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Gaspar possui três candidatos a deputado estadual, num colégio que não soma 50 mil eleitores, e onde seguramente, mais de 20% serão de abstenções, nulos e brancos em deputados estaduais – se olharmos o passado, bem como a tendência nacional e regional. E dos votos válidos, no mínimo, pelo mesmo parâmetro histórico, 40% vão para fora. Esta conta venho mostrando há de um ano com os dados estatísticos do Tribunal Regional Eleitoral.
Disputando este nicho e se dizendo representantes de Gaspar – e não de causas ou da região – estão o ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, PT, hoje um suplente de deputado; bem como o atual vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, Patriota, que na última hora saiu do PSD em situação carregada de muitas dúvidas até agora. No TRAPICHE mostro onde o Marcelo foi se enrolar mais uma vez.
A grande surpresa, na minha avaliação, foi o anúncio da vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, a Mara da Saúde, de primeira eleição, técnica de enfermagem, preta e reconhecidamente voluntariosa, empática e com muita ação social empreendida na área onde atua profissionalmente. Aliás, esta foi a chave do sucesso da sua também surpreendente eleição como vereadora pelo PP de Gaspar. Isto é fato. É passado.
O lançamento oficial da sua candidatura a deputada estadual, aconteceu de forma representativa, acalorada e bem animada, na frígida sexta-feira passada. Mas, inexperiente e sem muito estrutura, Mara da Saúde e seu entorno “ingênuo” precisam abrir os olhos. E logo. Ela pode estar sendo usada e ao mesmo tempo, “enforcada” no seu futuro político. E o PP de Gaspar que se imunizou de tudo até agora, pode também estar pisando na areia movediça que sempre evitou, por experiência, sorte ou esperteza
Usada para cumprir a cota de mulheres exigida pelas normas vigentes aos partidos, e “enforcada” porque os caciques estaduais e principalmente os de Gaspar, ainda não deram mostras reais de que a candidatura de Mara da Saúde é para valer, apesar de se já ter muito material visual pela cidade. Há discursos e espumas.
E os matreiros e profissionais concorrentes experimentados dela, já estão desconstituindo-a no tal voto útil. E não se vê reação dela e do grupo que a apoia para refutar de frente, de forma estruturada, este velho, manjado e malhado argumento de sempre, na falta de um melhor e verdadeiro.
Aliás, com a sua matreirice e experiência, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, ensaiou o contraponto em outras oportunidades e principalmente na sessão de terça-feira passada, quando fez o convite para o lançamento da candidatura de Mara da Saúde. Dirigindo-se ao vereador Ciro André Quintino, MDB, um dos mais inconformados com a candidatura de Mara porque ele é cabo eleitoral do atual deputado Jerry Comper, MDB, da pequena Ibirama, do Alto Vale, Melato, mirou, também e de fato, em outro candidato supostamente da base do governo em que Melato está: o vice Marcelo.
“No lançamento da candidatura da Mara, não vamos pedir papelinho, é tudo de graça, vai quem quer, até os que não vão votar nela”, ironizou, por várias vezes Melato, dirigindo-se ao Ciro, diante de Mara e que não deu um pio sobre o assunto e a candidatura. Até porque um dos coordenadores da campanha de Marcelo, o amigo dele de todas as campanhas, Giovano Borges, PSD, já tinha entregado o boné de líder do governo, e também já tinha ido embora da sessão fazia tempo, descomprometendo-se com o desgaste.
Decifrando os recados. O primeiro deles é contra o próprio Marcelo, outro que também não queria Mara da Saúde candidata. Tudo para melhorar ou facilitar a sua vida na cata de votos em Gaspar. Marcelo, para se lançar, pediu para empresários patrocinarem um evento, onde havia cobrança de ingressos para bancar o jantar e ao mesmo tempo, “criar” fundos para a sua campanha.
O outro recado, é o que mais pode comprometer Mara da Saúde por seu sucesso: os que estavam lá no convescote de lançamento da sexta-feira podem até não votar nela, incluindo aí, até os coroados do partido, muito menos criar um ambiente para trazer mais votos, e sim piorar tudo: votar em outros, como o próprio Melato, que sempre teve compromisso com o deputado da pequena Sombrio, do Sul do estado, José Milton Schaffer, PP, e que vai a reeleição.
Isto sem falar, que a família Spengler, que inclui o ex-vice-prefeito, e atual secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, presidente do PP gasparense. Ela sempre puxou votos para os Amins, como Mara fazia até então, incluindo o deputado João, filho de Esperidião Amim Helou Filho. E a fila não para por aí. Ela inclui o ex-vice-prefeito, o empresário Clarindo Fantoni, o quase eleito deputado Pedro Inácio Bornhausen, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos comprometido com candidatos evangélicos…
O PP, unido ao arquirrival MDB, deu três eleições em Gaspar: Adilson Luiz Schmitt, em 2004, Kleber Edson Wan Dall em 2016 e 2020. É de longe e talvez com o PT, o partido mais organizado em Gaspar, tanto que, é o que ocupa quatro secretarias de governo, mais do que o próprio MDB: ele ganhou, mas não levou de fato a prefeitura.
Se o PP for brincar com Mara Lúcia, corre o sério risco de perder esse cacife e se fragilizar como os outros. Vai virar um velho MDB, o que está transformando pó em razão da ganância, falta de liderança, erros estratégicos, más companhias, definhamento do MDB de Blumenau onde diz se espelhar, traições, rivalidades e chantagens internas.
Agora, é esperar os acontecimentos e principalmente a contagens dos votos em Mara da Saúde em dois de outubro. Só lá vai se ver como o PP jogou para se fortalecer ou se enfraquecer para 2024 em Gaspar. Só lá se vai realmente saber se o PP permitiu que Mara da Saúde fosse apenas uma candidata da cota de mulheres. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Qual é a notícia desta segunda-feira? O vice-prefeito, candidato deputado estadual pelo Patriota, partido de última que Marcelo de Souza Brick arrumou de última hora, está ameaçado de ficar de fora da corrida eleitoral, ou ter que se virar nos trinta, para provar que a sua jogada, sorrateira, foi feita dentro do prazo e sem nenhuma esperteza. Meu Deus!
Cada enxadada, uma minhoca diferente. Neste final de semana, apareceu nos aplicativos de mensagens, um documento do diretório do PSD de Gaspar, com timbre e tudo. Ao mesmo tempo, ele fundamenta um pedido de inexigibilidade na Justiça Eleitoral, assinado pelo advogado de Blumenau, João Paulo Fritzen.
Qual o babado? A referida ata é da reunião mensal do diretório do PSD de Gaspar. Ela aconteceu dia 11 de abril de 2022. Guarde bem esta data: 11 de abril. O presidente do partido, Marcelo de Souza Brick, não assina a referida, apenas Diego I. Vilvock, secretário ad hoc (para esta finalidade), e que se escreveu erradamente como, “a Doc”.
E Diego é a testemunha do processo movido contra Marcelo na Justiça Eleitoral. O que ele vai dizer? Que a assinatura não é dele naquele documento oficial do partido? Que não escreveu o que está escrito? Que errou na hora de escrever? Que entendeu uma coisa e escreveu outra? Hum!
Retomando. O que se decidiu naquele dia, segundo a ata que circula e que está apensado nos autos do processo na Justiça?
Que o diretório do PSD presidido pelo Marcelo, iria poiar os candidatos Darci de Matos, Ricardo Guidi, Ismael dos Santos, Hélio Costa, Marlene Fengler e Paulo Bornhausen para corrida Federal. Uma mistureba.
E sobre o estadual? Todos os presentes, sob anuência do presidente Marcelo, comprometeram-se no apoio a Napoleão Bernardes. de Blumenau. Uai, mas naquele dia 11, dia da reunião, que se produziu em decorrência dela, o Marcelo não era já candidato a deputado estadual pelo Patriota, pois a data fatal para ele fazer isso, e deve ter uma ata do Patriota confirmando isso?
Gente estranha, enrolada, dissimulada e metida a esperta. Enganando ou sem memória, o próprio Marcelo, como revela a ata do PSD de Gaspar, ainda falou nquela reunião do dia 11, sobre o fechamento da janela de inscrições de candidatos, ocorrida no dia dois de abril e não tendo candidatos, as escolhas visavam fortalecer o diretório de Gaspar. Meu Deus!
No dia 14, Marcelo apareceu como filiado no Patriota e por ele candidato a deputado estadual. Já tratei aqui várias vezes dessa estranha filiação feita em completo segredo pelo Marcelo. Este documento que lhes relato, coloca mais uma minhoca nesta pescaria em águas turvas na carreira política dele.
Há uma nota sobre este assunto no “Informe Blumenau” que causa mais preocupação do que transparência. No dia 16 de abril, Alexandre Gonçalves, escreveu: “aproveitando uma brecha da legislação eleitoral, o vice-prefeito de Gaspar Marcelo Brick trocou o PSD pelo Patriota nesta quinta-feira, dia 14”.
Depois que a notícia circulou e antes que fosse parar na Justiça Eleitoral, onde esta brecha não pode ser técnica e operacionalmente descoberta, teve o seguinte PS: algumas horas depois de publicar este post, entrou em contato para dizer que se filiou no dia dois de abril e apenas confirmou publicamente o ato no dia 14 de abril. Fica o registro”. E este registro também foi parar na Justiça como parte da produção de provas contra Marcelo.
Não vou duvidar do Marcelo. Mas, ele mais uma vez prova que dissimula, mente e joga. Isto está claro no documento do PSD. Presidiu uma reunião de um partido onde ele nem estava mais, escondeu que seria candidato e como armava isso fora do PSD. Ou então, o documento é apócrifo. Várias pessoas do ambiente político e próximos a Marcelo dizem que não. E o PSD está tiririca. Napoleão Bernardes, mais ainda.
Então qual vai ser a nova enxadada Marcelo e a minhoca que irá achar para se dar bem? Como alguém que tem esse tipo de comportamento pode querer representar empresários – foram eles que o lançaram, depois de fracassarem com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB – e até mesmo, parte de uma cidade na Assembleia Legislativa?
Marcelo está na muda a respeito disso tudo. Inclusive no uso de servidores públicos em pleno horário do serviço para adesivar carros para a campanha política. Acorda, Gaspar!
4 comentários em “A CANDIDATURA DA MARA DA SAÚDE É PARA VALER OU SÓ PARA CUMPRIR A COTA DE MULHERES DO PP ESTADUAL?”
Dessa maçaroca, puxei um fio: triste a sina do filho do Acácio!
Triste!
A filiação partidária obrigatória produz os POLÍTICOS que temos.
Precisamos nos libertar desse carma.
Concordo em grau, gênero e número. Mas, mesmo e ainda assim, não vamos nos livrar das pessoas que nos mentem, enganam, manipulam e dissimulam. Elas farão tudo isso, fora do partido.