COMEÇOU A CAMPANHA. VEREADORA DA BANCADA DO AMÉM PEDE AO PREFEITO “CRECHE” PARA IDOSOS 

A ideia não é ruim. É, ao contrário, necessária. O ruim disso tudo é que “ideias” como estas, além de atrasadas, pois em outros centros e até cidades bem menores do que a nossa, já se avançou e são reais. Elas chegam por aqui só ao tempo de catar votos, de mansinho, com proposital ingenuidade, muita propaganda, e pior do que tudo, quando se é candidato a alguma coisa.

E tudo piora ainda mais, porque se faz palanque disso e até as eleições, sabendo-se bem claramente que nada será feito, a não ser gastar saliva para aparecer, diferenciar-se e garantir votinhos dos que acreditam no político, no entorno que o usa isso como fumaça para aparecer e sua ideia fora da mesmice do atraso que nos rodeia por aqui.

A vereador Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP, está pedindo ao seu aliado prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que pense com equipe dele na tal secretaria cabideiro de Desassistência Social e onde quase 90% do Orçamento dela vai para a estrutura, que tome a iniciativa de implantar em Gaspar a tal “creche” do Idoso. 

Mara fez isso na semana passada, numa das raras, e boas – até aqui -aparições dela na tribuna da Câmara. Naturalmente, carimbou a ideia para ela. E é aí que mora o perigo em Gaspar, apesar de ela ser da Bancada do Amém. Sabidamente, por “n” questões de mando e controle dos poderosos, ela não é nenhuma aposta preferida da turma no poder de plantão, a não ser que pelas forças próprias dela – como foi na sua eleição para vereadora – e contra os poderosos, seus planos e as tramas dos “çabios” que gravitam no paço, Mara seja um fenômeno de votos fora do controle dessa gente. 

E as apostas estão abertas. Inclusive dentro do próprio PP. Onde todos fingem ter Mara como uma candidata do partido, mas estão se acertando com gente bem longe daqui, ou até com outros que vendem beleza e balões de gás.

Retomando. 

Tudo  estaria certo se não estivéssemos em tempos de campanha política; se Mara, a da Saúde, como se auto-apelida, não fosse candidata a deputada estadual na cota de gênero e raça; se o governo para quem ela aplaude incondicionalmente não estivesse devendo – e muito – para a cidade, cidadãos e cidadãs -, uma política abrangente e continuada na área do Idoso; se não tivéssemos um crônica e longa falta de vagas para as creches de crianças; e se o vice, Marcelo de Souza Brick,  que pela esperteza saiu do PSD para o Patriota de forma quase escondida, não estivesse torcendo contra o sucesso de Mara nas urnas em Gaspar e com gente do próprio governo de Kleber.

É muita mandinga – e das brabas – para uma simples encruzilhada.

E onde está a incoerência? Na realidade e prioridade. Na Câmara se trava um debate de anos sobre a falta de vagas nas creches para crianças. 

A ex-secretária de Educação de Kleber e que mesmo antes da pandemia fez o Ideb despencar entre nós, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, usando a lei e um acordo com o Ministério Público, “diminuiu” a longa fila, implantando a meia creche contra os trabalhadores, trabalhadoras e desempregados a procura de empregos. Precarizou tudo. Menos contra os que são poderosos no esquema político de Kleber, empregados no governo, que ganham bem, como denunciou recentemente o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT.

Ora, se a prefeitura, o prefeito, o vice, o secretário de Assistência Social, Salésio Antônio da Conceição, um curioso, que está lá por recompensa à suplência de vereador que conseguiu nas últimas eleições no próprio PP de Mara, estão devendo – e muito – na política de integração e proteção aos idosos de Gaspar, vão agora, eles, de uma hora para a outra, abraçar a causa da “creche” para idosos da Mara e facilitar as coisas para ela no âmbito eleitoral?

Essa conta não fecha.

E porque a ideia é boa? Porque cada vez mais aumenta o número de idosos, mais longevos e até saudáveis. E são saudáveis, porque o mundo mudou no conceito a favor deles, na área da medicina, na saúde pública e principalmente, porque há socialização dessa gente até então marginalizada, precocemente doente, ou estigmatizada, quando não, condenada a esperar a morte, de forma solitária e sofrida.

A “creche pública para idosos” evita o precoce isolamento nos tais asilos, também caros, tanto ao poder público, como à maioria das famílias, cada vez diminutas até para tutelar seus próprios idosos aparentados. A “creche” para idosos evita a perda do lar afetivo original, ou familiar. De dia, uma convivência estruturada, assistida com profissionais especializados e até preventiva às doenças da idade com recomposição e encaminhamento mais facilitados a diagnósticos e tratamentos. À noite, finais de semana, feriados e férias, com os familiares ou tutores. Este é o senso da tal “creche para idosos” que Mara quer para os gasparenses.

Entre o discurso em véspera de campanha, mas comparada com a realidade pré-campanha e que o prefeito, seu aliado, teve seis anos para mudá-la, nada fez e ate retrocedeu, há uma distância muito grande. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Enquanto a Ditran – Diretoria de Trânsito – coloca placa em rua estreita e sem movimento em trecho para prejudicar só seus adversários, como denunciou o ex-procurador do município, Aurélio Marcos de Souza, as lombadas eletrônicas em Gaspar estão novamente desligadas. Nem um pio da razão disso.

Qual a razão disso? Falta de planejamento, falta de gestão, falta de visão. O contrato já tinha expirado. E elas desligadas. Houve a renovação emergencial. Ou seja, tempo para preventivamente tratar de um novo edital. Nada. Agora, o que era emergencial, virou nada e contra a integridade dos gasparenses.

Quando se pensa que algo pode piorar, ele piora mesmo. Depois de se saber que existem alguns prédios da prefeitura sem ocupação; depois de saber que o prédio do antigo Besc que se comprou e três anos depois ameaçam dar destino diferente ao que se argumentou na Câmara para comprá-lo; depois da babilônia que se pagou pelo terreno da Furb; chegou a vez da Fundação Municipal de Esporte e Lazer.

Ela saiu do Ginásio João dos Santos e veio dar um ambiente alugado no centro da cidade. Épracabá! E depois entopem as redes sociais com fotos de planejamento. É um deboche. O que você leu até aqui, foram lições da falta de planejamento.

Depois de anos com a batata quente nas mãos e o povo trabalhador, ou pobre, sofrendo, o líder informal do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, anunciou que começaram as tratativas com as entidades de classes para encontrar soluções comuns para a crônica falta de creches infantis em Gaspar.

A ideia e o pedido público, foram do presidente da Associação de Pequenas e Micro empresas de Gaspar e Ilhota, Douglas Junkes, quando esteve lá para falar sobre a tal Capital Nacional da Moda Infantil. Espera-se que depois anos, os políticos, mais uma vez espertamente, não compartilhem o prejuízo de imagem que querem que limpar antes das eleições com os micro e pequenos empresários.

Era difícil este diálogo? Não! Ele só mostra o quanto é atrasado o nosso mundo político em Gaspar, mesmo que para isso, precise-se prejudicar por anos afio os mais vulneráveis, os mais pobres, os que usam o trabalho escasso e mal remunerado para se desafiarem nos seus sonhos de cidadania. E os políticos tocando flauta por ai. E ainda sendo eleitos diante de tanta inércia.

E para completar. Há três semanas houve uma situação de via de fatos entre uma auxiliar e uma professora, perante crianças, numa creche de Gaspar. Coisa feia, segundo testemunhas. Até agora, tudo devidamente abafado até agora. Acorda, Gaspar!