Num país de emendas bilionárias do Orçamento secreto para políticos do Congresso Nacional, Centrão e gente que dá sobrevida ao governo de Jair Messias Bolsonaro, PL, “uma manobra sorrateira“, como bem classificou o senador Esperidião Amim Helou Filho, PP e amigo do presidente da República ao reagir à informação que foi dada por Evandro Assis, da NSC Blumenau, de que se tirou literalmente R$40 milhões da duplicação da BR-470 (R$25 milhões) e da recuperação da BR-163 (14,6 milhões).
Esta manobra, mais uma vez tira o que é de Santa Catarina para distribuir aos outros estados como justificou o governo Bolsonaro e pior, com os catarinenses colocando impostos estaduais para tapar a irresponsabilidade e farra do governo Federal. Explico.
Por isso, esta manobra retira e não posterga o uso desses recursos que estavam rubricados no Orçamento, porque não vai ser empenhado no exercício de 2021, para que possa avançar o Orçamento de 2022 em restos a pagar. Agora há uma corrida contra o tempo diante da repercussão não esperada, onde Brasília tem todos daqui como tolos e burros de cargas.
Emendas do Relator, por exemplo e num exercício paralelo de como se trabalha o poder central e os políticos de Brasília contra os catarinenses nesta e outras questões, não só cobririam o que se está cortando do Orçamento que juraram que não mexeriam, como poderiam dar mais recursos para acelerar essas obras. Mas…
Retomando.
E o pior de tudo, que isto foi feito nas barbas do outro senador Jorginho Mello, PL, bolsonarista de quatro costados, e que tem o DNIT de Santa Catarina loteado para si. Ele não reagiu ao que fez o ministro de Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio Gomes de Freitas.
A pergunta é: como Jorginho, experimentado, no partido do presidente, próximo do presidente, permitiu esse gol contra ele depois de tanta fidelidade que vem esbanjando na proteção do governo do presidente Bolsonaro? Não é a primeira vez que lhe “surpreendem”. Se não se cuidar, vai virar a Geni
Aliás, esta é a segunda vez que o senador Jorginho – que já morou em Gaspar e quer ser candidato a governador – e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio e Bolsonaro passam o recibo contra o desenvolvimento do Vale do Itajaí, um reduto até então expressivo como poucos no país nos votos e defesa do bolsonarismo.
A primeira foi tentar impedir – de todas as formas e a vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, PL no exercício fez o favor de vetar a matéria por suposta inconstitucionalidade que a Assembleia derrubou – que o governo de Carlos Moisés da Silva, sem partido, com quem possuem birras ideológicas e de busca de poder em 2022, não aportasse R$400 milhões de impostos estaduais para acelerar e ajudar a concluir à duplicação da BR 470 de Navegantes até Blumenau.
Foram R$515 milhões para seis rodovias federais. A vergonha e o desiquilíbrio é maior quando se sabe que Bolsonaro está aportando só a metade disso e agora, cortando.
Por brigas particulares, partidárias e de poder, dezenas de vidas são comprometidas ou sequeladas nessas rodovias mensalmente.
Por brigas particulares, partidárias e de, os políticos punem o povo e pior, os que empreendem, tomam riscos, geram empregos, riquezas, desenvolvimento e a montanha de impostos que vai para Brasília para sustentar a máquina e os políticos com suas caras estruturas.
Por outro lado, esta mesma montanha de impostos não retornam minimamente em investimentos e a reconhecimento quem gerou. Inacreditável.
Triste é saber também que há catarinenses obrigados por ofício e votos omissos nesta questão contra o futuro de Santa Catarina.
Manobras sorrateiras e da pequenez como esta, reduzem os políticos e neste caso fazem crescer a importância do governador Carlos Moisés contra quem trama para fazer dele um permanentemente refém dos grandes – ou tradicionais – esquemas de poder.
Eles já perderam uma rodada em 2018 e se não se cuidarem vão ter o mesmo destino em 2022.
Carlos Moisés parecia morto por seu próprio comportamento. Superou dois impeachment e uma CPI montada pilotada por Ivan Naatz, PL, tomou doril. Para completar, até agora, os grandes esquemões do MDB, PP, PSDB, União Brasil e PSD andam em círculos em busca do seu futuro porque não conseguiram matar a possibilidade de reeleição do atual governador.
ACIG SAI DA INÉRCIA
Alguma coisa está mudando na Acig – Associação Empresarial de Gaspar. O presidente, o empresário e que não precisa de emprego na prefeitura, Edemar Ênio Wieser, oMano da Momil, emitiu uma forte nota contra o corte de verbas do governo Federal para a duplicação da BR-470.
“A Acig endossa o posicionamento de repúdio adotado por outras entidades empresariais de Santa Catarina em relação a esta medida sorrateira e de total falta de respeito ao cidadão catarinense que mais uma vez é desrespeitado pelo poder público federal. A entidade acredita e espera uma resolução cabível e que reverta esse corte inesperado e inadmissível da verba destinada às estradas do estado”
Algo que Vilmar de Oliveira Schürmann, Francisco Mastella e Samir Buhatem, para citar estes três ex-presidentes, com quem trabalhei na entidade, seguramente, fariam. Acorda, Gaspar!