Depois das manchetes feitas aqui a partir do dia 27 de outubro, ESTE É O RETRATO DE UM LAR EM GASPAR, quando mostrei o que estava à vista de todos, menos para o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, e principalmente da aparelhada politicamente secretaria de Assistência Social, loteada ao PP para Salésio Antônio da Conceição, um curioso na área e que ganhou a titularidade da pasta como prêmio, só por ter sito ele, um suplente de vereador, o poder de plantão se mexeu.
Mérito meu ou deste espaço plural, sem patrocínio de quem quer que seja no ambiente público ou privado, mas líder em acessos? Não! Da sociedade.
É que diante da repercussão negativa na cidade desta realidade sem controle mínimo, a elogiável iniciativa da prefeitura é tardia. Reflete à interrupção de um desleixo não apenas com gente vulnerável, ou marginalizada, mas com um contexto humanitário e que não cabe bem a quem diz ser evangélico.
A ação, feita a contragosto e emergencialmente, todavia, vejam bem, buscar culpados fora do próprio governo Kleber, como este espaço por exemplo, o qual prometem retaliar pela iniciativa da exposição daquilo que agora tentam uma maquiagem, ou correção que seria mais apropriado. Afinal, os outros veículos de comunicação estavam obedientes e quietinhos em algo tão grave, que se deteriorava e ampliava.
Os dois primeiros parágrafos do próprio press release, de ontem dia quatro de novembro, do governo Kleber é uma confissão de culpa na caótica situação em que estava metida a secretaria da “desassistência social” de Gaspar.
A Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Obras e Serviços Urbanos e com o apoio da Polícia Militar, realizou nesta quinta-feira, dia 4, serviços de limpeza e de abordagem social. A ação foi realizada nas margens de pontes do município, como da Rua Itajaí e Hercílio Deeke, além do trevo da Parolli.
Foram realizados serviços de remoção de entulhos e lixos, que foram deixados por pessoas em situação de rua. Além disso, outros objetos como colchões, pedaço de madeira, caixas de isopor e até mesmo uma geladeira em desuso foram recolhidos. Foi necessária a utilização de um caminhão da Secretaria de Obras para a destinação desses materiais.
Eu poderia parar por aqui. E estaria de alma lavada. Mas, não vou. E também não vou repetir o que escrevi no dia 29 de outubro em OS POLÍTICOS ESTÃO “INCOMODADOS” COM A REAÇÃO POPULAR. MAS ELA SÃO AOS SEUS PRÓPRIOS DESATINOS, bem como no dia primeiro de novembro em ERRÁTICA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL EM GASPAR.
Primeiro. Não adianta maquiar. Esse problema existe em quase todas as cidade brasileiras que estão em centros de passagem e desenvolvimento, como é o caso de Gaspar. É preciso política pública. É preciso transparência. É preciso uma ação continuada multidisciplinar para não chegar ao ponto que chegou, com a complacência do poder público.
Segundo. Não basta retirar essas pessoas debaixo da ponte e outras obras públicas usadas como abrigos por elas em Gaspar. É preciso, antes de tudo, conhecê-las. Não basta remete-las de volta a outro ponto, ou supostamente às suas cidades de origem. Elas vão voltar. Essa “limpeza” além de inadequada, é incompetente.
Terceiro. A secretaria de Assistência Social, a de Saúde, a de Obras e Serviços Urbanos, bem como a diretoria de Habitação, precisam conversar e não ser apenas locais de empreguismo político a curiosos, para fins ou paga eleitoreira, a qual sufoca os efetivos, ou os profissionais habilitados para lidar com esta situação humanitária.
Quarto. Quem se explica a razão pela qual se fez tudo isso com a presença da Polícia Militar apenas se justifica a um erro e se antecipa ao segundo possível erro.
O erro de não saber com quem está lidado numa situação fora de controle, obrigação primária da secretaria, da equipe e do secretário, ou seja, pode ter gente bandida infiltrada; e o possível erro, é a intimidação que a presença policial fardada representa no emocional e decisões das pessoas verdadeiramente vulneráveis e que precisam antes de tudo, de ajuda, orientação e processos de proteção e inclusão. Acorda, Gaspar!