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QUANDO O ELEITOR SE TORNA CIDADÃO DE SEGUNDA CATEGORIA EM PLENO PERÍODO ELEITORAL É PORQUE O ESCULACHO É A PRAXE E O VOTANTE UM MERO DETALHE

Eu poderia estar escrevendo, mais uma vez, sobre como um político daqui que está enrolado nas suas próprias espertezas. Além de repetitivo, a exclusividade deste assunto, aposto que, me permanecerá. É que ninguém mais daqui quer tratar dele abertamente para não se indispor com essa gente e ao mesmo tempo, não perder o acesso às migalhas das verbas públicas.

Então, nesta segunda-feira de mais chuva que não para há tempos no Vale do Itajaí, vou mudar a faixa desse disco. Amanhã, como sempre, volta a música hit da parada.

Vou trabalhar com três exemplos para dignificar o título do artigo. Passou na Câmara – falta agora a sansão ou veto do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB – o projeto de lei de origem do vereador Alexsandro Burnier, PL, que obriga a se colocar uma plaquinha no Pronto Atendimento do Hospital, com os nomes da escala dos médicos de plantão. 

O PL foi aprovado por unanimidade, porque ele foi descaracterizado pelo relator que veio da Bancada do Amém e ajoelhado ao atual poder de plantão. E Alexsandro, aceitou esta modificação essencial para não o ver jogado no lixo o seu Projeto de Lei antes mesmo de se iniciar qualquer polêmica para inviabilizá-lo juridicamente dentro da própria Câmara onde o governo manda e desmanda nos votos de lá.

É que o Projeto original previa que a publicidade desta escala também abrangesse os postinhos de saúde e a policlínica. Para os defensores de Kleber na Câmara, isto daria muito trabalho, pois ela pode mudar na última hora, além de se criar constrangimentos.

Mas, constrangimentos a quem mesmo, se não ao cidadão e à cidadã doentes, com dor, com hora marcada e que não conseguem ser atendidos num posto de saúde, não conseguem saber a razão disso tudo, nem quem é o responsável por lhe atenderem, emergencialmente, depois de perderem horas de emprego ou de outra necessidade prioritária na busca de cura e soluções?

Na verdade, com essa manobra feita às claras por sua representação na Câmara, o governo de Kleber e o seu vice, Marcelo de Souza Brick, Patriota, está protegendo o mais forte, a política, o político, bem como à corporação médica. Nem mais, nem menos. Por outro lado, e ao mesmo tempo, impressionante, estão todos nas ruas pedindo votos para seus candidatos a este mesmo povo que não querem prestar contas quando eleitos ou no poder.

E o que estão dizendo e jurando falsamente, outra vez? Que vão mudar este estado de coisas em favor do zé pequeno quem é que elege de verdade por ser maioria, essa minoria cheia de manobras e privilégios. Mas, quem mesmo acredita nisto, pois quando há de verdade a oportunidade para mudar o que está sem transparência e solução são eles os primeiros a ajudar a encobrir as falhas e impedir o debate na busca de uma solução?

O outro exemplo. Os rotineiros acidentes na Rodovia Ivo Silveira, em direção a Brusque, na entrada do loteamento Scottini, também viraram de um jogo de culpas um no outro, inclusive por aqueles que não querem a duplicação, mas que agora, falsamente, mais uma vez, mudam convenientemente os discursos em tempo de eleições e cabala de votos dos incautos, analfabetos, ignorantes, desinformados e gente que costuma dar a segunda chance.

Finalmente, parece que as forças política antagônicas estão convergindo para o governo do estado dar a autorização para que o município faça ali uma intervenção mínima de segurança, enquanto a prometida – e contestada por uns interesseiros – duplicação da ligação Gaspar a Brusque não chega de verdade. 

Contudo, perguntar aos políticos envolvidos nesse jogo de culpas e agora sob discursos querendo ser o pai da criança na solução, não ofende: por que esta solução não veio antes das mortes e dos acidentes? 

Arrisco-me a responder: porque estamos nas mãos de políticos descomprometidos com resultados para com a sociedade, os mesmos que estão pedindo votos para nos representar não sei exatamente onde, pois aqui onde eles possuem domínio do resultado, não tiveram capacidade para promovê-lo pelo bem-estar comum dos que se foram, ou daqueles que agora estão sequelados.

Para encerrar e só porque escolhi três exemplos, mas eles se amontoam como tranqueiras depois de uma tempestade daquelas, temos agora o impasse da falta de vagas para o ano que vem e naquilo que já se improvisa perigosamente na Escola Estadual Arnoldo Agenor Zimmermann, com quase mil alunos em 39 turmas em três períodos.

Estão culpando o governo do estado por não ter ampliado a escola para receber os novos alunos que estão saindo de dois CDI para Ensino Básico e que moram no bairro Bela Vista. 

Mas, Ensino Básico não é responsabilidade do município? É! Então quem deveria ter se preocupado com isso e há muito tempo? A prefeitura de Gaspar! E para não perderem votos em tempos de cata deles, passar o problema para outros e que no mínimo deveria ter sido compartilhado, todos os vereadores assinaram uma “Moção de Apelo” para o governo do estado dizendo que ele está em dívida com a comunidade. Pôncio Pilatos dos nossos políticos na proteção da inércia do governo de Kleber e Marcelo! Solução efetiva, nenhuma!

Se o bairro é pequeno territorialmente, mas por outro lado densamente povoado – em torno de 12 mil almas – qual foi mesmo a razão para não se encontrar uma solução há muito tempo, numa prefeitura e numa secretaria onde a propaganda do tal planejamento é algo que move falsamente mentes e corações da população, eleitores e eleitoras? 

Porque se trata de mais esculacho. Os políticos e os gestores públicos – muitos deles curiosos nas áreas que estão responsáveis e só para atender à politicagem de ocupação de cargos no poder de plantão – perderam a vergonha na cara e contra aquilo que é caro ao nosso futuro: a educação de crianças, adolescentes e jovens. Impressionante! Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Termina hoje a meia-noite as alegações finais para o vice-prefeito e candidato a deputado estadual, Marcelo de Souza Brick, Patriota, bem como ao Ministério Público Eleitoral, no caso em que tenta-se se provar que a sua mudança do PSD para o novo partido se deu no tempo em que manda a legislação.

Nos bastidores, há expectativas que mais gente entre no caso interessado em participar do que alegou o advogado de Blumenau João Paulo Fritzen. É aguardar para ver.

Faltam três semanas para as eleições deste dois de outubro. A julgar pelas murchinhas caminhadas dos candidatos de Gaspar neste final de semana, o presságio não é nada bom.

Aliás, o presidente do PP, funcionário público, ex-vereador e vice-prefeito, atual secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, foi as redes sociais, sem citá-lo diretamente, tirar um sarro do vice-prefeito e candidato Marcelo de Souza Brick, Patriota.

“Por aqui tudo certo com nossa campanha a deputada estadual pelo Progressistas, a Mara da Saúde (a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos). É a primeira candidata de Gaspar com a candidatura oficialmente deferida. É ficha limpa. É honesta. Está pronta e apta a lutar…”

Outro fato que chama a atenção é como o ex-prefeito por três mandatos e suplente de deputado, Pedro Celso Zuchi, PT, se não esconde, não se atrela ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quer um entre dezenas de exemplos de como Gaspar não consegue se unir para trabalhar por candidatos daqui? Começa pela fidelidade partidária. Partido por aqui é mera sigla. E há muitos anos, principalmente entre os novos. O chefe de gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e presidente da tal comissão interventora do Hospital, Jorge Luiz Prucinio Pereira, é também o presidente do PSDB.

Quem Jorge está apoiando ostensivamente para deputado estadual? Um candidato do PSD de fora. E o PSDB está coligado com o PP do senador Esperidião Amim Helou Filho vestido de candidato a governador. E por aqui, o PP tem candidato, a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, da Bancada do Amém, que empresta votos caixão ao governo de Kleber, Marcelo e do chefe de gabinete de Kleber. Entenderam onde está o perigo?

Outra.  Não há pesquisas de deputados federais e estaduais. Quem apresenta isso – e há muitas circulando, principalmente nos aplicativos de mensagens – está mentindo aos eleitores e eleitoras. É uma avaliação difícil operacionalmente e teria um custo elevado.

Da mesma forma, nos aplicativos de mensagens estão aparecendo pesquisas para o governo do estado e senador sem origem, e outras com origem declaradas e de institutos renomados, mas falsificadas. E tem gente que acredita em vários absurdos que elas retratam, como a mudança de números de um dia para o outro.

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2 comentários em “QUANDO O ELEITOR SE TORNA CIDADÃO DE SEGUNDA CATEGORIA EM PLENO PERÍODO ELEITORAL É PORQUE O ESCULACHO É A PRAXE E O VOTANTE UM MERO DETALHE”

  1. Bom dia.
    A política é a casa da democracia.
    Deveria ser praticada na sua essência, na raiz.
    O problema é que os candidatos, depois de eleitos, precisam “COLABORAR” com os interesses do partido que o elegeu.
    Quem não se curva corre o risco da perda do mandato.
    É tudo muito estruturado, muito amarrado.
    Não é pra amador, é um covil de cobras e escorpiões ávidos por sangue, o nosso sangue 😥💪😠

    1. Posso discordar um pouco? Se o candidato representa o partido e o partido possui uma linha clara de interesses – incluindo os ideológicos – a escolha se dá de forma legítima e não devemos reclamar depois do resultado.

      O problema é que não há partidos, mas grupos de interesses e poder em cada local onde se instalam esses grupos se mascarando de partidos. O que é o MDB por exemplo? O PSD? O PP, o PL, o PSDB para citar os mais expressivos ou conhecidos. O PSL que já sumiu, só existiu para eleger o presidente Jair Messias Bolsonaro e sua gente. E assim vai. Assim será com o PL. Ou alguém tem alguma dúvida disso em caso de vitória ou derrota de Bolsonaro?

      O PT e o PDT, por enquanto se salvam, apesar de terem “donos”, mas exalam uma certa coerência nacional naquilo que pregam e até que fazem. Então, sabe-se que está se votando num partido que possui alguns pontos claros e permanentes que a cada eleição se reafirmam. Não são exatamente camaleões, como a quase totalidade dos partidos brasileiros

      O problema, de verdade, é que aqui – apenas para usar de parâmetro, pois isso é nacional e em cada grotão – você não elege ninguém do PP, MDB, PSD, PSDB, mas gente que se disfarça neles. E depois de eleita, essa gente manda bananas para seus eleitores, eleitoras e está mais preocupada em salvar os interesses seus e de amigos do seu grupo que a levou ao poder. Simples assim.

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