo para a cidade com a inventada Expofest, e de lambuja deu a Expofeira, a de animais, para um setor que estrilou quando antecipei de que tudo poderia estar sendo cancelado. 

Com tantos improvisos, não deu para salvar todos os penduricalhos da ExpoGaspar. E o Festival da Tilápia foi para o brejo. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Um observador da cena gasparense, observa. O ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, ex-secretário de Planejamento Territorial, ex-presidente da Comissão Interventora do Hospital de Gaspar e ainda presidente do nanico diretório do PSDB de Gaspar, Jorge Luiz Prucino Pereira, diz que saiu do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, porque foi ameaçado por um anônimo criminoso. E tudo ficou por isso mesmo? Ou ele “desconhece” também que este é um caso grave, que deve ser reportado à polícia para ela ir atrás do bandido?

Por outro lado, na mesma toada, da CPI da Pizza que se prepara para inocentar o ex-secretário Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB, no suposto envolvimento dele nos áudios vazados com conversas cabulosas, este mesmo observador diz – e está nas atas secretas – que a Câmara se prepara – e faz tempo que enrola – à contratação de um perito, ou uma empresa especialista na área, vejam só, para atestar se a voz das gravações é mesmo do secretário e que ele próprio colocou dúvidas.

Uma empresa? Um perito? Para este mesmo observador, a Câmara manobra para chegar a um resultado que vai deixá-la tanto, ou ainda mais exposta do que o depoimento do ex-secretário na terça-feira passada. Para este observador, existe o Instituto Geral de Perícias, bem como laboratórios da Polícia Federal, da Universidade Federal de Santa Catarina, além de outras renomadas instituições neste assunto pelo país e que simplesmente foram descartadas pela CPI.

Para quem está fazendo segredo de tudo que se passa nesta CPI, este gesto e decisão sobre a perícia no áudio em questão, são mais um, e tem tudo a ver com a metodologia aplicada pelos políticos que controlam a CPI. Nunca, sucessivas manobras para encobrir e propor um resultado antecipadamente conhecido no imaginário popular, trouxe tantas dúvidas e tornou descredibilizada uma CPI por aqui, a Câmara, o governo e o mecanismo que os rege.

Sexta-feira pela manhã. As “rainhas” da ExpoGaspar, escolhidas em julho do ano passado, foram avisadas e tiveram que tirar as vestimentas e colocá-las no sol para diminuir o mofo. À noite, elas foram de faixa e tudo da ExpoGaspar, a cancelada, na abertura da Expofeira de Gado e na Expofest, o grande bailão para circo “de graça” dos políticos ao povo.

Os gestores da cidade não foram capazes na discurseira de admitir que, mesmo tendo um ano, não conseguiram realizar a ExpoGaspar. E teve gente na primeira fila, por ofício, que bateu palmas. E se não fosse este espaço avisar de que havia “realeza” escolhida para algo que acabaram não realizando, nem mais este vexame teria acontecido. Agora, estão prometendo uma exposição comercial e industrial para outubro. Se o poder público e os políticos não conseguiram em 360 dias, conseguirão em 90? A quem vão terceirizar desta vez?

A hipocrisia. “Quem é mais hipócrita. Eu como vereador que arrumo verbas para o Hospital [de Gaspar] e o uso quando preciso, ou aqueles que dizem que a Saúde [pública] de Gaspar está ótima, mas quando o filho quebra o braço, leva-o para o socorro particular? Ou quem dirige o Hospital [de Gaspar], mas em depoimento diz que seu filho esperou para ser atendido pela Unimed, em Blumenau?”

O questionamento foi do vereador Alexsandro Burnier, PL, na sessão de terça-feira passada na Câmara, contestando à fácil acusação do líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB, de que as críticas por melhorias no Hospital de Gaspar é apenas um gesto da oposição para ter espaço de fala e não de melhoria do Hospital para a população. “Eu queria que todos os políticos usassem o serviço público de saúde para sentirem na pele o que o povo sente” emendou Alexsandro.

Começou mal, muito mal. O “novo” secretário de Saúde, o servidor efetivo do município de Gaspar como educador social e suplente de vereador pelo MDB, Santiago Martin Navia. Em entrevista na rádio local ele disse que não vai tolerar críticas contra a gestão dele ou das falhas do sistema público de Saúde. Vai analisá-las sob o prisma da ofensa à sua honra e diz que vai meter processos nos críticos.

Primeiro, ele aceitou um desafio onde não conhece nada. Assumiu no risco. Segundo o “novo” secretário sabe que o setor está no olho de furacão sem previsão de término. Assumiu o risco maior ainda. Terceiro, Santiago Martin Navia é um agente público e um político exposto. Se não quer ser observado, até para melhorar ou confrontar os de opiniões divergentes, ele deveria ter ficado em casa, ou na diretoria de Habitação. Não serão processos para calar a boca dos outros que farão a saúde pública de Gaspar melhorar para atender os doentes, os em sofrimentos e os mais vulneráveis de hoje e amanhã. Os do passado até sem ar já ficaram e ninguém quer se explicar.

Cumuéqueé? O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, na discurseira de abertura da Expofeira e Expofest, disse que tudo aquilo era um presente da prefeitura e da Câmara aos gasparenses. Presente não é! A manutenção, a infraestrutura, a água e a eletricidade da Arena Multiuso são bancadas pelos pesados impostos de todos. O resto, foi uma troca num negócio de terceiros para salvar os políticos de mais uma vergonha na semana da CPI do “desconheço”.

Agora vai. O líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, com vários mandatos, foi três dias a Florianópolis participar de um seminário para” capacitar, informar, atualizar e desenvolver competências nos legisladores e assessores em relação a elaboração de discursos, pronunciamentos e entrevistas, bem como aprimorar redações oficiais no contexto legislativo“. Que bagagem! O custo disso? Entre diárias e seminário: R$2.850,00. A Câmara já pagou mais de R$67 mil em diários. E o presidente dela, Ciro André Quintino, MDB, é o campeão no consumo de diárias mais uma vez este ano: R$12.661,00. Acorda, Gaspar!

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11 comentários em “EM UMA ÚNICA SEMANA QUATRO ATOS DO GOVERNO DE KLEBER E MARCELO DESMONTAM O SENSO DE GESTÃO E RESULTADOS NA PROPAGANDA OFICIAL QUE ELE VENDE À CIDADE NAS REDES SOCIAIS”

  1. Para o governo de Kleber e Marcelo, incluindo o curioso que toca a Educação lerem, mais uma vez. Ao invés do marketing de uma sala de robótica, numa única escola municipal, para ser lida como sendo para todas e um avanço, antes é preciso creche para todos os trabalhadores e desempregados, turno integral e contraturno.

    ENSINO NOS TRILHOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    A aprovação na Câmara do projeto de lei que implementa a Escola de Tempo Integral é boa notícia para a educação brasileira. O modelo contribui para diminuir a evasão escolar, melhorar indicadores de aprendizado, além de impactar positivamente o futuro acadêmico e profissional dos estudantes.

    Em 2004, Pernambuco foi pioneiro na implantação do sistema. Em 2007, o estado ocupava a 21ª posição no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do ciclo médio; após sete anos, estava na 1ª.

    Uma das metas do Plano Nacional de Educação, de 2014, era ofertar ensino integral em 50% das escolas públicas, que atenderiam no mínimo 25% dos alunos. Mas, em 2021, o índice de matrículas em escola de tempo integral caiu 2,5 pontos percentuais em relação a 2014 —de 17,6% para 15,1%.

    A implantação do modelo aumenta sobremaneira os gastos de estados e municípios, já que é preciso expandir estrutura física (salas, material didático, merenda escolar etc.) e de pessoal (contratação e capacitação de educadores).

    O projeto prevê auxílio de R$ 4 bilhões: metade em 2023 e 2024, e o restante no biênio seguinte. A meta é viabilizar 1 milhão de novas matrículas no curto prazo e, até 2026, chegar a 3,2 milhões.

    O Ministério da Educação também fornecerá orientação técnica às redes sobre alocação dos recursos, redesenho curricular, diversificação de materiais pedagógicos e indicadores de avaliação contínua.

    O ensino médio merece atenção especial. Em estratos mais pobres, é comum que adolescentes trabalhem para contribuir com a renda familiar. Por isso o aumento do número de escolas de tempo integral nem sempre é acompanhado por alta adesão do corpo discente.

    Em São Paulo, por exemplo, 45% das escolas estaduais são de tempo integral, mas apenas 17% dos alunos estudam nelas.

    Ou seja, um efeito adverso é acabar aprofundando desigualdades, ao empurrar alunos vulneráveis para o ensino parcial, que recebe menos recursos, ou para a evasão escolar. A oferta de bolsas pode ajudar esses jovens a se dedicarem apenas aos estudos.

    Não há bala de prata que resolva problemas complexos, mas implementar o ensino integral como política pública de Estado ao menos coloca o Brasil no caminho já trilhado por países que são referência mundial na área da educação.

  2. QUEM AVISO AMIGO É, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

    Às voltas com o Centrão, o presidente Lula também está sob dois fogos cruzados dentro do próprio governo. De um lado, a Defesa insiste no financiamento da venda de 156 blindados Guarani para a Argentina. De outro, a Fazenda pondera que é temerário (bota temerário nisso) financiar qualquer coisa para um país mergulhado numa crise tão aguda.

    Cada Guarani produzido pela Iveco Defesa, uma empresa privada, custa em torno de R$ 10 milhões, pouco mais, pouco menos, dependendo do dólar. Façam a conta. A Defesa e, particularmente, o Exército, porém, consideram o negócio importante para estimular a indústria de defesa nacional, que traz tecnologia, qualificação e novos negócios mundo afora.

    Já a Fazenda contra-argumenta que a Argentina faz água por todo lado, nas áreas política, econômica e social, e como terá condições para pagar uma bolada dessas, se não consegue nem cumprir seus compromissos internos mais elementares? Nosotros, os leigos brasileiros e argentinos, poderíamos acrescentar: com tantos problemas, por que raios o presidente Alberto Fernandez quer gastar essa fortuna em blindados?!

    Lula e Fernandez assinaram uma carta de intenções, em janeiro, o comandante do Exército, Tomás Paiva, foi ao país em junho e o presidente argentino já veio aqui quatro vezes, mas não há quem convença a Fazenda. Lula e José Múcio, da Defesa, já ligaram para Fernando Haddad, o Itamaraty se move e até Geraldo Alckmin, vice e ministro da Indústria, e Celso Amorim, assessor internacional, entraram na história. E as “intenções” continuam só intenções.

    Um pacotaço de US$ 17 bilhões para projetos de ajuda à Argentina, 40% deles para financiamento de exportações, chegou ao BNDES e ao banco dos Brics, presidido por Dilma Rousseff, e à Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), empresa pública vinculada à Fazenda que avaliza “operações diluídas em áreas de grande interesse econômico e social”.

    Venda de blindados para a Argentina é de grande interesse econômico e social? O que o Brasil e os brasileiros ganham com isso? E o que podem perder? Os argentinos atribuem sua crise a quatro anos seguidos de seca e juram que, daqui para frente, tudo será diferente. Vem chuva por aí e vão chover também recursos para problemas internos e pagar dívidas externas. Mas há controvérsias, até porque o El Niño não promete moleza.

    Se é difícil convencer a área econômica, mais ainda será convencer a opinião pública brasileira. Haddad, aliás, alertou Lula para o risco: “Estou falando tudo isso para lhe preservar. A gritaria vai ser grande”. Quem avisa amigo é.

  3. Saudações!
    Sobre a Expofest: não havia UMA ÚNICA empresa do ramo de confecção infantil em exposição nesta festa improvisada.
    Como diz Boris Casoy “isto é uma vergonha”

    Outra vergonha são os letreiros da Capital da Moda Infantil. O fundo amarelo com a frase “capital da moda infantil” em verde água de longe é quase impossível se ler.
    Somente chegando muito perto é que se lê o que está escrito. Poderiam pelo menos ter sido feito um estudo para quais cores poderiam ser usadas.
    Revolta como conseguem complicar o simples.

  4. DOIS BRASIS, por Demétrio Magnoli, no jornal O Globo

    O pensamento dualista desenhou a antiga imagem dos “dois Brasis”, título da obra do francês Jacques Lambert publicada em 1957. Já se fez a crítica da polaridade modernização/atraso. Contudo o Censo de 2022 ilumina a persistência de dilemas entranhados e, nesse passo, gera novas indagações políticas. Suas tabelas expõem as divisões entre um Brasil dinâmico, que atrai migrantes, e outros (no plural) demograficamente estagnados.

    À sombra da transição demográfica, o Brasil exibiu taxa anual de crescimento demográfico de mero 0,52% entre 2010 e 2022. A depressão econômica iniciada em 2014 e a pandemia de Covid-19 provavelmente tiveram impacto na redução da natalidade, mas apenas aceleraram tendências registradas nas décadas anteriores. O “bônus demográfico” — intervalo em que a população adulta cresce a taxas maiores que a de jovens e idosos — vai se fechando. As médias nacionais, porém, ocultam profundas desigualdades entre os estados.

    Destaca-se, no mapa, um núcleo dinâmico de Sudeste/Sul, constituído por estados com taxas de crescimento demográfico superiores à média nacional: São Paulo, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina. São polos de atração de migrantes. Os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentam expansão inferior à média nacional, o que indica repulsão populacional.

    O Rio Grande do Sul, estado com maior proporção de idosos do país, continua a fornecer migrantes que se deslocam para Centro-Oeste e Amazônia. O norte de Minas reproduz, insistentemente, as tendências históricas de repulsão da Região Nordeste. Mas o que ocorre com o Rio, estado beneficiado pelos royalties do petróleo e ancorado na metrópole que sediou os Jogos Olímpicos de 2016? Aparentemente, a moléstia que debilita o Rio chama-se política.

    A “marcha para Oeste” ainda não se concluiu. Todos os estados do Centro-Oeste apresentam crescimento populacional expressivo, atraindo migrantes. Na Região Norte, porém, verificam-se tendências contraditórias. Amazonas, Acre, Tocantins, Roraima e Amapá crescem mais que a média nacional, enquanto ocorre o oposto com Pará e Rondônia. Os dois últimos, que funcionaram como fronteiras de expansão demográfica ao longo de décadas, converteram-se em zonas de repulsão populacional. É sinal da falência de um modelo de desenvolvimento predatório assentado na devastação ambiental — e, talvez, o prenúncio do que aguarda os demais estados da região.

    Mais de meio século depois do livro de Lambert, o Nordeste inteiro exibe taxas de crescimento inferiores à média nacional, persistindo como principal zona de repulsão populacional do país. Bahia, Pernambuco, Alagoas e o amazônico Maranhão estão entre os estados com menor expansão demográfica do país. A cisão Centro-Sul/Nordeste resiste ao tempo, como atualização das desigualdades. As políticas de transferência de renda, que privilegiam os mais pobres (e, portanto, o Nordeste), revelam-se incapazes de superar as raízes estruturais da pobreza.

    Há uma dimensão eleitoral nas dinâmicas demográficas captadas pelo Censo. No turno final de 2022, de modo geral, Bolsonaro triunfou nos estados que atraem migrantes, enquanto Lula venceu nos estados de repulsão demográfica. Provas notáveis: no Sudeste, Lula ficou à frente apenas em Minas e, na Amazônia, venceu no Pará. Exceções pontuais como Rio, Rio Grande do Sul, Amazonas e Tocantins não alteram o quadro fundamental.

    O antipetismo predomina nos estados de economia dinâmica, que geram mais empregos e melhores níveis de vida. O lulismo predomina nos estados mais dependentes de repasses federais, aposentadorias e programas de transferência de renda. De um lado, o cenário econômico e demográfico é propício ao enraizamento de uma funda e perigosa divisão política. De outro, a concentração de bases eleitorais em estados com população em declínio relativo é uma sombra agourenta que paira sobre a esquerda.

    O Censo emite um alerta. As políticas de Lula 3, que reciclam as empregadas nos mandatos petistas anteriores, não têm o poder de aumentar a coesão da sociedade nacional, atenuando desigualdades sociais e regionais. Talvez o governo tenha pouco interesse nisso — mas, certamente, a esquerda deveria prestar atenção ao que a demografia diz sobre seu próprio futuro.

  5. CODEVASF DESAFIA PREGAÇÃO DE LULA CONTRA CRIMINALIZAÇÃO DA POLÍTICA, por Josias de Souza, no Uol

    O escândalo da Codevasf, parte da herança maldita da gestão Bolsonaro, desliza suavemente para dentro do enredo do governo Lula. Na penúltima manchete sobre o escracho, a Folha anota: “Governo Lula beneficia parentes de políticos com doação de máquinas”. A notícia empilha exemplos de repasses de verbas do antigo orçamento secreto da estatal Codevasf para a aquisição de carros e maquinário por associações provadas ligadas a parentes de políticos.

    Muitos se perguntam por que o dinheiro do contribuinte continua saindo pelo ladrão na Codevasf. A resposta é simples como o ABC. A, os ladrões foram mantidos dentro do orçamento da Codevasf. B, o orçamento secreto mudou de nome, mas não acabou. C, o governo é outro, mas o comando da estatal é o mesmo.

    Sob Bolsonaro, dava as cartas na Codevasf um protegido do deputado Elmar Nascimento, o líder do União Brasil. Ele opera em consonância com o imperador da Câmara Arthur Lira. Sob Lula, nada mudou. Pior: Elmar e Lira reivindicam novos cofres. Muito pior: Lula cogita entregar.

    Estrelas do centrão, Lira e Elmar percorrem os salões de Brasília como centauros da política. Mantêm a cabeça e o tronco lá em cima, nas reformas liberais e nas mais altas justificativas do mercado, e o corpo lá embaixo, no clientelismo e na politicagem explícita. O resultado dessa combinação desafia o discurso de Lula segundo o qual a criminalização da política é um desserviço ao país.

    Se a reiteração dos desvios na Codevasf serve para alguma coisa é para demonstrar que a política continuará sendo criminalizada sempre que um político ou seus prepostos forem flagrados cometendo crimes. Enquanto a governabilidade for um outro nome para criminalidade, a tese da descriminalização da política será apenas mais uma fachada para a perpetuação da delinquência patrimonialista que infesta o Estado.

    1. Miguel José Teixeira

      O piNçador Matutildo, piNçou: “A resposta é simples como o ABC. A, os ladrões foram mantidos dentro do orçamento da Codevasf. B, o orçamento secreto mudou de nome, mas não acabou. C, o governo é outro, mas o comando da estatal é o mesmo.”
      O Bedelhildo, bedelhou: e no poder executivo, saíram os aprendizes de ladrões e entraram os ladrões profissionais!

    2. Miguel José Teixeira

      O piNçador Matutildo, piNçou: “A resposta é simples como o ABC. A, os ladrões foram mantidos dentro do orçamento da Codevasf. B, o orçamento secreto mudou de nome, mas não acabou. C, o governo é outro, mas o comando da estatal é o mesmo.”
      O Bedelhildo, bedelhou: e no poder executivo, saíram os aprendizes de ladrões e entraram os ladrões profissionais!

  6. Bom dia.

    Se o DOENTE NÃO PUDER SEQUER RECLAMAR DAS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA HORA DA DOR, IRÃO TRANSFORMAR A DELEGACIA NO NOVO PS DE GASPAR?

    ESTARÁ O GOVERNO KLEBER CONDENANDO À MASMORRA AQUELES QUE ACREDITARAM NAS SUAS PROMESSAS DE PALANQUE??

    E OUSOU ENGANAR O POVO COM A BÍBLIA EMBAIXO DO BRAÇO?

    É, A LEI DO RETORNO TÁ LOGO ALÍ NA CURVA, SÓ OLHANDO A MARÉ…👀
    😁✌️

    1. Na verdade, a Saúde Pública há muito é um caso de polícia. Por enquanto, continua sendo um ambiente de políticos com os tais corpos fechados

  7. A DIREITA CIVILIZADA NÃO É UMA UTOPIA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    A histórica aprovação da reforma tributária pela Câmara mostrou quão longe o Brasil pode avançar quando forças políticas adversárias são capazes de superar divergências para debater, civilizada e democraticamente, projetos de interesse de toda a sociedade. Foi exemplar, nesse sentido, o diálogo republicano estabelecido entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e parlamentares de diferentes afiliações ideológico-partidárias a fim de destravar as negociações que, ao fim e ao cabo, levaram à construção dos termos finais da reforma.

    A votação confortável da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45, com mais de 370 votos favoráveis nos dois turnos, revelou, ainda, que uma direita civilizada, liberal e propositiva – a direita que este jornal tanto tem conclamado a se organizar e se distanciar de qualquer associação com essa extrema direita selvagem encabeçada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro – não é uma utopia. Ela existe e, como se viu, mostrou seu grande valor para a construção democrática de consensos em prol do País. Nos dias que antecederam a votação da PEC 45, ficou evidente o contraste entre os verdadeiros liberais democratas e os conservadores de fancaria.

    Imbuído da missão de conciliar o apoio a uma proposta de interesse nacional e a defesa dos interesses de São Paulo, Tarcísio foi a Brasília para negociar ajustes nos termos da reforma tributária com membros do governo federal e do Congresso. Foi o que bastou para ser hostilizado por Bolsonaro e pela malta que ainda o acompanha no PL. Para os bolsonaristas, Tarcísio cometeu o pecado mortal de fazer a boa política, vale dizer, a política que produz bons resultados para o País, independentemente de eventuais concessões programáticas ou ideológicas que possam ser feitas com vistas ao interesse público.

    Não surpreendem, portanto, os apupos ao governador paulista, não só humilhado pela bancada do PL, como jogado por Bolsonaro aos cães das redes sociais, numa tentativa patética do expresidente de demonstrar um poder que, hoje, só existe na sua imaginação. Essa direita raivosa e destrutiva privilegia a polarização, a intolerância e a recusa ao diálogo como instrumentos de ação política. Nada tem a oferecer ao País, como restou demonstrado.

    A direita selvagem é infensa à cooperação com adversários. Não reconhece a necessidade de concertações políticas nem é capaz de firmar compromissos para impulsionar o desenvolvimento do País. Os verdadeiros conservadores, ao contrário, como genuínos democratas que são, são plenamente capazes de sentar-se à mesa com adversários políticos para discutir reformas do Estado por meio da negociação democrática, não da ruptura. Foi o que se viu na aprovação da PEC 45. É dessa direita que o País precisa e, como se viu, deu um passo à frente para reafirmar sua importância para o desenvolvimento do País.

    Mas, paralisados pela ideia de fazer uma oposição irracional ao governo do petista Lula da Silva, os bolsonaristas ditos “liberais” não têm esse alcance. Tanto que tiveram de ouvir o óbvio do governador de São Paulo. A Bolsonaro e à bancada do PL, Tarcísio teve de relembrar que “a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma tributária” – e por razões óbvias: uma reforma que modernize o sistema tributário, reduzindo a capacidade do Estado de infernizar a vida dos empreendedores, obviamente deve ser apoiada e liderada por quem se diz liberal.

    Como mostraram as bem-sucedidas negociações para a aprovação da PEC 45, o Brasil só tem a ganhar quando adversários políticos se dispõem a debater projetos de interesse nacional de forma madura e civilizada.

    A sociedade tem muito a refletir a partir da aprovação da reforma tributária, uma conquista de todos; não de um governo, de um partido ou de indivíduos. Dessa compreensão advirá a constatação de que o melhor interesse público, perene, sempre se sobrepõe às disputas político-ideológicas de ocasião; e a concertação de interesses em bases civilizadas, alinhadas à Constituição, é o que move o País.

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