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FALTA DE PLANEJAMENTO, OU DE TÉCNICA CONSTRUTIVA? OU DESLEIXO NA MÍNIMA MANUTENÇÃO?

A drenagem de parte do bairro Sete de Setembro, e que vem gerando questionamentos nos últimos tempos pelos moradores de lá, por meses e mansamente vem “comendo” parte da barranca da Rua José Rafael Schmitt, na esquina com Barão do Rio Branco, em Gaspar. Parte da tubulação já até caiu no ribeirão Gasparinho. E faz tempo. E a erosão, já quase ameaça impedir os pedestres acessarem a passarela da ponte recém nominada de Arno Genésio Schmitt.

O problema não é novo. Agravou-se em maio deste ano. Mesmo sendo em área com muito movimento, à vista de todos – incluindo políticos e autoridades – e no Centro, só esta semana é que apareceu por lá a Defesa Civil, diante de tanta reclamação e clara ameaça de acidentes contra as pessoas que passam por ali. A secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada por Luiz Carlos Spengler Filho, PP, oficialmente ainda não disse o que fará diante de um desastre anunciado.

E se houver necessidade de interdição – por enquanto colocaram umas fitas amarelas e pretas -, vai se criar mais outro gargalo na mobilidade em local, grande fluxo e sensível à cidade. Ontem a equipe de topografia da prefeitura apareceu por lá. Estão achando que se não chover, vai dar para remediar. Se chover forte, a coisa vai complicar. Complicado mesmo é como tratam as coisas em públicas em Gaspar onde o maior prejudicado é o cidadão e a cidadã.

Mas, a notícia merece de reflexão. Este é um retrato continuado do que acontece em todo o município em grandes, pequenas, mínimas ou necessárias obras nos últimos anos. Aí, diante de tanta marquetagem, incluindo a de que a prefeitura está superavitária na arrecadação somando-sem aos empréstimos, emendas e convênios que aportam por aqui, pressupõe que o foco seja também a manutenção preventiva e corretiva. Mas, não! Primeiro chega o desastre. Depois se corre para o paliativo, o improviso, altos custos e o freio de arrumação.

Engenheiros acostumado a este tipo de obras com quem me consultei, disseram-me que a saída da tubulação para o ribeirão diante do solo instável e arenoso naquela encosta, deveria ter sido protegida por um enrocamento (pedras), ou algo de concreto. Além da estabilidade, esta técnica daria proteção à barranca e com isso impediria, atuaria e atenuaria contra erosão decorrente impacto da água na terra nua como estava e está hoje em dias de chuvas fortes. Mas, isto não foi feito. O que economizaram ou não previram e se improvisou na época, ou pediu-se pela sorte. E ela não veio.

O que vai acontecer agora para mitigar ou resolver o problema? Mais altos custos – via a rubrica da emergência -, mais transtornos, mais tempo, mais exposição dos políticos perante a comunidade, mais cobranças… Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Ainda é cedo. Mas, há três pontos cruciais para que esta sensação das eleições de dois de outubro se converta em realidade.

A primeira, é quando se terminam os prazos das convenções e ajeitamento das melancias na corrida para os executivos no âmbito federal e estadual; será na sexta-feira que vem. A segunda é como a campanha vai para as ruas; nos dias de hoje é difícil cravar o aparente como certo; há marketing, há carisma, há discurso; e há muita mídia social e aplicativos de mensagens para fake news. E a terceira, obviamente, é quando as urnas serão “abertas”.

Uma coisa é certa. O foco da campanha, do puxador ou do tirador de votos, estará centrado nos concorrentes ao Planalto e os ao Centro Administrativo, em Florianópolis. Isto poderá piorar ou favorecer à corrida nos grotões à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Será assim aqui.

Em Santa Catarina, o que melhor até agora mexeu os pauzinhos antes do dia cinco de agosto, o fim do prazo das convenções, por incrível que pareça o PT. Dário Berger, pode ser um trunfo para alavancar Décio Neri de Lima; se confirmada a vinda de Gelson Merísio, o balaio vira coisa estranha, mas com chances reais num segundo turno. E isto pode embalar a fraca nominata conhecida até aqui para o Palácio Barriga-Verde.

No lado oposto e onde se esperava tudo azeitado, quem vai perdendo fôlego, por exclusiva teimosia do candidato que não quer contrariar a influência de Brasília e do próprio presidente Jair Messias Bolsonaro, é senador Jorginho Mello, ambos do PL? Do jeito que vai indo, ele precisar de Deus, como invoca seu padrinho repetidamente.

Ah, e sobre Esperidião Amim Helou Filho, PP, Carlos Moisés da Silva, Republicanos, Gean Loureiro, do União Brasil e o MDB. São os mesmos dos mesmos. Estão fazendo o que se esperava e se desenhava para eles. Não criaram nenhum espetáculo. Incrível mesmo nisso tudo, é como o PSDB se tornou mais nanico do que era em Santa Catarina. Antes, ele até tinha espaço para um protagonismo fake. Agora, nem isso.

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3 comentários em “FALTA DE PLANEJAMENTO, OU DE TÉCNICA CONSTRUTIVA? OU DESLEIXO NA MÍNIMA MANUTENÇÃO?”

  1. Sobre as MULTAS PESADAS para os proprietários de terrenos USADOS para o descarte irregular de MATERIAIS, parece que os vereadores estão incomodados pq há muita denúncia de irregularidades em áreas públicas.
    Agora querem botar PLAQUINHA dizendo que é PROIBIDO o descarte na área.
    Até falaram em fazer um mutirão de coleta nos bairros, mas só um pra não deixar os munícipes mau acostumados..👀😱😱😱

    Se for pra MULTAR, qual seria o valor da autuação no descaso desse pedaço de tubulação do ESGOTO, pq alí CORRE ESGOTO, dentro do RIBEIRÃO???

    E querem pousar de moralistas e enaltecer a ética quando o PRÓPRIO quintal é o que PRESENCIAMOS acima?

    Pior: do outro lado da ponte fica o escritório do então vereador governista, agora Secretário de saúde, Francisco Hostins..👀

  2. A TURMA DO ACORDÃO ENTRA EM CAMPO, por Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor Econômico.

    “Ouvi ontem que o pessoal dele está discutindo uma PEC para que ex-presidente não possa ser preso, vire senador vitalício. Eu sou contra. Do que esse cidadão tem medo?” O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxe à tona, ao UOL, a constatação que domina Brasília: ficou mais difícil, para Jair Bolsonaro, conseguir um salvo-conduto, tenha este o nome de mandato vitalício, indulto ou anistia.

    Este é um tema que acompanha seu mandato, visto que, desde a posse, deixou claro que não se elegera para governar. Ainda faltam 65 dias para o veredito de sua excelência, o eleitor, mas o que aconteceu nesta semana tornou improvável para Bolsonaro uma aposentadoria na Barra da Tijuca tomando cerveja com contrabandistas de fuzis.

    As primeiras pesquisas pós-benesses e a deflagração de dois compromissos democráticos, dos ministros de defesa do continente e do PIB nacional, puseram fim às ilusões. Tanto o caminho para a reeleição se estreitou quanto o presidente perdeu poder de barganha para negociar uma saída. Sem as Forças Armadas, o que lhe restaria? Os policiais militares, que já demonstraram obediência aos seus comandantes no ano passado, terão redobrados incentivos para reprisá-la. A aposta em clones de Jorge Guaranho em nada mudaria uma eventual derrota nas urnas e só complicaria a situação jurídica de seu patrocinador.

    O problema é que não é só Bolsonaro que se encaminha para um beco sem saída, são seus sócios. A sanha da PF sobre o caso Codevasf é só um aperitivo de um futuro grávido de surpresas para os donos do Orçamento no Congresso. Basta ver a inconformada reação de um deles, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, à ampliação do manifesto democrático para os maiores banqueiros e empresários do país. Se o ministro, fonte costumeira da “insatisfação dos aliados com o radicalismo do presidente”, passou recibo é porque o ar em Brasília, na definição de um participante das negociações, ficou mesmo irrespirável.

    É depois do 1º turno que esses sócios vão contar os exércitos para saber a força que dispõem para redobrar a aposta. Esperam contar com patrocinadores para arrebanhar a consciência de parlamentares derrotados. Num feirão pós-1ºturno cabe tudo, de negociatas a salvo-condutos. Muito dependerá do combinado com o eleitor. Quanto maior o vento da mudança, menor a chance de acordão.

    A Procuradoria-Geral da República bem que tenta ajudar essa turma. A vice-PGR, Lindôra Araújo, não apenas arquivou as investigações resultantes da CPI da Covid como fechou as portas para procuradores da República da primeira instância. Aprendeu com o chefe, Augusto Aras, que teve um primeiro pedido de arquivamento de investigação de corrupção na compra das vacinas Covaxin porque alegou que Bolsonaro, como presidente, não tinha o dever de reportá-la.

    Aras reformulou o pedido de arquivamento alegando que o presidente não tinha como saber das tramoias em curso. A ministra aquiesceu. Lindôra atalhou. Alegou, por exemplo, a inexistência de provas de que Bolsonaro sabia da ineficácia da cloroquina, argumento reforçado pelas declarações do presidente ao insistir na medicação em palestra ontem ao Conselho Federal de Medicina. Com isso, Lindôra e Aras não apenas evitam que a denúncia seja reapresentada na primeira instância como tentam fugir da acusação de prevaricação.

    Será o primeiro termo de ajustamento de conduta envolvendo genocídio, diz um procurador da República. Pessimista sobre as perspectivas de Bolsonaro vir a ser preso, pelas manobras recursais de um judiciário em quatro instâncias, teme uma punição nas calendas da história, à la Paulo Maluf.

    O inquérito da CPI da Covid era o caminho mais parecido com aquele que hoje está em curso nos EUA. Lá foi a acusação de incitação à invasão do Capitólio que levou o Congresso a investigar Donald Trump. Por isso, foi posterior à sua saída do cargo. Aqui a investigação transcorreu durante o mandato de Bolsonaro, porque focada na pandemia contra a qual o presidente brasileiro manteve um comportamento muito mais transgressor do que Trump. Como o presidente da Câmara, Arthur Lira, fechou os caminhos de uma persecução parlamentar, restou ao PGR se delongar no mesmo engavetamento.

    A outra saída à mão é o inquérito das “fake news”, hoje relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. A matéria virou de ponta cabeça a jurisprudência sobre a imunidade presidencial, como já mostrou Diego Arguelhes. O direito brasileiro protege os parlamentares e não o presidente pelo que dizem no exercício do mandato. Na era Bolsonaro aconteceu o inverso, diz o professor. O deputado estadual paranaense Fernando Francischini foi cassado por propagar, sobre as urnas eletrônicas, as mesmas informações falsas que o presidente fornece – ao parlamentar e a milhões de brasileiros – todos os dias e impunemente.

    Ainda que o presidente perca a imunidade que Aras e Lira lhe garantem quando deixar o poder, há investigados que a manterão, e puxarão seu foro, como aconteceu no mensalão. A princípio, trata-se de uma acusação menos danosa para a persecução de Bolsonaro do que aquelas da CPI da Covid. Não há um crime tipificado que permita, por exemplo, uma prisão preventiva, mas nunca se sabe o que pode sair de um inquérito conduzido por Alexandre de Moraes. Há expectativas de que este inquérito, nas mãos de um outro ministro, pudesse ser relatado de maneira mais negociada, mas nada sugere que Moraes dele venha a abrir mão.

    O destino de Bolsonaro, porém, não depende apenas destas duas saídas mais facilmente operadas pelas cúpulas das instituições. Na deixa de Lula para o UOL (“Bolsonaro tem responsabilidade pela morte de Marcelo Arruda”) está embutida a janela de crime de ódio. Das muitas pontas soltas que aí estão, há outra que irmanaria não apenas uma boa parte dos empresários reunidos no manifesto de 11 de agosto, como permitiria a um sucessor de oposição mostrar ao mundo que o Brasil – na política e nos seus negócios – virou a página: a sucessão de atos e omissões que favoreceram o desmatamento recorde na Amazônia. Não por acaso, é um articulador da adesão empresarial ao manifesto democrático, o professor Carlos Ari Sundfeld, quem dela lança mão.

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