As sessões da Câmara de Gaspar viraram palanques dos deputados estaduais e federais. Os nossos vereadores, estão transformados em meros cabos eleitorais desses deputado nas emendas parlamentares que os abastecem e repassam ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, já estão em plena campanha de 2022.
Já escrevi várias vezes aqui sobre isto e repisei com novas evidências neste sexta-feira na coluna do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo em circulação em Gaspar e Ilhota.
Estes cabos eleitorais estão na própria Bancada do Amém (MDB, PSD, PP, PDT e PSDB), composta em tese, por onze dos 13 vereadores e que também em tese, deveria estar comprometida com o suposto projeto de escolha do candidato próprio de Gaspar que dizem tê-lo para as próximas eleições.
Tanto que a prefeitura de Gaspar está gastando recursos daqui para estadualizar as propagandas sobre o governo da cidade para mostrar supostas belezuras e um gestor competente para os que moram fora daqui e os que estão nos templos evangélicos.
Em ” palanque de deputados I, II, II e IV” escrevi na coluna que se, de verdade, Kleber é candidato à alguma coisa no ano que vem, ele terá muita ginástica para arrumar uma unidade dentro da própria aliança que o elegeu no ano passado e assim, conduzir o seu nome dentro de Gaspar. E o problema está bem claro no seio do próprio MDB, onde ainda está filiado.
Soma-se, o PP que é uma fatia preponderante de poder no governo de Kleber e nele há seus preferidos nos apoios na corrida estadual e federal.
Vou retornar no tempo para pontuar este assunto neste comentário.
Na sessão da quarta-feira da outra semana, mais uma vez, aconteceram pelos duas exibições explícitas de como a Câmara se tornou um mero palanque antecipado para alguns vereadores.
O presidente da Casa, Francisco Solano Anhaia, MDB, abriu espaço na tribuna para o chefe de gabinete do deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB, Rafael Penzeti, sem máscara, contrariando protocolo da Casa e sob as vistas grossas de Anhaia, exibir os feitos do Peninha pelos ribeirinhos e a cidade. Detalhe: Rafael quer ser o sucessor de Peninha.
Por outro lado, e aí que mora à concorrência de verdade.
O campeão de diárias na Câmara, Ciro André Quintino, MDB, depois de relembrar e reforçar, mais uma vez, a lista de ajudas à cidade do falecido Aldo Schneider, MDB, que entrou aqui pela mão de Adilson Luiz Schmitt, ex-MDB, anunciou que o deputado que sucedeu Aldo na morte, seu ex-chefe de gabinete Jerry Comper – como Rafael – e que Ciro representa aqui, está comprando um micro-ônibus para levar a Florianópolis os eleitores e lideranças daqui para um contato mais de perto com o deputado. Hum?
Segundo o vereador – que anunciou estar comprando também uma Kombi para o mesmo resultado -, o deputado vai dirigir na volta o próprio micro-ônibus para ter intimidade com os seus eleitores. Então além da campanha, já vigente, está aberta igualmente, à temporada de demagogia aos incautos.
Com sinais tão claros de fidelidade de uma parcela ponderável de vereadores da Bancada do Amém aos seus deputados que lhes abastecem com emendas, as quais, ao fim foram dar e fazer superavit orçamentário e permitiram obras para o governo de Kleber se vangloriar na comunidade, fica meio estranho ser contra esses deputados.
Mas, a traição é um ingrediente essencial na política brasileira e daqui.
Então a aposta é para ver quem vai trair quem. Soma-se a tudo isso, a tradição gasparense de dar votos a políticos de fora, com a ampla gama de cabos eleitorais famosos – como o próprio ex-prefeito Adilson – e os que estão instalados nas suplências dos vereadores. Aliás, são eles que precisam mostrar serviço, posicionarem-se para as eleições de 2024 e serem compensados neste serviço aos político.
Por acaso, Kleber desarmaria a barraca desta feirinha para que todos embarcassem num projeto solo dele? Sim, solo E por quê. P
Porque o projeto político de Kleber, cada vez mais, parece ser religioso, estadualizado pelo seu tutor o deputado evangélico de Blumenau, Ismael dos Santos, PSD, aliás, que já ocupou a vaga da principal secretaria em orçamento gasparense, a da Educação, com a indicação de um curioso, o jornalista Emerson Antunes, vindo de Blumenau na vaga do PSD daqui.
Dionísio, o de camisa listrada na imagem, assistindo a cerimônia da Rua Itália, em meio à falta de comunitários e cheio de políticos para obra esperada contra a poeira num polo turístico.
Esta parte deste artigo você não leu na coluna do Cruzeiro, porquê lá estou enquadrado pelo espaço físico. Aqui, eu posso expandi-lo. E vou ao desenho de um exemplo prático daquilo que expus até aqui, e que os demais teimam em esconder.
Esta semana ocorreu a inauguração do asfalto de um trechinho de 240m da Rua Itália, no Alto Gasparinho, faltou palanque.
Não falaram os vereadores Ciro André Quintino, Francisco Hostins Júnior, Francisco Solano Anhaia e Zilma Mônica Sansão Benevenutti, todos do MDB, nem mesmo o líder do governo, José Hilário Melato, PP. Tinha na cerimônia governamental mais políticos do que comunitários beneficiados pela obra.
Erro do protocolo numa emenda trazida pelo deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, MDB?
Que nada! Uma tranca providencial ao dono do território de lá, o único oposicionista na Câmara, Dionísio Luiz Bertoldi, PT. Se ele falasse, Kleber corria o risco dele cobrar publicamente do governo ao seu público lá do Gasparinho, mais uma vez, a situação de falta de salas de aula na Escola multiseriada Ana Lira – prometida há dois anos e não feitas até agora.
Mas, mais do que isso.
Corria-se o risco de Dionisio dizer, segundo ensaiou, mas não deu: que o deputado estadual Padre Pedro, e o deputado Federal Pedro Uczai, ambos do PT, mandaram, respectivamente mais R$100 mil e R$300 mil para ampliar o asfalto da mesma Rua Itália, e que nem precisaria disso, se o prefeito Kleber cumprisse o que disse que faria quando a Câmara aprovou a prefeitura tomar um empréstimo de R$40 milhões.
Esse quadro dá a dimensão do enrosco que está criado com a suposta candidatura própria de gasparenses. No caso, do prefeito Kleber, ela só será viável se não houver uma traição coletiva na Bancada do Amém, com a união para não surgir concorrentes dentro de Gaspar, como o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e com a ajuda externa de vários segmentos, como os templos.
TRAPICHE
O Conselho Tutelar de Gaspar tem cinco membros titulares com mandato de quatro anos. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, mandou um Projeto de Lei Complementar e a Cãmara aprovou por unanimidade, permitindo à reeleição infinita.
Como o preenchimento dessas vagas tem sido uma disputa política partidária e foi assim na última eleição, fica por esse mecanismo de reeleição eterna, segundo observadores técnicos atentos, comprometida à renovação e à eficácia do trabalho do conselheiro. Ele poderá fazer da função uma ocupação vitalícia.
O vai-e-vem do prefeito Érico de Oliveira, MDB, deixou os funcionários de Ilhota desorientados esta semana. Na segunda-feira, por decreto, sem publicar no Diário Oficial, sem eficácia na comunicação, sem avisar antecipadamente, ele mudou o horário da maior parte do funcionalismo: das 13h às 19h.
Uma correria. Gente chegou na prefeitura e deu de cara na porta fechada. Na terça-feira, tudo tinha sido revogado. Também com comunicação falhíssima. Teve gente que chegou atrasada. Desrespeito, desgastes e confusão desnecessária.
O AMVE, a eterna AMMVI, e a sua agência de regulação, apresentaram projeto referência de esgotamento sanitário em evento internacional. Tudo bem, se o presidente da AMVE não fosse o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, de Gaspar, onde não se coleta para tratar um milímetro de esgotos. Tudo vai para o Rio Itajaí Açú, a razão de ser do Vale Europeu.
A narrativa. O vereador Giovano Borges, PSD, na tribuna da Câmara de Gaspar prometeu listar as boas ações do governo. Mas, desistiu, porque segundo ele, o tempo era curto demais. Gente estranha que fica perdendo oportunidades de ouro.
Comissionado x efetivo. O comissionado Diretor de Habitação, Santiago Martin Navia, que ainda recebe gratificações na Jari, acaba de ingressar na Justiça de Gaspar pedindo a sua progressão horizontal. Ele alega ter direito como efetivo Educador Social, hoje licenciado.
Navia, ex-secretário da Assistência Social do governo Kleber, foi candidato e não conseguiu votos para se eleger vereador. Garantiu o cargo comissionado e as gratificações das reuniões da Junta Administrativa de Recursos que revê, ou confirma as multas de trânsito.
Mais uma do retrato do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB. Na falta de política pública de zoonoses, a juíza Cristina Paul Bogo, da segunda Vara da Comarca atendeu a Ação Civil Pública do ministério Público e obrigou a prefeitura a atender minimamente a Agapa – Associação Gassparense de Amparo e Proteção aos Animais – e ter uma política de castrações.
A magistrada apenas mandou cumprir aquilo que foi acordado entre as partes e a prefeitura, enrolando e se esquivando, não fazia e deixava nas costas dos voluntários em tempo de crise. Isto é reiterado. É implicação de poder e politicagem. É falta de planejamento e prioridade. E com a saúde pública. Acorda, Gaspar!
E para encerrar. O deboche, descaso e descomprometimento continuam. O dito Painel da Covid-19 do site oficial da prefeitura de Gaspar anunciado como referência estadual pelo prefeito, está há meses indicando que o índice de vacinados com segunda dose entre nós é de apenas 29,75%. No estado supera os 62%.