Antes de esmiuçar assunto do título, duas observações: “programei férias” do blog para esta semana de suposto pouco tráfego diante do feriado de amanhã que faz muitos emendarem o feriadão até aqui ou até domingo.
Mas, como sempre, os políticos de Gaspar foram contra as minhas programadas “férias”. Em segundo lugar, a turma do vice-prefeito, a do PSD, a do “Patriota” de Gaspar – o que não existe de fato por aqui – acha que eu sou o problema – e não as armações deles – e estão atrás de férias compulsórias para este espaço, para que ninguém saiba de nada. Então é preciso ficar na ativa mais do que antes.
Desde que o assunto da suposta inscrição fora do prazo legal do vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, então presidente do PSD de Gaspar, no Patriota, para se viabilizar candidato a deputado estadual, contextualizado num documento levado a Justiça Eleitoral pelo advogado blumenauense João Paulo Fritzen, iniciou-se um vai-e-vem para descaracterizá-lo.
Este documento, que deveria ser oficial, com fé pública, pois para esta finalidade foi constituído como ata da reunião mensal do PSD de Gaspar, realizada no dia 11 de abril, às 19h, tem sido tem sido o ponto central do debate, das discussões e da lide na Justiça. E o PSD agora quer transformá-lo num “papelinho” irrelevante, num mero rascunho, sem consequências, das suas banalidades. Coisas de políticos e da política. E até nesta desconstituição estão constituindo provas contra eles próprios. Veja o enredo.
A ata usada para a denúncia está assinada por o Diego Inácio Vilcock, identificado como secretário “a Doc”, que deve ser “ad hoc”, ou seja, “para esta finalidade”, ou seja, para a Comissão Provisória do PSD de Gaspar, ou para a reunião que ele secretariou. Nela, Marcelo é mencionado como vice-prefeito, mas principalmente como “ainda” presidente do diretório do PSD de Gaspar e mais do que isso: naquele dia, como está estampado no documento, ele teria presidiu à referida reunião. Resumindo deu as cartas ao seu grupo.
Na audiência judicial eleitoral realizada no sábado psssado e feita para esclarecer estes fatos, todos os do PSD ou Patriota estavam nitidamente pisando em ovos. Estranho. É claro para quem assistiu a audiência ou a vê replicado em trechos que percorrem os aplicativos de mensagens. Houve, na verdade, mais confusão e desconfianças do que esclarecimentos. O atual presidente da Comissão Provisória do PSD de Gaspar, coincidentemente, o coordenador da campanha de Marcelo, o vereador Giovano Borges garantiu que o documento levado à jurisdição era um mero rascunho. E que este “rascunho” tinha sido substituído por um que se tornou oficial, “mas ele ainda não tinha assinado”. Ou seja, desde meados de abril. Estamos em quase meados de setembro
Soube-se na audiência, por exemplo, de que o secretário da reunião não estava presente o tempo todo nela, mais precisamente, quando no momento em se menciona Marcelo como presidente da reunião e do partido. Que a secretária do partido, Eleine Vandalen, sabia nos bastidores de que Marcelo tinha trocado de partido e que isso era quase um segredo para os demais. Que Marcelo saiu cedo da referida reunião, mesmo que a ata – que deferia refletir fielmente àquilo que ela diz relatar – informa que ele a finalizou. E assim vão aumentando-se as dúvidas, os desencontros e a falta de esclarecimentos.
Para piorar, misturaram as coisas. A dita a reunião do dia 11 não era apenas do partido, mas também do Gecom- um programa do governo chamado de Gestão Compartilhada, onde parte do Orçamento municipal é decidido pela comunidade, agora tocada pelo ex-veredor Wilson Luiz Lenfers, também PSD. Pelo calendário da prefeitura, a reunião do Gecom aconteceu no dia 13. Então é melhor encurtar tudo e ir para os finalmentes.
Qual é o problema? É que neste dia Marcelo não poderia estar na reunião como presidente do PSD de Gaspar e nem poderia ter dado as cartas na reunião da comissão provisória que tinha sido presidente. Por quê? Porque no dia dois de abril, ou seja, mais de uma semana antes da reunião do dia onze, ele, supostamente, estava no Patriota, que agora querem fazer crer, inclusive, que seja a mesma coisa.
E para agravar, aquela ata assinada por Diego, não há nenhuma menção a este fato, que só se soube agora em agosto, quando o “Informe Blumenau” revelou de que a transferência de Marcelo poderia ter sido feita fora do prazo legal, aproveitando uma brecha operacional da legislação eleitoral.
O próprio Marcelo correu para corrigir e dizer ao “Informe” que não tinha se aproveitado dessa brecha e feito a inscrição somente no dia 12 de abril, mas no dia dois como mandava a lei em vigor.
E para piorar tudo, se isto fosse verdadeiro, a pergunta que não quer calar – e que não foi feita na audiência – e até agora não foi respondida é: por que o vice-presidente da antiga comissão provisória do PSD de Gaspar não assumiu a vaga deixada por Marcelo, e com a investidura legal, óbvia e necessária, conduziu a dita reunião do dia onze de abril? Rogério está sumido.
Segundo Giovano, na mesma audiência de sábado passado na Justiça Eleitoral, ele avocou para si a condição de presidir a reunião por simplesmente possuir um cargo eletivo, e não exatamente na condição de sucessor legal, prevista no estatuto partidário e que mandaria Olinger ser o titular. São coisas e entes diferentes: cargo eletivo e diretoria da comissão provisória. A não ser, que Giovano estava exercendo a condição de “dono da comissão provisória do PSD de Gaspar”.
Foi só meses depois que PSD de Gaspar fez uma convenção e escolheu o amigo de Marcelo, o vereador Giovano Borges – o que já saiu do PSD e foi ao PSB para fingir ser outro partido e ser o vice de Marcelo na eleição a prefeito de 2016 -, como presidente da nova comissão provisória do PSD de Gaspar. Aliás, Giovano declarou sábado à Justiça que nem ele, nem Marcelo frequentam um a casa do outro. Ninguém riu.
O GOL CONTRA
O que apareceu agora, levado pela própria defesa de Marcelo à Justiça Eleitoral para desmanchar este suposto mal-entendido e mau uso de um documento que se jura não ter oficialidade: a suposta verdadeira ata do dia 11 de abril? Saiu Marcelo entrou Giovano e não mais aparece a assinatura do Diego como mostra a ilustração acima. O que está assinalado faz parte da nova documentação, contendo a mesma informação desmentida pelos políticos e suas testemunhas na audiência.
Mas, qual o absurdo deste “novo” velho documento que se disponibilizou para exatamente livrar Marcelo das dúvidas e ao contrário, está provando que há mais dúvidas, rolos e manipulação? No texto da “nova” ata revisada, sem assinatura de quem a secretariou e a presidiu, ou seja, sem valor e autenticidade, continua a afirmação de que Marcelo estava naquela reunião e na qualidade de presidente do PSD de Gaspar, justamente o que PSD, Marcelo e seus advogados vêm tentando negar na Justiça.
É ou não coisa de doidos, de amadores ou de quem está zombando do Ministério Público, da Justiça e dos próprios eleitores e eleitoras? Vão desentranhar? Vão dizer que erraram mais uma vez? Que estão perdidos entre tantos documentos que são produzidos na complexa comissão provisória do PSD de Gaspar? É melhor tratar tudo isso como desleixo, que se sairá melhor na foto e na compreensão da Justiça. Como políticos que não sabem sequer produzir e ler uma simplória ata, podem representar uma cidade e uma região num parlamento estadual?
Outra. Giovano, num questionamento que levou a juízo, está duvidando da autenticidade do documento que fundamentou a denúncia do advogado de Blumenau. Diz que dentro do PSD de Gaspar este documento não existe. Ora, se não existe, está mais do que na hora da Justiça mandar periciar a assinatura de Diego e confrontar esses documentos todos.
Porque neste angú há farinha está contaminada. Se não há de lado falsificação de documento e falsidade ideológica, permanecem as dúvidas que até agora não foram suficientemente esclarecidas. E se não se resolver isso agora, será um fantasma que perseguirá não só Marcelo, mas o próprio Giovano, mesmo ele não colocando assinatura em documento que ele jura ser o oficial. O ex-primeiro ministro do Brasil, o mineiro Tancredo de Almeida Neves, sempre dizia: “quando a esperteza é demais, ela come o dono”. Então
Alguém está mentindo, falsificando documentos, forjando provas ou tratou tudo com desdém e ingenuidade, e agora, também foi para o olho do furacão. E não é à imprensa que está caladinha – e com medo, pois entende que em briga de marido e mulher, não se mete a colher e por isso elas continuam sendo maltratadas – e nem este blog que nunca passou recibo para as dúvidas ingênuas e propositais dos nossos políticos. Afinal, eles são a nossa voz e não podem alimentar dúvidas.
O candidato Marcelo estava on line na audiência com caras e bocas. Foi observado pela juíza e se conteve. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Aos políticos, inclusive candidatos a deputado estadual que dizem representar Gaspar, deviam olhar este exemplo de duas semanas atrás quando se fechou a Rodovia Ivo Silveira – a que liga a cidade a Brusque -, na entrada do Loteamento Alberi Scottini, em protesto pela falta de segurança nas conversões as ruas naquela região.
Já escrevi que se esta já rodovia estivesse duplicada, como quer o governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, muito provavelmente, o acidente fatal não teria acontecido. É o que mostra a Câmara que captou o acidente.
Mas, este é um assunto velho. O que é novo é, que em 15 minutos de fechamento da rodovia para o protesto, os que usam a rodovia para descolamento as suas residências, escolas e trabalho, viram o engarrafamento chegar ao Centro de Gaspar e até o Barracão: quase 15 quilômetros somando os dois lados. O que é isso? Fluxo intenso!
Como é que políticos, e alguns empresários supostamente apoiadores desses políticos, para salvaguardar interesses próprios, podem ser contra a duplicação desta rodovia, sem qualquer custo tanto para Brusque bem como para Gaspar? Se em 2022 estamos com este gargalo, o que será daqui a quatro anos quando se promete a suposta conclusão da duplicação desta rodovia e orçada nos preços de hoje em mais de R$400 milhões?
Esta ligação entre Gaspar e Brusque começa a ganhar muita importância não só para Gaspar e Brusque, mas principalmente para o Médio Vale do Itajaí na ligação com o litoral, na cada vez mais saturada na sua duplicação e até marginais, BR-101. De Tijucas é possível alcançar Brusque, Gaspar e Blumenau ou ao contrário. De Balneário Camboriú e Itajaí por meio da expressa da Univali é possível se chegar a Brusque, Gaspar e Blumenau, ou ao contrário.
E não se trata de turismo, acessibilidade e conforto para as praias, mas de logística para o escoamento e abastecimento de produtos regionais por rotas alternativas do Vale com o litoral e desenvolvimento para Gaspar e Brusque. Trata-se de custos. Onde estes políticos e gente que se diz empreendedora está? No século passado ou nos mínimos cinco anos à frente? Deveriam, de verdade, olhar para daqui 50 anos. Mas… Aliás, fazia duas semanas que um questionamento da Câmara não era respondido pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB: se aquele trecho é ou não municipalizado.
Quer ver como o turismo de Gaspar e os representantes dos bolsonaristas na Assembleia não funcionam? Aproveitando uma onda do armamentismo, deputados propuseram, aprovaram e o governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, sancionou a tal “Rota Turística de Tiro”. Ao nosso redor está oficializado Blumenau, Brusque, Timbó, Pomerode e até Balneário Camboriú.
Em Gaspar, há dois estandes regulamentados e oficiais de tiro e um está em processo de legalização, isto sem falar em duas casas que vendem armas para caça e os chamados CAC. Ainda bem que Lei 18.503/22, diz no seu texto que outros municípios poderão ser integrados posteriormente. Acorda, Gaspar!
4 comentários em “IMPRESSIONANTE. PSD DE GASPAR PODE TER CONSTITUÍDO PROVAS CONTRA MARCELO COMO SE FOSSE DEFESA INQUESTIONÁVEL E ABRE PERIGOSA BRECHA CONTRA CANDITATO”
POLÍTICO DESESPERADO PROCURA PADRINHO COM TÁBUA DE SALVAÇÃO DAS SUAD PRÓPRIAS PATACUADAS
O que apareceu neste Sete de Setembro nas redes sociais do vice-prefeito de Gaspar, candidato a deputado estadual pelo Patriota, Marcelo de Souza Brick? A declaração de que ele é Jair Messias Bolsonaro, PL, desde criancinha. Consultados, os bolsonaristas daqui juram que nem sabiam de que ele tinha este culto ao mito. Impressionante a quantidade de sucessivos erros do candidato. E depois reclama da má repercussão!
RUÍNA E GLÓRIA DO BICENTENÁRIO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo
Hoje o Brasil completa 200 anos. Em tempos estranhos, dias estranhos. Ontem, em São Paulo, foi reinaugurado o museu que celebra a Independência. Hoje, na Avenida Atlântica, o presidente da República terá seu dia.
A festa do Brasil atual, no Rio, será dominada por Bolsonaro, com suas encrencas, divisões e radicalismos que levam a nada. A festa da reinauguração do Museu do Ipiranga foi amostra da vitalidade desta nação bicentenária. A celebração do passado mostrou o presente de um país que funciona.
Sabe-se lá o que dirá o capitão em Copacabana. Seu governo foi incapaz de produzir um só evento relevante para esta data. Pensando no que foi o Bicentenário da Independência dos Estados Unidos em 1976, ou o Bicentenário da Revolução Francesa, festejado em 1989, sente-se na alma o peso do imobilismo.
Felizmente, reinaugurou-se o Museu do Ipiranga. Celebrou-se o trabalho de centenas de operários, servidores públicos, museólogos, restauradores, engenheiros e arquitetos. Celebrou-se também a capacidade articuladora de governos responsáveis. Entre eles, o de João Doria, que parece ter saído de moda, mas fez coisas que ninguém fez.
(Lula e Bolsonaro criaram salas museológicas autocelebrando-se no Palácio do Planalto. Um, expondo documentos pessoais. Outro, montando uma vitrine com o terno que usou no dia da posse.)
Em 2005, quando começaram as conversas para recuperar o Museu do Ipiranga, ele estava literalmente caindo aos pedaços. A cripta onde repousava Dom Pedro I, trazido de Portugal nas festas do Sesquicentenário de 1972, tinha virado mictório de notívagos. O museu parecia uma daquelas burocracias nacionais que não tinham conserto. (Além da patriotada com os ossos de Dom Pedro, o governo do general Emílio Médici patrocinou dezenas de iniciativas culturais relevantes.)
Em 2013, o Museu do Ipiranga foi fechado, e começaram os trabalhos. O que foi reinaugurado ontem é uma nova instituição e será certamente o melhor museu do país, tanto na instalação como no propósito. Mais de 2 mil caminhões de terra foram retirados para permitir a expansão física do museu sem alterar sua silhueta. Centenas de peças foram restauradas, inclusive o “Independência ou morte”, pintado por Pedro Américo em Florença. Isso não é pouca coisa num país onde museus pegam fogo e vive-se um tempo de flerte com o atraso.
O novo Museu do Ipiranga é uma providencial lição do vigor dos brasileiros. Ofendem-se as atividades culturais, e de uma instituição arruinada saiu uma grande obra. Demoniza-se o serviço público, e a burocracia cultural produz esse monumental resultado. Satanizam-se as alianças do empresariado com o poder público, mas 36 empresas cacifaram boa parte do serviço.
O antigo virou novo, e o que deveria ser novo velho é. Tempos estranhos ecoam o século XVI, quando os caetés comeram o Bispo Sardinha e o equivalente ao secretário da Receita, Antônio Cardoso de Barros.
A turma que reconstruiu o Museu do Ipiranga colocou na rede um site precioso. Nele, quem tiver alguns minutos para perder saberá como se trabalhou.
Assim como o Brasil não é para amadores, Gaspar também não é! E, por quê isso, MeuBomJe!
Faz da tua casa uma festa!
Ouve música, canta, dança…
Faz da tua casa um templo!
Reza, ora, medita, pede, agradece…
Faz da tua casa uma escola!
Lê, escreve, desenha, pinta, estuda, aprende, ensina…
Faz da tua casa uma loja!
Limpa, arruma, organiza, decora, muda de lugar, separa para doar…
Faz da tua casa um restaurante!
Cozinha, prova, cria, cultiva, planta…
Enfim…
Faz da tua casa
Um local criativo de amor.
(Cora Coralina)
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