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GASPAR JÁ EMPENHOU MAIS DE R$1,4 MILHÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA ESTE ANO

Um vídeo feito pelo radialista Miro Salvio, da Rádio Comunitária Vila Nova, e que circulou recentemente nas redes sociais dele, deu o que falar. Dava conta que Gaspar estaria gastando “além da conta” e fora de Gaspar, em publicidade e propaganda para supostamente promover o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, agora intencionalmente pré-candidato a deputado estadual.

UM. Este assunto é problemático não só aqui, mas em todas as gestões públicas. O que é razoável gastar num ambiente público e político – retirando de itens básicos como Educação, Saúde, Assistência Social, por exemplo -, para dizer ao cidadão o que está fazendo com o dinheiro dele, ou promover o que foi feito para suposta fruição ao bem comum?

Gaspar tem um bom indicativo de comparação: até ontem tinham sido empenhados na rubrica de Publicidade e Propaganda, R$1.446.676,46 e na rubrica de Publicidade Legal, a que divulga atos do governo R$37.783,50 – aquilo que a Lei obriga ao ente público dar conhecimento público.

Perceberam a gritante diferença?

DOIS. É uma escolha ao agente público gastar mais naquilo for possível do Orçado neste ano. Este gasto em ano de eleição – que será em 2022 – não poderá ser superior ao do anterior, este 2021. Este é o pulo do gato quando se quer dar tonalidades e ajudar qualquer candidatura ligada a interesses do poder de plantão, partidos e alianças, mesmo que indiretamente.

TRÊS. Por imposição legal, a rádio do Miro não recebe publicidade. Eu por imposição ética e moral a eu mesmo, não recebo qualquer investimento, ajuda, esmola legal, ou ilegal, pública ou privada, direta ou indireta, nem sou remunerado pela minha audiência com “joinhas”. Estou a cavalheiro para expor e discutir este assunto.

Mais: sempre fui entusiasta do uso racional da publicidade e da propaganda para resultados. Sempre a vi como investimento. Arrumei brigas homéricas – sob ameaça de ser demitido – com gente que a tratava como uma mera despesa, para ser cortada na primeira hora de uma crise econômica, financeira ou de mercado. Entendo desse riscado como poucos e não é de hoje.

QUATRO: Dos, R$1,446 milhão, exatos R$707.397,13 estão empenhados, por enquanto, para os cinco principais veículos de Gaspar: Jornal Metas, Jornal Cruzeiro, Rádio Sentinela do Vale, Radio Ativa 89 e TV Gaspar. E expressamente, só em torno de R$150 mil são dirigidos a outras cidades, a maior parte, a Blumenau, o que faz todo o sentido, a exceção a blogs opinativos. Esse veículos de lá, perifericamente tem audiência periférica aqui. Há uma suposta complementariedade.

CINCO: O pulo do gato, pode estar no que já empenhou a agência de publicidade Free, de Blumenau: R$341.025,70. Ela pode estar absorvendo a distribuição direta de verbas aos meios de comunicação daqui, de fora e influenciadores no ambiente político. E a transparência translúcida do Orçamento de Gaspar não permite uma análise mais detalhada disso. Uma pena!

Os meios de comunicação daqui e a agência de Blumenau consomem mais de 70% dos recursos desta área. E o restante? Uma boa parte vai para fornecedores de materiais como impressos, produção de peças e vídeos, compra e impulsionamento de redes sociais etc e tal. Mas, vai se precisar de boa uma lupa e entender bem desta área.

SEIS: Um governo precisa de publicidade e propaganda? Precisa, e eu quando gestor privado não dispensei. E nem dispensaria esta ferramenta no ambiente público – onde nunca fui gestor -, ainda mais quando se tem um bom produto e a concorrência é acirrada.

Mas, quando o produto é comum e a marca não se diferencia? Precisa-se – mandam os manuais básicos – muito mais da publicidade e da propaganda como se fosse um dependente químico. Precisa-se muito mais, principalmente quando não há resultados palpáveis, metas, liderança nata e se é sobrevivente de “çabios” e da marquetagem ultrapassada.

No ambiente privado, o produto é descontinuado e a marca reposicionada institucionalmente. Já no ambiente político, raros os casos nos grotões, a propaganda e a publicidade não estão direcionadas para criatividade e resultados coletivos.

Ela é personalíssima ao político. Tenta-se pela sobrevida do produto com defeito, desgastando-o diante da sua própria realidade.

Querem dois exemplos atuais? O tal Avança Gaspar que há cinco anos está colado em Kleber e ele mão pode usá-lo a seu favor e o tal Plano 1000 SC, lançado esta semana pelo governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, vestido para a reeleição incerta, e que Gaspar se beneficiou e festejou.

O que é o Avança Gaspar? Nada ou um pano de fundo mal enjambrado para gastar verbas publicas de publicidade e propaganda. Diz que é “tempo de crescer“. Será que um político que promete mudanças, admitiria que é tempo de regredir? É tão pobre o mote que ficou no crescer e não no se desenvolver.

Pior, diz que “hora de avançar“. É? Mas, exatamente no quê. Nenhuma promessa concreta, nenhuma meta de transformação e de resultado; nem para o governo, nem para a sociedade a que serve o governo e usa os recursos dela. Tudo vago.

Um exemplo de Avançar ao que se admite estar atrasado, por exemplo, seria na propaganda e publicidade com este mote, prometer estar entre os dez melhores Ideb de Santa Catarina num prazo de tempo dentro do próprio governo; zerar a fila das creches; ter contraturno em todas as escolas; implantar “x” educandários municipais com turno integral e assim vai.

E na segunda parte da propaganda com este mote, dizer que matou a cobra e mostrar o pau da meta atingida, ou da promessa cumprida para a sociedade para que ela se sentisse recompensada pela ação governamental ou do líder político. Este sim, é o uso qualificado mínimo da propaganda e publicidade a favor do gestor, do político, do governo e da sociedade.

Um produto quando anunciado qualifica suas diferenças e crava resultados para o consumidor avaliá-lo.

O governo do estado, por exemplo, ao lançar o Plano 1000 SC, com ajuda dos deputados estaduais que o aprovaram na Alesc, a sua propaganda foi pragmática ao explicar isso à sociedade e ao mesmo tempo, creditar os supostos benefícios ao autor da ideia, o governador e até, ao candidato Carlos Moisés.

O plano é 1.000 SC, porque vai dar, em tese, R$1000 para cada cidadão morador de Santa Catarina repassando isso aos municípios para obras estruturantes. E a propaganda explica isso: ” Para todas as cidades; para cada cidadão”.

É uma prestação de contas daquilo que se quer como resultado e ao mesmo tempo, abriu brechas para cobranças e a segunda parte da campanha publicitária: mostrar o resultado daquilo que se criou e se planejou para cada cidade catarinense. Há métricas. Há conteúdo.

Em Gaspar, a campanha publicitária é enchimento de linguiça para se gastar dinheiro de forma justificada. Acorda, Gaspar!

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