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O HOSPITAL SANTO ANTÔNIO, DE BLUMENAU, POSSSUI UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO CONTRA AS DESASTRADAS GESTÕES DOS POLÍTICOS. TORNOU-SE REFERÊNCIA NACIONAL. MAS, LÁ, A SOCIEDADE ORGANIZADA E O MINISTÉRIO PÚBLICO FORAM DECISIVOS PARA ESTA VIRADA

Na semana passada, tão logo se soube oficialmente daquilo que permeava os bastidores sobre a desistência do vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, em continuar a ser mais um secretário da Saúde de Gaspar, e ao mesmo tempo, para se criar fato novo e uma nova cortina de fumaça à população – e com apoio da imprensa que vive calada neste assunto e fez dupla com o site da prefeitura – para abafar às novas denúncias dos vereadores Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e Alexandro Burnier, PL, na Câmara, contra os desatinos do Hospital de Gaspar, o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, talvez PP, anunciou uma possível “parceria” com o Hospital Santo Antônio, de Blumenau.

Inicialmente é para uma “consultoria de avaliação (sic)diagnóstico situacional (sic)”. Tomara que não corra da “parceria” ao tomar pé da situação. É o tácito reconhecimento de que não deram conta e estão sem discurso, resultados e saídas às vésperas de uma nova eleição municipal. Nada como um dia após o outro. Lavaram a minha alma mais uma vez.

Independente disso, finalmente é uma excelente ideia, se não for apenas uma notícia armada para ocupar espaços na mídia local e regional. Tardia, muito tardia, excelente ideia, se não for um ato de desespero. Excelente ideia, se o governo de Kleber e Marcelo se desapegar daquilo que não sabe gerir em favor da população doente, sofrida, e, exatamente a mais vulnerável. Excelente ideia, se ela for conduzida com transparência à população doa a quem doer. Excelente ideia, se os técnicos do Hospital Santo Antônio, ao conhecerem o problema, sem qualquer sonegação dos que mandam atualmente no de Gaspar, não desistirem de serem parceiros nesta sinalização recuperação de algo muito doente, quase terminal, mas ainda essencial não só para Gaspar, mas como para a região.

Hospital Santo Antônio possui uma história exemplar de recuperação. Deu a volta por cima. Era o patinho feio e desprezado de Blumenau, tanto quanto o Hospital de Gaspar. Os políticos no poder de plantão de lá o fizeram assim. Até sair o escândalo no tempo do governo do PT, quando se soube e se provou que havia pagamentos a jornalistas e radialistas para falarem bem dele, mas principalmente da prefeitura e governo de lá. E para o povo, os governantes diziam que o Hospital estava sem caixa, que precisa de mais verba, mas ajuda…

Foi a gota d’água numa imprensa plural. O Ministério Público, uma parte dos políticos e a tal sociedade organizada, a começar pela ACIB, viram que a cidade precisava de um Hospital para a comunidade, a mais vulnerável e não para os políticos e incompetentes se esbaldarem, muito menos para ser caixa dois da propaganda do governo de plantão. Limpeza contra o erro e às dúvidas. Foco, transparência, profissionalismo e a escolha da vocação do Hospital para ser reconhecido na especialidade que escolheu para se diferenciar na cidade e região. 

Pronto, e até já escrevi sobre isto aqui, apesar de que este espaço é essencialmente sobre Gaspar, o Hospital Santo Antônio virou outro. Água e vinho. Aos poucos e consistentemente se tornou referência na área pediátrica, depois na de alto risco e mais tarde, já organizado, virou referência em oncologia, seja ela pediátrica e mais adiante adulta. E hoje o HSA é simplesmente o 111º melhor hospital do mundo, num ranking da Statista, ouvindo mais de 80 mil especialistas em 28 países e publicado pela norte-americana Newsweek (Três melhores hospitais do mundo de 2023 estão em Blumenau, 23.06.23).  

Chegar lá não foi fácil, certamente. É como curar qualquer doença grave – o câncer, por exemplo e que teima em voltar, disfarçadamente em outras circunstâncias oportunísticas. Mas, a cidade de Blumenau decidiu dar um basta ao que não funcionava para a sua comunidade, levando o dinheiro bom – e da bondade – da comunidade. Deu um basta ao empreguismo que apenas dava status e poder gente que, por primeiro, sempre salva a sua própria pele.

Em Gaspar, o prefeito Kleber já se apresentou como pai da ideia e o salvador da pátria. Na verdade, como mencionei acima, está atrasado, acuado e sem saída. Nem mais, nem menos. Está atrasado em pelo menos seis anos para se vangloriar, como fez, ao anunciar esta “parceria”. E sem nenhuma estranheza, ela foi exaltada pela imprensa amiga como um achado do outro mundo.

Basta olhar e escutar o candidato Kleber disse no debate como candidato em 2016, quando se elegeu pela primeira vez. Nele, está na abertura deste artigo, revelou que conhecia o problema do Hospital como poucos; prometeu libertá-lo das amarras que o deixava menor do que não pode ser para os gasparenses; e assegurava que tinha caminhos para isto. O resultado está aí. Foi obrigado a buscar o Hospital Santo Antônio para um diagnóstico.

Mas, perguntar não ofende: o “diagnóstico” não devia ser a primeira coisa a nortear o Hospital desde que Kleber tomou posse em primeiro de janeiro de 2017, com o então vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP? Ou seja, no fundo, é uma confissão de culpa e incompetência gerencial com atraso mínimo de mais seis anos. Isto para não dizer que faszia um discurso mentiroso na campanha eleitoral.

E passados seis anos daquele debate, a busca do Hospital Santo Antônio para tirá-lo das profundezas, como no caso do Titanic, e disfarçadamente mostrar caminhos de salvação do Hospital de Gaspar, mesmo sendo uma excelente ideia, reforça somente o tamanho do erro e da incapacidade técnica para a reversão naquilo que se experimentou – e se gastou muito dinheiro – por seis anos e não deu certo: oito secretários de Saúde, dois interinos e outra quase dezena de gestores do Hospital. Qual a administração – publica ou privada – daria certo com tantas mudanças? E essa gente, vive diariamente exibindo nas redes sociais, reuniões e reuniões de planejamento. Meu Deus!

O prefeito Kleber, afronta, quando faz de algo gravíssimo, novamente, um discurso de político em pré-campanha. Kleber e seus “çábios” sabem muito bem que estão em dívida imensa com a cidade, cidadãos e cidadãs neste quesito. De verdade? Devem pedidos de desculpas. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

A duplicação da BR 470 voltou à pauta do PT e que retornou ao poder em Brasília. A duplicação foi prometida pelo candidato Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para 2010. Dilma Vanna Rousseff e a ex-senadora Ideli Salvatti, ambas do PT, esticaram para 2015. Alegaram sempre problemas de desapropriações e surpresas na execução da obra.

Na verdade, sempre faltou recursos. E o DNIT um feudo do antigo PL de Valdemar da Costa Neto, que aqui tinha como delegado o pessoal do atual governador Jorginho Mello atrapalhando-se na burocracia. Até comício os petistas fizeram no ginásio refeito João dos Santos para se comprometer com prazos e a obra na busca de votos e apoios.

Isto sem falar nos “famosos” outdoors – foto acima – do casal Décio Neri e Ana Paula de Lima, PT. Nele se oferecia a duplicação como presente no aniversário de Blumenau naquele setembro de 2013. Resumindo: faz 13 anos da promessa até a não efetiva conclusão da duplicação. Feito um balanço na ponta do lápis, o tempo em que ela mais empacou foi exatamente nos governos petistas. Então…

Escrito isto é preciso lembrar mais duas coisas. A retomada das obras de duplicação BR-470 com verbas federais veio com o “golpista”, segundo os petistas – e a própria deputada lembrou isto na sexta-feira -, Michel Temer, MDB, depois do impeachment da titular Dilma. Todavia, a duplicação só saiu da enrolação e avançou mesmo com uma iniciativa surpreendente e corajosa do ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, depois de sair do inexplicável conforto a que se instalou depois de eleito na Casa D’Agronômica e que quase lhe custou também à cassação em dois impeachments e uma CPI. Todos frustrados.

A contragosto dos bolsonaristas – que têm como traidor o ex-governador por ele se negar a ser papagaio de pirata deles – até do então senador Jorginho Mello, PL, só para desqualificar à iniciativa do ex-governador e trancar a reeleição, fez escaramuças para impedir o aporte de recursos estaduais nas obras federais. Jorginho saiu corrido do Vale do Itajaí por líderes empresariais. O deputado Ivan Naatz, PL, também teve que colocar a viola no saco neste espantoso assunto contra a região. O ex-governador colocou na duplicação da BR-470, R$300 milhões dos pesados impostos dos catarinenses, sob muita polêmica em Brasília e na aprovação na Assembleia Legislativa. 

Outras rodovias federais vitais para e que cortam Santa Catarina, negligenciadas, ou contingenciadas sucessivamente até agora pelos governos que se instalaram em Brasília, também receberam recursos estaduais, como por exemplo a BR-280, na ligação entre o porto de São Francisco do Sul e a BR-101. Incrível cegueira para este gargalo logístico não exatamente a Santa Catarina, mas ao país.

E quem voltou à cena na sexta-feira passada reprisando um espetáculo manjado e querendo ampla divulgação pela mídia regional? A deputada Ana Paula Lima, PT, vice-líder do governo de Lula na Câmara Federal. Veio “vistoriar”, naquilo que já está duplicado em Gaspar (foto acima). Toda a pompa e circunstância. A deputada terá que perceber logo que os tempos para os palanques são outros. E a duplicação e o presidente da República em nada ajudarão o candidato dela aqui em Gaspar.

Hoje será a vez do Ministro dos Transportes, do alagoano Renan Calheiros Filho, MDB. Ele virá “vistoriar” e “entregar” um trechinho duplicado perto do Restaurante La Terra. Esta gente, devia chamar para esta “vistoria” o ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, bem como os deputados que aprovaram tais recursos na legislatura passada. Esta gente devia entregá-la por inteiro a um polo econômico que gera montanhas impostos federais para o Brasil e que até aqui, não possui a contrapartida mínima para ampliar a competitividade nos impostos que gera. 

Vir de Brasília num jatinho para uma “vistoriada” na duplicação de uma rodovia federal que está com 13 anos de atraso é algo que foge ao mínimo senso de noção de qualquer um, menos, naturalmente, dos políticos do Planalto Central. Tomara que o ministro entenda, e é pouco provável, sobre a importância desta obra e o quanto representa a região do Vale do Itajaí para o estado e o Brasil.

Segundo a assessoria da deputada Ana Paula Lima, PT, a BR 470 recebeu um adicional de R$ 112 milhões para “aceleramento” das obras, além dos R$ 111,6 mil que já estavam previstos e R$ 55 mil que não foram utilizados em 2022, o valor total chega a R$ 279 milhões. Noves fora, nada disso está garantido. Sempre foi assim: contingenciamento, cortes e remanejamentos para outras regiões do Brasil

Mesmo que este valor venha ser usado integralmente como e exposto acima e pela deputada, ele, por enquanto, é bem menos do que os R$300 milhões, que os catarinenses colocaram nela a partir de 2021 por meio do caixa estadual pelo ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, com apoio dos deputados estaduais da legislatura passada. 

A deputada Ana Paula Lima, PT, faria melhor se tornando uma fiscal contra os cortes, contingenciamentos e remanejamentos. Por enquanto, só propaganda e uma faixa para fotos em que os petistas presentes na “vistoria” agradecem ao presidente Lula. Incrível, quando se faz a necropsia disso tudo. A faixa é uma zomba e não expressa à realidade que um fato tão sério exige dos políticos a favor de uma região promotora de desenvolvimento. É aguardar, então.

Para esclarecer definitivamente. O velho PT de Gaspar com Pedro Celso Zuchi – como esteve no comício do ginásio João dos Santos – estava lá nesta “vistoria” da deputada Ana Paula Lima, PT, como se fosse uma obra do partido e do atual presidente Lula. É só olhar a reação dos eleitores e eleitoras nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Esta gente ainda não percebeu que o mundo mudou. 

Neste caso da duplicação da BR 470, já estamos em outra fase: a da projeção, construção, autorização ou licenciamento ambientais das marginais para municípios e terceiros interessados. O DNIT de Santa Catarina, mais uma vez, está sentado em reuniões e atrapalhando os que querem trabalhar. É isto, quando sair do discurso para a prática, é que pode render votos aos candidatos de outubro do ano que vem. Sobre isto, nem um pio. A duplicação “isolou” áreas ou é indutora de desenvolvimento ao longo da rodovia. Uma área precisa se aberta no DNIT para produzir uma espécie de “Plano Diretor” e acolher sem burocracias próprias do petismo as demandas, projetos e sanar dúvidas para a abertura das marginais. Urgente. Acorda, Gaspar!

Finalmente, o Vale do Itajaí acordou para o perigo que é o fenômeno “El niño. Ele já foi o maior promotor de eventos climáticos extremos, trazendo danos severos à sociedade. Uma reunião com prefeitos, lideranças políticas, empresariais e comunitárias colocaram a faca no pescoço das autoridades – principalmente as da Defesa Civil – para a gestão e simples manutenção das barragens.

Tudo parece ir à mesma linha da duplicação da BR-470. Até aqui, muitos discursos e de prático, quase nada. Os políticos – com salários, status e mordomias garantidos, fingem que os que bancam tudo isso é o que está exposto às intempéries – naquilo que é preventivo e controlável – a perder o que gera os pesados impostos. A audiência pública feita pela Assembleia Legislativa em Rio do Sul não poder ser um ato isolado para queixas e discursos. Ela precisa se transformar em um fórum permanente.

No artigo de sexta-feira passada, numa nota no Trapiche, sobre a ausência da oposição da CPI da Pizza sobre ou áudios cabulosos do ex-secretário da Fazenda e Gestão Pública, Jorge Luiz Prucino Pereira , PSDB, observei que “hoje oposição que está adstrita apenas a Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e à meia boca, com Alexsandro Burnier, PL, não caiu na armadilha do governo e da Bancada do Amém“.

Para um espaço que não é lido, como sempre observam os políticos quando mencionados, a reação veio em minutos. Alexandro Burnier, PL, discordou frontalmente da minha observação. Não discuto. Não polemizo. Neste particular, divirjo. Para o vereador, nas vezes que ele fez oposição a “meia boca” como observei, foi quando o atual governo gasparense “mais sangrou”.

Alexsandro acaba de protocolar um requerimento – se vai ser aprovado pela Bancada do Amém é outra coisa. O vereador ainda não deu divulgação e na imprensa este assunto é tido como inconveniente. O requerimento dá um nó nas manobras da CPI da Pizza dos áudios cabulosos vasados e faz perguntas mínimas para um esclarecimento mínimo. Tira do conforto o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL do próprio Alexasando, sei lá, talvez PP.

A CPI que está sem a oposição para assinar o “nada consta”, manobrou e não até agora, não envolveu o recém nomeado presidente do Samae, Jean Alexandre do Santos, MDB, apadrinhado do vice, responder algumas perguntinhas básica e incomodas desses áudios. Uma das vozes, é a dele, neles. Acorda, Gaspar!

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9 comentários em “O HOSPITAL SANTO ANTÔNIO, DE BLUMENAU, POSSSUI UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO CONTRA AS DESASTRADAS GESTÕES DOS POLÍTICOS. TORNOU-SE REFERÊNCIA NACIONAL. MAS, LÁ, A SOCIEDADE ORGANIZADA E O MINISTÉRIO PÚBLICO FORAM DECISIVOS PARA ESTA VIRADA”

  1. NÃO TEM CABIBEMENTO RESSUSCITAR BENEFÍCIOS PARA JUÍZES EXTINTO EM 2006, editorial do jornal O Globo

    Num momento em que o país precisa conter gastos para cumprir as metas do novo arcabouço fiscal, não tem cabimento a mais nova tentativa de ressuscitar o acréscimo na remuneração dos juízes conhecido como adicional por tempo de serviço. A benesse, extinta em 2006, garantia promoções automáticas num valor que hoje chega a R$ 10 mil mensais. Enquanto faz pressão para aprovar no Congresso uma emenda constitucional para restaurar o privilégio — a PEC do Quinquênio —, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para recobrar os pagamentos suspensos em 2006, com efeito retroativo.

    Se prosperar, a ação promete trazer até R$ 2 milhões a cada juiz beneficiado e representaria uma conta imprevista de R$ 1 bilhão para o Tesouro Nacional. Aprovado no Conselho de Justiça Federal, o pagamento foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Chegou a ser referendado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, mas ele voltou atrás na véspera da decisão do TCU, diante de pressão que, segundo noticiou o jornal O Estado de S.Paulo, envolveu até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Supremo, o caso foi distribuído para relatoria do ministro Dias Toffoli.

    O STF tem uma excelente oportunidade para deixar claro que se trata de demanda descabida num país em que os juízes já usufruem um sem-número de privilégios e regalias na forma de penduricalhos ao salário, manobra para driblar o teto do funcionalismo. Magistrados são um terço dos que recebem supersalários acima do teto. Em 24 estados, o vale-refeição supera o salário mínimo. Para não falar em auxílios transporte, moradia, paletó e saúde, serviços extraordinários, férias de 60 dias etc. Cada juiz custou aos cofres públicos mais de R$ 60 mil mensais em 2021, segundo o último relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Só o Judiciário — sem contar o Ministério Público — consumiu 1,2% do PIB, em 2021, ou 9,6% dos gastos da União — o correspondente a 11 vezes o custo espanhol, dez vezes o argentino e nove vezes o americano.

    Ninguém duvida que o trabalho da Justiça é essencial para a sociedade, nem que é necessária uma remuneração justa, capaz de manter a independência dos magistrados diante das pressões. Mas não faz sentido econômico, muito menos moral, o Tesouro arcar com mais uma despesa cujos únicos beneficiados integram a categoria mais privilegiada do serviço público e a faixa mais rica e mais bem remunerada da sociedade. Ainda mais num momento em que falta no Orçamento dinheiro para tudo — de programas sociais a infraestrutura.

  2. O PT JOGA PARADO, por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo

    Basta uma circulada rápida nas hostes governistas e oposicionistas para perceber o seguinte: a direita está totalmente empenhada em ampliar espaços na eleição de 2024, enquanto a esquerda se mantém um tanto inapetente na conquista de prefeitos e vereadores.

    O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, vem lançando um desafio. Aposta que os partidos da área de influência direitista darão uma lavada no PT. Lá pelos idos de fevereiro, ouvi com desconfiança tal prognóstico. Interpretei como desejo, mera bravata.

    Isso até recentemente ouvir de petista mais que graduado a avaliação de que o partido ora na Presidência da República anda um tanto indiferente, para não dizer desorganizado, em relação à corrida do ano que vem.

    Hoje, o PT conta disputar apenas três capitais: Aracaju, Vitória e Fortaleza. Nas outras, vai de composição com legendas aliadas. O exemplo mais vistoso é o de São Paulo.

    Na capital do maior colégio eleitoral do país, o presidente Luiz Inácio da Silva não cederá a pressões pelo rompimento do acordo com Guilherme Boulos (PSOL) em prol de candidatura própria. Será mais que um avalista da aliança. No limite do adequado ao cargo, estará presente na campanha.

    No Rio, em Belo Horizonte e em demais grandes cidades a opção é pela política de alianças. Por quê? O governo federal não vê a disputa de 2024 como sangria desatada porque tampouco enxerga nela relação direta com a reeleição de Lula em 2026.

    Nas internas palacianas não há dúvida quanto à candidatura. Na direita colhe-se a mesma impressão. Governo e presidente estando em boas condições, ninguém tira de Lula a renovação do mandato.

    Daí o interesse dos conservadores nas municipais. Em desvantagem na presidencial, melhor apostar em prefeitos e vereadores, pois influenciam no aumento das bancadas de deputados federais e no volume de dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. Pragmatismo na veia.

  3. Miguel José Teixeira

    A nova encenação da deputada PeTralha faz parte de sua natureza. Nada faz, portanto, a solução é encenar algo para pegar o incautos! Agora, o combativo vereador Dionísio Bertoldi, não precisava “se-depreciar-se” tanto, posando na lamentável foto. Como publiquei lá, está tentando pegar o “cocô” pelo lado limpo!

  4. Bom dia.
    Enquanto não houver mudanças no sistema eleitoral brasileiro, pondo fim aos votos de legenda,
    o tal do coeficiente partidário,
    aquele que ELEGE MUITOS CANDIDATOS SEM VOTOS
    e que deixa de fora os ESCOLHIDOS pelo POVO;
    enquanto a possibilidade da candidatura avulsa permanecer nas gavetas do Congresso Nacional;
    Enquanto NÃO FOR EXIGIDO QUALIFICAÇÃO COMPROVADA PARA OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS EM CARGOS GRATIFICADOS E COMISSIONADOS
    NAS TRÊS ESFERAS DE GOVERNO,
    o brasil seguirá sendo escrito com letra minúscula 👀😥😔

  5. GRANDES ELEITORES, por Demétrio Magnoli, no jornal O Globo

    Denunciado pela retenção ilegal de documentos sigilosos, Donald Trump pode ser condenado à prisão. Mesmo nessa hipótese, não perderá o direito de concorrer à Presidência. Jair Bolsonaro, que enfrenta julgamento no TSE sob acusações de ataques ao sistema eleitoral e às instituições democráticas, poderá se tornar inelegível, mas não corre risco de prisão. Nos Estados Unidos, os eleitores são soberanos; no Brasil, soberanos são os juízes.

    Um século atrás, em 1920, o líder socialista americano Eugene Debs, condenado por crime de sedição, concorreu à Presidência enquanto servia sentença numa penitenciária de Atlanta e recebeu 914 mil votos (3,4% do total). Os Estados Unidos separam os domínios da Justiça e da política: o primeiro compete aos tribunais; o segundo, aos eleitores. Nada, nem mesmo a cadeia, anula os direitos políticos, que emanam da cidadania.

    No Brasil, cidadania é coisa secundária, incerta, precária. Daí que um tribunal especial, o TSE, tem a prerrogativa de decidir quem pode e quem não pode se candidatar a cargos eletivos. No fundo, os juízes operam com o poder de cassar a soberania popular. Os eleitores perdem o direito de votar nos candidatos de sua preferência. A tutela judicial dos eleitores ocorre sistematicamente nas disputas para cargos parlamentares. Desde 2018, transformou-se em fator decisivo nas eleições presidenciais.

    Quem ocupará o Planalto? Perguntem, antes, aos Grandes Eleitores (os juízes), que dirão em quem os pequenos eleitores (o povo) podem votar. Bolsonaro chegou à Presidência numa eleição marcada pelo veto judicial à participação de Lula. Depois, como os juízes mudaram de ideia, Lula retornou ao Planalto. Tudo indica que, em 2026, disputará a reeleição em pleito sem a presença de Bolsonaro, graças à decisão soberana dos juízes.

    O socialista Debs foi punido por conclamar à resistência contra o alistamento militar. Seus eleitores, porém, não foram punidos. Puderam exercer plenamente o direito de voto. No Brasil, entretanto, prefere-se punir os eleitores — os de Lula, antes, e os de Bolsonaro, agora. Ao vetar candidaturas, sob o pretexto de punir indivíduos, os juízes cancelam direitos de vastas parcelas da sociedade. No fundo, é a democracia que vai para a cadeia.

    A Lei Complementar nº 64, de 1990, elencou uma série de situações de inelegibilidade. Duas décadas depois, a Lei Complementar nº 135 (Lei da Ficha Limpa) adicionou dez outras situações capazes de barrar a candidatura de indivíduos condenados por um tribunal colegiado, mesmo em processos que admitem recurso. Voluntariamente, os políticos concederam aos juízes a tutela sobre os eleitores.

    A prerrogativa judicial de configurar as disputas eleitorais, eliminando de antemão certos candidatos, conduz à politização do sistema de Justiça. Magistrados, em todas as instâncias, sabem que são Grandes Eleitores. Suas preferências partidárias ou ideológicas tendem a contaminar suas decisões em processos cujos réus são políticos. Na ponta oposta, cria-se mais um forte incentivo para que os políticos articulem a indicação de amigos leais a vagas nos tribunais superiores.

    Atrás da legislação sobre inelegibilidade esconde-se um intercâmbio tácito. Eis a barganha: em troca da concessão aos juízes do poder de tutela sobre os eleitores, os políticos esperam ser poupados de punições criminais. As acusações contra Bolsonaro envolvem crimes gravíssimos, puníveis com a prisão. Contudo parecem escassas as possibilidades de que o ex-presidente conclua sua carreira política na cela de uma penitenciária. No fim, ao que tudo indica, apenas seus eleitores serão sentenciados.

    Num país viciado no jogo da polarização, princípios políticos perderam valor. A saga de Lula, impedido arbitrariamente de concorrer ao Planalto, nada ensinou ao Brasil — nem mesmo ao PT. Se, anos atrás, a direita bolsonarista celebrou a inelegibilidade de Lula, hoje a esquerda lulista prepara-se para celebrar a inelegibilidade de Bolsonaro. Nos dois lados, o que se comemora, de fato, é a cassação da soberania popular.

  6. MILITANTES EM ITAIPU, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O presidente Lula da Silva novamente nomeou um integrante de seu partido, o PT, para o Conselho de Administração da Itaipu Binacional. Gleide Andrade de Oliveira, secretária nacional de

    Finanças e Planejamento do PT, teve sua indicação efetivada em decreto publicado no Diário Oficial da União no dia 19. A decisão nada tem de republicana. Sem a menor cerimônia, Lula ignorou critérios técnicos para o preenchimento de um cargo dessa envergadura, norteando sua escolha pelo imperativo de premiar a lealdade partidária e de atender a conveniências políticas.

    São conhecidos, de longa data, os riscos dessas escolhas. O histórico da indicação de João Vaccari Neto, outro ex-tesoureiro do PT, para o Conselho de Itaipu encerrou-se em 2015, quando ele foi citado na Operação Lava Jato. Vaccari fora nomeado em 2003, na versão Lula 1. Condenado e preso por corrupção, acabou beneficiado por indulto concedido em 2019 pelo então presidente Michel Temer.

    Não há elementos que desabonem a carreira de Gleide Andrade na estrutura administrativa do PT. A militante, graduada em Filosofia, assumiu cargos na prefeitura de Belo Horizonte durante as gestões do partido. Porém, tampouco há evidência de seu conhecimento sobre os tópicos corriqueiros e excepcionais tratados pelos conselheiros da Itaipu Binacional. Ao contrário do que acontece com cinco dos sete integrantes da parte brasileira do Conselho, falta-lhe familiaridade com as questões da maior hidrelétrica do País.

    Lula já havia transformado o Conselho da Itaipu Binacional em cabide para seus arranjos políticos em abril, ao nomear o ex-deputado estadual paranaense Michele Caputo, do PSDB. A escolha, nesse caso, deveu-se ao empenho paroquial da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em aproximar seu partido dos tucanos de seu Estado.

    A ausência de elementos que antecipem a contribuição de um novo conselheiro pode ser aceita por segmentos da iniciativa privada. Em empresas de natureza pública, como é a parcela brasileira da Itaipu Binacional, não se justifica nem fortalece sua máxima estrutura decisória. Antes, fragiliza-a.

    É fato que governos anteriores – não petistas – se valeram de indicações políticas escudados na brecha que tornou Itaipu imune à aplicação da Lei das Estatais, de 2016. Para a maioria das demais empresas públicas, o artigo 17 daquela lei impõe como requisitos para a nomeação a “reputação ilibada” e o “notório conhecimento”. Exige também a confirmação de “formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado”.

    A bem do interesse nacional, a adoção dessas mesmas condições para Itaipu e as demais empresas públicas que escapam ao alcance lei atestaria o espírito republicano do governo – além de seu real propósito de fortalecê-las, em vez de aparelhá-las. Daria um ansiado sinal de rompimento com o patrimonialismo que, pelo visto, continuará a turvar os limites de onde começam e onde terminam as esferas do público e do privado na gestão do Estado.

  7. Avisaram o Santo Antônio, do laudo do engenheiro químico que relatou a existência de contaminação do sistema oxigênio, isto tudo que aconteceu durante a Pandemia.
    O vereador do PT, deveria vir a público e explicar o que tem em mãos.

    1. Não só o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, está obrigado, mas como também o vereador Alexsandro Burnier, PL, que se meteu pela primeira vez neste assunto do Hospital depois de comer tanta poeira do falecido Amauri Bornhausen, PDT e do próprio Dionísio.

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