Qual a notícia que se espalha em Blumenau nos últimos dias, mês que em que comemora os 89 anos de emancipação de Gaspar de lá, notícia que não se contesta, devido à credibilidade da origem e da comprovação “in loco” na vida das pessoas doentes, as quais buscam à prevenção e à cura? Que os três maiores hospitais de lá, estão entre os melhores do mundo – segundo o critério da pesquisa -, por consequência, entre os melhores do Brasil e um deles, é o melhor do estado de Santa Catarina. Orgulho? Sim! Antes, porém, uma segurança aos que precisam deles.
Enquanto por aqui, no único hospital que temos – sob intervenção marota do município desde os tempos da administração petista de Pedro Celso Zuchi – se estabelece cada vez mais como exemplo daquilo que se tornou uma caixa preta administrativa, técnica e um caro sumidouro de dinheiro público. Só no ano passado, a prefeitura botou nele, diretamente, mais de R$33 milhões e outros milhões vieram de forma indireta da própria prefeitura, governos federal e estadual, verbas parlamentares e doações de particulares. Tudo, ao que se constata, sem o respectivo retorno para a sociedade e o que é pior, a mais vulnerável. E vejam: estamos bem do lado daquilo que pode nos servir de bom exemplo.
A pesquisa internacional não deixa nenhuma dúvida: há algo de muito errado ou podre em termos de conceito com o nosso hospital. Ele está doente. Faz tempo. E a chaga se chama intervenção aos interesses de poder de plantão, vaidades e falta de altruísmo de parte da sociedade, somada à falta de visão, foco, vocação, bem como liderança política – a que tomou conta dele. Faz-se do hospital de Gaspar um jogo para empreguismos, reiteradas e permanentes dúvidas, bem como o uso da estrutura dele para cabala de votos em vãs promessas de mudanças.
Qual a notícia que se espalha em Blumenau e enche de orgulho não só os profissionais da área, mas a cidade que se sente protegida – atrai investimentos e empregos de qualidade – naquilo que um dia lhe fará diferença entre a vida e a morte, entre o sofrimento e à mínima qualidade de vida, bem como aos políticos de lá que não mais se metem neste assunto, a não ser em ajudar o que já vai bem?
No ranking dos Melhores Hospitais do Mundo de 2023, num levantamento feito pela “Statistsa”para a revista norte-americana “Newsweek”, o Hospital Santa Isabel aparece em 57º posição, o Hospital Santa Catarina em 68º e o Hospital Santo Antônio, este completamente público, pasmem, em 111º. Como é que um hospital filantrópico e público de Santa Catarina, com gestão municipal, não pode estar entre as referências de todos os hospitais do mundo?
O que impressiona nesta boa notícia? É que ao mesmo tempo ela mostra o quanto erramos por aqui.
Os hospitais de lá eu os conheço há várias décadas. Eu os vi pequenos e em dificuldades. Todos de origem religiosa, como aqui quando a alma empreendedora e filantrópica do alemão de Frei Godofredo o concebeu. Cada um se abriu à comunidade nas suas carências, aprendeu a escolher a sua vocação e seguiu o seu caminho, na complementariedade entre eles dentro da cidade sem qualquer competição autofágica.
O Hospital Santa Catarina – ligado a comunidade Luterana – é o único da lista de Blumenau que não atende pelo SUS. O Santa Isabel é o primeiro neste ranking do nosso estado e referência nacional de transplantes – e de todos os órgãos. Pioneiro em quase tudo, inclusive na operação por robôs. Dispensa comentários. Já está ligado uma das maiores redes de Hospitais do Brasil: o Santa Catarina.
O Hospital Santo Antônio, que pela proximidade física da casa dos meus pais, já fez parte da minha vida recreacional na infância e pré-adolecência, era o Hospital dos pobres.
E continua sendo o Hospital dos pobres, mas com serviço de primeiro mundo, como mostra a pesquisa. É referência em oncologia, obstetrícia e pediatria de riscos. Passou por sérios questionamentos públicos. Imprensa e Ministério Público, sob contestações dos políticos e dos administradores, tiveram papel pontuais decisivos. Então, o Hospital se abriu à comunidade.
A politicagem saiu de lá. Saíram os abnegados. Entraram os técnicos com os lutadores que não pedem retorno e nem reconhecimento. O resultado está aí. Compensador. E quem ganha? A sociedade – a que investe por meio de impostos, doações e a que recebe de volta a vida, a cura e a esperança, bem como a certeza de que está num lugar que é referenciado no mundo e tem a competência para lhe salvar, mesmo sendo pobre, vulnerável…
E sabe quem referenciou os hospitais de Blumenau e esqueceu o de Gaspar?
Mais de 80 mil especialistas médicos de 28 países. Basearem-se em dados de reputação e desempenho. É certo também, que a Faculdade de Medicina da Furb tem muito a ver com este avanço não só dos hospitais de Blumenau – e este ponto é sempre esquecido neste case de sucesso na área de saúde de lá -, mas a diversidade de suas clínicas especializadas, além das áreas suporte e serviços, incluindo os profissionais.
Entretanto, Gaspar ainda não usufruiu disto. Está pelo menos com muitos anos de atraso. O modelo de Gaspar, está isolado, ultrapassado e não chegou no século 21 – aquele que transformou por exemplo o Hospital Santo Antônio de Blumenau. O Hospital de Gaspar deveria estar integrado ao modelo de Blumenau, com vocação, até como desafogo da demanda de lá. Nem isso, os nossos “çábios”, gestores políticos, públicos e do Hospital foram capazes de prever, mapear, negociar e integrar. Somos uma ilha, por enquanto. E contra as pessoas doentes, dependentes, vulneráveis. Impressionante!
A imprensa tem muito a ver com este atraso. Ela está sufocada. Aparece alguma coisinha aqui neste espaços, na rádio comunitária Vila Nova, nos aplicativos de mensagens e nas redes sociais. E se alguma coisa prospera, processos para calar, punir e como se vê, andar para trás. O Ministério Público daqui, por outro lado, está muito distante. Nem a prestação de contas publicas que o Hospital estava obrigado, se exigiu por quase três anos. Enquanto isso, a ineficiência nada de braçada. Contra a cidade, contra o futuro, contra a saúde de gente pobre e vulnerável.
O Hospital de Gaspar, que fisicamente foi reformado pelos empresários – principalmente a Fundação Bunge – em tão pouco tempo já está sucateado devido a má manutenção. Incrível! A área médica desacreditada, não exatamente por causa dela em si – e há coisa para serem apuradas -, mas pelo mau conceito que o Hospital desfruta na comunidade, que a prefeitura o transformou num grande Pronto Atendimento diante da falha operação dos seus postinhos de saúde e da Policlínica. E a administrativa e a financeira são desatinos. E elas emperram à atualização competitivo do Hospital, mesmo com um volume extraordinário de recursos – que beira a escândalo – recebidos da prefeitura.
Exemplos para reverter tudo isso não faltam, e bem aqui do nosso lado. Faltam pessoas que espantem os nossos políticos de um lugar técnico – não só da prática da medicina, mas da gestão especializada – que devia produzir saúde e esperança, e não votos, poder, empreguismos, dúvidas e até mortes. Vai faltar oxigênio para explicar tudo isso que se esconde. Uma cidade que troca de secretário da Saúde todos os anos, muda com a mesma constância o gestor do Hospital, não pode planejar, atualizar, apontar e reverter às suas própria falhas. Vive olhando para suas própria feridas. Então como curar as dos seus pacientes?
Quando o Hospital Santo Antônio conta a sua história, sabe como ele fecha? “Estamos em um processo contínuo de evolução e busca pela qualidade e segurança do paciente“. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Dia Internacional da Mulher. As vereadoras de Gaspar, Franciele Daiane Back, PSDB; Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP; Zilma Mônica Sansão Benevenutti, e a suplente Rafaelle Vancini, ambas do MDB, resolveram comemorar a data de uma forma diferente. Foram a Curitiba, no Paraná, participar do 2º Fórum da Mulher na Administração Pública. E para isso, cada uma pegou R$2.410,00 só em diárias, perfazendo R$9.410,00 só neste tipo de despesas.
A Câmara de Gaspar deliberativamente só voltou no dia sete de fevereiro, depois de quase dois meses em recesso. Até o fechamento deste artigo, já tinham sido empenhados R$25.935,00 em diárias, ou seja, quase o quádruplo do mesmo período do ano passado. O campeão é o presidente Ciro André Quintino, MDB, com R$5.021,00, seguido de Franciele, com R$3.010,00.
O PT com o vereador Dionísio Luiz Bertoldi foi para a porta de fábricas em Gaspar entregar flores e mensagens no Dia Internacional da Mulher. É a tal pré-campanha para 2024? Flores são mensagens bem atrasadas se olharmos que a pauta do PT e da esquerda é bem mais progressista, chegando ao ponto de confundir feminina com feminista. Mulher precisa de igualdade de direitos e respeito. Isto é mais que flores.
Já o MDB de Gaspar diz que vai arrecadar maquiagens e bolsas para “empoderar” as mulheres. Verdade? Empoderar mulheres é esclarecer quais os direitos delas e dar espaços para o exercício competente de suas vozes e funções, com todas as suas consequências e intervenções na sociedade. Enquanto, as próprias mulheres negarem esta luz as que estão nas trevas, subjugadas e constrangidas, tudo será, de verdade, maquiagem marqueteira de quem já chegou lá e não quer concorrência, inclusive nos partidos políticos.
O PSDB está com os dias contados em Gaspar. Virou nanico do MDB, via a vereadora Franciele Daiane Back. Ela o deu para o então chefe de gabinete de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Jorge Luiz Prucino Pereira, hoje secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e interino na secretaria de Planejamento Territorial. O destino da maioria dos tucanos empoleirados no poder de plantão será o PSD, por influência do novo prefeito de fato de Gaspar, deputado Ismael dos Santos, PSD, e outros por afinidade com o ex-tucano, ex-prefeito de Blumenau, e hoje deputado estadual, Napoleão Bernardes, PSD.
Por onde anda o Conselho da Cidade? Estamos no dia dez de março. O DEL – Desenvolvimento Econômico Local – promete voltar. Será mais uma vez, levantamentos sem qualquer utilidade prática?
Os prefeitos do Vale Europeu, incluindo Kleber Edson Wan Dall, MDB, Gaspar, Mário Hildebrandt, Podemos, Blumenau, e Ari Vequi, MDB, de Brusque- com os deputados Ivan Naatz, PL, e Napoleão Bernardes, PSD, estiveram com secretário de Infraestrutura e Mobilidade, o deputado Jerry Comper, MDB, que é de Ibirama. Foram defender a continuidade das obras rodoviárias na região para dar produtividade, geração de empregos e competividade pela mobilidade aos empreendimentos no Vale, bem como segurança e desenvolvimento ao turismo.
Todos saíram preocupados com o ar de ceticismo do secretário. Alguns até apostam que ele não deve durar muito tempo no cargo. Outros ficaram assustados, como coisas paroquiais, mas que afetam o futuro da região como um todo. Entre elas, a duplicação da ligação entre Gaspar e Brusque. Ainda persiste a defesa de alguns políticos locais, para o bem de seus interesses, que ela continue uma perigosa picada entre as duas cidades. Agora, ao menos, tem-se um velho aliado: a suposta falta de recursos no Orçamento estadual.
O turismo de Gaspar é para inglês ver. Outro exemplo de Blumenau, que pelo espelho, complementariedade e integração renegamos. A Diretoria Geral é uma vaga de empreguismo no organograma da secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renta e Turismo, ocupada pelo suplente de vereador na vaga cativa do PP, por Pablo Ricardo Fachin.. O ex-titular Cristiano Baifus, foi indicado pelo ex-delegado regional de Blumenau, Rodrigo Marquetti, PSD. Tão logo Rodrigo saiu da delegacia, o seu indicado caiu. Hum. Um delegado indicando gente na prefeitura de Gaspar? E quando perde a caneta o seu indicado cai!
Agora, está indicado, Diego Inácio Vilvock. Ele era assessor do vereador Giovano Borges, PSD. Qual a experiência de Diego nesta área? Nenhuma! Não é à toa que Gaspar está fora de simples guias da Embratur e que demandam preenchimento pela internet. Não é à toa que o turismo por aqui se dependesse do poder público não teria a importância que possui para a cidade, como atestam pioneiros investidores nesta área.
E o buraco aumenta. Quinta-feira, dia nove de março. Equipes da prefeitura foram fotografar, novamente, o buraco que por descuido de meses da secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada por Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o ribeirão Gaspar Mirim está tragando a cabeceira da ponte e parte das ruas Rio Branco e Rafael José Schmitt, no Centro. Tudo para atualizar os pedidos de ajuda à Defesa Civil de Santa Catarina e a Federal. Impressionante.
Começou a campanha política de 2024? E de forma errada? Uma foto publicada em redes sociais, ou seja, é público, mostra o chefe de gabinete, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, com outro vereador licenciado e secretário de Agricultura, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, avaliando para reparo, um pontilhão que está em ambiente particular. Tudo como “ajuda a produtor rural”. Isto já deu problema no passado. Aprendizado zero.
Não tem jeito. Na segunda-feira, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, se travestiu da sua função preferida de repórter e alertou à cidade de que a retirada de um braço de um semáforo na avenida Rio Branco com a rua Doralício Garcia, no Centro tornava o habitual pesado trânsito por aquela região, infernal. Repostei. E por que? Primeiro, o semáforo danificado já estava lá há quase um mês e nada da Ditran – Diretoria de Trânsito – dar um jeito. Segundo que escolheu o horário inapropriado. E terceiro, porque quem devia evitar tudo isso como administrador da cidade ao invés de se desculpar, tentava transforma um problema em marketing e negativo.
Depois de tanta demora e tanto transtorno, ainda não era o fim e a solução. Ontem, deu-se a mesma coisa. A cidade ficou mais atrapalhada no trânsito central porque a Ditran resolveu reerguer o semáforo. Desta vez, o prefeito deixou a função repórter sobre aquilo que não funciona e é da autoridade dele, fazer diferente.
A corrupção em Santa Catarina está em outro patamar. Como revelou o colunista Anderson Silva, no NSC Total, com base num despacho da desembargadora que negou prisão privilegiada a um dos réus, os políticos e empresários, corrompidos e corrompedores, preparavam, vejam, só, uma CPI, para desmoralizar a “Operação Mensageiro”, a que cuida de grossa propina entre políticos e gestores públicos na coleta de lixo. Não se sabe se a CPI seria “montada” nas Câmaras dos envolvidos, ou na audácia de levar o tema para a Assembleia Legislativa. Tudo dominado.
O ex-vereador da paranaense Clevelândia, Luiz Carlos Rodrigues dos Santos, conhecido como Pixe, e que olha a maré política daqui como poucos, pronuncia algumas tiradas interessantes. Ao ouvir o áudio comprometedor do secretário de Kleber que circulou nos aplicativos de mensagens como pólvora em direção ao paiol cheio de munição, ele pressentiu e resumiu: “Bombeiros da região de prontidão. Gaspar vai pegar fogo”. Outra dele. “Fogo no parquinho. Se cobrir vira circo. Se cercar vira cadeia”. Tempos atrás comentando um artigo meu, Pixe concluiu: “É uma nau sem rumo”. Quem contesta?
Diz a canção de 1969 de Caetano Veloso: “Atrás do trio elétrico/Só não vai quem já morreu/Quem já botou pra rachar/Aprendeu, que é do outro lado/Do lado de lá do lado/Que é lá do lado de lá”. Este áudio com conversas cabulosas que não foram tiradas da bíblia e própria de quem se finge de santos e arma vinganças, e que circulou na cidade, é um aviso bem claro que vem muitos outros. O tempo é senhor da razão. E eu sei esperar. Quem não entendeu, vai levar mais choques. É uma guerra anunciada – não por mim – e onde ainda se tenta colocar panos quentes.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT e a esquerda do atraso vomitaram contra a autonomia do Banco Central para desestabilizar e tirar no bafo, o presidente dele quem possui mandato, Roberto Campos Neto. Não conseguiram, ainda. O país reagiu, e não foi para apoiar os malucos ao redor de Lula. Querem o milagre sem fazer o dever de casa para estabilizar a macroeconomia, promover reformas e cortar gastos. Ao contrário: estão esbanjando.
O mesmo time tentou fazer jogada igual para aparelhar o Sebrae nacional, e tirar o ex-deputado federal mineiro, Carlos Melles, DEM, e dar a presidência da entidade ao amigo de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PT de Santa Catarina, Décio Neri de Lima, ex-deputado Federal e ex-prefeito de Blumenau.
Melles tem mandato até 2026 e foi nomeado na gestão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, com a benção do Centrão e principalmente do atual presidente da Câmara, o alagoano Artur Lira, PP. Foi o Centrão e Lira que abortaram a primeira tentativa do PT e de Lula de reunir o conselho do Sebrae para destituir Melles.
E por que? Em tese, o PT e seus aliados só possuem seis dos 15 votos no Conselho do Sebrae nacional. Para a virada de mesa serão necessários onze destes 15 votos. O Sebrae administra um orçamento anual de R$7,5 bilhões, num ambiente potencial estimado de 19,6 milhões de micro, pequenas e médias empresas. Entenderam o que está em jogo?
E para encerrar esta sexta-feira, mais uma para a minha extensa coleção “da minha alma lavada”. Sempre sou criticado quando escrevo provando que este título de Capital nacional da Moda Infantil para Gaspar, arrancada no Congresso Nacional e assinada pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, é absolutamente inócuo para a imagem da cidade, para os empresários, trabalhadores e consumidores.
É coisa inventada em gabinetes refrigerados e de uso político. Pois é! O presidente da Ampe de Gaspar e Ilhota – lá não há título e a moda íntima, de praia e piscina faz dinheiro e se sabe onde compará-la, comprá-la e que há valor agregado -, Douglas Junkes, escreveu isto na sua rede social, esta semana.
“Hoje tivemos uma reunião, ao meu ver, muito importante, no sentido de botarmos o “Programa de Desenvolvimento Local”(DEL) nos trilhos. Conseguimos reunir as entidades empresariais e o poder público que se comprometeram na reestruturação. O grupo é focar nas ações voltadas às oportunidades que podem ser exploradas pela conquista do título de Capital nacional da Moda Infantil”.
Então! E eu é quem estava errado? Nada como um dia após o outro. Não é à toa, repetindo esta expressão pela terceira vez nesta neste artigo, que sou líder de audiência, sem patrocínio de poder público, qualquer empresa, empresário, político e nem aceito tenho aceito joias como michês para alugar a pena, como me acusam a todo momento por aí. A liberdade custa caro, e pago por ela. Há muitos anos. Acorda, Gaspar!
12 comentários em “SOMOS VIZINHOS E NASCIDOS COMO BLUMENAU. MAS, RENEGAMOS À HERANÇA DOS BONS EXEMPLOS. LÁ HÁ TRÊS HOSPITAIS ENTRE OS MELHORES DO MUNDO. AQUI, OS POLÍTICOS AVACALHAM TUDO CONTRA A CIDADE E AS PESSOAS”
UM JOGO DE JOIAS ENCRENCOU DOM PEDRO II, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo
As joias das Arábias sujaram o caso do governo de Jair Bolsonaro numa trama chinfrim, com um colar numa mochila, um almirante-ministro tentando dar uma carteirada e um tenente-coronel do Palácio mandando um sargento para atropelar um auditor da Receita, sem sucesso.
Por pior que tenha ficado a situação do “mito” Bolsonaro, ele ainda está mais confortável que o imperador D. Pedro II, aquele monarca austero de barbas brancas e casacas negras. Numa conta fofoqueira, ele colecionou umas dez namoradas, entre as quais uma cunhada, mulher de seu irmão bastardo.
Enquanto rola a trama das Arábias, vale apena revisitar o roubo das joias da Casa Imperial, em março de 1882. A operação abafa custou caro a D. Pedro.
Depois do baile comemorativo de seus 60 anos, a Imperatriz mandou que um criado guardasse suas joias no palácio e subiu para Petrópolis. Dias depois, descobriu-se que as peças haviam sumido. Não só elas, mas também joias de sua dama de companhia e da princesa Isabel. Valiam entre 200 e 500 contos. A dotação orçamentária anual do imperador era de 800 contos, e um negro escravizado com habilidades custava perto de um conto de réis. Entre colares, brincos e pulseiras, os gatunos levaram mais de cem brilhantes.
No dia 21 de março, noticiou-se a prisão de três suspeitos. Um deles chamava-se Manoel de Paiva, irmão de um criado de D. Pedro II. Ele vivia na Quinta Imperial, em terreno que lhe havia dado o monarca. As joias foram achadas dentro de latas, enterradas num charco perto de sua casa.
Tudo mudou de figura porque, logo depois, os suspeitos foram libertados. A imprensa começou a tratar do caso com deboche, insinuando que o palácio havia montado uma operação para abafar o episódio. O palácio soltou uma nota esclarecendo que o imperador “jamais interveio direta ou indiretamente” no caso.
O primeiro golpe veio de José do Patrocínio, o republicano abolicionista. Ele começou a publicar um romance em capítulos, intitulado “A Ponte do Catete”. Nele, Leocádio de Bourbon tinha um criado que lhe arrumava amantes.
Logo depois foi a vez de outro jornal sair com o romance “As Joias da Coroa”. Seu autor era o jovem Raul Pompeia. Nele, o Duque de Bragantina, senhor da Quinta de Santo Cristo, tinha como alcoviteiro o amigo Manuel de Pavia. (Qualquer semelhança com Manoel de Paiva seria coincidência.)
Ao mistério da libertação dos gatunos juntou-se uma insinuação. Manoel seria o alcoviteiro de D. Pedro II e seu silêncio havia sido comprado com o relaxamento das prisões e o esquecimento do caso.
Num terceiro folhetim, “Um Roubo no Olimpo”, o teatrólogo Arthur de Azevedo foi explícito. Mercúrio, criado de Júpiter, ameaça-o dizendo que contará o que sabe.
A CONDESSA DE BARRAL FOI PROFÉTICA:
Luísa de Barros Portugal, Condessa de Barral, namorada de D. Pedro II, escreveu-lhe de Paris:
“Longe de mim o pensamento que Vossa Majestade exercesse a menor influência sobre a marcha da polícia e da Justiça, mas soltarem os acusados sobre os quais pesam suspeitas tão graves, pelo mero fato de se terem achado as joias é uma flagrante imoralidade, e eu digo com não sei que jornal que na lama donde se tiraram os brilhantes, se enterrou a Justiça. Quem me dera poder conversar disso tudo com meu amigo e Senhor para saber toda a verdade, mas essa ventura nunca terei. (…) Repito que fiquei com nojo de tudo isso.”
Com razão, porque ela logo cairia na roda e se queixava:
“Já tardava que minha vez não chegasse, pois que a liberdade da imprensa de nossa terra não respeita a ninguém. Apesar de não querer me afligir com semelhantes coisas devo-lhe confessar que sinto certa curiosidade em saber o papel que vão me fazer representar num nojento pasquim da ponta do Catete e o que virá depois desta frase: amanhã é o dia da Condessa! (….) — Isso só se deveria levar a chicote, e se um dia não se punir severamente o libelista não sei onde irá parar a realeza e a Sociedade brasileira (…) Quem será o bicho peçonhento que escreve esses folhetins?
(Era José do Patrocínio.)
A essa altura o “Mequetrefe” abandonou os nomes fictícios e mencionou o imperador:
“É um dom Juan da força. Ninguém será capaz de acreditar que este homem com suas barbas apostólicas e cara de caju-banana, santarrão, vestido com desalinho (…) seja capaz de tanto. Ele é um homem de gosto. Tem um paladar muito delicado, gosta dos acepipes finos. É doido por um caldinho de franga (…) Afirma o Paiva, seu confidente, amigo e companheiro, nas misteriosas correrias noturnas.”
O roubo das joias foi um fator relevante no desmonte do mito imperial. Sete anos depois D. Pedro II foi deposto, José do Patrocínio formalizou a proclamação da República e Raul Pompeia assumiu a presidência da Academia de Belas Artes.
SERVIÇO
Quase todas as informações dessas notas, e muito mais, estão na dissertação de mestrado de Elias Ferreira Bento, da Universidade Federal de Uberlândia, intitulada “O Imperador em Folhetins”.
O ATRASO VENCEU, O ENEM MORREU
O presidente do Inep, Manuel Palácios, anunciou o fim da versão digital do exame do Enem. Acabou-se e não tem data para voltar.
Os argumentos de Palácios são irrefutáveis. A adesão à versão digital da prova era baixa. Em 2022 foram oferecidas 100 mil vagas, só 66 mil jovens se inscreveram para o exame nessa modalidade, e metade dos inscritos não apareceu. O custo da versão digital foi de R$ 25,3 milhões e com a baixa adesão o custo de cada prova ficou em R$ 860, contra R$ 160 para as provas em papel.
Há décadas todos os ministros da Educação prometiam a implantação de um sistema digital. O ministro Abraham Weintraub, de infeliz memória, conseguiu tirar a promessa do mundo da fantasia, e ela agora foi para o vinagre.
A navegação a vapor era perigosa e custava caro. Os postes elétricos matariam as vacas nos pastos. A corrente alternada de Nikola Tesla incendiaria as cidades. Para proteger a indústria de computadores inexistente, o Brasil proibiu a importação desses equipamentos. Isso para não se falar na mão de obra assalariada, que não poderia substituir a dos negros escravizados.
Pelo mundo afora, disseminam-se os exames feitos em plataformas digitais. Em Pindorama, com bons argumentos, o atraso venceu, mas não deixou de ser um triunfo do atraso.
Faz pouco tempo a terra das palmeiras, onde canta o sabiá tinha um presidente que condenava a vacina contra a Covid.
PEDÁGIO MILIONÁRIO
A velha e má prática da cobrança de pedágio para a liberação de pagamentos do governo federal está meio recolhida, mas não morreu.
REI ARTHUR
A manutenção do deputado Juscelino Filho no Ministério das Comunicações mostrou o tamanho do poder do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Ele se limitou a dizer que o governo não tem case parlamentar para aprovar as reformas que anuncia. Foi o suficiente para conter o discurso moralizante de Lula.
Nesse ritmo, Lira só aprovará uma reforma tributária se for restabelecido o regime de capitanias hereditárias.
HÁ ALGO NO AR
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete um ciclo de crescimento da economia. Talvez ele venha. No entanto, na economia real a sorte lhe tem faltado.
Desde o início do governo, sem que ele tenha responsabilidade por isso, a rede varejista Americanas foi à breca, e a operadora de planos de saúde Hapvida perdeu metade do seu valor de mercado.
No caso da Americanas é impossível que a bolsa da Viúva seja atacada. No caso das operadoras de saúde é bastante provável que a Boa Senhora seja chamada a socorrer empresas afrouxando regras que protegem os cidadãos.
Resta saber como será empacotada a mágica.
O (MAU) EXEMPLO AMERICANO
É verdade que a legislação americana é bastante severa com relação aos mimos oferecidos a servidores, mas quando um presidente quer, as normas vão para o espaço.
Em 1982, o presidente americano Ronald Reagan esteve em Brasilia, visitou o Palácio da “Alvarado”, comparou-o à sede de uma companhia de seguros e gostou de um cavalo de seu colega João Figueiredo. Chamava-se Giminich.
Nos registros oficiais, Reagan deu a Figueiredo uma escultura de um vaqueiro (vendida mais tarde por R$ 1 mil) e ganhou apenas uma peça de bronze de Bruno Giorgi e uma toalha de rendas.
Fora dos registros, o cavalo Giminich valia muito mais que os US$ 150 fixados pela lei.
Ele foi mandado para Washington a título de empréstimo. Lá morreu, de velhice.
NO TRIPÉ DE LULA, UM PÉ BALANÇA, por Eliane Cantanhede no jornal O Estado de S. Paulo
A estratégia do presidente Lula para sobreviver, primeiro, e para o sucesso, ao fim e ao cabo, passa por um tripé: popularidade, governabilidade e desenvolvimento. A coisa balança nesse último pé, lembrando que os três vão se fechando ao longo do governo e vão definir, para o bem ou para o mal, a eleição de 2026 e a história.
Na questão da popularidade, Lula tem discurso, certezas e ações firmes, anunciadas em eventos regados a emoção, que miram o apoio decisivo da base da pirâmide, que vem desde sempre e foi fundamental em 2022: miseráveis e a massa de até dois salários mínimos, que decantam para o eleitorado feminino, pretos e nordestinos.
É basicamente para eles que Lula reativa e prioriza Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, Merenda Escolar e isenção do IR e lança o Desenrola (renegociação de dívidas da baixa renda com garantia do Tesouro). Sem falar no reajuste das bolsas da Capes e do CNPq, que atinge também a classe média.
Na governabilidade, o foco está em Arthur Lira, que tem controle raramente visto do Congresso e tem lá seu preço, mas Lula não vai regatear. Conta com Lira e os governadores para impedir a CPI do golpe e aprovar onze MPs, nova âncora fiscal e reforma tributária. Ninguém ganha todas, mas Lula está bem colocado. “É mais fácil negociar com o Congresso do que com a Gleisi (Hoffmann)”, diz-se na área econômica.
O pé que balança é a economia. Não há desenvolvimento sustentável sem responsabilidade fiscal, mas Lula atira contra o BC, ironiza o rigor com o dinheiro público e só fala em gastos, nada sobre receitas. Dinheiro não nasce em árvore e a última de Lula foi animar a plateia falando da “criatividade” de Fernando Haddad e Simone Tebet, o que remete à “contabilidade criativa”, ironia de Delfim Netto para o desmanche fiscal de Dilma Rousseff, que deu em dois anos de recessão.
Estudiosos e representantes do setor produtivo e da área financeira têm um pé atrás, acham o governo sem rumo e Lula 3 mais populista e esquerdista, gastador e voluntarioso. Mas com o benefício da dúvida: será só jogo político? Lula faz populismo, Haddad cuida da economia?
A resposta virá nesta semana, com a nova âncora fiscal. O “criativo” Haddad está serelepe, convencido de que sua engenharia para equilibrar receita e gastos, reoneração e investimento social é uma beleza. Fazer mistério para depois surpreender positivamente é um bom marketing, assim como o slogan de Lula que Haddad encampou: “Pobre no Orçamento e rico no Imposto de Renda”. Justo é. Resta saber o quanto e se a conta fecha.
Para os “cábios” da secretaria de Educação lerem e o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que avaliza o atraso na área
EDUCAÇÃO É O MLEHOR DE TODOS OS PROGRAMAS SOCIAIS, editorial do jornal O Globo
Brasileiros e sul-coreanos tinham o mesmo nível de vida nos anos 1960. Seis décadas depois, o PIB per capita da Coreia do Sul é mais que o triplo do brasileiro. Ressalvadas as características intrínsecas, a maior diferença nas duas trajetórias está num fator conhecido: a educação. A Coreia do Sul investiu pesadamente na formação de sua população e apresenta desempenho bem superior ao Brasil e a países ricos em testes internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Tal comparação é usada com frequência por economistas quando querem chamar a atenção para a relevância da educação no crescimento. Como seria o Brasil se tivesse, ao longo dos anos, dado a ela a importância que merece? Numa palavra: bem mais rico. É essa a conclusão de uma análise de várias pesquisas sobre o tema feita na Escola de Economia da FGV de São Paulo a pedido da Fundação Lemann. “A qualidade da educação está positivamente associada com maiores taxas de crescimento econômico”, diz o estudo.
Comparando pesquisas desde os anos 1990, a equipe liderada pelo economista André Portela concluiu que, se o desempenho médio dos brasileiros em testes padronizados como o Pisa subisse até a menor nota dos 16% melhores — em estatística, o equivalente a um desvio padrão —, o crescimento do PIB per capita aumentaria entre 1 e 2,2 pontos percentuais por ano.
É fundamental entender que o crescimento é a província dos pequenos números. Uma diferença de décimos nos índices tem impacto enorme. Crescendo 1% ao ano, uma economia leva 70 anos para dobrar o padrão de vida da população. Crescendo 2%, metade disso: 35 anos. Quando se fala em acabar com a pobreza, portanto, nenhum programa social tem efeito comparável a investir em educação.
Infelizmente, segundo Portela, o Brasil está nas últimas posições do ranking dos 79 países que participaram do Pisa em 2018, atrás até daqueles em estágio comparável de desenvolvimento, como México, Costa Rica ou Uruguai. De lá para cá, o fechamento das escolas na pandemia só deteriorou a situação. Em 2020, os alunos aprenderam menos de um terço do que teriam aprendido com ensino presencial. A competência de estudantes do 9º ano do ensino fundamental recuou ao nível de 2015 em matemática e ao de 2017 em português. Isso em São Paulo, estado mais rico do país.
Os gastos em educação aumentaram por 15 anos, nos governos do PSDB e do PT. O Estado hoje destina ao setor 7% do PIB, percentual comparável ao dos países da OCDE (embora o investimento per capita seja menor). Mas isso não se traduziu na melhoria necessária na qualidade — e a qualidade, medida pelos testes, é mais importante para o crescimento que a quantidade de horas que o aluno passa na escola. De acordo com Portela, é preciso investir mais na primeira infância e distribuir melhor os recursos, ainda concentrados desproporcionalmente no ensino superior.
Um estudo do Banco Mundial concluiu no ano passado que o PIB per capita brasileiro seria dois terços maior se o país oferecesse educação e saúde de qualidade para a população. A pesquisa da FGV corrobora tudo o que já se sabia sobre os benefícios para a sociedade de um sistema de ensino eficiente. O que o Brasil fez até agora no setor não foi pouco, mas ainda é insuficiente.
LIRA OFERECE SEUS SERVIÇOS A LULA, por Bruno Boghosian, no jornal Folha de S. Paulo
Arthur Lira não teria acumulado o poder que tem hoje se não soubesse ler os ventos da política. Mas o presidente da Câmara não fez apenas uma análise desinteressada quando afirmou, no início da semana, que “o governo ainda não tem uma base consistente” para aprovar matérias simples no Congresso.
Ninguém no Palácio do Planalto interpretou a declaração de Lira como um simples alerta. Auxiliares de Lula entenderam que o líder do centrão apresentava um problema com o objetivo de oferecer seus serviços na captação de votos adicionais para o governo, em troca de recompensas.
Articuladores políticos do Planalto reconhecem que Lira pode ajudar. Lula montou uma coalizão que ficou estacionada na casa dos 270 deputados desde os primeiros dias de mandato. É mais do que a metade das 513 cadeiras da Câmara, mas o governo ficaria em perigo se um punhado de deputados tivesse dor de dente e outros ficassem presos no elevador na hora da votação.
Lira tenta vender ao governo sua influência sobre deputados que estão fora dessa órbita. São parlamentares do seu PP, alguns poucos do PL e nomes de partidos governistas (MDB, PSD e União Brasil) que são mais ligados ao centrão do que ao PT.
Lula não quer terceirizar uma parte decisiva de sua operação política para o centrão. Ao mesmo tempo, não tem nenhum interesse em medir forças com Lira. A ordem é manter o poder de articulação concentrado no Planalto, mas aproveitar a atuação do presidente da Câmara para obter votos decisivos.
O presidente indicou que pretende de ter essa sociedade de pé nas primeiras votações de interesse do governo. Desde que foi reeleito, Lira foi consultado sobre a permanência de alguns de seus apadrinhados em cargos da máquina federal e conseguiu preservar postos que havia ocupado na gestão Jair Bolsonaro.
O segundo sinal veio na última quinta (9). Dias depois do diagnóstico pessimista, o chefe do centrão se sentou para comer churrasco com Lula e os ministros palacianos.
Bom dia.
A “saúde” dos gasparenses:🚣🚴🏃
Em fevereiro/2021 eu tive uma intoxicação alimentar grave.
Posto de saúde, pronto socorro e nada resolvia o PROBLEMA.
Dores abdominais horríveis.
A endoscopia solicitada pela médica do posto do Barracão na época demorou UM ANO E MEIO pra ser liberada.
Quando saiu, o laudo apontou uma lesão relativamente grande no estômago já cicatrizada (passei seis meses comendo só canja) e outra enfermidade que precisaria de TRATAMENTO com AMOXICILINA.
Não é que não tinha amoxicilina na farmácia básica do município, nem previsão de entrega?
Recorri ao posto de saúde do bairro São Luiz, em Brusque, uma vez que já tinha cadastro na unidade pq passo períodos do ano lá na casa dos meus filhos.
Saí do postinho com a medicação na bolsa.
Em setembro/22 eu sofri uma queda, machuquei o ombro e arrebentou um cisto na cabeça.
Na época procurei o posto do Barracão.
Me encaminharam pra RX do ombro, mas a cabeça precisaria de uma avaliação com um dermatologista.
Liguei pra regulação da Secretaria de Saúde de Gaspar e me passaram a previsão da primeira consulta pra DEZEMBRO/2.023 👀
Sem dinheiro pra pagar pelo socorro particular,
novamente procurei o posto de saúde em Brusque.
Lá, rapidamente passei por todos os procedimentos e
ONTEM fui submetida a CIRURGIA pra RETIRADA do CISTO.
O SUS não é nacional?
Não é o governo federal o RESPONSÁVEL pelo reembolso dos procedimentos médicos OFERTADOS PELOS MUNICÍPIOS AOS SEUS CIDADÃOS?
Então pq numa cidade o SUS é REFERENCIA e na outra, ele é um DESASTRE???
😱😱😱
Dona Odete
O SUS é nacional. O susto é que é local. Este seu exemplo, mostra o quanto mal funciona a saúde pública em Gaspar, quando ela é comparada com seus vizinhos como Blumenau e Brusque, locais onde ela também vive sob fiscalização severa dos cidadãos para não ser tão desleixada como aqui. Aqui, além de funcionar mal, é usada para a politicagem e candidatos. E já começou. Enquanto a cidade não der uma resposta clara a este tipo de abuso, falha e uso indevido da saúde pública, tudo vai continuar como está. Pronta recuperação. Acorda, Gaspar!
NO LUGAR DA CHINA, por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo
No ambiente internacional, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, não é propriamente um aliado fiel dos Estados Unidos. Ao contrário. Ele se alinha mais à esquerda internacional e não perde oportunidade para manifestar sua oposição a posições americanas. O presidente do México defende Cuba, “país livre e soberano”, não condena a ditadura local e sempre se manifesta pelo fim do embargo dos EUA ao comércio com a ilha.
Mas Obrador não rasga dinheiro. Em 2022, o comércio do México com o Texas foi cinco vezes maior que as trocas comerciais com toda a América Latina. Um dos três integrantes do acordo de livre-comércio da América do Norte, junto a Canadá e EUA, o México despacha nada menos que 70% de suas exportações a consumidores e fábricas americanas.
Sim, grande parte dessas vendas é produto de empresas americanas (e europeias) lá instaladas. Isso é bom ou é ruim? Para Obrador, certamente é muito bom. Neste momento, em conversas com Elon Musk, o presidente mexicano tenta atrair para seu país a nova megafábrica da Tesla — investimento de US$ 5 bilhões, mais de 6 mil empregos diretos. Hoje, a maior fábrica da Tesla está em Xangai, na China.
O movimento é significativo. As relações políticas e econômicas entre Estados Unidos e China passam por um momento muito difícil e complexo. De um lado, as relações comerciais e de investimento, construídas ao longo de décadas, são amplas e intensas.
Alguns exemplos: entre os aplicativos mais baixados nos Estados Unidos recentemente, estão Temu, uma nova marca de roupas; CapCut, para edição de vídeos; e TikTok. O que têm em comum? Todos são chineses. Temu não tem nem lojas nem fábricas nos EUA. Manda tudo da China.
Até antes da pandemia, essa relação EUA-China seguiu assim, entre desconfianças e tolerância. Afinal, os produtos chineses, antes apenas mais baratos, tornaram-se baratos e de boa qualidade, uma festa para o consumidor. Mas aí começaram a aparecer os problemas, primeiro geopolíticos, depois econômicos. Exemplo importante: nos Estados Unidos, o governo, o Congresso, os partidos e os órgãos de segurança desconfiam que as autoridades chinesas usam o TikTok para fazer propaganda contra o Ocidente e para recolher dados pessoais de consumidores ocidentais. Por isso vários países discutem a possibilidade de simplesmente banir esse aplicativo.
Casos assim se multiplicam, especialmente nas áreas sensíveis de alta tecnologia. Governos dos Estados Unidos e de seus aliados tratam de reduzir a dominância das companhias chinesas. Estas se defendem à sua maneira. TikTok mudou sua sede para Cingapura e separou suas operações do Douyin, o TikTok local.
Não tem sido suficiente. As empresas ocidentais sentem cada vez mais dificuldade em trabalhar nesse ambiente de conflito geopolítico. O presidente Xi Jinping apoia a Rússia, mesmo na guerra na Ucrânia, monta um enorme arsenal nuclear, ameaça Taiwan, protegida pelos EUA, e sua ditadura toma atitudes hostis em relação a grandes empresas ocidentais. Sem contar as reviravoltas no ambiente local, como ocorreu com as políticas de combate à Covid-19.
Vai daí, surge no ambiente internacional a tendência nearshoring — fazer negócios com os vizinhos, países mais próximos e confiáveis. Eis por que começamos com a história de Elon Musk tratando de colocar sua nova fábrica no México, e não na China. Abre-se neste momento uma enorme oportunidade para que países ocidentais tomem o lugar da China. Isso exige estratégia de governos e empresas.
A China tornou-se a principal parceira econômica de muitos países, inclusive do Brasil. Qual é o jogo? Manter abertos os canais para vender na China, mas ao mesmo tempo estreitar relações com os países ocidentais desenvolvidos e suas empresas, que buscam parceiros próximos e confiáveis.
O México está jogando, também no quesito do equilíbrio macro. A dívida pública está em 50% do PIB. No Brasil, 74%, com viés de alta. E a diplomacia brasileira está mais para ideológica e partidária do que pragmática em defesa dos interesses do país.
O DESENCANTO COM A “FRENTE AMPLA”, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Em 2022, brotou forte em uma imensa parcela do eleitorado o anseio por uma frente ampla democrática capaz de serenar o País e distensionar as relações entre as instituições, abrindo canais de comunicação entre o melhor das forças republicanas à direita e à esquerda para enfrentar desafios urgentes, como a recuperação pós-pandemia, a fome, a inflação, e pavimentar os caminhos para o crescimento econômico e para melhorar a educação, a saúde ou a segurança pública. Seja por falta de ideias, de paixão ou articulação, os candidatos da chamada terceira via não conseguiram cativar esses eleitores. Mas o candidato que acabou vencedor também não conseguiu.
A coligação de Lula da Silva não logrou reunir senão partidos de esquerda.
Ela não conquistou a maioria no primeiro turno. No segundo, venceu pela margem mais apertada desde a redemocratização, perdendo em regiões importantes como o Sul, Sudeste e Centro-Oeste e entre as classes média e alta. Aqueles que não lhe deram um voto de confiança, seja por terem votado no adversário, nulo, branco ou não terem votado, representam quase dois terços do eleitorado. Na Câmara, ela conquistou pouco mais de 130 cadeiras (cerca de um quarto) e no Senado, 5 das 27 disputadas.
Longe de representarem o triunfo de uma “frente ampla democrática” consolidada, esses resultados sugerem que o grande desafio dos vencedores seria construir essa frente por meio de negociações e, inevitavelmente, concessões, distribuindo o poder e articulando projetos de conteúdos mais moderados. Mas o governo fez o oposto.
“Estamos vendo um Lula até raivoso em determinados momentos”, disse ao Estadão o ex-senador pelo PSDB Tasso Jereissati, que apoiou Lula no segundo turno contra o mal maior, Jair Bolsonaro. “Ele mesmo falou que era preciso acabar com o nós contra eles. Não veio um Lula Mandela, veio um Lula antiBolsonaro”, disse o ex-senador, referindo-se ao líder sul-africano que, mesmo após 27 anos na prisão, dialogou com seus algozes em nome da união do país.
Não deixa de ser um tanto surpreendente que o experiente Jereissati se diga “muito surpreso” com a radicalidade do governo na forma e no conteúdo. Não havia nada na campanha que autorizasse expectativas de que o PT teria revisto suas pretensões hegemônicas e seus programas retrógrados; não havia nenhuma proposta que autorizasse supor que Lula adotaria o pragmatismo de seu primeiro mandato; não havia nenhuma retratação pelas políticas econômicas heterodoxas gestadas em seu segundo mandato e consumadas pela sua criatura Dilma Rousseff, que mergulharam o País na pior recessão da história recente; nem pelas táticas empregadas no mensalão ou no petrolão, que o mergulharam na maior crise moral da Nova República; nem pelo sectarismo virulento que o polarizou e abriu caminho para a eleição da nêmesis petista, Jair Bolsonaro.
Lula e o PT não só não aprenderam nada nem esqueceram nada, como falam de um Brasil em estado catastrófico, como se não tivessem recebido cinco dos últimos seis mandatos e governado o País por quase 14 dos últimos 20 anos.
Já no poder, o Diretório Nacional do PT, que, como se sabe, nada mais é que um porta-voz de Lula, consolidou essa atitude em uma resolução eivada de ressentimentos e mentiras. O partido teria sido vítima de uma conspiração das elites, e seu retorno ao poder é uma espécie de reparação histórica que lhe dará a oportunidade de se vingar e implementar plenamente seus dogmas.
Lula não despreza apenas os partidos de oposição, mas seus próprios aliados. “O único partido com cabeça, tronco e membro é o PT”, disse em entrevista recente. “O restante é uma cooperativa de deputados que se juntam nas eleições.”
Assim, a rigor, não se pode dizer que a “frente ampla democrática” de Lula malogrou, porque ela nunca existiu, nem nas intenções do partido, muito menos nas suas articulações, apenas na retórica eleitoral. Mas quanto mais o engodo é evidenciado, mais se mostra necessário construir uma verdadeira frente ampla democrática, seja para frear a marcha da insensatez lulopetista rumo a um passado idealizado como glorioso que na realidade foi desastroso, seja para construir as bases de um futuro governo verdadeiramente amplo, plural, eficiente e republicano.
O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA…
Pois é. A ida tumultuada para o PL do passageiro vice-prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, hoje num tal de Patriota, depois de abandonar no escurinho o PSD, foi várias vezes esclarecida aqui. Só aqui. E desmentida. Agora, todos os atores desses escurinhos, assumem o que analisei e eles negaram. A imprensa que comeu poeira para não contrariar o poder de plantão de onde sobrevive com as verbinhas, sabia de tudo como eu. Sonegou dos seus verdadeiros clientes, os leitores e ouvintes. Pois sem audiência não há negócio. Agora, acanhada, abre espaços para não ficar tudo mais vergonhoso. Acorda, Gaspar!
LULA E A VACA LEITEIRA DA PETROBRÁS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo
Os planos de Lula 3 para a Petrobras vão fazer com que a empresa renda menos para o governo. Isto é, que pague menos impostos e dividendos (parte do lucro). No ano passado, a petroleira rendeu o equivalente a quase 10% da receita bruta do governo federal. É uma enormidade.
O governo pretende conter o preço dos combustíveis e diminuir a distribuição de lucros a fim de aumentar o investimento da empresa em expansão e em novos negócios (como em energia mais limpa). Terá de pensar bem no caso. Já está com as contas no vermelho profundo. Sem o leite da Petrobras, o rombo aumenta.
Sabe-se apenas das linhas gerais do plano de Lula para a petroleira. Os combustíveis não seriam mais vendidos segundo a cotação internacional. Para que essa medida tenha algum sentido político, os preços ficariam por bom tempo abaixo do valor de mercado (internacional) e raramente acima. Tudo mais constante, a empresa se torna menos rentável.
Deve haver mudança na distribuição de lucros (dividendos), em favor de investimentos. Pode ser razoável, em certa medida. A Petrobras é uma vaca leiteira, mas, sem capim e outras comodidades, sem investimentos em volume adequado, pode acabar muito magra e render cada vez menos.
Difícil é decidir quanto mais investir e no quê. Ou seja, determinar se a despesa de capital vai dar retorno. É fácil lembrar de casos em que governos determinaram a realização de investimentos entre ruins e desastrosos, como na petroquímica e no refino dos anos petistas. Também é preciso saber se é possível tomar essas decisões de preços e investimentos sem atropelar leis e normas de governança da Petrobras.
No curto e no médio prazos, pelo menos, essas mudanças vão tornar a empresa menos rentável para o cofre do Tesouro Nacional, em termos recorrentes (habituais). O rendimento da empresa para o governo também depende, claro, do preço do petróleo, por exemplo.
Além de impostos e dividendos, a Petrobras paga “participações governamentais”. São royalties, participações especiais (valor devido pela exploração de campos de petróleo de rendimento excepcional) ou bônus de assinatura (pagamento pela concessão, pelo direito de explorar petróleo em uma área).
No ano passado, a empresa pagou R$ 232,1 bilhões em impostos e participações (para os governos federal, estaduais e municipais, excluídos impostos recolhidos em nome de terceiros), conforme Relatório Fiscal da Petrobras, divulgado nesta quinta-feira.
Para o governo federal, foram quase R$ 230 bilhões (somados impostos, participações e dividendos). Em 2022, A receita bruta do governo federal foi de R$ 2,313 trilhões (todos os valores são nominais: sem descontar a inflação).
Pelo valor de dividendos totais lançado no balanço anual da Petrobras, o governo federal deve ter recebido (ou vai receber) cerca de R$ 56 bilhões relativos a 2022. Se o critério de distribuição de lucro fosse o de pagamento mínimo de dividendos, o governo teria levado apenas R$ 13,5 bilhões no ano passado.
É uma diferença de quase R$ 43 bilhões. Decerto há um meio do caminho razoável entre a festa e a retenção excessivas de lucro. Além do mais, 2022 foi um ano de ganhos excepcionais para a petroleira, de petróleo e combustível caros, entre outras bonanças. Ainda assim, a conta dá o que pensar: R$ 43 bilhões é quase o valor de todo o investimento federal em obras, equipamentos e similares em 2022.
O governo quer fazer política industrial por meio da Petrobras (investimentos que julga estratégicos). Quer intervir em preços. Para tanto, terá de sacrificar o Orçamento (ter mais déficit ou investir diretamente menos, por exemplo). Mesmo sem fazer besteira, é uma decisão difícil.
Lamentavelmente, o ex reeducando lula, nada aprendeu durante os 580 dias que passou no calabouço. Praticar ilícitos é de sua natureza!
INDICAÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DA PREVI OFENDE A LEI E O BOM SENSO, editorial do jornal O Globo
Causou indignação a indicação do sindicalista João Luiz Fukunaga para a presidência da Previ, o cobiçado fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BB). Com ativos de R$ 250 bilhões e 200 mil cotistas, a Previ é o maior fundo de pensão da América Latina. Falta a Fukunaga, porém, qualquer familiaridade com o setor para exercer a função. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) exige para o posto a experiência de três anos em cargo similar. Fukunaga não tem um dia sequer em nenhuma função parecida.
Formado em História, ele começou a carreira como professor no ensino médio. Entrou para o BB como escriturário em 2008. Desde então, dedicou a maior parte do tempo a atividades sindicais. Em 2012, foi secretário do Sindicato dos Bancários de São Paulo, depois coordenador nacional da Comissão de Negociação dos Funcionários do BB. Sua ocupação mais recente foi auditor sindical do BB. Levantava informações para a negociação salarial entre o banco e os funcionários. Sua ascensão à presidência da Previ contou, de acordo com relatos, com apoio do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado e preso por lavagem de dinheiro na Operação Lava-Jato.
No roteiro insólito que levou Fukunaga ao topo da Previ, chama a atenção a rapidez. Ele foi indicado ao cargo em 24 de fevereiro. No mesmo dia, o conselho deliberativo aprovou seu nome. A habilitação aconteceu já no dia 27. No dia seguinte, assumiu a presidência, com mandato até 2026. É verdade que o regulamento da Previ não estabelece prazo mínimo para habilitar um indicado ao cargo — o máximo são 30 dias —, mas é evidente que análises-relâmpago atropelam critérios técnicos.
As manobras para sacramentar a nomeação não passaram despercebidas. A Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (Faabb) pediu esclarecimentos à Previc e à Previ sobre a escolha de Fukunaga. O grupo Mais, que representa funcionários aposentados do BB, endossou as críticas ao dizer que a Previc feriu o regulamento ao aprovar a indicação sem a experiência comprovada de no mínimo três anos.
A escolha de Fukunaga repete um padrão nos governos petistas. Marca a volta de um sindicalista ao comando da Previ (o último a ocupar o posto foi Sérgio Rosa, entre 2003 e 2010). Não haveria problema se, além de sindicalista, o indicado tivesse o conhecimento e a experiência exigidos para a função. O uso político do cargo certamente resultará em prejuízos ao fundo multibilionário. O passado traz diversos exemplos disso. Basta lembrar que a Previ fez aportes de R$ 180 milhões na Sete Brasil, empresa criada no papel para fornecer sondas à Petrobras que naufragou com as ambições petistas.
Com pouco mais de dois meses de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já mostrou nos casos da Petrobras e do BNDES que restrições legais para ele não são obstáculo a indicações políticas. O caso da Previ, porém, chegou a um ponto que parece escárnio.