Alterado às 9h33min.Não é minha seara. E há gente bem melhor que faz com isso muita e mais propriedade ao comentar o cenário político nacional do que eu. Por exemplo, Catarina Rochamonte, num artigo publicado hoje no jornal Folha de S. Paulo, e que repliquei na área de comentários deste artigo. Com propriedade, ela mostra como petismo e bolsonarismo são farinhas do mesmo saco, como um precisa do outro e como os dois nos destroem.
Mas, não me custa expressar um sentimento pessoal que se repetiu nas duas demonstrações anti-governo ou anti-bolsonarismo depois do Sete de Setembro, em que o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, moveu mundos e fundos para que fossem um sucesso de público e repercussão, naquela demonstração de apego ao modelo dele de democracia.
Foi um ensaio de golpe que não deu certo e que resultou naquela cartinha redigida pelo ex-presidente Michel Temer, MDB, para Bolsonaro continuar no poder e todos do Centrão também continuar mamando nas tetas despudoradamente contra a sangria dos brasileiros.
Bolsonaro é um errante e cada vez mais fraco.
Entretanto, por outro lado, o vermelho, os sindicatos, a academia, o discurso caricato de gente manjada como Ciro Gomes, PDT ou Paulinho da Foça, Solidariedade, Fernando Haddad, PT, ou de Guilherme Boulos, Psol, que invade a Bolsa de Valores, num teatro para ser percebido à falsa união de gente que nunca se une, ou de ex-presidiários e que mesmo nesta condição, dizem querem nos libertar, é algo que não empolga, assusta, cheira a mofo e já perdeu de lavada nas urnas muito recentemente.
Mais. Discute-se nomes e uma tal terceira via. Tudo errado outra vez. É o carroça na frente dos burros.
Primeiro é preciso um projeto que nos livre do passado que já foi rejeitado e da mentira do presente que nos leva para um futuro sem perspectivas. A corrupção está aí com nova roupagem, atores e narrativas. O corporativismo da elite é flagrante e fora dos sindicatos pelegos que, ao menos, fingiam defender os vulneráveis de todos os tipos e tinham ideologia da utopia como pano de fundo.
Então está claro que, pela pouca adesão das duas últimas manifestações de ruas de que não há nem promessas, nem fiadores delas, como houve com Itamar Franco, MDB, com Fernando Henrique Cardoso, PSDB, com Luiz Inácio Lula da Silva, PT e muito recentemente, com Jair Messias Bolsonaro, no já quase finado PSL.
Sobram causas e necessidades, inclusive às básicas.
Na outra ponta, infelizmente, até aqui, faltam líderes confiáveis para essas causas e necessidades. Triste sina. Estamos mais uma vez condenados a salvadores da pátrias e que nos abandonam em plena travessia do deserto, ou teremos que nos resignar a quem já os conhecemos como algozes, todos avalizados pelos votos livres – que até nos querem aprisionar ao passado pela contagem manual e das fraudes – e pela democracia.
Nunca antes criamos um tempo agoniante espera. E ele é o da razão.
A polarização que o lulismo e o bolsonarismo querem a qualquer preço, é o mesmo intencional desvio de atenção que o ilusionista nos faz quando no exercício do seu espetáculo. E o aplaudimos e pagamos por isso, mesmo sabendo que se trata de um truque profissional necessário para o seu prazer e sobrevivência profissional. Wake up, Brazil!