Pesquisar
Close this search box.

QUEM NÃO PROTEGE PESSOAS VULNERÁVEIS SE INTERESSARIA PELA CAUSA ANIMAL?SIM! SE PERMITA A POLITICAGEM

A criação na semana passada, na surdina da noite para o dia do tal “Vale Marmita” pelos vereadores, abafou outro importante debate comunitário que se desenhava desde o dia primeiro de outubro: a ameaça de “desativação” acompanhada da “lamúrias” dos dirigentes da Associação Gasparense de Amparo e Proteção dos Animais”, a Agapa. Isto estava escrito há anos.

Serão mais 90 dias de agonia, vergonha e exposição de outra chaga do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o candidato.

É incompatível a existência da Agapa – e de qualquer outra ONG – sem a interferência e instrumentalização política, partidária e incondicional do grupo que domina o governo de Kleber e do vice Marcelo de Souza Brick, PSD. É um “um modus operandi”, de poder e destruição das instituições comunitárias em Gaspar. Ou elas se sucumbem, ou morrem.

Eu já tinha escrito isto. Já previra. Já tinha falado pessoalmente ao presidente, cabo bombeiro militar Rafael Araújo de Freitas, de que este seria o provável desfecho poético dele e seu grupo de abnegados voluntários. E há muito tempo. E olha só o que está acontecendo?

E quando percebeu à repercussão dos fatos, a prefeitura providencialmente, lançou uma nota oficial se livrando da parte da culpa dela neste caldo. Assinou, na verdade, à sua culpa. Mas, ao mesmo tempo, espera a hora certa para instrumentalizar mais este espaço. Incrível

Primeiro, em Gaspar, a causa animal não é uma questão de estado e até mesmo governo, mas de pessoas, a maioria delas de abnegados – não só na Agapa. Tem outros franciscanos.

Segundo, o governo usa essa sua omissão, para rotular e partidarizar este assunto: diz que é uma causa de adversários para lhe atingir quando eles reclamam da ausência. Só atinge o governo e os políticos, porque não agem, não se antecipam, não participam, não possuem uma política clara e eficaz para o setor. Antes a culpa era dos petistas, agora são os bolsonaristas.

Terceiro, isso dá trabalho e os políticos enxergam no sucesso do voluntariado apenas votos para os outros. E por isso, de verdade, a prefeitura não quer colocar à mão na massa e fazer dela, uma política de saúde pública com parcerias privadas, com organizações governamentais que não lhes sejam instrumentos de cata votos. Simples assim.

Se a secretaria da Saúde, se a secretaria da Educação, se a secretaria de Agricultura, se a secretaria de Assistência Social que são guetos reservados a partidos políticos, cabides de empregos e espaço gente curiosa a dirigi-las, cheio de defeitos, que deixam pessoas frágeis socialmente e na saúde, mais vulneráveis, então qual razão a chamada “causa animal”, feita por voluntários, que não estão obrigados a partidos que estão poder de plantão, seria algo a ser aceito aos planos de eternidade dos poderosos aboletados nele? Santa ingenuidade!

Mas, esta omissão do poder público possui parcerias diretas e indiretas.

Como já escrevi aqui outras vezes, o pessoal que está no comando da prefeitura diz a quem quiser ouvir, e isso é uma vergonha aos envolvidos, que não se contrapõem à altura com fatos e números, de que tem o corpo fechado nas instituições, as que estão obrigadas a cobrar explicações e resultados dos políticos e gestores públicos a favor da cidade e da sociedade.

Na nota oficial da Agapa ela diz com todas as letras:

“Enfrentamos muitas dificuldades em relação à falta de protagonismo do poder público na causa animal. Perante a Lei; a Câmara de Vereadores não adota uma postura rígida para nos ajudar a cobrar do poder público as suas obrigações; O poder judiciário, Ministério Público e a Polícia Civil nos acionam constantemente para casos de denúncia, mas somos uma Organização Não Governamental, formada apenas por voluntários, e não com um órgão público, que tem servidores à disposição sempre que necessário; nossos voluntários (isso mesmo: voluntários!), além de sobrecarregados com tanta demanda, são constantemente ameaçados e constrangidos, principalmente nas redes sociais”.

Retomo:

Há alguma coisa diferente daquilo que já escrevi sobre este assunto até agora neste espaço ou na coluna da edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale? Há alguma coisa diferente daquilo que o presidente Rafael não tenha percebido desde quando serviu ao governo Kleber como responsável pela Defesa Civil?

Saiu de lá, corrido, porque era competente, porque estava incomodando, porque se negou a segurar bandeiras nas esquinas na campanha política de 2018, como os comissionados fazem, e estava denunciando as mazelas, compadrios de políticos e gente poderosa para se burlar, ou não se querer mudanças, ou então à aplicação da Lei e que é para todos, menos aqui.

Ou seja, avisado – ao menos por mim – do que o esperava, ele foi quando assumiu a Agapa. É assim que funciona na Gaspar de hoje. Não leu a bíblia dos poderosos, pau come, mata. Eu sou o exemplo cotidiano disso tudo.

E para completar, a prefeitura de Gaspar se indignou com a nota da Agapa. Viu estragos políticos e possivelmente na imagem. E mesmo sem muita coisa para dizer, afirmou que doa 15 toneladas de ração ao ano para a ONG e outros abrigos da cidade, um investimento aproximado de R$60 mil por ano; que desde 2018, repito, desde 2018 realizou quase 600 castrações solidárias, ou seja, em parcerias.

Brincadeira.

Qual a nota que a prefeitura de Gaspar deveria ter divulgado e não pode diante da inércia e flagelo que a acomete nesta área da proteção animal e não pode divulgá-la?

Que possui uma política pública de zoonoses ativa, profissional, competente, com resultados para a sociedade – não para só os animais; que investe em educação neste tema nas escolas públicas e privadas; que ao invés de gastar em marketing eleitoreiro de político, investe na conscientização dos adultos em variados programas de saúde pública; que mais de 90% dos animais de ruas estão cadastrados, chipados, vacinados e castrados; que em parceria com abrigos e ONGs, entre elas a Agapa, cria, estimula e mantém programas de controle de zoonoses, adoção, maus tratos e recuperação de animais de ruas, num sensível decréscimo desses problemas na proteção da saúde dos gasparenses.

Infelizmente, como em muitos outros setores, não pode fazer tal comunicado, sob pena de cair no ridículo ou estar mentindo devido à reincidente omissão e politização deste tipo de assunto. Acorda, Gaspar!

Compartilhe esse post:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não é permitido essa ação.