Ou seja, as trabalhadoras e trabalhadores estão desamparados no essencial pelo poder público que inventou a “meia creche” – usando a Lei para encurtar a fila e não pagar a multa ao Ministério Público, no acordo que fez. E os políticos – que estão no feriadão prolongado e os do setor da moda não – comemoram um título marqueteiro entre poucos. Perguntar pela enésima vez, não custa: onde se vê, se compara, se admira, se compra esta tal moda infantil de Gaspar por aqui mesmo?
Vou ser repetitivo. É cansativo. Mas, político, não se cansa até mesmo quando passa vergonha. Mas, este título para Gaspar de Capital Nacional da Moda Infantil arrumado por políticos para se dar bem na foto da propaganda enganosa, é um deboche sem tamanho para eles próprios, para os que trabalham no ramo e para a cidade.
Se gastassem tanta a energia, dinheiro, marquetagem de araque e o prestígio em algo sério naquilo que precisaram para esta titulação, Gaspar não teria creche em meio período – quando se tem – para as trabalhadoras – e seus maridos – do setor têxtil local, teriam seus filhos em escola pública com Ideb competitivo, em turno integral, ou no mínimo em contraturno.
Mais. Teria um Senai instalado aqui – que foi corrido porque a prefeitura não quis pagar o aluguel do local – para a formação e reposição de mão-de-obra qualificada, postinhos de saúde funcionando a pleno – nem falo do Hospital -, uma política de habitação – pois essa mão-de-obra é de salário mínimo, algumas vezes da informalidade, ou precariedade nas tais MEI – Micro Empreendedor Individual. A Capital Nacional da Moda Infantil sequer tem saneamento básico…
Não vou comparar mais com Ilhota, a que não possui nenhum título nacional, mas nacionalmente é conhecida como a Capital da Moda Íntima, Praia e Fitness.
Os políticos que vieram ontem de Brasília, sem não se escaparam pela quase duplicada BR 470, puderam ver o movimento de feriado no centro de Ilhota. Estava ali a prova de que em Ilhota se produz em dezenas de empresas, a tal moda que a qualifica informalmente.
E aqui? Onde alguém que ouviu esta notícia desta semana, entrevista de prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB – o nosso pedrinho viajante e ator das redes sociais – ocupação maciça da marquetagem nas redes sociais promovendo políticos e quis vir comprar, comparar e propagar os produtos da Capital Nacional da Moda Infantil, ficou espantado.
Perguntou e não achou nada. Na cidade, ninguém sabia onde havia moda infantil para ao menos olhar como relíquia em alguma vitrine da cidade. Um escracho.
Aliás, quem quis comprar uma cachaça premiada internacionalmente, sabia onde ir no endereço dela no Poço Grande. Ali, aliás, primeiro nasceu a cachaça. Depois o prêmio, a fama, a agregação de valor e o preço dessa fama. Ali o cavalo abano o rabo. Ali não tem políticos, nem política, nem ação marqueteira para inventar o que não está estabelecido, o que não pode ser provado, reconhecido, comparado e com valor agregado. Entenderam sobre o que escrevo há meses sobre esta bobiça?
É só um exemplo aleatório de Gaspar. Tem outros. E quase todos sem a proteção governamental na tal secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo, ou cabideiro de políticos em Gaspar.
Essa gente, política e marqueteira que inventou o título para Gaspar e agora promete correr atrás do alicerce da casa, é sui generis: primeiro construiu o telhado. Impressionante.
Em tempos de internet e vida digital, esse pessoal não foi capaz sequer de “construir”, mesmo que improvisada e emergencialmente, para disfarçar e não passar tanta vergonha, um portal exibindo marcas, empresas, selos, história e com links de negócios.
E a imprensa, na mesma toada, para não perder as migalhas dos pires, não sofrer pressão e não perder amigos da onça, não dá um pio sobre esta invenção que não teve a lógica da concepção, gestação, parto e vida sem o cordão umbilical de meia dúzia de iluminados. Entrou na onda. Espantoso.
Se este título fosse algo para valer e resultado de um conjunto de realidades, haveria aqui uma comemoração ímpar, porque na propaganda da prefeitura que inventou para ocupar espaços pagos por aí e na dos inventores deste título, são mais de 800 empresas, mais de nove mil empregos. Uau!
O que essas mais de 800 empresas e mais de nove mil empregos estão ganhando de verdade? Se não se cuidarem, a fama marqueteira – sem a devida proteção – vai ainda atrair é fiscalizações. E não se diga que Gaspar não tem história neste assunto. Uma das marcas mais famosas da moda infantil no Brasil, a Relica Repilica, nasceu aqui pelas mãos do gasparense Luiz Carlos Schmidt.
Volto. Em Brasília, estavam lá menos de uma dúzia de políticos – incluindo até o secretário da Saúde e o de Obras e Serviços Urbanos daqui- e quatro empresários representantes classistas. De verdade empresário da tal moda infantil daqui, é preciso muita ginástica para apontar um. Inacreditável.
Não sou contra a titulação, também já escrevi isso várias vezes. Mas, em Gaspar o rabo comprido costuma abanar o cavalo manco. E ai que discorde disso! Vira a sombra do rabo do cavalo manco dos políticos e gente “cheia de ideias e razões” que não combinam com a prática e a realidade daqui. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Deboche. Irresponsabilidade. Corporativismo contra o catarinense pagador de pesados impostos.
A investigação interna da Secretaria de Estado da Saúde que apurou supostas irregularidades cometidas por servidores no caso dos respiradores fantasmas decidiu pela absolvição de cinco dos profissionais envolvidos e pela suspensão de 15 dias de uma servidora, a que detonou administrativamente o processo de compra.
Foram quase três anos para uma descoberta tão assombrosa que custa crer na cara de pau que tiveram em divulgá-la. Está tudo dominado. Os impostos batem na máquina pública e ali vai para ralos sob as mais variadas sacanagens.
E ai de quem comente este assunto e se indigne contra ele. Não me refiro isso sobre a imprensa, mas ao cidadão comum. Ele corre o sério risco de ver processos na Justiça que o condene naquilo que se indigna. A Lei, está provado, é para o mais forte, o poderoso de plantão, as corporações, e contra o pagador de impostos que sustenta tudo isso
Foram R$ 33 milhões que o governo do estado por meio de uma cadeia de agentes públicos efetivos e comissionados, irresponsavelmente jogou no lixo quando se autorizou pagamento antecipado, sem que se conhecesse realmente o equipamento, o fornecedor, bem como a cadeia de intermediação.
A maior parte deste dinheiro até hoje não foi recuperada aos cofres do estado.
Se o governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, que quase perdeu o mandato por isso, não estiver envolvido nesse desenlace desastroso da conclusão desta investigação interna da secretaria da Saúde, ele deveria vir – e rapidamente – a público esclarecer isto com todas as letras. Está choramingando pelos cantos. Quando se der conta, será tarde demais.
Porque no imaginário popular, no meio político – e principalmente de oposição – a culpa está voltando para o colo de Carlos Moisés – em tese, o chefe dessa turma toda – e logo agora, quando se apronta para ser candidato à reeleição, e achava sepulto este assunto.
Saiu da cova rasa e vai feder exposto daqui para frente durante a campanha eleitoral e no fogo amigo. Simples, assim. Ou também será culpa da imprensa noticiar e esclarecer este assunto?
O lançamento da pré-candidatura a deputado estadual de Pedro Celso Zuchi, PT, em Gaspar, já está marcada para o sábado da semana que vem, dia 26, ao meio dia na AABB.
Enquanto isso, o padrinho dele, Décio Neri de Lima e presidente estadual do PT pode não ser o candidato da esquerda ao governo do estado. O até então emedebista Dário Berger e convertido ao PSB, manobra para tal.
Com a mídia daqui fazendo cara de paisagem, os gasparenses descobriram o Jornal do Almoço, da NSC Blumenau, um caminho para expor as mazelas do setor de Obras e Serviços Urbanos.
A prefeitura está incomodada com a emissora então amiguinha, mas que abriu espaços para as reclamações comunitárias. E como a prefeitura de Gaspar, a que planeja, planeja, planeja em sucessivas reuniões do pedrinho viajante e mesmo assim, vejam só, quando cobrados, não tem como dar prazos aos já amplamente estourados.
Agora, está culpando a burocracia. A que ela cria e domina. Acorda, Gaspar!
Campanha política em ambientes de referência na saúde catarinense. Amanhã o senador Jorginho Mello, PL, percorrer com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o negacionista, algumas unidades de Saúde. Começa às 9h pelo Hospital Santa Isabel, vai a Renal Vida e ao Hospital Santo Antônio, todos em Blumenau.
Às duas da tarde vai ao Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí e às cinco, ao Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão.