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VOCÊ SABE COMO SE FEZ A CONTA QUE COLOCOU O SEU VEREADOR COMO TITULAR OU SUPLENTE NA CÂMARA DE GASPAR?

Hoje, vou trabalhar mais com imagens do que com que com textos. Por quê? O tema é áspero; é de difícil compreensão até para quem se dedica a ele. E recebi a ajuda “luxuosa” do advogado gasparense João Pedro Sansão. Ele se especializou em “direito eleitoral”. E com esta ajuda, João Pedro tornou o meu artigo de hoje um pouco mais fácil de ser entendido pelos leitores e leitoras do blog. Segundo ele, vai até rolar um vídeo desse assunto nas suas redes sociais.  

João Pedro está fazendo uma pós-graduação em Direito Eleitoral no IDP (Instituto de Direito Público), instituição que possui o Ministro do Supremo, Gilmar Mendes como um de seus sócios.

Pois bem. João Pedro está estudando entre outras, uma matéria chamada de “Sistemas Eleitorais”. Segundo ele, nela “estudamos a fundo a eleição proporcional no Brasil. E para treinar os conhecimentos [que se aplicam a deputados federais e estaduais], fiz o cálculo da distribuição de vagas na Câmara de Gaspar em 2020”. E foi este estudo que me foi disponibilizado. Interessante. Didático. Compreensível. Revelador. Termina com certos mitos e mentiras entre nós.

Como se definiram as vagas após as “contas complexas” e que poucos entendem

Principalmente por ser didática e mais fácil de ser compreendida naquilo que se chamamos de “quociente eleitoral”, e que é a forma como se determina quem é eleito por seus próprios votos, ou pelos votos dos outros candidatos na sua legenda – ou agora, Federação Partidária (possibilidade que não havia em 2020) com a extinção das coligações – e que não são eleitos, sabe-se como estabeleceu e se dividiu as 13 vagas daqui entre os votos totais recebidos por candidatos e partidos.

Pelo estudo de João Pedro, sabe-se, por exemplo, que a disputa da última vaga de vereador em Gaspar ficou entre duas educadoras: Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB (coincidente tia de João Pedro) e Andréia Simone Zimmermann Nagel, PL. Faltaram a Andreia 185 votos na legenda de vereador, que se o PL tivesse acompanhado a votação do candidato do partido a prefeito, Rodrigo Boeing Althoff, teria elegido o segundo vereador. E a vaga ficou com o MDB de Zilma.

A outra, é que mesmo com a super-votação dada a Franciele Daiane Back, PSDB, o partido e ela correram o risco de ficar de fora. É que houve quatro rodadas de buscas de eleitos na intrincada de contas de “ajustes” dos quocientes eleitorais, segundo João Pedro. Só nesta última rodada de “buscas” da vaga por quociente é que ela entrou como eleita.

E o que mostra isso, por outro lado? Uma história mal contada, da ingenuidade, ou intencionalmente da carochinha sobre se estar num partido nanico para se ter mais facilidade para ser eleito a deputado neste ano com menos votos do que outros, por exemplo. Se não atingir o quociente eleitoral, se não for um carregador de piano como foi Franciele, ou se não estiver em primeiro como ela esteve, não terá vaga que se diz antecipadamente por aí ter. Simples assim!

Qual a conclusão de João Pedro, da qual compartilho e já expressei isso várias vezes ao longo dos anos neste espaço, e que vai se repetir agora em dois de outubro para deputados federais e estaduais em Santa Catarina e Brasil afora?

“Acho que o sistema que temos tem mais virtude do que defeitos. Mas, ele tem um problema que é o fato de ser confuso e difícil compreensão. Por ser de difícil compreensão acaba afetando a legitimidade com a população, porque, como alguém pode se sentir representado por vereadores que não sabemos como chegaram lá?” O que significa isso? Margem para falácias antes das eleições e histórias mal contadas depois dela, quando o resultado não chega.

Então, estão aí os charts do João Pedro que ilustram o artigo para esclarecer melhor tudo isso. Qualquer dúvida, questione ele, inclusive neste espaço. Ele vai lhe responder.

Até aqui este é o resumo dos eleitos. E como os que não passaram no teste das urnas, ficaram de fora, tornaram-se suplentes e na boca para entrar? João Pedro e seus charts também desvendam algumas lendas e conversas de bar para boi dormir.

Para finalizar.

Pelas contas da legislação, do Tribunal Regional Eleitoral e o ensaio demonstrativo de João Pedro, faltaram 185 votos na legenda para o PL colocar o segundo vereador; 872 para o PSL ter o seu único vereador; 1.169 votos para o PT ter o segundo um vereador; 1.299 para o PP colocar o quarto vereador; 1.317 para o PDT colocar o segundo vereador; 1.337 para o PSD colocar o segundo vereador; 1.534 votos para o PSDB colocar o segundo vereador; 1.625 para o DEM para ter seu vereador. E o Patriota? 1.900 votos. Ufa!

Resumindo bem e já olhando para o momento atual, de acordo com a ideologia nacional que propagada hoje, e mais ou menos válida por aqui: a direita – que era a bola da vez na eleição passada – fez um vereador e foi a que ficou mais próxima da segunda vaga, a esquerda fez dois, e o Centrão dez. Acorda, Gaspar!

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7 comentários em “VOCÊ SABE COMO SE FEZ A CONTA QUE COLOCOU O SEU VEREADOR COMO TITULAR OU SUPLENTE NA CÂMARA DE GASPAR?”

  1. AVISO AOS LEITORES, LEITORAS E FONTES

    Só a partir de terça-feira é que farei comentários, ou análises, sobre os cenários cruzados da aldeia com o estado e o Brasil nas eleições deste ano. As melancias, pelo jeito, ainda não se ajeitaram na carroça. Os donos delas estão se coçando, fingindo em fotos, e traindo sem pudor… Até dia cinco de agosto, prazo fatal para as convenções e fechamentos de acordos para inglês ver, imprensa publicar e os que valem de verdade e por detrás dos panos, muita coisa vai rolar…. Não só melancias bonitas apodrecerão, como algumas até cairão das carroças….

  2. A FRITURA DE TRUMP, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    A comissão da Câmara que investiga o comportamento de Donald Trump durante a insurreição de 6 de janeiro de 2021 fechou o foco em 187 minutos durante os quais o presidente dos Estados Unidos permaneceu em silêncio cúmplice. Graças às câmeras de vídeo, às mensagens com o registro da hora e dos minutos, bem como as listas de telefonemas da Casa Branca, produziu-se uma inédita reconstrução de fatos. Magnífica demonstração da eficácia do FBI e da Justiça. Os federais americanos já pegaram 840 pessoas e pelo menos 185 foram sentenciadas. Uma delas pegou cinco anos de cadeia por ter agredido um policial.

    Os 187 minutos começam às 13h10, quando Trump terminou de discursar perto da Casa Branca. Ele havia estimulado a marcha para o Capitólio, sugerindo que a acompanharia. Foi para a Casa Branca, onde ficou grudado nas televisões.

    Aqui vai o que aconteceu a quatro pessoas que provavelmente foram vistas por Trump enquanto curtia o dia.

    Entre 13h e 13h30, o veterano fuzileiro Carey Walden escalou uma parede do Capitólio. Preso em maio, declarou-se culpado e foi condenado a 30 dias de prisão domiciliar.

    Às 14h02, Richard Franklin Barnard entrou na Rotunda do Capitólio. Foi preso em fevereiro e contou ao FBI que pretendia chegar perto de Trump. Tomou 30 dias de prisão domiciliar e 60 horas de serviços comunitários.

    Troy Williams entrou no prédio às 14h39. Foi preso em fevereiro e condenado a 15 dias de cadeia e um ano de liberdade condicional.

    (Minutos depois, o vice-presidente Pence era retirado da sala onde estava e levado para um subterrâneo. O filho de Trump apelava para que ele condenasse a invasão. O presidente continuou assistindo ao espetáculo.)

    Duke Wilson entrou no Capitólio às 14h55, agrediu um policial, foi preso em abril e condenado a 51 meses de cadeia e três anos de liberdade condicional.

    Os 187 minutos do foco da Comissão terminam quando Trump postou seu vídeo pedindo à sua turma que fosse para casa. Essa foi a primeira vez em que ele disse isso.

    Dois minutos antes, o presidente eleito, Joe Biden, classificara a invasão do Capitólio como “limítrofe da sedição”.

    DIPLOMACIA PALACIANA

    O episódio do cercadinho dos embaixadores marcou o apogeu da diplomacia palaciana do coronel Mauro Cesar Cid, chefe dos ajudantes-de-ordens de Bolsonaro e do almirante Flávio Rocha, secretário de Assuntos Estratégicos. Eles foram os diretores da cena do “brienfing” de segunda-feira.

    O coronel foi o revisor do texto de pelo menos um dos discursos de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas.

    Quando os oficiais palacianos atropelam ministros, os resultados são desastrosos.

    No dia 30 de março de 1964, o general Assis Brasil, chefe da Casa Militar, garantiu ao presidente João Goulart que era boa ideia ele ir à reunião de sargentos no Automóvel Clube. Dois dias depois, estava deposto.

    No dia 27 de agosto de 1969, o presidente Costa e Silva perdeu a fala durante um despacho. O capitão médico do palácio recomendou-lhe repouso, e mais nada. Em suas memórias, o general Jayme Portella, chefe do gabinete militar, repetiu dez vezes que, segundo o capitão, o caso não era grave. No dia seguinte, o marechal voltou a perder a fala. Quando a recuperou, perguntou ao capitão:

    Não é derrame?

    Não, senhor, derrame não é.

    Era uma isquemia, com efeitos semelhantes. Nela, a irrigação do cérebro é afetada por uma obstrução. Horas depois, Costa e Silva emudeceu de vez. Morreu em dezembro.

    Na manhã de 1º de abril de 1981, o presidente João Figueiredo recebeu a notícia de que na noite anterior explodira uma bomba no estacionamento do Riocentro, matando um sargento e aliviou-se: “Até que enfim os comunistas fizeram uma bobagem”.

    A bomba era do DOI, onde estavam lotados o sargento e o capitão que dirigia o carro.

    UM LIVRO SOBRE O ATRASO DA EDUCAÇÃO [para os çábios de Gaspar que emburrecem as nossas crianças à ganância de cargos de mando]

    Está chegando às livrarias “O Ponto a que chegamos”, do repórter Antônio Gois. É o retrato da ruína da educação brasileira ao longo dos últimos 200 anos. Gois mastigou estatísticas e a boa bibliografia sobre a questão. Mostrou a sucessão de projetos vindos da esquerda (Anísio Teixeira) ou da direita (Francisco Campos) e a bola de ferro do atraso que leva o país a perder oportunidades.

    O livro é uma aula, sem estridências, para quem vive um tempo em que a roubalheira se encastelou no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (o FNDE dos pastores e dos milhares de laptops).

    Tudo cabe numa observação do professor José Goldemberg que foi ministro, secretário de Educação de São Paulo e reitor da USP. Depois de passar pelo Ministério da Educação, resumiu criticamente a posição: “Era um lugar formidável para fazer favores”.

    Gois mostra boas iniciativas, como o ProUni e o sistema de cotas, mas, lendo-o, vê-se o tamanho dos dois séculos de burrice do andar de cima nacional: montou um sistema excludente que não produziu qualidade.

    BOA NOTÍCIA PARA 2023

    No ano que vem, a banda moderna do agronegócio brasileiro anunciará a criação do Instituto Mato Grosso de Tecnologia de Alimentos. Empresários criarão um centro de ensino e pesquisas com a meta de se tornar um dos melhores do mundo.

    Hoje, numa lista das vinte melhores, o Brasil tem duas instituições (a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, e a Unicamp). A China tem nove, e os Estados Unidos, quatro.

    Estão nessa iniciativa dois nomes do agro brasileiro: Blairo Maggi e Otaviano Pivetta. Armando o meio de campo, está o empresário Guilherme Quintela.

    Nos Estados Unidos, a Purdue University nasceu em 1869, ajudada por John Purdue com uma doação de US$ 300 milhões em dinheiro de hoje. Ele começou a vida no setor de alimentos. Numa listagem de 2021, ela é a 25ª melhor do mundo.

    A FUNAI EM MADRI

    É do embaixador Azeredo da Silveira, um diplomata da carreira (e dos melhores), a observação de que há gente capaz de atravessar a rua para escorregar na casca de banana que está na outra calçada.

    O doutor Marcelo Xavier, presidente da Funai, atravessou o Atlântico para ir a uma reunião em Madri, onde se realizava a assembleia geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e Caribe.

    Peitado por um ex-funcionário que o chamou de “miliciano” e “assassino”, retirou-se do auditório.

    Um passeio até Madri vale alguns minutos de constrangimento?

    VACINA CINTRA GOLPE

    A liquidação da fatura da eleição presidencial no primeiro turno oferece uma vacina contra sonhos golpistas.

    Na noite de 2 de outubro, 156 milhões de eleitores escolherão 27 senadores, 513 deputados federais, mais uns mil deputados estaduais.

    Estarão na disputa também os candidatos a presidente e a governadores, mas só serão eleitos aqueles que conseguirem maioria dos votos. Quando isso não acontecer, os dois mais votados irão para um segundo turno, no dia 30 de outubro.

    Quem quiser contestar o resultado de 2 de outubro estará contestando a vitória de pelo menos 1.513 eleitos.

  3. OS VOTOS QUE FALTAM E VÃO EMBORA DO CÍRCULO BOLSONARISTA

    Quando um candidato vai atrás de votos, ele o faz à procura de quem não é sabidamente seu voto. Lula, por exemplo, está atrás de votos que não são seus, do PT, da esquerda ideológica que está com ele em Federação. Estes ele já os tem. Lula vai ou está atrás de votos dos que tradicionalmente não seriam deles. E uma sinalização clara é a escolha do vice Geraldo Alckmin, PSB, ex-PSDB.

    Jair Messias Bolsonaro, PL, faz exatamente contrário. Todas as suas investidas diversionistas são para agradar à sua base radical. Ela não o elegeu. E não vai elegê-lo. E Bolsonaro já não estaria mais no governo, se não fosse o Centrão, o guloso e que se farta em emendas parlamentares motor da corrupção do atual governo.

    Como Bolsonaro não concilia, não muda o discurso, como ele insiste em teses das conspirações, como a sua rejeição é altíssima, o discurso que ele faz é de um perdedor, o qual sabe claramente, que está perdido. É esperneio.

    Bolsonaro provoca o sistema para afastá-lo da disputa, por tantas infrações que comete arriscada e conscientemente contra as regras, leis e instituições. E com isso, quer ao menos se tornar ao menos mártir, se não puder melar as eleições e com a confusão, permanecer no poder à margem da democracia ou das escolhas democráticas.

    Bolsonaro está jogando fora R$41 bilhões dos nossos pesados impostos, aprovado impressionantemente a favor dele como cata votos, quando convoca embaixadores estrangeiros para falar de supostas fraudes nas eleições de outubro ou da inconfiabilidade da urna que já o elegeu por oito vezes. Coisa de doido varrido. Wake up, Brazil!

  4. A distribuição das cadeiras é uma trama pra fazer de conta que a democracia é plena por aqui.
    Mas na verdade é muito bem enjambrada pra favorecer os donos dos partidos políticos na distribuição de cargos e nas fatias do gordo bolo dos cofres públicos.

    PRECISAMOS MUDAR ISSO.

    1. Existem várias alternativas, todas com suas virtudes e seus defeitos. Sempre bom buscar conhecer cada uma delas. Nossa constituição exige o sistema proporcional, então mudanças seriam mais fáceis desde que preservado a proporcionalidade. Recomendo pesquisa do sistema proporcional de correção que é praticado na Alemanha.

      Outro modelo muito elogiado é o Distrital puro, porém na eleição distrital se dá no sistema majoritário e para alterar o sistema é necessário emenda À constituição, alteração mais complexa e que exige maior consenso.

      1. Vale a pena esclarecer que o modelo Distrital Puro, sempre debatido e rejeitado pelos políticos que vivem pescando e se elegem com votos fora da sua região de origem ou base eleitoral, como conceito, privilegia o representante da região. E neste caso, se eventualmente levado a efeito no município, ele [município] seria dividido por partes distritais e a eleição de representantes, seria proporcional aos eleitores cadastrados nesse “distrito”.

      2. Bom dia.
        E quem disse que temos que copiar a Alemanha?
        O que corrói o Brasil são seus POLÍTICOS.
        Penso que merecemos muito mais que o que nos enfiam goela abaixo 👀

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