Hoje dou uma pausa na Saúde, no Hospital, na falta de manutenção da cidade, no exagerado endividamento do município como legado para o próximo prefeito…Também vou esperar a imprensa dar minimamente, porque manchete não fará, daquilo que foi denunciado ontem à noite na Câmara, de que ar contaminado, pode até ter matado pacientes cm Covid na UTI do Hospital de Gaspar, um assunto que se escondeu por anos. Meu Deus!
Escrito isso, Gostaria de mostrar, mais uma vez, como o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, talvez PP, está sendo engolido pela falta de visão e de pragmatismo, os quais deveriam ser as pedra angulares destes anos 20 do século 21: conhecimento como suporte para as demandas futuras e à inclusão de crianças e jovens via a educação de base, numa secretaria de indicação política.
Na terça-feira da semana passada, o líder do governo na Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, orientado e para criar mais uma cortina de fumaça para exatamente não se ver as estranhas do governo expostas, mostrou um vídeo. Nele, mais uma vez, o prefeito de Gaspar é o garoto propaganda de si próprio. Gabola. Ambos foram à Escola Básica Norma Mônica Sabel, na Margem Esquerda. Kleber exibiu e detalhou o Espaço Maker Labs que está sendo montado por lá. Na foto acima e ilustrativa, um exemplo deste sala aberta à descoberta e criatividade, esta, uma das muitas do Sesi pelo Brasil.
Resumindo, é uma iniciativa extra-curricular para levar parte dos alunos daquela escola ao mundo virtual, a qual é nossa realidade de hoje e com ela, permitir via conhecimento e o exercício da criatividade, um salto para aquilo que nos espera como desafio e até normalidade no futuro. É, no fundo, um novo negócio. Tanto é, que o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, PP-AL, está enrolado se explicando como andou comprando com verbas do orçamento secreto tantos kits, caros, para as escolas de lá
Volta à nossa realidade onde há escassez de salas como estas e que não estão prontas para uso; e não excesso, por enquanto. Kleber e Anhaia estavam orgulhosos do feito e do que mostravam. Qualquer gestor, educador e pais estariam orgulhosos. O responsável pelo projeto na Escola, segundo o vereador, até arriscou que não há nada parecido em Santa Catarina. Hum! E isso deixo para os que entendem dessa complicada matéria e espero que não seja mais um exercício de marketing político para enaltecer os chefes.
No fundo, exageros à parte, realmente é uma iniciativa que verdadeiramente avança. Entretanto, ela é isolada, ínfima, atrasada, apesar da promessa de se ampliar para outras escolas. De verdade: mais uma vez, não há prazos, orçamentos disponíveis e compromissos. Estão fazendo propaganda de algo que não espelha o estado geral da nossa educação em Gaspar. Ao contrário: exclui a maioria dos alunos da rede municipal. É uma sala, dentre centenas. E as múltiplas competições de robóticas, automação ou similares pelo Brasil e no chamado terceiro mundo afora, mostram muito bem que a “conquista” está bem atrasada por aqui.
Como escrevi, ela iniciativa é boa e não deve ser desmerecida. Está fora do seu tempo e como tecnologia em evolução espantosa que testemunhamos, ficará obsoleta rapidamente. Por isso mesmo, ser ampliada e deve vir acompanhada de um programa melhoria contínua – e isso custa tempo, dinheiro e gestão -, e, rapidamente. Já estamos no tempo do GPT. Simples, assim!
Retomo, mais uma vez!
E qual é o problema então?
Porque o que Anhaia e Kleber propagandeiam como uma “conquista” do governo Kleber e Marcelo, se na verdade, comprovadamente, trata-se de uma ilha o que se monta e mostram, numa secretaria de maior Orçamento nominal, de muitos repasses federais, de uso político, tocada por um curioso no assunto, vindo de Blumenau, o jornalista Emerson Antunes, para preencher a vaga política do PSD de Gaspar e que, ao fim, chupou o dedo? Emerson é o indicado do seu aparentado, irmão de congregação e novo prefeito de fato, deputado Federal Ismael dos Santos, PSD.
É que ao mesmo tempo, cria-se fatos supostamente inusitados – em outra área – para encobrir fraquezas que estão em debate na cidade em outras áreas como saúde, obras, manutenção, desenvolvimento, assistência social…. Já no caso da educação, com o aparelhamento, ela ainda não saiu do século 20. Há dúvidas? Então leia esta listinha.
Ela ganharia pontos e seria inclusiva se antes o governo de Kleber e Marcelo anunciasse que, finalmente zerou a fila de vagas nas creches e a tornou estas creches em tempo integral para os trabalhadoras e as que desempregadas em busca de empregos; que a merenda terceirizada está sendo auditada – sem o bafo dos políticos e gente comissionada ou em cargo de confiança governo nas escolas – naquilo que foi contratada e por um corpo independente de pais; que as principais escolas básicas do município, finalmente, adotaram o turno integral; e que as demais, possuem um programa estruturado e verificado de contraturno; que a iniciação à língua estrangeira, principalmente o inglês, é parte da grade curricular; e que o acompanhamento aos portadores de necessidades especiais é um ponto de inflexão diferencial dentro das salas de aula.
Resumindo.
O que se chama isto? Inclusão, atualização, preparação para o mercado competitivo e não exatamente para o mercado de trabalho, mas para o próximo passo, o ensino médio, cada vez mais seletivo e exigente, na formação de currículos e habilidades das profissões de nível médio – cada vez melhor remuneradas -,ou então, conhecimento para a seleção as faculdades.
Num município onde o Ideb pré-pandemia, repito, pré-pandemia, caiu e quem cortou o turno integral das creches, ao tempo de uma educadora na titularidade da secretaria, e não um curioso na área como é hoje o secretário de Educação, eleita vereadora e agora preside o que restou do MDB de Gaspar, mostra exatamente à dimensão da prioridade, resultado, erro estratégico e da falsa propaganda nesta área.
Então é preciso criar espetáculos marqueteiros como os feitos pelo prefeito e o vereador para uma sala na Norma Sabel. E em questão de horas, a escola virou o centro de uma romaria de políticos do governo, incluindo o vice, secretários de outras áreas e vereadores para fazer vídeos ufanistas sobre uma sala não pronta para as suas redes sociais. Ela e eles escondem, como já escrevi, o atraso da educação, como um todo, em Gaspar. Técnicos e professores de educação do município com que conversei, estão “chocados” pelo uso e abuso da propaganda pelos políticos de algo que nem funcionando está para os próprios alunos. Impressionante.
Até esta cortina de fumaça para tirar de foco os questionamentos dos áudios vazados com conversas cabulosas dos membros do primeiro escalão do governo, os questionamentos da Saúde e Hospital, das obras que não começam, ou quando começam, são mal feitas e nem entregues, não esconde outro erro e fraqueza em área tão essencial das pessoas e o futuro delas, a maior parte filhos de uma ponderável massa de eleitores: a educação.
E para agravar naquilo que se cobra por primeiro, o básico e depois, o espetáculo para a propaganda, basta dizer que secretaria onde até hoje, por sucessivas chamadas públicas, não se conseguiu preencher todas as vagas de professores, técnicos e auxiliares. Então estão comemorando exatamente o quê? As falhas são de origem e gestão. São resultantes da politização na cadeia de comando da secretaria e de direção dos educandários, onde houve eleições, e em algumas delas quem indicou foi o critério pessoal ou político, como até se denunciou na Câmara. E tudo isso contra gente que precisa de base no ensino para ter chances no futuro: crianças e jovens.
Então, exagera por dever de ofício e obrigação partidária o líder do governo na Câmara ao dizer que o que se faz na Norma Mônica Zabel é resultado da excelente gestão da ex-secretária e hoje vereadora, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB. Com ela, houve claros atrasos em todas as áreas: desde a criação das meias creches até a queda do Ideb.
Já com Emerson, há marquetagem errática. Viaja certo ao futuro, mas, ao mesmo tempo, sonega o básico e essencial, ou seja, acentua à discriminação, atrasos e exclusão. É preciso se conscientizar e mudar. Com Kleber e Marcelo, a princípio será difícil e há pouco tempo para reversão deste quadro preocupante. Resta esperar pelo milagre. E há gente que acredita nele. Acorda Gaspar!
TRAPICHE
O tema é antigo. Mas, como houve um silêncio sobre ele na cidade. O MDB tem um “novo” e enganador slogan marqueteiro para aquilo que é, ao final, reconheceu que estava velho: “O mundo mudou e o MDB também mudou”. Que o mundo mudou, está claro. Não se sabe, ainda, onde foi que o MDB daqui mudou. Está minguando. E foi sob esta bandeira que ele se reuniu regionalmente no auditório da Câmara Gaspar. Foi sábado passado.
Eu poderia escrever muito sobre o encontro. Mas, um fato e um foto dele são o bastante. Se o convescote foi regional e reuniu as lideranças emedebistas de Blumenau, Pomerode, Gaspar, Ilhota e Luiz Alves, este encontro como outros, deveria ser realizado na cidade polo Blumenau, não em Gaspar. Lá, o partido já foi referência estadual e nacional e nem vereador mais possui. E Gaspar ainda possui, mas estranhamente, possui o MDB de Blumenau como referência. Por isso, está minguando.
A foto do encontro, evita que os políticos me acusem, mais uma vez, de mentiroso. As caravanas destes municípios, mais a de Florianópolis e Jaraguá do Sul, do presidente estadual, mal deu 30 pessoas. O próprio MDB de Gaspar que diz imitar o de Blumenau, poderia ter “arregimentado” os seus comissionados para fazer sala e impressionar os visitantes. Nem isso conseguiu. As lideranças não empolgam. Não lideram. O partido não se renovou. E os jovens que sucederam os históricos e comandam o partido tropeçam nas próprias pernas. Ou então, largaram o partido à própria sorte, como o ausente ex-presidente do diretório até poucos dias, Carlos Roberto Pereira e que traçava planos míunimnos de poder de 30 anos. Esfacelou-se em menos de de seis. Simples assim.
Uma das ausências e indicativo claro de tudo isso foi o ainda até amanhã secretário da Saúde, o vereador Francisco Hostins, MDB. Até então, ele estava vestido de pré-candidato a prefeito para outubro do ano que vem na mesma trilha, na qual, tenta a qualquer custo o vereador populista Ciro André Quintino, atual presidente da Câmara, cabo eleitoral do deputado Federal, Carlos Chiodini, de Jaraguá do Sul, e presidente do MDB catarinense. Ciro estava coordenando convescote daqui na dupla com a vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, presidente do diretório local. Este é o resultado de ambos.
Nele, estava o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e dando lições de amor e fidelidade ao partido. E é aí que se precisa de outro ponto de muito cuidado. A reaproximação inesperada dele ao vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, talvez, PP, que Kleber fez questão de isolá-lo por mais de um ano, ocorreu exatamente depois dos vazamentos dos áudios cabulosos de seu braço direito e irmão de templo, o ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, ex-presidente da Comissão de Intervenção do Hospital de Gaspar, e ainda presidente do PSDB daqui, Jorge Luiz Prucino Pereira.
Tudo isso só traz novas incógnitas. Como o fato do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, estar a serviço do novo prefeito de fato, o irmão de templo, o deputado Federal, Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau. Haverá danças de lideranças regionais e locais aos partidos mais consistentes ou de oportunidade para seus planos futuros
Ou seja, é verdade que o mundo mudou. E como! Também é verdade que o MDB mudou. E como! Ele não tem nada mais a ver com o MDB de Ulysses Guimarães e o que nasceu para fazer frente a ditadura militar. E em Santa Catarina, tudo piorou com a morte do blumenauense, que fez história política a partir de Joinville, Luiz Henrique da Silveira. E isto ficou claro na aventura do deputado Mauro Marini a governador, o último da sigla que tentou isso lá em 2018.
Em Gaspar, a morte do ex-líder do partido, o ex-prefeito Osvaldo Schneider, só trouxe assombrações. Se nem o prefeito Kleber Edson Wan Dall, nem os supostos vereadores a candidato do partido como Francisco Hostins Júnior e Ciro André Quintino, cravam que estarão no MDB em outubro do ano que vem, melhor e prudentemente teria sido se a reunião regional do MDB fosse em Ilhota. Lá ao menos, ainda há um comando no no partido. Acorda, Gaspar!
Depois de tentar tomar o comando do ainda não existente Partido Novo para um dos seus, o PL de Gaspar tenta fazer o mesmo com o União Brasil para ser um satélite do PL, ou então, uma válvula de escape para Rodrigo Boeing Althoff, PL, nas eleições de outubro do ano que vem. E há gente de olho nestas jogadas.
Não convidem para a mesma mesa, por enquanto, o vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, e o presidente do Samae, Jean Alexandre dos Santos, MDB. Como tudo tem acerto…
Alguma razão para o líder do governo na Câmara de Gaspar, Francisco Solano Anhaia, MDB, acentuar que ele está prestando contas de como o dinheiro público está sendo empregado pelo governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, “com honestidade e transparência”? Honestidade nunca foi parte de uma prestação de contas e sim do caráter de que a faz. E a transparência é uma consequência de uma obrigação no uso de recursos públicos, vindos dos pesados impostos de todos do povo.
O PT de Gaspar está mal de criatividade. Apareceu com uma faixa na “vistoria” das obras de duplicação da BR-470 dizendo e destacando que ela [a duplicação] “avança”. Por outro lado, este é o mote de governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, talvez PP, e muito criticado pelo PT, onde diz “que o que avança de verdade em Gaspar, são as dúvidas”. Palavra danadinha este tal “avança”. O PT não seu deu conta de que foi ele quem vem amaldiçoando-a por aqui?
História triste esta história do Porto de Itajaí e um retrato petista acabado de gestão. Lá, como em outros lugares, o políticos não se contentam com os impostos que ele gera. Querem o porto público, burocrático e não competitivo, para aparelhá-lo e dizer que é seu. Resultado: buraco espetacular no caixa da prefeitura. Há quase uma ano ele está comprometendo a receita de Itajaí em torno de R$15 milhões por mês, e isto dito pelo prefeito de lá, Volney Morastoni, MDB, que nasceu no PT e é orientado em parte por “çábios” marqueteiros que orientam o pessoal de Gaspar.
A esperteza do atraso, não contente com o rombo milionário mensal contra a cidade e que compromete obras, ações de saúde, educação, assistência social, manutenção, via as lideranças como o itajaiense Décio Neri de Lima, PT, trama para que o porto seja uma concessão pública amarrada ao atraso por 30 anos. O porto privado – referência e sucesso devido a isso no Brasil – de Navegantes, e a prefeitura de Navegantes estão agradecidos. Para ela, não estão faltando impostos das operações portuárias e ao mesmo tempo ela não gasta energia naquilo que não possui competência. E Navegantes tende a ampliar diante da incompetência e disputa de políticos no porto de Itajaí.
A farra. Manchete da edição de domingo do jornal Folha de S. Paulo: “Deputado aproveita o boom de emendas e deixa a Câmara para acompanhar Obras”. E a cabeça do texto do repórter Thiago Resende, da sucursal de Brasília, explica: “O deputado reeleito Federal Juarez Costa (MDB-MT) pediu licença de 120 dias à Câmara para visitar e vistoriar as obras financiadas com recursos direcionados por ele por meio das emendas do Orçamento da União”.
Talvez, seja por isso, que os deputados federais não possam fazer a mesma coisa e Santa Catarina – um dos estados mais desenvolvidos e geradores de pesados impostos para Brasília e de lá, a burocracia e interesses de composições de votos, direcionar politicamente aos outros estados. Santa Catarina vive de chapéu na mão atrás de migalhas. E nem isso, na maioria dos casos, consegue.
O que provou o tal mutirão de castração realizado no sábado passado ao lado do ginásio de esportes no Bela Vista em Gaspar. Que a causa animal é um mote político e de políticos, e não uma esperada política pública de zoonoses dos gestores públicos conscientes e competentes em favor da saúde pública. É um meio de sobrevivência de ONGs e marqueteiros. Eles viram nesta omissão do poder público um filão de negócios. Ambientes improvisados, licenças obtidas em cima do laço, união de interesses políticos, falta de efetiva fiscalização do Conselho de Medicina Veterinária. Ah, e muita marquetagem nas redes sociais para dar ares de sucesso.
O mutirão, feito num ônibus, castrou perto de cem animais, ao preço de R$300 a cada procedimento. O suporte foi dado por uma clínica de Blumenau, mesmo Gaspar tendo sete clínicas aptas para esta parceria. Se houver alguma intercorrência, consequências do procedimento e a retirada dos pontos, todos que participaram deste mutirão terão que ir a Blumenau. Segundo o relatório, 90 castrações foram de Gaspar, 23 de Blumenau e uma de Ilhota. De Gaspar, 27% delas vieram do bairro mais populoso, o Santa Terezinha e apenas 3% do Bela Vista, onde estava o ônibus do mutirão. O que reforça que não há mínimo conhecimento do problema na cidade por parte da secretaria de Agricultura e Aquicultura, tocada por vereador morador no bairro Bela Vista
A inauguração da pavimentação da Rua São Bento, na ligação da região do Gaspar Mirim com a rodovia Gaspar a Brusque, a qual os políticos daqui não a querem duplicada, é o primeiro trecho – e pequeno – pago pela prefeitura como parte do Anel de Contorno e que possui alguma decência de qualidade para a mobilidade e custos compatíveis com a obra entregue no sábado. A comparação deve ser feita com aquele menos de um quilômetro, estreito, caro, cheio de armadilhas no pasto do Jacaré entre as avenidas Frei Godofredo e Francisco Mastella.
A inauguração foi antes do tempo, pois o trevo de acesso a rodovia Ivo Silveira – e que os políticos daqui não a querem duplicada -, empoeirado nestes dias, e um perigo por isso, ainda não está pronto. O que moveu esta “inauguração”? O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, talvez, PP, precisava de algo que tirasse os políticos do governo do noticiário negativo. A inauguração também mostrou a reaproximação não só do vice-prefeito do núcleo de governo, mas dos empresários que pediram a cabeça do ex-secretário do Planejamento, Jean Alexandre dos Santos, hoje na presidência do Samae.
Perguntar não ofende: quem será o nono, além do dois interinos anteriores, secretário de Saúde de Gaspar, em seis anos do mandato do prefeito reeleito Kleber Edson Wan Dall, MDB? O anúncio deve ocorrer entre hoje e sexta-feira. Se não for um técnico com reconhecida capacidade gestão em hospitais em crise, dando-lhe autonomia, esquece alguma chance de melhoria no Hospital. Pois o diagnóstico do Hospital Santo Antônio só virá em dois meses. E muito da possível parceria para “salvar” o Hospital virá da disposição de mudar, abrir mão do empreguismo, improviso, marquetagem, incluindo as indicações para a gestão dele. Aliás, ontem foi o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Que ela abra a mente dos nossos políticos e gestores públicos.
Quer ver como as coisas estão fora do controle, ou atrapalhadas para decisões óbvias e simples na área da Saúde. O município paga dois motoristas de ambulâncias para fazer escala de plantão noturno das 18h às 6h do outro dia. E para isso, há pesados adicionais próprios do horário. De sobreaviso, eles dormem. Não há ambulâncias do município para eles. Este serviço é terceirizado com o “Anjos da Vida”. E que custa muito. Acorda, Gaspar!
10 comentários em “O GOVERNO DE GASPAR FAZ PROPAGANDA DA EDUCAÇÃO. TODAVIA, ELA EXCLUI E DESCRIMINA, ALÉM DE MOSTRAR QUE SE ESTÁ ATRASADO NO TEMPO”
O ESFORÇO QUE FALTA PARA A DIREITA, por Willian Waack, no jornal O Estado S. Paulo
Inelegibilidade é só o começo das atribulações de Jair Bolsonaro. Com ou sem um “mastermind” (que Jair supõe ser o ministro Alexandre de Moraes), o Judiciário se move para destruí-lo como pessoa física também – o “CNPJ” de pessoa política está sendo cancelado.
Não há sucessor designado e não há estrutura partidária ramificada do “bolsonarismo”, o que significa dizer que existem milhões ainda seduzidos pelo nome, mas não um movimento de massas que siga a direção apontada pelo “mito”. O que deve complicar a capacidade dele de “dirigir” correntes políticas sentado do lado de fora das linhas das disputas eleitorais.
É fato que continuam presentes alguns elementos centrais da onda disruptiva que o levou à vitória de 2018. Além das mazelas sociais de sempre e seu conhecido impacto sobre mais da metade do eleitorado, eles são o descrédito da política, a desconfiança em relação às principais instituições (que Bolsonaro se esmerou em aprofundar), a fraqueza dos partidos, a paralisia dos sistemas político e de governo.
Mas é muito raro que esse “caldo de cultura” da insatisfação generalizada e da indignação com a corrupção e com a raiva em relação ao “sistema” se cristalize a cada quatro anos em torno de um nome que surfe a onda. A expressão mais atual desse contexto é a abrangência do que se possa chamar de “centro-direita” levada pelas últimas eleições ao Congresso e a vários governos e Legislativos estaduais.
Por ser abrangente, porém, esse fenômeno político é difuso. Não tem uma “casa”, embora se veja abrigado em várias instâncias formais ou informais (como a Frente Parlamentar da Agricultura, ou entidades que representam setores da economia). Não está consolidado diretamente numa agremiação política (espalha-se por muitas). Reage e se organiza de forma pontual quando provocado por um governo, o do PT, que despreza o significado da palavra “frente ampla”.
As várias correntes de centro-direita carecem evidentemente do nome de um “líder” – que, aliás, Bolsonaro nunca foi. A questão, porém, é bem mais profunda: a verdadeira carência é a de elites dirigentes organizadas com visão clara de projeto nacional e empenho decisivo em torno de questões que não sejam apenas resolver seus problemas setoriais ou regionais.
Talvez o Brasil tivesse vivido algo parecido a isso nos tempos da famosa “bancada da governabilidade”, nos idos da Constituinte de 1987/88, um breve período já praticamente esquecido de exercício de “pensar o País”. Pode-se criticar os resultados, mas é esse tipo de esforço que combate melhor a estagnação.
203.062.512, editorial do jornal folha de Paulo
Com o início da divulgação das descobertas do sofrido Censo Demográfico 2022, confirmou-se que o país tem cerca de 10 milhões de pessoas a menos do que indicavam as projeções do IBGE. Somos 203.062.512 habitantes —não algo entre 213 milhões e 214 milhões, como se via nas estimativas.
A queda na fecundidade foi mais rápida do que se antecipava. A população ainda cresce, mas em ritmo menor. Entre 2010 e 2022, o aumento se deu a uma taxa de 0,52% ao ano; no auge da expansão populacional, entre os anos 50 e 60, esse índice atingiu 2,99% anuais.
Isso significa que o Brasil está completando sua transição demográfica, fenômeno que tem diversas implicações econômicas e sociais.
Há controvérsia quanto ao bônus demográfico —a etapa em que o crescimento populacional favorece o econômico. A depender da definição utilizada, ou ele já se fechou ou está a alguns anos, não muitos, de fazê-lo.
Economistas, que levam em conta o período em que a população em idade ativa se expande mais do que a população total, acreditam que os bons tempos já se foram, provavelmente desde 2018.
Já os demógrafos preferem considerar a fase em que a população dependente (crianças e idosos) representa menos de 50% da população ativa. Por essa conta, o bônus pode perdurar até a primeira metade dos anos 2030.
Qualquer que seja a definição adotada, o fato é que o país envelhece e precisa se preparar para isso. Sem a ajuda do perfil populacional, o avanço econômico passa a depender de ganhos de produtividade, tarefa em que o Brasil vai historicamente mal. O caminho lógico seria apostar na educação —e educação de qualidade.
A transição demográfica traz uma boa notícia nesse campo. Como há menos crianças nascendo e indo para a escola, apenas manter preservada a fatia orçamentária reservada à educação já significa uma elevação do gasto por aluno.
Outro aspecto positivo de um país com menos habitantes é a redução das pressões sobre o meio ambiente e os recursos naturais.
Do lado negativo, além da maior dificuldade para o crescimento da economia, destacam-se os problemas previdenciário e dos gastos com saúde. O sistema de repartição simples do INSS funciona bem quando há muitos trabalhadores na ativa para financiar os aposentados. Quando esse cenário muda, há que esperar novas reformas.
Quanto à saúde, é ótimo que os brasileiros estejam vivendo mais. Entretanto, com maior fatia de idosos na população, haverá mais gastos com doenças típicas da terceira idade. Dadas as restrições orçamentárias, será essencial melhorar a gestão do SUS.
Para os políticos que torceram o bico para o meu comentário acima, e houve até quem sugerisse punição, recomendado seria, ler os parágrafos deste editorial desta quinta-feira, naquilo que trata do quesito educação diante das revelações do censo. Espero que tenho alfabetização suficiente para não só ler, mas entender o que está escrito.
CENSO IMPÕE DESAFIO URGENTE AO BRASIL, editorial de O Globo
A divulgação pelo IBGE dos primeiros resultados do Censo 2022, depois de sucessivos atrasos, confirmou a expectativa de desaceleração no crescimento populacional e surpreendeu pelo ímpeto da queda. Os dados revelam uma população de 203.062.512, inferior aos 207.750.291 estimados numa prévia já com os dados do Censo em dezembro. Nunca, desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1872, a população brasileira cresceu tão pouco — apenas 0,52% ao ano nos últimos 12 anos.
O baixo crescimento populacional impõe vários desafios. O maior decorre do fim da imagem de um país essencialmente jovem, substituída pela de um país envelhecido, sem que o Brasil tenha aproveitado os benefícios do contingente mais jovem na força de trabalho, conhecido como “bônus demográfico”. Dados recentes a ser confirmados pelo Censo mostram que o envelhecimento dos brasileiros segue em ritmo acelerado. Em 2012, metade dos brasileiros (49,9% ) tinha menos de 30 anos. No ano passado, 43,3%. A fatia correspondente aos idosos (60 anos ou mais) foi de 11,3% a 15,1%.
Estimativas anteriores sugeriam que o fim do bônus demográfico só ocorreria na segunda metade da década de 2030. Agora se prevê que chegará ainda nesta década. O país se preparou? Não. Uma nova reforma da Previdência se imporá num prazo mais curto do que se imaginava. Não será exequível manter as regras atuais no novo cenário em que o número de aposentados tende a ser maior, sem base consistente de contribuintes para sustentá-los.
Não é difícil imaginar as dificuldades trazidas pela queda na oferta de profissionais em condição de trabalhar. Na prática, isso significa que o Brasil terá de produzir mais com a mesma quantidade de mão de obra — numa palavra, terá de ser mais produtivo. A tarefa torna-se ainda mais desafiadora, pois parcela significativa da população ativa está fora do mercado de trabalho. Um estudo da OCDE divulgado no ano passado mostrou que 36% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos nem estão matriculados em estabelecimentos de ensino nem exercem atividade profissional, são conhecidos como “nem-nem”.
Para enfrentar a nova realidade, será necessário fazer muito mais do que o país tem feito — e melhor. É essencial aumentar a oferta e a qualidade da educação para formar profissionais mais qualificados e adaptados às exigências de um mercado que sofrerá um impacto brutal de novas tecnologias, como robótica ou inteligência artificial. De imediato, o Brasil precisará voltar a crescer de forma sustentada. Daí a necessidade de acelerar reformas como a tributária, para trazer mais dinamismo à economia. Lançar projetos requentados como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou achar que o Estado será o motor da economia não resolverá o problema.
Os primeiros resultados do Censo revelam mudanças dramáticas no perfil da sociedade brasileira. Diante dos novos dados, as políticas públicas dos três níveis de governo terão de ser revistas. O ritmo de crescimento populacional caiu à metade (de 1,17% para 0,52% entre uma pesquisa e outra). Com o encolhimento de cidades e o declínio da população jovem, a mão de obra tende a se tornar cada vez mais escassa. O país não terá alternativa, a não ser investir em maior produtividade e eficiência. O futuro esboçado nos números do Censo não é o que se previa. O Brasil terá de correr para se adaptar.
O PiNçador Matutildo, piNçou: “Dados recentes a ser confirmados pelo Censo mostram que o envelhecimento dos brasileiros segue em ritmo acelerado.”
Pois é. . . o “Brasil, pais do futuro”, expressão criada em 1941, envelheceu sem que nós (60 ou mais anos), conhecêssemos o que seria o tal futuro prometido. E nossas “otoridades”, envolucradas em caríssima indumentária, lavando a toga em Portugal! Ou curtindo uma infindável lua de mel com recursos do erário! Aguardemos pois, pelos próximos 82 anos!
Bundão, violino, lira & lula!
O bundão delfim netto nos ensinou que o poder, assim como o violino, se pega com a esquerda e se toca com a direita. Já lira, se toca com ambas as mãos.
Talvez, pela falta do mindinho na mão esquerda, lula não está conseguindo tocar lira!
Ooops. . .o comentário é sobre o texto abaixo “Sem bolsonaro, desafio de Lula é Lira”!
Hein? Não teclei sobre o bolsonaro que está no texto? Bom. . . se a toga não amarelar, bolsonaro é carta fora do baralho!
AS MENTIRAS QUE CIURCULAM NAS REDES, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo
É possível que nos próximos meses o Supremo Tribunal Federal e o Congresso retomem a questão do lixo eletrônico que circula na internet por meio das grandes empresas de tecnologia. Quando esse assunto estava na Câmara, as plataformas defenderam-se alegando que o projeto abria uma porta para a censura de ideias. Não abria, mas a cautela adiou uma decisão.
Enquanto a discussão girou em torno da censura de ideias, ela tinha algo de abstrato. Agora vê-se que o lixo vai além, enganando consumidores e prejudicando empresas. Uma única operadora de planos de saúde, a Amil, listou 231 casos de anúncios irregulares na rede em apenas seis meses. Num aspecto, prometem reembolsos impossíveis. Noutros, e são milhares, oferecem curas milagrosas e juventude eterna.
As big techs defendem-se dizendo que procuram filtrar o que levam à rede e que cumprem as decisões da Justiça quando ela determina a retirada dos materiais. É pouco.
O que sempre esteve em questão foi a cooperação das big techs para limpar a parte da rede que está sob seu domínio. Há anos elas oscilam entre a arrogância e o descaso. Quando a Justiça manda, elas cumprem. Só faltava que não cumprissem. Os danos empresariais provocados pelas mentiras sugerem que o Supremo possa tratar desse lixo de maneira diferente. Se é difícil quantificar o dano derivado de uma mentira política, isso é fácil no caso das patranhas empresariais.
O custo necessário para retirar uma mentira da rede não pode ser pago pela vítima em tempo e contratação de advogados. Além disso, quando a mentira está associada ao estímulo de uma fraude, o caso é outro. A guilda das operadoras de saúde estima que os golpes lhe custam R$ 3,5 bilhões. Sabendo que os golpistas se valem também de outros meios, o prejuízo que passa pelas big techs deve ficar abaixo disso.
Até hoje a Justiça tem agido para retirar o lixo. Pode ir além. Basta que haja uma multa. Afinal, se um vizinho deixa suas porcarias na porta do outro e reincide, alguma coisa ele terá de pagar. Como as big techs jogam com o tempo a seu favor, basta inverter o jogo. Quanto mais elas demorarem para atender à reclamação da vítima, maior a multa. A multa não precisa ser alta, desde que ela esteja relacionada à demora no atendimento da reclamação, a partir do momento em que é comunicada ao hospedeiro da mentira.
Propagandas de médicos e advogados são reguladas. Não faz sentido que as plataformas aceitem anúncios disfarçados de aconselhamento. Pode-se argumentar que é difícil demarcar a linha que separa a informação da enganação. Nessa, hora vale o ensinamento do juiz americano Potter Stewart:
— Não sei definir o que é pornografia, mas, quando a vejo, a reconheço.
Se as big techs aceitarem esta lição elementar, o problema começará a ser resolvido.
Cobrando uma multa pela hospedagem de mentiras que causam prejuízos a empresas e divulgando a quantidade de infrações cometidas por cada big tech, entra luz na discussão.
Afinal de contas, a divulgação, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, das multas aplicadas às operadoras de planos é um meio eficaz de controle das malfeitorias que acontecem nesse mercado.
JUROS, DÉFICIT E A NOVA DIREÇÃO DO BC, por Vinicius torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo
A grande querela nacional sobre a queda de mísero 0,25 ponto percentual na Selic deve esfriar depois dessa ata da reunião da diretoria do Banco Central, divulgada nesta terça-feira. Deve haver um chorinho de corte da Selic, de 13,75% para 13,50%, em agosto.
O problema maior, como se tem escrito nestas colunas, é quão rápido a Selic vai cair e até que nível. Quanto a isso, nem a ata do BC nem as notícias da inflação por ora permitem estimar que a redução de juros seja rápida e grande.
Além do mais, daqui até o final do ano, dois motivos vão mudar a música da inflação e dos juros no mercado: o tamanho do déficit nas contas do governo e as novas indicações de Luiz Inácio Lula da Silva para a direção do BC.
A partir desta metade do ano, com a aprovação do dito arcabouço fiscal de Lula-Haddad, os donos do dinheiro grosso e credores do governo vão verificar se a arrecadação federal vai ser bastante para o cumprimento das metas de redução do déficit. Se não for o caso, as perspectivas para dívida pública azedam um tanto mais e, assim, os juros de prazo mais longo na praça do mercado podem parar de cair.
Fernando Haddad (Fazenda) e equipe estão caçando o que chamam de jabutis, medidas do Congresso ou da Justiça que facilitavam uma sonegação legalizada, para falar francamente. Falta saber quando começa a pingar o dinheiro. A arrecadação de maio deu algum ânimo. Mas o ano até aqui não tem rendido o bastante para reduzir o buraco nas contas.
Em dezembro, acabam os mandatos de dois diretores do BC. Lá por outubro ou novembro, devem ser conhecidos os nomes dos novos diretores. No começo de 2025, pois, Lula terá indicado quatro dos nove diretores. Mesmo com Lula 3 ainda em minoria, por assim dizer, o jeitão do BC pode mudar muito e, assim, mexer nas expectativas dos povos do mercado para 2025. Parece longe, mas não é. Em caso de nomeações destrambelhadas, podemos ver efeitos dessas decisões já no final deste 2023.
Em resumo, a dita “ata do Copom” afirma que, com nova baixa das expectativas e da inflação, a Selic cai essa miséria de 0,25 ponto em agosto. A inflação de junho deve vir perto de zero. As expectativas devem cair mais um tanto, até porque o Conselho Monetário Nacional não deve fazer a bobagem de mexer na meta de inflação de 3% para os próximos anos na reunião desta quinta-feira, como praticamente cobrou o pessoal do BC.
Por outro lado, o BC afirmou que a inflação de serviços e outros índices mais sujeitos à influência da política monetária estão muito altas ainda (em torno de 6%) e caem devagar. Fica implícito que o mercado de trabalho deveria esfriar.
Além disso, o BC acredita que agora é mais alto o nível real da Selic que mantém a inflação estável. Pode se contestar a conta do BC, mas é outra má notícia sobre o tamanho e velocidade do corte de juros que está por vir. Enfim, o nível a que as taxas de juros no mundo rico vão chegar também vai ter influência aqui, em dólar e juros.
Há uma grande névoa nesse cenário. Mais do que de costume, está difícil de saber o tamanho da desaceleração da economia e do efeito dessa paulada da Selic a 13,75% por tanto tempo. Por falar nisso, a taxa real de juro de um ano tem aumentado. Desde o início de abril, saiu de 6,9% para quase 7,5%.
Talvez o assunto possa mudar, enfim, para a economia dita real. Que setores podem elevar o investimento? Parece haver coisa engatilhada na indústria extrativa, no saneamento, comunicações. O governo vai conseguir fazer concessões de obras? Vai tomar medidas que facilitem o investimento privado? O investimento público direto, via Orçamento, vai continuar miudinho. O que vem a ser enfim esse projeto de “transição verde” na economia?
SEM BOLSONARO, DESAFIO DE LULA É LIRA, por Vera Rosa, no jornal O Estado de S. Paulo
Diante do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos, a avaliação do núcleo duro do governo é a de que o problema do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora, tem outro nome. Em busca de votos da direita após a cassação dos direitos políticos do ex-presidente, dada como certa, a articulação política do Palácio do Planalto será posta à prova. E o desafio de Lula, nesse cenário, se chama Arthur Lira (PP-AL).
Líder do Centrão, o presidente da Câmara anda contrariado por não ter mais o controle da distribuição de emendas parlamentares. No diagnóstico do grupo de Lira, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é o responsável por travar a liberação de R$ 9,9 bilhões que, com o fim do orçamento secreto, foram herdados por ministérios.
O Centrão passou a trabalhar para derrubar Padilha e se aproximou do chefe da Casa Civil, Rui Costa. Nesse serpentário, nada poderia ser mais simbólico do que a foto postada ontem nas redes sociais, mostrando Padilha, Costa e o líder do governo na Câmara, José Guimarães, sorridentes e com mãos entrelaçadas.
Quem acompanha os movimentos no Planalto sabe muito bem como é o relacionamento dos três petistas: em público reina a paz. Nos bastidores, um culpa o outro por derrotas no Congresso. “Vocês vão ter de acertar isso”, avisou Lula, na reunião ministerial do dia 15. “Se vocês não resolverem, eu vou ter de resolver.”
Para Padilha, a negociação com o Centrão deve ser conduzida no varejo, e não no atacado. A estratégia tem o objetivo de esvaziar o poder de Lira e evitar que ele se fortaleça para eleger seu sucessor ao comando da Câmara, em 2025.
Apontado como culpado por barrar a liberação de emendas e cargos, Costa conseguiu virar o jogo a seu favor após se reunir com Lira, há duas semanas.
O “malvado favorito” da história, para o Centrão, é Padilha, que indicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A cadeira é cobiçada pelo PP, mas Lula não dispensará Nísia. Por enquanto, sai Daniela Carneiro (Turismo) e entra Celso Sabino, homem da confiança de Lira.
Lula tem dificuldade para demitir. Está nos seus planos, porém, fazer mudanças na equipe, no segundo semestre. A ideia é entregar a partidos do Centrão o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com orçamento de R$ 84,34 bilhões, e a Funasa, a ser recriada.
Apesar desses acenos, Lira não confia no Planalto. Além disso, culpa o governo por vazamentos de investigações da Polícia Federal, que chegam cada vez mais perto dele. A pedra no sapato de Lula, hoje, atende pelo nome de Arthur.