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EM JANEIRO A FOLHA DO HOSPITAL DE GASPAR ERA DE R$400 MIL. AGORA JÁ SUPERA A R$1 MILHÃO

Vou reproduzir – com alterações, até porque aqui há mais espaços, incluindo o gráfico acima que ilustra este comentário – a coluna que publiquei na edição impressa desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo em circulação em Gaspar e Ilhota.

Nela, sob os títulos Transparência Translúcida I, II, III e IV, que já apareceu em outros títulos curtos de artigos para temas assemelhados que revelam o opaco da transparência, escrevi de que não queria ser repetitivo aos meus leitores e leitoras da coluna do jornal – ou parecendo falta de assunto melhor -, mas que eu tinha reservado este tema apenas para a edição de segunda-feira que vem neste blog líder de acessos www.olhandoamare.com.br – o que não recebe qualquer verba pública, ou privada, ou agradinhos.

Mudei. E por quê?

É que a forma como se desenvolveu a sessão da Câmara de vereadores de Gaspar na terça-feira, fez-me antecipar, pelo menos, um ponto desta questão em que pela quarta vez seguida, o vereador Amauri Bornhausen, PDT – em tese, um governista na Bancada do Amém junto com o MDB, PSD, PP e PSDB -, abordou.

Ele, com uma paciência de Jó, com assessoramento técnico apropriado, e trabalhando os números que oficialmente lhe foram oferecidos, desnudou uma grave ferida que acomete há anos o Hospital de Gaspar, o que está em continuado perpétuo socorro.

O motivo de trocar o tema da coluna na edição impressa?

O presidente da Casa, Francisco Solano Anhaia, MDB, já há semanas se mostrava incomodado com as falas do vereador Amauri, as quais não podem ser rebatidas diante da oficialidade dos números.

Na terça-feira, a Câmara estava cheia de visitantes devido as homenagens e Moções que foram feitas na sessão.

Então, deixar que se trabalhasse temas espinhosos contra o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, ao vivo, diante de plateia, foi para Anhaia, um desatino, mesmo que tudo estivesse sendo transmitido pelo site da Câmara e lá está inteiramente disponível. Mas, não tinha como impedir. Amauri é quem fez e aconteceu na sessão.

Ele trabalhou sobre a suposta falta transparência do Hospital. “Não quero achar roubo. Não quero achar desvios. Quero transparência. Estão jogando dinheiro na vala, na sarjeta. É dinheiro meu, seu e de todos nós“, ressaltou. “Este vereador é uma voz, jamais será um ego de gabinete“, emendou.

Prá quê!

O presidente Anhaia, fora do regimento, sem pedir e sem direito a voz, pois não pode conceder a réplica naquilo que opina fora do ritual regimental, não se conteve e retrucou para explicar à distinta plateia de amigos do governo que estava lá: “o vereador Amauri pede transparência, mas tudo que ele fala aqui são dados oferecidos de forma transparente pelo próprio Hospital. O governo Kleber é transparente”, arrematou. Certo. Certíssimo!

Mas, os dados de toda esta polêmica só foram oferecidos e com atrasos, porque o vereador Amauri os pediu. E o Hospital, depois de passá-los pela crivo e censura da Comissão Interventora tocada pelo ex-chefe de gabinete, atual secretário interino da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do PSDB, Jorge Luiz Prucino Pereira, apostou que a monteira de números não seria dissecada. E foi! E com propriedade técnica constatou-se a metástase.

E a transparência que o vereador Amauri reclama, é dela estar disponível publicamente para qualquer um do povo, ou entendidos, de forma on line, num site eletrônico como rege as regras da boa gestão pública. Isso não está. E Anhaia, sabia que Amauri reclamava disto. Mais uma vez, misturou coisas com sentidos diferente; propositadamente. Só para causar mal-estar.

O que Anhaia finge não saber é, que a cidade sabe, e há anos, que o Hospital de Gaspar se estabelece num problema, não tem vocação escolhida, não possui métricas para serem alcançadas, não sabe qual é a sua missão, tornou-se um instrumento de poder para os políticos e que fazem dele, uma agonia gerencial, de pouca transparência, e junto com a parte técnica, um sofrimento aos que precisam dele, uma maioria de vulneráveis.

Sêneca, o filósofo e poeta Romano (4AC -65DC), conselheiro de Nero, ou seja há dois mil anos atrás, desde dizia que “não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir”. Pois é…

Então para encerrar, mas só por hoje porque aqui a ladainha continuará na segunda-feira, um número assustador que retrata bem o que se discute e que se quer ver abafado: o empreguismo, os gastos, ou o que se quer ver aclarado exatamente por envolver recursos públicos, e até doações particulares, além de uma situação que recomeçou na Saúde Pública de Gaspar.

Contratou-se mais gente, pagou-se mais e se atendeu menos no Hospital. É o que está no gráfico. E quando se desenha se compreende melhor. Tanto que este gráfico não aparece para o público externo, só para consumo da sessão na Câmara.

E por quê. É uma equação impressionante. E ela não fecha. Em qualquer lugar, um Hospital como o de Gaspar estaria falido. Mas, ele continua comendo recursos bons dos pesados impostos dos gasparenses. Alega-se de tudo para isso não mudar.

Em janeiro deste ano, a folha de pagamento do Hospital era de R$396,7 mil.

Em agosto quando se ofereceu, mediante requerimento os números ao Amauri, ela já estava em R$847,3 mil.

E pasmem, em outubro, ela já teria ultrapassado R$1,07 milhão. É ou não um saco sem fundo. Quantos em Gaspar sabem desta delirante realidade financeira e econômica?

É esta transparência que reclama o vereador Amauri, que quer ver um esforço de todos para revertê-la em benefício da cidade, dos cidadãos, cidadãs. Mas, gente como ele, o Miro Savio da Rádio Comunitária Vila Nova, e eu, que questionamos números como estes, somos intrusos. E por esta ousadia cidadã, devemos ser demonizados, calados e se possível, humilhados, quando não processados.

E para completar, na mesma sessão da Câmara, o único vereador de oposição, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, mostrou que a doença que afeta o Hospital é derivativa da má gestão da Saúde Pública como um todo. Pudera, ela é tocada por curiosos, em indicações pessoais e não técnicas.

Dionísio puxou uma fila de centenas de exames clínicos represados. Essa fila, sempre às vésperas de eleições, acaba diminuindo. Qual o truque dos políticos e gestores públicos? Se lançam a mutirões e muita propaganda a favor dos políticos em campanha.

Como este ano não é de eleições, os doentes estão na fila por exames simples e complexos, que torna o Hospital um grande ambulatório geral, deficitário e cheio de reclamações da população mais humilde e que mais precisa dele, enquanto não se torna referência, modelar e tenha uma vocação clara. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

A Agapa – Associação Gasparense de Amparo e Proteção aos Animais – desistiu da causa. Fechará às portas, dia 20. Cansou de esperar pela prefeitura que está até recorrendo da obrigação de ajudá-la. Foi proposital. A Agapa sabe. A prefeitura que esticou a corda, sabia de que lado que ela arrebentaria.

Enquanto a Agapa não for um instrumento político – na mão de um dos seus – para promover candidatos no ano que vem, a prefeitura não sossegará.

Em nota, a Agapa mandou os necessitados procurarem a prefeitura. Deveria mandar, na mesma nota, procurarem os vereadores. Aqueles que vivem tirando fotos em abrigos, discursando melosamente, publicando atos nas redes sociais e fingindo serem da causa animal, só para cativar uma parte do eleitorado. Vergonha.

Na terça-feira não estavam na sessão da Câmara o líder e o vice líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, para defendê-lo, respectivamente José Hilário Melato, PP, e Ciro André Quintino, MDB. Eles foram a Brasília. E a tiracolo, levaram o suplente Cesário Moretto, PP. É pracabar.

Melato, o mais longevo dos vereadores está inventando nova moda. Agora ele vai a Brasília, com as diárias do povo, fazer pedidos pelo povo e à cidade no gabinete do seu guru, o senador Esperidião Amim Helou Filho, PP, e é atendido apenas pelo assessor. E ainda publica isso. Escárnio.

O uso reiterado nesta legislatura das diárias pelos vereadores de Gaspar que inventaram fazer da política uma profissão, está deixando alguns experimentados nervosos. Eles não se conformam com as cobranças e vigilância.

O campeão das diárias, Ciro André Quintino, MDB, por exemplo, resolveu enfrentar e bater boca com um eleitor gasparense, o bolsonarista de carteirinha Demetrius Wolff. Ciro fez uma lista de conquistas que, segundo ele, não seria possível pelo telefone.

Bobagem. Esse tipo de debate mostra que, em primeiro lugar o eleitor está com a razão e o vereador só tem perguntas tortas para se explicar.

Segundo e o mais grave circunstancialmente, que o vereador não está sendo devidamente valorizado – ou não tem valor – como cabo eleitoral que é do deputado estadual, federal e senador por aqui. Precisa ir a Florianópolis e Brasília, com dinheiro do povo, para mendigar e continuar seu cabo eleitoral.

O festão do Samae para comemorar os seus 50 anos e mesmo assim não consegue coletar e tratar um mililitro de esgotos em Gaspar, está criando alguns embaraços na autarquia e no Paço.

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