Estamos no meio de um feriadão e a Covid reaparecendo numa cepa novíssima em folha. Nem as quatro doses da vacina – segundo dizem os entendidos neste assunto – são capazes de domá-la. Um feriadão com protestos dos eternos inconformados pela falta de votos deles da derrota. Isto sem falar nas conhecidas confusões e arrogância dos vencedores. Aliás, cedo demais, e antes mesmo de assumirem. Estão provando que não aprenderam nada com a derrota e até a cadeia, pelo jeito.
De verdade? Nem nos anos 20 do século 21 estão. Desconhecem ou querem afrontar um tal “mercado” que deixou nervoso investidores nacionais e estrangeiros. Mercado é aquele que atrai e gera investimentos, empregos e dessa forma, cria os pesados impostos. Em plena vitalidade desse mesmo mercado é capaz de baixar a inflação, conter o dólar, gerar confiança e segurança jurídica, para dar os R$600 por mês aos pobres e ampliar o espectro da proteção social.
Entretanto, não é sobre este tema – já explorado por demais pelos especialistas e economistas – que eu gostaria levar à reflexão para os menos de meia dúzia de leitores e leitoras deste espaço, segundo os “çábios” da nossa aldeia, os quais não toleram a tal liberdade de expressão.
Esperei o final de semana para ver o que se comentaria na imprensa sobre este assunto. Todos quietos. Afinal dependem das verbas públicas dos políticos. E eles são vingativos. Nas redes sociais, poucos entenderam de fato o que o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi fazer em Brasília, em mais uma viagem sem agenda conhecida antecipadamente. E para piorar, no fim de mandato de um governo que, de tão humilhado no resultado, está há duas semanas enclausurado no Palácio da Alvorada, esperando pela redenção das ruas e das bençãos divinas dos templos. Elas não chegaram e não vão chegar. Resumindo: a burocracia brasiliense está sem líder. Então…
Além de gastar o dinheiro em diárias, Kleber não foi capaz de apontar o que exatamente trouxe para Gaspar em mais esta ida mensal a Brasília, uma prática que herdou do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT.
Na imprensa, o destaque para justificar a gastança deste novembro foi a ida do secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, e agora interino no Planejamento Territorial, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB, ao ministério da Economia para ser, em nome da equipe, de que preenche os documentos de informações federais como manda a lei. Meu Deus! E para testemunhar estavam lá, além de Kleber, a Aline Deschamps, do escritório de projetos; o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, PP; o presidente da Fundação Municipal de Esporte e Lazer, Roni Jean Muller, MDB; além do secretário adjunto da Fazenda, Marcos Cruz. Inacreditável!
Mas, o que retrata melhor o que fez Kleber em Brasília são estas três fotos que abrem este comentário. Kleber estava com o novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado estadual e eleito Federal, Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau. Como era de se esperar e como comentei várias vezes aqui e fui praguejado por abrir o jogo, eles estão se aninhando para ser oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, e Geraldo Alckmin, PSB. Legítimo. É do ofício. Ambos não podem ser PT a partir de agora. Então qual a razão desse segredo e por que a imprensa da aldeia não trata abertamente deste assunto? Medo!
Na foto, ambos estão com o deputado federal reeleito por São Paulo, Eduardo Bolsonaro, Republicanos. E Kleber e Ismael estão certos, pois tanto o PSD de Gilberto Kassab, como o MDB, do também paulista Baleia Rossi, já sinalizaram que darão apoio ao PT e a Lula. Ou seja, é hora de buscar ou criar alternativas. O Brasil será outro. Haverá menos partidos. E a direita não vai deixar barato o tombo que levou nas urnas, até porque foi ela (via os inteligentes bolsonaristas) que ressuscitaram Lula e o petismo para ser derrotado. E eles ganharam diante de tantos erros, provocações, armações ilimitadas e o estimulado radicalismo de Jair Messias Bolsonaro, PL.
Todo este novo cenário, terá reflexos aqui em 2024, mesmo Kleber não podendo concorrer mais a prefeito, pois está no segundo mandato. Mesmo que Lula não vá bem e dá sinais tortos antes da posse que pode estar brincando com fogo, ou seja, de que não aprendeu com o passado, é preciso escolher lados. E certamente, Kleber e Ismael não estarão com Lula, até porque por aqui, este espaço possui donos. Mais do que isso, sabe-se que Santa Catarina ainda é majoritariamente bem conservadora.
Se Kleber e Ismael fecham a porteira da direita por aqui, eles criam embaraços a outros que estão ainda engatinhando e “esperando” para ver o que vai acontecer com as batatas que estão se acomodando nesta carroça depois dosa resultados de dois e 30 de outubro. Esta foto dos três personagens, ao mesmo tempo, mostra o quanto Kleber está fora do MDB e mais do que isso, o quanto o MDB de Gaspar está imitando – porque assim quer o seu sumido presidente, Carlos Roberto Pereira e que iconiza o desaparecido Renato de Mello Vianna – o de Blumenau, onde o MDB é apenas um fato histórico importante da vida política-administrativa de lá, Vale do Itajaí e Santa Catarina.
Por outro lado, as fotos, os gestos, a viagem, as conversas de bastidores e que se escondem da cidade, mostram também que as seitas – pois Kleber e Ismael são da mesma denominação neopentecostal – terão, infelizmente, importância na decisão do futuro político por aqui no ambiente conservador e até mesmo, progressista.
Este movimento que Kleber e Ismael estão fazendo em dobradinha, obriga os demais parceiros, pretendentes e adversários a olharem melhor para o tabuleiro de xadrez e perceber onde e como estão posicionadas as peças neste jogo de poucas escolhas. Gaspar já não possui mais o ex-prefeito Osvaldo Schneider, MDB, nem João Leopoldino Spengler, PP, que influíam nos principais partidos da cidade. Esses mesmos partidos, como se constatou em dois de outubro e fiz vários artigos com os números das urnas, constatou-se, não possuem influenciadores e a importância que eles tinham no passado.
E esse pessoal novo na política, que muitos deles se dizem jovens, que aparece aí com sonhos e patrocinadores endinheirados, os quais não querem dar a cara à tapa, é conhecido por vender e não entregar, ou ganancioso, coloca tudo para si nas sacolas.
E o primeiro que deu sinal claro de que vai tentar dar as cartas por aqui no ambiente conservador, de direita e religioso, foi Ismael. E Kleber – com sua família e templo – será um obreiro. Terá um ano e meio para recompor à campanha de 2024. E Jorginho Mello, PL, onde entra nesta história? Não se sabe direito. Primeiro é preciso cercar o bode para a eleição municipal. Simples assim. Os leitores e leitoras entenderam o que ambos foram fazer em Brasília? Onde estarão o PL que não se sabe na mão de quem estará, ou que maluquice fará mais uma vez Marcelo de Souza Brick, Patriota, bem como os que jhá foram referências nas disputas daqui, como o MDB e PP? Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi a Brasília. Nem um pio. Nem um passo. Continuamos sem a implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotos, mesmo tendo o Congresso aprovado e o presidente da República sancionado, com metas e prazos, o Marco do Saneamento. Mais. Há dez anos existe um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – assinado com o Ministério Público. Vergonhoso.
Só para lembrar, já que toquei em Covid na abertura do artigo principal. Em Gaspar morreram 218 moradores daqui e 41 em Ilhota. Em Gaspar, foi uma das maiores taxas de Santa Catarina.
É grave a situação estrutural de parte da construção do campus do bairro Bela Vista, em Gaspar, do Instituto Federal de Santa Catarina. Segundo laudo, houve problemas de adensamento no aterro e as obras de recuperação da estrutura vão custar em torno de R$1,5 milhão. A pressão é para que o governo Federal olhe para o problema e com urgência.
É repetitivo este assunto das obras públicas em Gaspar ter problemas em decorrência ao mau aterro feito para suportá-las, ou da construção não avaliar corretamente o solo antes da obra. Enquanto engenheiros não forem punidos isto será sempre contra o bolso do pobre contribuinte, o que verdadeiramente paga tudo.
A treta da semana. Depois do Brasil assistir os filhos – ressalte-se, todos com mandatos eleitorais, mesmo que um deles seja vereador – do presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, influenciarem o seu mandato e basicamente serem responsáveis pelo desastre final, agora, chegou a vez da “nova” mulher de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, a Janja, ou a Rosangela Lula da Silva, 56 anos, paranaense de União da Vitória.
Quem alimenta e discorda dessa treta, desconhece, por exemplo, o que acontece em Gaspar. E não é de hoje. Aqui se elege um prefeito e quem o influencia – de dia e de noite – é a mulher, sem mandato algum.
O jornalismo em decadência. Li o seguinte sobre um acidente de trânsito acontecido na cidade, na semana passada, onde não se dava a marca do carro, a placa, o horário, as pessoas envolvidas, as repercussões… Parecia uma criação ficcional, que nem uma peça de ficção ousaria esquecer, pois satisfaz à curiosidade da trama. “As causas do acidente não foram informadas”. Cumuéqueé dependente de informação oficial, press release?
O que deveria estar escrito na informação para o bem do jornalismo que já não atrai leitores e leitoras, até mesmo em acidentes de trânsito, era o seguinte: “as causas do acidente não foram apuradas, por preguiça da redação e desrespeito proposital que temos aos leitores e leitoras”. Aí você zapeia as redes sociais e descobre tudo o que a redação não viu, ou que se acha impedida de publicar, muitas vezes, só para não atrapalhar o negócio comercial de sobrevivência. Meu Deus!
4 comentários em “O QUE KLEBER FOI FAZER EM BRASÍLIA EM GOVERNO DE MALAS PRONTAS PARA SAIR E BUROCRACIA PARADA POR CONTA DISSO? NÃO FOI TRATAR DE OBRAS PARA GASPAR”
PROGRAMA SOCIAL DEVE TER EMPREGO COMO META, editorial do jornal O Globo
Para combater a pobreza extrema, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva deverá fazer muito mais que negociar com o Congresso a manutenção em 2023 do auxílio de R$ 600 para os mais necessitados. O foco principal deveria ser incentivar a reinserção dos pobres no mercado de trabalho. Esse objetivo só será atingido se o novo governo entender que a realidade hoje é distinta da que o PT viveu no passado.
Entre 2004 e 2014, houve redução significativa na pobreza e na desigualdade. A maré do crescimento econômico elevou todos os barcos, mas sobretudo a nau dos miseráveis. Nesse período, a expansão anual da renda per capita dos 10% mais pobres foi de quase 8%, muito acima dos 3,5% registrados no topo da pirâmide. Uma pesquisa recente liderada pelo economista Ricardo Paes de Barros, do Insper, mostrou que tal avanço foi resultado de transferência de renda, por meio de programas como o Bolsa Família, e também da remuneração do trabalho.
De 2014 a 2021, aconteceu o contrário. Os miseráveis foram os que mais perderam, e a chave para entender a queda está no mercado de trabalho. Entre os 10% mais pobres, só 18% dos em idade produtiva estavam ocupados em 2021. Há 4,2 milhões entre os mais pobres dispostos a trabalhar, mas menos de 1 milhão empregado. Mais: entre os ocupados, 38% afirmam querer trabalhar mais horas.
Qualquer política social digna do nome terá de se debruçar sobre essa questão. É preciso enxergar além da queda da taxa de desemprego para entender o que acontece com os mais pobres. Será inescapável examinar as atuais demandas do mercado de trabalho, buscar soluções para as consequências do desemprego “de longa duração” e entender os desafios educacionais das crianças e jovens desse segmento.
O novo governo precisará ir além de rebatizar de Bolsa Família seu programa de transferência de renda. As premissas exigem mudanças. Famílias com quatro ou mais crianças não podem receber o mesmo valor que as com um filho só. Melhorar o cadastramento dos mais pobres é outra necessidade urgente. Tudo isso sem esquecer a reinserção no mercado de trabalho. Em entrevista recente à revista Conjuntura Econômica, Paes de Barros defendeu a participação da sociedade civil e do setor produtivo para pensar em soluções e ajudar implementá-las.
Outra iniciativa, defendida pelos economistas Fernando Veloso e Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), é o Projeto de Lei (PL) 338/2018, do senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), atualmente sob a relatoria da senadora Simone Tebet (MDB/MS). Ele cria um instrumento jurídico chamado contrato de impacto social. Se aprovado, permitirá a abertura de agências privadas para treinar trabalhadores e fazer o casamento entre desempregados e empresas. As que tiverem boas taxas de contratação e retenção da mão de obra serão remuneradas pelo governo. O mecanismo tem mais chance de sucesso que os tradicionais e ineficientes serviços estatais voltados para essas áreas.
A prioridade declarada de Lula é dar atenção redobrada aos brasileiros em situação mais vulnerável. O país já reduziu a pobreza e a desigualdade antes e tem o dever moral de repetir o feito. Para atingir o objetivo, porém, o governo precisa ampliar seu leque de estratégias.
TRANSIÇÃO PARA A CIVILIDADE, por Catarina Rochamonte, escritora e professora, tem doutorado em filosofia pela UFSCar e pós-doutorado em Direito pela Uerj; é autora de “Um vírus na República da Impunidade: retratos da política brasileira em tempos de pandemia”, no jornal O Globo.
Após as eleições, o Brasil foi sacudido por um frenesi alucinatório, uma espécie de histeria coletiva não muito rara na História. Milhares de pessoas foram às ruas por motivações em parte compreensíveis, em parte delirantes. Pais de família sentados no meio-fio à espera de um golpe de Estado, “patriota” agarrado no para-brisa de um caminhão em alta velocidade, mães e avós em gritos e orações febris rogando proteção contra um comunismo supostamente prestes a ser instalado no Brasil. Essa foi a parte caricata e menos nociva da tragicomédia brasileira.
A contestação do resultado das eleições, porém, foi sustentada e animada com informações falsas ou duvidosas recebidas acriticamente pela massa em protesto, e as manifestações espalharam-se rapidamente por todo o país. A inconformidade eleitoral foi elevando o tom insurrecional, transbordando em ameaças. A relutância de Bolsonaro em aceitar o resultado adverso foi e continua sendo um fator estimulante do caos. Apesar disso, a transição político-administrativa para a posse do presidente eleito em 30 de outubro segue, e haverá de estar concluída em 1º de janeiro de 2023. Um tanto mais demorado deverá ser a transição para a civilidade.
O bolsonarismo não é o único culpado pelo pântano de incivilidade em que estamos imersos. A arrogância petista – quando no poder ou na perspectiva de poder – promoveu o “nós contra eles” e incitou o patrulhamento de esquerda contra adversários. Por um processo de regressão civilizatória, o bolsonarismo levou essa incivilidade a um estágio de barbárie.
A incivilidade bolsonarista é programática, fundada na opção pela ignorância e na renúncia à autonomia; renúncia esta que é condição de todo fanatismo. A democracia moderna se funda nos princípios de igualdade e liberdade; num equilíbrio que não é fácil, mas que se vai firmando pelo laço da fraternidade. Logo após o primeiro turno, porém, de maneira aberta e agressiva, o bolsonarismo refugou tal princípio, numa avalanche de grosserias e insultos contra nordestinos, pobres, moradores de favelas… contra todos que, na ótica desses inconformados, haviam rejeitado aquele que têm por chefe e ídolo.
O voto contra Bolsonaro foi, em grande parte, reação a esse monstro que se mostrava por espasmos descontínuos e que, após a derrota eleitoral, passou a mostrar-se por espasmos continuados. Incivilidade que não raro tem passado da violência escrita e verbal para a violência física, algumas vezes resultando em mortes.
O lado vitorioso, por sua vez, está em relativa calmaria, não obstante os grupos radicais que o compõem terem sido, há não muito tempo, protagonistas de cenas de intolerância que apontam hoje em seus adversários. Mas venceram. E quem venceu tem a responsabilidade de acalmar os ânimos, pacificar a nação, restabelecer o equilíbrio.
O presidente eleito tem uma nova chance, uma nova oportunidade. Milhões de brasileiros lhe confiaram a governança de uma nação prestes a se dilacerar numa guerra civil. É sua agora a responsabilidade de conciliar esta nação fissurada, em grande parte devido a seus próprios desvios éticos e à corrupção despudorada protagonizada por integrantes do seu partido.
Lula precisa entender a gravidade do momento histórico e o que está em jogo com sua eleição. O êxito de seu governo poderá encaminhar o Brasil para uma política sóbria, madura e moderada, enquanto seu fracasso empurrará ainda mais o país para o abismo do extremismo e da radicalização.
Que ele pense duas vezes antes de aderir a revanchismos persecutórios ou de repetir escândalos sobre os quais já estamos quase proibidos de comentar.
Não há carta branca para o futuro governo. Se a maioria dos brasileiros fez tábua rasa dos enormes equívocos dos governos petistas, não foi por amor a Lula, mas por horror ao bolsonarismo.
A QUEM INTERESSA A GUERRA, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo
A capital da República está isolada, com bloqueio das pistas de acesso à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes, onde ficam o Planalto, o Supremo e o Congresso. E não é por causa do feriado da Proclamação da República, mas para evitar ataques justamente à República com caminhões e motociatas antidemocráticas. A eleição acabou, o novo governo nem começou e os bolsonaristas não sossegam.
Saber perder ou ganhar é para quem tem grandeza política e de alma, mas o Brasil assiste a um triste espetáculo em que grupos de fanáticos, surpreendentemente grandes, se enrolam na bandeira, usam o hino e os símbolos nacionais para baderna, insulto, ataques às instituições e à democracia. E para cenas de um ridículo inacreditável.
Ministros da mais alta Corte de Justiça do País são constrangidos e ameaçados com gritos e impropérios por irresponsáveis e inconsequentes que defendem volta dos militares e ditadura, ou seja, fim da liberdade, torturas, mortes e desaparecimentos. Luís Roberto Barroso teve de sair às pressas de um restaurante em Santa Catarina e seus colegas de toga estão sendo importunados por brasileiros em Nova York.
Isso não é liberdade de expressão e de manifestação. A Constituição, as leis e até os bons costumes permitem que cidadãos e cidadãs se unam para ir às ruas protestar, defender suas causas, exigir seus direitos e cobrar deveres de governantes. Mas pedir o fechamento do STF e a volta da ditadura militar em torno de quartéis? Financiar caminhoneiros para parar o País, causar desabastecimento, inflação e caos? Não é democrático, não é constitucional, não é legal.
Falta uma voz firme de comando e essa voz deveria ser do ainda presidente da República, Jair Bolsonaro, que se encastelou, parou definitivamente de trabalhar e parece estar torcendo para o circo pegar fogo. Danem-se a Pátria e a família? Deus está de olho.
De outro lado, é também preciso que os vitoriosos ajam como vitoriosos e parem de guerra pela internet, contra tudo e todos que não atrapalham, mas se reservam o direito de crítica e não lhes dizem amém. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fez uma campanha pacífica e um discurso de vitória pedindo união, pacificação, inclusão e esperança. Ataque, ódio e arrogância de parte de sua base e de sua militância digital não têm nada a ver com isso.
Mais de 60 milhões votaram em Lula e 58 milhões em Bolsonaro, e o Brasil está, objetivamente, dividido ao meio e com problemas gigantescos. Quer e precisa de paz, crescimento, emprego, barriga cheia, inclusão, igualdade e respeito à maioria e ao voto. A quem interessa a guerra?l
Covid novamente?
O que havia acabado era o CUIDADO..