Pesquisar
Close this search box.

PASSOU A CAMPANHA POLÍTICA. E A POLITICAGEM DO GOVERNO DE GASPAR JÁ ESTÁ ARRUMANDO DESCULPAS PARA NÃO SE CRIAR NOVAS VAGAS DE CRECHES

O que apareceu na Câmara na semana passada e vai a “votação” nesta terça-feira? Um requerimento da vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB. O que ela “quer”? “Saber” do prefeito Kleber Edson Wan Dall, também do MDB do grupo onde está a vereadora, informações dos terrenos onde estão construídas as instituições de ensino municipais. E todos quietinhos na cidade enquanto se distraem com o esperneio da derrota bolsonarista por falta de votos, inclusive aqui em Gaspar. É pracabá. E explicarei o porquê deste requerimento maroto!

É que estão arrumando piolhos para dificultar a abertura de NOVAS vagas de creches ou AMPLIAR PARA TURNO INTEGRAL as existentes exaustivamente prometidas na campanha eleitoral. Só isso! Este espetáculo montado pelo vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, irmão de templo de Kleber. Tabelinha. Criou-se até uma comissão especial na Câmara, principalmente depois que os micros e pequenos empresários disseram que falta de vagas em creche ou a espertamente criada creche de meio período, ser o maior entrave e agregado de custo para os empregos de baixa remuneração, bem como para o desenvolvimento da também arrumada pelos políticos do título de Capital Nacional da Moda Infantil. 

A vereador Zilma já foi secretária da Educação. Ela conhece do riscado. Não é nenhuma curiosa.  Fez a sua vida por aqui nesta área. Agora, bastou terminar a campanha eleitoral – incluindo o segundo turno, ela encaixou – e livrou Cleverson do vexame público -, e olhem bem a data de primeiro de novembro -, o requerimento para saber “quantas instituições de ensino em Gaspar estão construídas em terrenos que não são do município”. Vai ser lido e votado na sessão de amanhã.

Com sorte, o requerimento ainda será expedido nesta semana. E o governo possui 15 dias para responder e se responder no prazo – o que é muito raro – a Câmara já estará de férias. Quando o requerimento vier a ser analisado, as creches, pais e crianças estarão em agonia como estão hoje. Entenderam?

O que diz o requerimento 111/2022? É que chegou ao “conhecimento” dela, segundo a vereadora Zilma no requerimento, que o CDI Francisco Mastella, no Poço Grande, está no terreno da Associação de Moradores do bairro, e que por causa disso, ele não pode ter manutenção ou até ampliação, como é necessário, exatamente numa área que se expande devido à concentração de antigos e novos empreendimentos naquela região. 

Conta outra, dona Zilma. É um “engana que eu gosto” contra gente humilde. E por quê? A ex-secretária de Educação, quando secretária não sabia disso? Como professora ou burocrata efetiva na pasta por décadas nunca soube disso?  Meu Deus! Pedir informações, mas para quê via requerimento? Porque ela sabe que vai demorar a vir uma resposta. Aí todos os vereadores e a comissão de araque que inventaram na Câmara para fazer espuma eleitoral, já terão ido para a casa e estarão longe da vitrine dos que querem creches em tempo integral e mais vagas, bem como dos críticos desses ardis, como eu. 

A vereadora que como secretária da Educação derrubou o Ideb em Gaspar, mas se elegeu vereadora; que no seu tempo de secretária de Educação ao invés de arrumar mais vagas nas creches, preferiu negociar com o Ministério Público e cortar o tempo das crianças nelas para meio período – mas só para os filhos de trabalhadores e desempregados, pois como provou o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, os comissionados, com altos salários do governo Kleber onde estão Cleverson e Zilma continuaram com o privilégio -, agora está repetindo o erro?

Zilma possui relacionamento estreito com o prefeito Kleber, com o secretário de Educação, Emerson Antunes, um curioso no assunto, vindo de Blumenau como indicação do novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado Ismael dos Santos, PSD, Zilma conhece como poucos, a secretaria onde já foi titular, ou seja, o que Zilma quer no requerimento, ela teria em segundos com simples telefonemas, ou em horas, em um bate pernas por gabinetes e de quem tem poder. Incrível! Não fez. Ou seja, sabe e não quer respostas. Está enrolando.

Incrível mesmo é como um possível problema se torna uma barreira intransponível. Vergonhoso. Tratam-se todos como tolos, os trabalhadores, os eleitores e até os empresários que querem ser parte da solução social, econômica, administrativa e educacional. Eles estão preocupados com o futuro? Nem tanto. Estão com a corda no pescoço no presente. E o governo com a sua turma se estabelecendo no atraso não apenas da educação, mas da economia e de um ambiente social mais equilibrado. Estão desprezando ou adiando soluções óbvias para gente trabalhadora, pobre e muitos, eleitores seus. Inacreditável! Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Vamos destrinchar mais esta encenação do poder de plantão que joga em tabelinha no Executivo e Legislativo? Zilma fez quatro perguntas no requerimento. A primeira: “quantas instituições de ensino (centros de desenvolvimento infantil e escolas) existem na rede municipal de Gaspar?” Impressionante: a ex-secretária do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, até dois, repito, dois anos atrás não sabe disso? Não está atualizada? Ou é falta do que perguntar e com isso quer encher linguiça do requerimento que sabe não será respondido para a Câmara na atual legislatura de reuniões ordinárias?

A segunda e a terceira perguntas dela no requerimento chinfrim são: “destas instituições, existe alguma edificada em terreno cuja escritura não esteja em nome da prefeitura (Municípios de Gaspar)? Se sim, qual (is)?). Mais, uma vez Zilma naufraga na própria esperteza. Primeiro porque como ex-secretária de Educação deveria saber disso, já que o caso que ela cita no mesmo requerimento cita é muito antigo e por demais conhecido da administração pública.

E depois porque a própria vereadora e ex-secretária antecipa, oferece pistas e respostas no próprio requerimento ao que pergunta ao prefeito. “Em função da instalação da Comissão Temporária Especial para Análise de Vagas destinadas aos CDI’s do município de Gaspar, esta vereadora que o presente subscreve tomou conhecimento de que a escritura do terreno em que está construído o CDI Francisco Mastella, no bairro Poço Grande, está em nome da Associação de Moradores do referido bairro”. 

E prossegue Zilma no requerimento: “sendo assim, não é possível realizar nenhuma reforma nem ampliação no educandário, o que levou esta vereadora a questionar o executivo se existe mais alguma instituição de ensino cuja titularidade do terreno esteja na mesma situação. O objetivo é evitar que uma obra, com projeto e recursos garantidos, possa deixar de ser executada devido a essa questão”.

E a quarta pergunta, é para matar a cobra sem mostrar verdadeiramente o pau e ao mesmo tempo exemplificar como atuam os nossos políticos eleitos sem criarem prioridades e darem soluções à nossa sociedade. “Na eventualidade de alguma resposta positiva, quais medidas a prefeitura está tomando para regularizar a situação da titularidade?”

Sério? Quem deveria responder esta pergunta é a própria ex-secretária de Educação Zilma. Sabedora do problema qual foi mesmo a “ação concreta” que tomou como secretária da Educação de Kleber para resolver esta situação de titularidade do terreno que cobra do seu prefeito, cobrança que faz na medida, para servir como impedimento para se criar mais vagas naquela creche pela prefeitura de Gaspar? Inacreditável!

Aliás, este problema só existe, e acompanhei o nascedouro dele, porque o município e os agentes políticos foram omissos – como bem demonstram mais uma vez. E a comunidade se mexeu e fez a parte dela, com a aquiescência da própria prefeitura. Nada foi feito no escurinho como sugere a vereadora que coloca problemas quando ela própria poderia ser ativa e liderar soluções, como fizeram os agentes políticos, empresariais e comunitários no passado em favor das crianças do Poço Grande, hoje adultas.

O terreno onde está a sede da Associação dos Moradores do Poço Grande é uma doação particular com cláusula de reversão se ele não servir à comunidade. Como era necessária – para a comunidade – uma creche, que nasceu particular aos da antiga Ceval e a prefeitura não tinha dinheiro para investir num terreno, fez-se uma espécie comodato e a Associação cedeu o espaço do terreno para a creche. Simples assim.

Agora aquela solução comunitária com aval da prefeitura, se tornou um problema aos políticos do atraso que condenam o que dizem estar errado, mas não propõem nada que solucionem o que diz estar errado e ao que precisa ser feito: mais vagas de creches para o Poço Grande? Impressionante! Gente pobre sofre nas mãos dos políticos. Na campanha eles possuem um comportamento, juram que se eleitos são a solução, depois dela, lavam as mãos, mas não conseguem limpá-las daquilo que estão obrigados a resolver.

Parte desta solução de vagas nas creches, mesmo em período parcial, pois o integral já foi para o espaço depois da campanha política deste ano – e esta queixa os políticos-cabos- eleitorais ficaram perturbados como ela apareceu na cata a votos -, passa pela compra de vagas pela prefeitura nas creches particulares. Mas, os políticos do governo tanto doi ex-prefeito Pedro Celso Zuchgi, PT como os de Kleber, resistem a esta ideia. E por um fato muito simples: querem eles controlar despesas, investimentos e empregos de cabresto político partidário. Dane-se as crianças e pais trabalhadores precisados. É vergonhoso.

Compartilhe esse post:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Email

2 comentários em “PASSOU A CAMPANHA POLÍTICA. E A POLITICAGEM DO GOVERNO DE GASPAR JÁ ESTÁ ARRUMANDO DESCULPAS PARA NÃO SE CRIAR NOVAS VAGAS DE CRECHES”

  1. NUNCA ODEIE OS POPULISTAS, por Felipe Moura Brasil, no jornal O Estado de S. Paulo

    Quem assume o lado de uma patota contra a outra vai perdendo a capacidade de distinguir os fatos de cada episódio e as narrativas genéricas sobre múltiplos episódios, usadas para eximir seu lado de responsabilidades e lançar todas elas sobre terceiros.

    A propaganda populista do “nós” contra “eles” elimina as nuances do mundo real para radicalizar pessoas em torno do ódio aos alegados inimigos, com a agravante contemporânea de que elas passam a viver em bolhas de redes sociais, repletas de propagandistas da guerra tribal, fazendo fortunas como mercadores do caos.

    Os esforços de ativar em mentes fanatizadas algum discernimento esbarram, com frequência, na rejeição ao abandono da sensação de pertencer a uma tribo, na impressão de que qualquer socorro é uma tentativa de cooptação por parte da tribo rival e no pavor da humilhação de admitir que elas vinham sendo manipuladas.

    ”Nunca odeie seus inimigos, isso atrapalha seu raciocínio”, ensinava Michael Corleone em O Poderoso Chefão III, três décadas antes de grupos bolsonaristas revoltados com a vitória de Lula terem bloqueado estradas, prejudicando apenas compatriotas que não contam com o jatinho particular usado pelo petista para pousar em aeroporto privado de Trancoso, no sul da Bahia, onde foi descansar após a campanha.

    Ninguém precisa compactuar com Lula e sua impunidade, para repudiar os expedientes de aloprados que, vestindo as cores da pátria, julgam-se patriotas. Antes da eleição, eles acusaram rádios nordestinas de prejudicar Jair Bolsonaro, até o acusador inicial, Fábio Faria, dizer-se arrependido. Depois, apelaram a uma narrativa seletiva contra o mesmo sistema eletrônico que elegeu parlamentares e governadores aliados do presidente.

    O método bolsonarista consiste em seis etapas:

    1) Criar factoide para acobertar suas culpas;

    2) Cobrar posicionamentos sobre o factoide;

    3) Usar factoide para atacar instituições;

    4) Posar de vítima das reações institucionais;

    5) Defender a liberdade (de criar factoides);

    6) Mobilizar massas de manobra na defesa.

    Depois, claro, xinga-se quem descreve o método, hostilizando-se a imprensa por não reconhecer sua legitimidade.

    Eu, Felipe, até reconheço a criatividade do bolsonarismo em sua briga permanente com a realidade, mas, como a vigilância sobre o governo Lula precisará ser mais inteligente que o choro dos derrotados, adapto aqui a lição de Corleone: nunca odeie populistas; odiar um deles torna você mais suscetível à manipulação e à estupidez do outro.

  2. A FALÁCIA DA INSANIDADE, por Lygia Maria, no jornal Folha de S. Paulo

    Rodovias fechadas, civis marchando na frente de quartéis e até militante agarrado na frente de um caminhão em movimento. Todos pedindo intervenção militar.

    Quem assistiu ao desenrolar de eventos logo após as eleições teve a impressão de que abriram as portas do hospício. Pelo senso de humor, sim, mas não caiamos na patologização psicológica, que tende a objetificar seres humanos: não por acaso, ideologias totalitárias tratam pessoas como coisas.

    Se queremos entender e combater manifestações antidemocráticas, e não apenas sinalizar virtude, não faz sentido usar o mesmo método que rechaçamos.

    De saída, é preciso aceitar que o bolsonarismo é diverso. A ideia de que se restringe a homens ricos e brancos do Sul/Sudeste é uma falácia. Mulheres, negros e pardos, de classes mais baixas e também do Norte/Nordeste estão nesse movimento. Uma das vias é pela atuação de igrejas evangélicas neopentecostais.

    Nesse quesito, não é a porta do hospício que se rompe, e sim a bolha da esquerda intelectual pós-moderna, que trata evangélicos pelo viés da insanidade ou da manipulação.

    Esse discurso está desconectado do papel simbólico das igrejas e do bolsonarismo (que criam redes de sociabilidade e de formação de identidades) e também da realidade material de uma camada da população que vive em contexto de violência (o tema da segurança pública não é valorizado à toa). Aspectos quiçá mais prementes do que gênero neutro.

    Segundo o Datafolha, em 2020, 31% da população era evangélica (58% eram mulheres e 59%, negros). Bolsonaro recebeu mais de 58 milhões de votos. É preciso uma boa dose de elitismo para atestar que essas pessoas estão apenas num surto coletivo.

    Parte da esquerda, portanto, age como doutor Bacamarte, o alienista do conto de Machado de Assis, que vê loucura em todo mundo e interna a cidade inteira. Ao final, o médico percebe que, como apenas ele é perfeito, logo é o desviante. Então, abre as portas do hospício e acaba lá internado, sozinho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não é permitido essa ação.