Antes um aviso aos meus leitoras e leitoras. Estou terminando textos onde mostrarei que o MDB de Gaspar tem novo líder e porta-voz, bem como o presidente da Câmara, Francisco Solano Anhaia, ex-petista, e agora, como se fosse MDB desde criancinha, mente neste caso do “Vale Marmita”. Isso dito pelos próprios vereadores.
Feito este reparo. vou esticar a coluna que publiquei na edição impressa desta sexta-feira no jornal Cruzeiro do Vale – o mais antigo em circulação em Gaspar e Ilhota.
No texto original do jornal pedi desculpas aos leitores e leitoras pela suposta preguiça em escrever um artigo longo. Realcei que estava não cansado, apesar da idade avançada. Ressaltei que, esses novos políticos que surgiram em Gaspar e fazem da política um plano de carreira profissional, com o dinheiro dos pesados impostos do povo, apostam no meu cansaço, no meu medo, nos prejuízos que me causam, no constrangimento permanente que me impõem para que eu desista e os deixe em paz nas suas traquinagens. Ainda não perceberam que estão enganados.
E no mesmo texto, convidei o PT daqui – que fez a mesma coisa contra mim por anos seguidos quando eu fui a voz dos desmandos e dúvidas diante dos silenciosos de sempre, medrosos, alienados ou conviventes – a testemunhar a meu favor.
Ou seja, não deu certo naquele tempo e o beneficiário, vejam só, foi o MDB de Kleber que agora me quer calado. Não dará certo. E tudo começa a se desmoronar por conta dos “çabios” que cercam essa gente no uso-fruto permanente desse poder.
Não estiquei o texto na edição impressa do jornal, exatamente por falta de espaço, e não por preguiça. Até os títulos, por conta disso “TRANSPARÊNCIA TRANSLÚCIDA I, II, III, IV e V”, viram TRANSLÚCIDA I, II, III, IV e V. Uma explicação do fingimento da necessária transparência pública.
Retomo: vou usar a foto-meme-intimidação publicada nas redes sociais do chefe de gabinete, o secretário interino da Fazenda e Gestão Administrativa, o presidente da Comissão Interventora do Hospital de Gaspar, o presidente do PSDB de Gaspar, o presbítero Jorge Luiz Prucino Pereira. Ufa! Ela está replicada acima.
Ela fala muito mais do que a possível minha montoeira de palavras explicativas possa dar sentido ao leitor e leitora. O senhor Pereira está reclamando que está obrigado a prestar contas aos fiscais do povo, os vereadores, nas dúvidas que lhes parecem que devem ser esclarecidas, mas que alguns entendem que devem ser escondidas para sempre. O jogo dos óbvios.
Pereira se queixa que tem que trabalhar para esclarecer, prestar contas, apesar exatamente esta a função dele e ser pago pelo povo para isso. Ou então, não devia assumir estas responsabilidades. Ele reclama da oposição. Em Gaspar, todavia, esta “baita” oposição está circunscrita a um só vereador: Dionísio Luiz Bertoldi, PT.
Alexsandro Burnier, PL, não entra nesta conta. Os demais, pertencem a Bancada do Amém, onde estão onze dos 13 vereadores (MDB, PSD, PP, PDT e PSDB). Em tese, todos apoiam o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD.
Na verdade, Pereira, no post-deboche que fez, está reclamando de um aliado coerente – que não se ajoelha – e que resolveu exercer a função de vereador, o funcionário público municipal, cadeirante, sem as pernas, Amauri Bornhausen, PDT.
O poder de plantão já tentou enquadrá-lo de todas as formas, inclusive na humilhação arquitetada no gabinete de Francisco Hostins Júnior, MDB, levou-o a um enfarte, hospitalização e procedimentos em Blumenau. Ontem ele voltou para fazer a segunda parte da angioplastia (foto ao lado).
De acordo com seus familiares, Amauri está bem e até com alguma sorte, quer participar da sessão de quarta-feira da próxima semana, adiada da terça devido o feriado do dia 12 de outubro.
E qual a razão da queixa e sarcasmo do presbítero, Jorge Luiz Prucino Pereira? É que Amauri pediu em dois requerimentos informações sobre o Hospital de Gaspar e a área da Saúde. O poder de plantão ficou doido, tratou-o como um infiel e Pereira, o rotulou por isso, como um oposicionista. Kleber já retirou dos cargos de confiança, ou comissão, os simpatizantes de Amauri, mas preservou os do presidente do PDT, o ex-vereador e suplente, hoje titular do Procon, Roberto Procópio de Souza. Sintomático. É sempre assim!
Nem se queixar do mau atendimento aos doentes e seus parentes no Hospital de Gaspar é permitido no governo de Kleber. Tem medo que isso afete à imagem do governo e do candidato a qualquer coisa, o profissional em política, Kleber. Agora, fazer o óbvio, ou seja, atender às reclamações e fazer os serviços funcionarem a favor da população queixosa, pobre, doente e vulnerável, nada!
Afinal, o que se quer esconder e o que se passa nas entranhas do Hospital, o qual ninguém sabe quem é o verdadeiro dono dele? Sempre assim! Eu sofro na pele esta intimidação por tocar sempre o dedo nesta ferida aberta e aparentemente incurável, cercada de segredos, naquilo que devia ser transparente, não translúcida, ou se modificar diante das queixas constantes dos pacientes. Aliás, eles nos ensinam caminhos e oportunidades de melhoras.
Como diz o ex-procurador geral do município – ao tempo do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito no MDB -, o advogado, Marcos Aurélio de Souza: ali [Hospital de Gaspar e prefeitura] não há casamento formal, mas uma união estável. E como tal, criou-se direitos e obrigações inquebrantáveis diante da lei.
Ou seja, tudo é como se municipalizado fosse, pois não há condições financeiras e de autonomia técnica para se retornar à filantropia.
Então, o Hospital e a prefeitura estão obrigados à prestação de contas públicas. Se o Hospital e a prefeitura escolheram este caminho – e foi ao tempo do prefeito petista Pedro Celso Zuchi, mas Kleber aceitou o pacote inteiro -, não há porque reclamar o presidente da comissão Provisória do próprio e chefe de gabinete do prefeito.
A verdadeira indignação de Pereira, Kleber, Marcelo e seus “çabio é porque o questionamento vem de um vereador que deveria ficar quietinho, mas não ficou está querendo ver tudo esclarecido.
Afinal, o que essa gente tem tanto a esconder, para chegar ao ponto de constranger e retaliar quem se mete a descobrir o que se esconde por lá?
Para os leitores e leitoras do blog repito os requerimentos do vereador Amauri Bornhausen e que fez o presidente da Comissão do Hospital, presidente do PSDB, secretário interino da Fazenda e Gestão Administrativa, e chefe de de gabinete do prefeito Kleber, Jorge Luiz Prucinio Pereira, reclamar de ter que trabalhar, constranger e debochar do vereador. Acorda, Gaspar!
Requerimento 108/2021 à diretoria do Hospital de Gaspar:
1- Cópia das propostas e orçamentos das obras que ocorreram e/ou ocorrem no hospital desde janeiro de 2021;
2- Cópia dos orçamentos e das solicitações da contratação de empresa responsável por formular o planejamento do Hospital; e
3- Cópia de todos os contratos celebrados, com a finalidade de execução de ‘obras’ no respectivo hospital, e disponibilizar o contato da contratada.
Requerimento 106/2021 à diretoria do Hospital de Gaspar:
1. Prestação de contas mensal do hospital, do ano de 2021, com documentos que acompanham.
2. Cópia dos contratos com médicos celebrados em 2021, notas fiscais de prestação de serviço e escalas médicas.
3. Cópia do contrato com as empresas que fazem a gestão da escala de médicos.
4. Justificar critérios de escolha para contratar empresa que é responsável pela escala médica? Foi menor preço? Juntar cópia de todos orçamentos recebidos por e-mail, físico e correspondência.
5. Cópia dos contratos com a empresa HRS Gestão e Serviços em Saúde LTDA, exercícios de 2018, 2019 e 2020.
6. Cópia dos contratos celebrados entre a Prefeitura e o hospital de Gaspar nos anos de 2020 e 2021.
7. Informar quem é a pessoa responsável pela gestão do hospital e a forma de contratação, CLT ou prestação de serviço? Juntar cópia do contrato social, cartão CNPJ, relação de sócios e ou representantes. Ainda, os orçamentos que justificaram a contratação.
8. Apresentar mapa cirúrgico do hospital, de cirurgias realizadas pelo SUS, sejam consideradas de ‘emergência’ e eletivas, as respectivas remunerações pagas aos profissionais médicos e a forma que é feito o repasse para custeio da mesma.
9. Apresentar mapa cirúrgico, de procedimentos particulares, documentos que comprovem o tempo cirúrgico e o valor cobrado pelo Hospital dos respectivos ‘contratantes’, bem como a forma de pagamento (espécie, cartão, cheque e/ou afins).
10. Apresentar documentos comprobatórios da existência dos leitos de UTI do Hospital, suas respectivas escalas médicas, de equipe de enfermagem, coordenador dos setores, com respectivos nomes e contatos.
11. Apresentar dados de produção da internação nos leitos de UTI do Hospital desde janeiro de 2021.
12. Apresentar documentos dos custos de manutenção dos leitos de UTI, definido cada qual pelo seu centro de custos, a partir de janeiro de 2021.
13- Apresentar relatório detalhado, com fontes do recurso ( Municipal, Estadual e Federal) e sua devida aplicação para manutenção dos leitos de UTI 2021.
14. Apresentar, cópia dos registros de classe dos contratados e atuantes no Hospital (COREN-SC e CRMSC).
15. Cópia do processo de contratação de empresas, para formulação de projetos de engenharia/arquitetônicos das obras do hospital desde janeiro de 2021. Incluir todos os orçamentos e critério para escolha.