Bingo. Não vou repetir o artigo escrito no dia 26 de outubro aqui sob o título MINISTÉRIO PÚBLICO PEDE À JUSTIÇA QUE PREFEITURA BANQUE, NO MÍNIMO, 50 CASTRAÇÕES POR MÊS DE AMIMAIS. Há outros artigos do descaso.
Mas, é preciso ir adiante.
É que a juíza da segunda Vara da Comarca de Gaspar, Cristina Paul Bogo, mandou a prefeitura de Gaspar tomar vergonha na cara e fazer aquilo que é da sua obrigação para com a cidade e a saúde pública: realizar procedimentos cirúrgicos de castração e atendimentos veterinários mensais de animais resgatados e ainda promova ações ou campanhas de educação ambiental, voltadas para guarda e adoção responsável de animais domésticos e bem-estar animal.
Na verdade, a juíza acolheu os pedidos da Ação Civil Pública da promotora pública Lara Zappelini de Souza. Ela interveio em favor, principalmente da Agapa – Associação Gasparense de Amparo e Proteção aos Animais, e outra pessoas e entidades voluntárias que passam um perrengue daqueles para fazer o que não é de sua responsabilidade.
A prefeitura que gasta uma baba grossa em propaganda para promover o governo não foi capaz de se sensibilizar para o mínimo: campanhas de conscientização e educação.
A Agapa tocada pelo cabo bombeiro militar, Rafael Araújo Freitas, vejam bem, que já até foi superintendente da Defesa Civil, do governo Kleber, e de lá retirado por ser eficiente, mas negar segurar bandeiras de partidos e candidatos pelas esquinas da cidade, ao ler a decisão da juíza, se disse satisfeito e tomou uma decisão:
“Agora deixar à presidência da Agapa, sabendo que o município está obrigado a cumprir, minimamente, a parte dele e que a Agapa cumpriu a parte dela ao chamar a prefeitura para atuar naquilo que é reponsabilidade dela”.
Sufocada pela enrolação, acordos não cumpridos, pela falta de qualquer política pública neste ambiente e que minorem os problemas, permitam à ação parceira continuada das ONGs e outros voluntários da causa animal em Gaspar, Agapa resolveu agir e prometeu fechar se não houvesse o reconhecimento que estava impossibilitada de substituir a prefeitura naquilo que é obrigação do poder público realizar pela comunidade.
Isto está, aliás claro, na decisão da magistrada:
“O conjunto probatório permite concluir que o Município possui atividade deficiente no trato dos animais de rua e atendimento e cirurgia de animais de pequeno porte. Malgrado o Município tenha demonstrado não estar inerte frente ao problema, percebe-se que as medidas adotadas até então são insuficientes, de modo que campanhas de posse responsável e as castrações, afirmadas pela administração como efetivamente realizadas, mostraram-se igualmente escassas para atender a realidade da cidade”
ENCERRANDO
Kleber usa a causa animal para marquetagem política em época de campanha eleitoral. Outros também fazem isso. Lastimável.
Mas no caso de Gaspar, a prática se mostrou bem diferente dos discursos, entrevistas sem perguntas e narrativas dos políticos e gestores públicos.
E foi preciso se ir ao Ministério Público e este à Justiça para enquadrar os políticos faceiros, acostumados a costurar acordos e não cumpri-los. Causa animal – nem saúde, nem educação, nem… – nunca deveria ser marketing para ninguém, se antes não houvesse resultados concretos, palpáveis, exemplares, para mostrá-los à sociedade.
E a causa animal começa pela conscientização, educação – inclusive nas escolas de periferia – e programas continuados de castração e vacinação, além de programas permanentes de adoção. É este conjunto de ações, que vai reduzir abandonos criminosos, ou irresponsáveis, ou a procriação sem controle do animais de rua e que agravam custos, além dos problemas já existentes.
A causa animal, não só aqui, ressalto, é antes de tudo, um caso sério de saúde pública e não um mote para a busca de votos fáceis com desinformados, condoídos ou amantes da proteção animal. Com a decisão da Justiça, ganhou, de verdade, a cidade, mais uma vez. Acorda, Gaspar!
O prefeito Kleber é obrigado a rever pela Justiça à falta de comprometimento com a causa animal em Gaspar