Passou despercebido, mas a prefeitura de Kleber Edson Wan Dall e Marcelo de Souza Brick, com o secretário da Agricultura e Aquicultura, André Pasqual Waltrick, PP, acabaram de derrubar do que restava da antiga feira livre no centro de Gaspar (foto acima). “Foi uma limpeza”. O local abandonado, estava se tornando um problema e perigoso.
Foi também o resultado de uma agonia lenta e proposital para não causar comoção e comentários como este, mas que reflete parte do pensamento de gente que produz, vende e compra.
A agonia começou, vejam bem, quando o ex-vice de Kleber e hoje secretário de Obras e Serviços Urbanos Luiz Carlos Spengler Filho, era vereador – e se vão mais de oito anos disto – fez uma denúncia ao Ministério Público de que a feira erguida pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, estava sobre uma faixa sanitária.
Luiz Carlos não estava errado. Tanto que ajuizada, a denúncia prosperou. Mas, qual é o ponto crucial que marca tanto Luiz Carlos e o governo Kleber?
O discurso falso de defesa da agricultura familiar, dos nossos pequenos produtores rurais e comerciantes especialistas desses produtos coloniais e até artesanais, bem conhecidos e referências em feiras livres de Blumenau e Balneário Camboriú, por exemplo, onde fazem a vida, perpetuam a tradição familiar, e onde se encontra tanta gente vinda de vários cantos de Gaspar, principalmente do Distrito do Belchior.
E Gaspar não consegue dispor de um lugar público para a sua feira livre de sua própria gente. Impressionante!
Luiz Carlos é um secretário de obras, ou seja, a princípio, ergue obras. Entretanto, ele parecer preferir derrubá-las. Um mercado público, com uma feira livre seria um ponto permanente de atração em Gaspar, tanto que já são sucesso as rotas de produtos, por exemplo, no Gasparinho e no Arraial do Ouro.
Blumenau sempre teve a sua feira livre. Ela começou na Rua Nereu Ramos no Centro, percorreu vários pontos, inclusive no bairro da Ponta Aguda e estacionou naquilo que se chamava de Proeb e agora vai virar um Mercado Público de dar inveja da Vila Germânica, no bairro da Velha (foto da arte do projeto, está abaixo). A “feira-livre” mesmo estando num bairro,, nunca deixou de ser atrativa por lá. Ao contrário. Tanto que vai virar um Mercado Público.
O prefeito de lá, Mário Hildebrandt, Podemos, – a ideia não é dele, apenas não a capou por ser de outro, da comunidade -, além de negócios para os pequenos produtores – e comerciantes antenados – vai se tornar uma atração turística. E é lá, mais uma vez, que iremos encontrar os feirantes de Gaspar, ou os produtos das nossas famílias do interior de Gaspar.
A expansão do bairro Santa Terezinha comportaria uma feira livre que, com estacionamento, atendesse o Centro, o Sete de Setembro e até a Coloninha – a nossa maior densidade demográfica. A própria Arena Multiuso, sob judice e por isso, com uma insegurança jurídica que inviabiliza um projeto de longo prazo, seria outro ponto de referência. Mas…
O mercado público é uma referência, uma atração. As feiras livres, fixas, ou móveis, em pontos centrais também são atrações quando você viaja por médias e pequenas cidades da Europa, por exemplo. Aqui, na área produtora, é um problema.
Kleber, Marcelo, Luiz Carlos e os “çábios” que os rodeiam, não conseguiram enxergar esta oportunidade diante de um impasse jurídico que eles próprios criaram contra os nossos produtores rurais e feirantes. É prácabar. Acorda, Gaspar!