Alterado às 8h36min Esta imagem acima é de ontem. Um calor infernal. É um desalentado sob o viaduto que liga a Rua Nereu Ramos e a Avenida das Comunidades, construído ao tempo do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, sob o pretexto de desafogar o trânsito naquela região, facilitar retorno bem como os acessos a velha ponte Hercílio Deecke e também ao Gasparinho.
Quem estava na secretaria de Assistência Social via esta cena. E ninguém se emocionou com ela, ou fez o papel dela, ou seja, ver se ele precisava inclusive de socorro médico.
Nesta Secretaria sai prefeito, passa e entra prefeito, ela continua sendo um cabide de empregos. É a desassistência social personificada. É institucional. Já escrevi várias vezes sobre isto e não apenas neste governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Mas, cada vez piora mais.
Ela é ocupada na distribuição do poder e paga dos resultados das eleições aos vencedores de 2020, e neste caso, o PP do suplente de vereador Salésio Antônio da Conceição (371 votos), um curioso na área.
Ele é culpado? Pessoalmente, eu diria que não, exatamente. Penso, ser neste e outros casos notórios do governo, ser o sistema que emprega os seus para se ter poder e votos o culpado. Nada mais. Uma coisa depende da outra. Uma coisa desgringola a outra, inclusive conceitos básicos, políticas públicas e resultados coletivos. E é desta forma que vidas ficam expostas.
Exemplos abundam nos dois maiores orçamentos de Gaspar: a Saúde e a Educação. Já exemplifiquei aqui várias vezes. Estão na cara de todos. E o desastre se completa com um dos mais baixos orçamentos do município: o da secretaria de Assistência Social.
E isto está retratado no balanço, nos números. Ou seja, não se trata de fantasia, discursos ou perseguição como muitos propagam por aí e outros entendem ser assim quando se mexe no vespeiro que bate nas costas e culpa dos políticos.
O resto foi consequência, como falta de casa de passagem, ou exemplo que se tornou desastre neste ambiente, como Maria Hendricks. Ele está lá abandonado para todos verem, inclusive o Ministério Público.
E isso não para por aí: foram mais outros R$368, mil em cartões alimentação; R$284, mil de temporários, R$8 mil de estagiários; R$17,6 em viagens; R$227,1 mil de aluguel da sede; R$40 mil de Celesc, e mais um monte de penduricalhos inerentes à manutenção da secretaria.
O que sobra?
Menos de R$1 milhão para a sua atividade fim: a dar a assistência aos desvalidos e trabalhar pela inclusão deles num ambiente social minimamente humano, ou estruturado diante de cenários hostis provocados por cenários adversos onde essas pessoas estão inseridas.
É de se perguntar isto é algo aceitável para um gestor público, ainda quando se passa a impressão de ser um ente moral devido a fé que professa?
Há muita propaganda e pouca ação. Estão “economizando”. E o pior sinal de que isso seria assim, eu anunciei e continuo repetindo, foi quando Kleber, mandou e teve aprovado na Câmara, cortes substanciais da sua obrigação de aportar recursos no FIA – Fundo da Infância e Adolescência.
Aliás, ontem, o prefeito preocupado e ao mesmo tempo pimpão, foi ver o problema que interrompeu a Rua Nereu Ramos das que rotulei no título obras físicas de periferia. A poucos metros dali e do templo que frequenta, estão amontoados e escondidos na praça Maestro Egon Bohn, quase duas dezenas de desvalidos, andarilhos, sem tetos, sei lá o quê. Nada sensibilizou até agora.
Nada mais natural que de cada oito reais do orçamento, de fato, um só chega a finalidade da secretaria. É desesperador. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Eu exagero? Qual foi outra cena desta semana? Um desesperado – com direitos – foi bater na porta do diretor de Habitação, Santiago Martin Navia, órgão ligado à secretaria de Planejamento Territorial de Jean Alexandre dos Santos, ambos do MDB. E a coisa foi feia, relatam as testemunhas.
É que no dia 12 de novembro do ano passado, a casa do reclamante na Rua Francisco Lemfers, na Margem Esquerda, em Gaspar, pegou fogo.
A prefeitura prometeu ajudar na reconstrução, ou pelo menos no aluguel social que ele tem direito. E até agora, nada, além das férias que desmobilizou a máquina pública, seja na Assistência Social, Defesa Civil e na própria diretoria de Habitação.
Quando pediu o aluguel social para se equilibrar e se ressarcir minimamente no abrigo que conseguiu, houve um momento de fúria.
O diretor Santiago é um educador social de nível médio, concursado. Ou seja entende do riscado e o que se pedia a ele.
O diretor Santiago foi ele próprio secretário de Assistência Social no primeiro período de governo de Kleber, ou seja, entende do riscado e o que se pedia a ele.
O diretor Santiago foi candidato a vereador (469 votos) enquanto trabalhava na Defesa Civil depois de deixar à titularidade da secretaria por obrigação legal, ou seja, Santiago entende do riscado e o que se pedia a ele.
Qual a razão da fúria do desabrigado? Santiago alegou que não havia recursos para o subsídio, por mínimo que fosse e tivesse direito. Há uma rubrica de R$50 mil no Orçamento, o que é pouco para o notório tamanho do problema de Gaspar. Mas…
Depois da grande repercussão na cidade do entrevero, Santiago foi as suas redes sociais se justificar.
Para ele, faltam “ajustes legais”. Mas, não disse quais e o que está fazendo, como diretor, que supostamente conhece como poucos, para que isso aconteça. Enquanto isso, a burocracia penaliza quem está desumanamente desamparado.
“Em breve essa família e outras serão beneficiadas com o Programa Aluguel Social. Este Programa é concedido através da Defesa Civil e da Assistência Social”.
Ou seja, repassou a culpa para outros, inclusive para a Câmara, a que precisa dar aval para os ajustes legais. Depois de quase dois meses de férias, ela volta no dia oito de fevereiro, e nada vai resolver neste dia, se depender dela.
Enquanto isso, quem precisa, ou se conforma como mansos e que os políticos esperam que sejam, pois são capazes até de processos a quem procura a imprensa, ou se emputece como aconteceu com a situação e quebra o barraco na prefeitura para ver seus direitos ao menos, ouvido pelo políticos de plantão.
De fato, o que falta? É o Ministério Público se interessar pelo que acontece nesse ambiente de politização partidária, de falta de política pública e que resulta na desassistência social em Gaspar. Sem o MP, os fracos estão mais fracos, dependente de esmolas. Simples assim!
Um tiro no próprio pé. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, saiu ontem do seu isolamento da Covid que disse ter contraído. Voltou ao espetáculo de marketing de quem está em campanha eleitoral.
Posou de vítima no caso da interdição, por acidente geológico, da Rua Nereu Ramos e que relatei ontem em KLEBER SAI DO ISOLAMENTO DA COVID E ANUNCIA A INTERDIÇÃO DA LIGAÇÃO COM BLUMENAU; NOVO CAOS VIÁRIO
Em poucos minutos, a cidade descobriu que Kleber não tinha feito a lição de casa em cinco anos de governo: a ligação entre a Coloninha e a Águas Negras, como alternativa à possíveis interdições das ruas Nereu Ramos ou Anfilóquio Nunes Pires, na interligação dessa região ou com Blumenau.
Isto sem falar no perrengue que inundou as redes sociais de gente pressentindo dias de inferno, ou gente moradora da área que teria que suportar novo e emergencial trânsito pelas ruas Olga Bohn, José Casas… de triste lembranças.
Aquilo que ele prometeu para ser trabalho para supostamente um ou dois dias inteiros (está gravado pelo próprio Kleber), virou coisa de poucas horas, mas um inferno para muitos que tentaram ultrapassar a barreira da interdição da Nereu Ramos via na ligação improvisada, que há entre os dois bairros, em área ainda rural, e agora tomada pela colheita do arroz. Confusão. (foto abaixo).
Ao final da tarde já estava feita a tubulação para atender escoar esgoto e águas das chuvas do lado do templo da Igreja Assembleia de Deus e da rua Inez Baron para o Rio Itajaí Açú e assim liberar, mesmo com percalços, a Nereu Ramos. Kleber disse que foi orientado em tudo pelos engenheiros. Será que eles falharam com ele?
E para encerrar.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, disse no sábado que sua mulher Leila foi positivada com Covid (ontem errei e disse que era ele). Quatro dias depois já estava fora do isolamento rodando pela cidade e com reuniões internas. Não vou discutir assunto técnico, pois deve estar respaldado por orientações de médicos.
O que aponto, é a falta de exemplo de liderança como supostamente pode ser considerado o prefeito aos munícipes.
Mesmo com a doença (Covid e Gripe) comprometendo o precário sistema de Saúde Público em Gaspar, como se reconhece e se vê, Kleber insiste em não usar máscara. Imagens para a campanha? Impressionante. Acorda, Gaspar!