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PRESSIONADA PELA CONGESTÃO CAUSADA, CÂMARA DECIDE ARQUIVAR O “VALE MARMITA” QUE QUERIA CRIAR

Não durou cinco dias o devaneio da Mesa Diretora da Câmara de Gaspar, liderada por Francisco Solano Anhaia, MDB. Ela queria criar o “Vale Marmita” de R$450,00 por mês, em dinheiro para os vereadores.

Para os servidores -que trabalham mais de seis horas, todos os dias e o mês inteiro – isto é pago em um cartão chamado de “Vale Alimentação”, que gerou vários queixas devido as dificuldades operacionais, porque em dinheiro, foi julgado inconstitucional pelo Tribunal de Contas do Estado e a própria Justiça.

Havia até quem na Casa tivesse sugerido algo em torno de R$1.500,00. Impressionante!

Neste início da tarde desta quinta-feira, emergencialmente, numa reunião às portas fechadas, com algumas alterações, a maioria dos vereadores decidiu, mas momentaneamente, enterrar o referido Projeto de Lei, e encerrar os desgastes a que estava submetida diante da população indignada.

Esta maioria – não participou da reunião o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, o único a se manifestar publicamente contra o PL desde o início e Amauri Bornhausen, PDT, internado para mais uma cirurgia e decorrente do mal estar causado à um requerimento seu – “salvou” de uma enrascada, com esta atitude, o próprio governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, a quem praticamente todos serve e quem, provavelmente, sancionaria esta lei.

O recuo em tão pouco espaço de tempo foi uma vitória coletiva da cidade. Ela uniu um arco de lideranças e indignados desde a suposta esquerda e até à direita. O recuo diante das evidências conjunturais, serviu para mostrar como e quanto estão abespinhadas as pessoas com os políticos, inclusive os daqui.

Esses políticos estão vivendo numa bolha, ignorando à alta inflação, à carestia, os danos da pandemia, o desemprego absurdo, o achatamento salarial, à informalidade, à falta de perspectivas. Diante de um quadro tão catastrófico para os pagadores de pesados impostos, os políticos insensíveis, mesmo assim, tentaram criar vantagens únicas para eles.

O clima nacional de irritação contra medidas que a cada dia protege os políticos e os safam das fiscalizações, investigações e punições quando no exercício da função, ou na gestão pública, também ajudou.

Esta é a nota oficial, que a maior parte da imprensa local e regional assistia a tudo, sem dar palpites, publicou:

A Mesa Diretora, juntamente com os demais vereadores, decidiu retirar o Projeto de Lei 83/21, que dispõe sobre a verba indenizatória do vale alimentação.

Na reunião ocorrida nesta quinta-feira, dia 07, entenderam os parlamentares que este não é um momento apropriado para esta ação, levando em conta o atual cenário pandêmico, a opinião pública e as dificuldades econômicas e sociais que o país enfrenta.

Por isso, em respeito a toda a população, a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores protocolou o ofício 34/21, retirando o Projeto de Lei 83/21 da tramitação nesta Casa de Leis.

Vamos por partes, como diria o Jack, o estripador: se tinham consciência do cenário pandêmico e das dificuldades econômicas como diz a nota, por quê apresentaram este projeto? Por quê estão arrumando culpados que não eles próprios?

A resposta é simples: os vereadores não contavam com a reação natural e plural da população, mesmo que tentem rotular esta reação a um partido. Ou é mais uma trapaça política contra os cidadãos e cidadãs não esclarecidas, e pensam que todos os são, ou é um atestado de alienação.

O meu aplicativo de mensagens bombou durante o dia todo com informações de bastidores e mensagens repudiando à iniciativa da Mesa Diretora da Câmara e que tinha apoio de uma maioria silenciosa. Ela continua escondida.

Os indignados que me acessaram vão de gente que é bolsonarista até petista, passando por emedebistas, pepistas, e quem se identificou com o DEM, PL e o PSL nas últimas eleições municipais.

E por isso, no mínimo é hipócrita, a conclusão da mesma nota oficial da Cãmara de que este recuo se deu em respeito à população.

Respeito, não! Medo dos desgaste sem precedentes se este Projeto de Lei fosse adiante e que iria refletir, necessariamente, sobre o governo, o MDB, a Bancada do Amém, a mesa Diretora e principalmente contra o vereador Francisco Solano Anhaia que mal assessorado, resolveu patrocinar esta pantomina.

Aliás, é dele, um vídeo de qualidade e conteúdo duvidosos. O vídeo circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Parece até que Anhaia, ex-petista, agora no MDB, está debochando naquilo que o moveu ao pautar o referido PL e daquilo que lhe obrigaram à “despautar” hoje às pressas.

Mas, isto trato em outro artigo. É muito para um dia só. Acorda, Gaspar!

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